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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

ORÉGANO

Além de realçar sabor da pizza, orégano se revela potente conservante para carnes

Transformado em extrato bioativo, tempero pode ser usado pela indústria alimentícia como um antioxidante natural
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O orégano é o queridinho dos pizzaiolos, como tempero oficial da pizza, e também dos donos e donas de casa que, para dar mais sabor a molhos e carnes, não economizam na erva. Mas se depender de pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos de Pirassununga (FZEA) da USP, o orégano vai ganhar mais funções e mais adeptos, entre eles, a indústria de processamento de carnes. 
Estudo liderado pela médica veterinária e doutora em engenharia de alimentos  Rafaella de Paula Paseto Fernandes mostrou que o orégano tem grande potencial como antioxidante e, consequentemente, poderá ser usado como conservante natural de carnes. 
Inicialmente a pesquisadora testou 13 ervas, destacando o orégano como a que apresentou maior potencial antioxidante. Os testes foram realizados na elaboração de hambúrguer congelado cru, hambúrguer refrigerado e linguiça cozida, feitos com carne de cordeiro e ovelha.
Pesquisadora alerta que não basta colocar o orégano na carne para conservá-la, é necessário transformá-lo em extrato para que os compostos bioativos fiquem disponíveis para exercer sua função antioxidante – Foto: Pixabay CC
Segundo a pesquisadora, para um efeito similar ao dos antioxidantes sintéticos, é necessária uma quantidade de 12 a 20 vezes maior, de acordo com as condições de armazenamento testadas. Mas ela garante que as vantagens são muitas, pois o orégano é um composto natural, o que contribui para uma alimentação mais saudável e, consequentemente, traz segurança para o consumo do alimento. 
Os outros extratos testados, como manjerona, melissa e alecrim, por exemplo, apresentaram uma menor concentração de compostos bioativos, o que acaba influenciando no seu potencial para proteger contra várias formas de oxidação que podem ocorrer na carne. A pesquisadora acredita que o orégano deve ter o mesmo resultado também para outros tipos de carnes.
Rafaella lembra que não basta colocar o orégano na carne para conservá-la, é necessário transformá-lo em extrato para que os compostos bioativos sejam expostos e fiquem disponíveis para exercer sua função antioxidante.
No caso deste estudo, diz Rafaella, o orégano foi submetido a uma mistura com solventes específicos, passando por várias etapas de preparação para a extração dos compostos com função antioxidante. “Para a manutenção da eficiência do extrato, os parâmetros como temperatura, tempo e pressão devem ser controlados para evitar a redução da atividade antioxidante desses compostos.”
Além da busca por uma alimentação mais saudável, a pesquisa também procurou alternativas para agregar valor e oferecer uma carne com melhor perfil lipídico. “A inibição da oxidação lipídica das proteínas, além de uma boa aceitação sensorial, foram os principais resultados equivalentes obtidos em comparação aos sintéticos que foram testados nesta pesquisa”, conclui Rafaella. 


Novo método detecta câncer de próstata por meio da urina


Mais simples e barata que as disponíveis atualmente, técnica criada por cientistas da USP possibilitou também a análise da agressividade do tumor
Editorias: Ciências da Saúde - URL Curta: jornal.usp.br/?p=289900
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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens. Em 2018, foram contabilizados 68.220 casos – Foto: Marcos Santos / USP Imagens
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Um estudo produzido pelo Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia (LIM 55) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, conseguiu identificar pacientes com câncer de próstata a partir do exame de amostras de urina. Além de permitir o diagnóstico de modo não invasivo, a técnica também possibilitou a análise da agressividade do tumor, fundamental para determinar o melhor tratamento.
Agora, o próximo passo é a validação das descobertas. Os pesquisadores buscam financiamento para um novo projeto de pesquisa que terá como objetivo comprovar se os resultados encontrados se repetem em uma população diferente da estudada até então. 
Caso validadas, as descobertas poderão contribuir como uma opção mais prática e barata de exame. Apesar de já existirem testes semelhantes disponíveis comercialmente, estes são mais complexos e protegidos por patente, o que resulta em alto custo e baixa disponibilidade. “Por isso, é bastante desejável que consigamos disponibilizar esse exame, validar e talvez disponibilizar na prática”, afirma a professora Kátia Leite, professora da FMUSP e chefe do LIM 55.
Atualmente, os dois principais modos de analisar a suspeita do câncer são o toque retal, que busca identificar uma zona de endurecimento na próstata relacionada à presença da doença, e o exame dos níveis de Antígeno Prostático Específico (PSA) no sangue. Apesar de menos invasivo, este último não elimina a necessidade da biópsia, explica a professora.
“O PSA é um marcador interessante, pois é específico da próstata. Mas não é específico do câncer de próstata, pois também pode aumentar na hiperplasia prostática benigna e na prostatite, por exemplo”, diz a professora, que também é coautora do estudo. “O que  precisamos é de melhores indicadores para fazer uma biópsia de maneira segura e em um número menor de pacientes.”
A professora Kátia Ramos Moreira Leite – Foto: Arquivo pessoal

Marcadores genéticos

O estudo começou em 2014, com um projeto do LIM 55 que tinha como objetivo a identificação de marcadores genéticos para prognóstico e diagnóstico do câncer de próstata. A pesquisa foi feita com homens que já tinham suspeita de câncer e, por isso, tinham indicação de biópsia para diagnóstico definitivo. Destes pacientes foi coletado um fragmento da biópsia, para estudo molecular, e também uma amostra de urina, da qual foi possível sequenciar uma série de gene.
Foi então que o professor Giuseppe Palmisano, do ICB, se juntou à pesquisa. Ele propôs que a partir da urina coletada fosse caracterizado um perfil de proteína, por meio da espectrometria de massa (técnica que mede a massa e a estrutura química das moléculas). Como apontou o estudo, a urina pode conter elementos que reflitam os processos bioquímicos relacionados ao desenvolvimento de um tumor. 
O estudo foi realizado com 12 pacientes, sendo seis com a doença e os outros com hiperplasia benigna. Os resultados indicaram que um painel de 56 glicoproteínas (tipo de proteína ligado a um carboidrato) nas amostras de urina alcançou uma precisão de 100% no diagnóstico do câncer de próstata.
Pesquisa foi desenvolvida a partir de amostras coletadas pelo Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia, da Faculdade de Medicina da USP – Foto: Marcos Santos / USP Imagens
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Maior precisão
A pesquisa também mostrou que o exame via urina é capaz de indicar a existência e agressividade do tumor com maior precisão do que o PSA sozinho. Como explica a professora Kátia, o câncer de próstata é um dos tipos mais comuns entre os homens, mas em parte dos casos não apresenta ameaça grave à saúde. Alguns deles são caracterizados como “câncer indolente”: pouco agressivos e sem necessidade de intervenção imediata.
“Hoje existe uma conduta chamada de active surveillance [vigilância ativa], na qual o paciente não é tratado, e sim observado. Se o tumor muda de característica e fica com um padrão maior de agressividade, aí sim é feito o tratamento curativo”, diz. “No painel, conseguimos identificar um perfil de expressão de gene que caracterizava um tumor mais ou menos agressivo, ajudando nessa decisão de tratar ou observar.”
Clique aqui para acessar o estudo na íntegra, em inglês.
Mais informações:  e-mail bruna.ortega@agenciabluechip.com.br, com Bruna Ortega


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

NÃO TOME ASPIRINA PREVENTIVAMENTE!!!

Médicos recomendam parar de tomar aspirina preventivamente
Redação do Diário da Saúde
Médicos recomendam parar de tomar aspirina preventivamente
Já se sabia que o uso regular de aspirina pode fazer mais mal do que bem e que o uso constante e diário da aspirina costuma provocar complicações gastrointestinais graves. Também há preocupações com o maior risco das aspirinas para as pessoas mais velhas.
[Imagem: Cortesia Univ.Oxford]
Risco de hemorragias graves
Se você nunca teve um ataque cardíaco ou derrame, provavelmente não deve tomar aspirina para evitá-los, de acordo com uma nova pesquisa sobre esse tema controverso - como já havia sido demonstrado que a aspirina não previne ataques cardíacos em todos os pacientes e há prós e contras em tomar aspirina preventivamente contra câncer.
Os pesquisadores revisaram três grandes estudos randomizados, controlados por placebo, publicados em 2018, que mostraram que o aumento no risco de sangramento interno associado à ingestão de aspirina diariamente é maior do que qualquer benefício preventivo.
"Esta é a evidência de mudança de prática mais significativa que foi publicada nestes últimos doze meses," disse o professor Michael Kolber, da Universidade de Alberta (Canadá), que fez a revisão de procedimentos com seu colega Paul Fritsch, da Universidade de Calgary.
"Estes não são sangramentos nasais ou gengivas que sangram. São sangramentos internos sérios, onde os pacientes precisam de hospitalização e talvez uma transfusão de sangue, por isso são de grande importância clínica e também pessoal," acrescentou Fritsch.
Um dos ensaios clínicos também revelou um aumento nas mortes por todas as causas e, em particular, pelas mortes por câncer, entre os pacientes que tomaram aspirina preventivamente em doses diárias, embora não tenham estabelecido uma relação causal.
Quem deve e quem não deve tomar aspirina preventivamente
O conselho de tomar uma aspirina diária para prevenir doenças cardíacas tornou-se dogma nos anos 90, mas foi baseado em pesquisas falhas, ressalta Kolber.
Ele reconhece, contudo, que a aspirina ainda é considerada benéfica para quem tem doenças cardíacas.
"Realmente vemos um hiato [nos efeitos] da aspirina," disse Kolber. "Há muitas pessoas que tomam aspirina para prevenção primária que não precisam dela, e há um grupo de pessoas que já tem doenças cardiovasculares que não estão tomando, e deveriam tomar."
O conselho de Kolber é que pessoas que nunca tiveram problemas cardíacos usem outras medidas preventivas.
"Em vez de apenas tomar uma aspirina diária como ensinamos há uma geração, recomendamos que os pacientes parem de fumar, se exercitem, controlem a pressão arterial e considerem a dieta mediterrânea," afirmou.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Acetylsalicylic acid for primary prevention of cardiovascular events
Autores: Paul Fritsch, Michael R. Kolber
Publicação: Canadian Family Physician
Vol.: 65 (7), 480

CORRER COM PÉS AMARRADOS FUNCIONA!

Para correr melhor, amarre um elástico entre seus tênis

Redação do Diário da Saúde
Para correr melhor, amarre um elástico entre seus tênis
Fica esquisito, mas correr com os pés amarrados funciona.
[Imagem: Cole S. Simpson et al. - 10.1242/jeb.202895]
Exotendão
Atenção corredores: Na próxima vez que você sair para correr, amarre um elástico entre seus pés.
Pode parecer um truque esquisito, mas ele é estranhamente eficaz, garante Elliot Hawkes, professor da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (EUA).
Segundo o professor de engenharia mecânica, correr com uma perna amarrada à outra pode torná-lo um corredor mais eficiente em aproximadamente 6,4%.
"Na corrida, a maior parte da energia é desperdiçada," explica Hawkes. Para cada 10 calorias queimadas, menos de uma caloria é necessária para manter uma velocidade de avanço constante. As outras nove calorias são gastas nos impedindo de cair enquanto batemos na calçada com a massa corporal, além de frear e acelerar a perna que se lança à frente.
"Foi um desafio interessante porque, como engenheiro, quando você vê um sistema muito ineficiente, pensa: 'Nossa, isso é muito ruim; tem que haver algumas formas fáceis de melhorar isso um pouco'," acrescentou.
Mola para substituir músculo
Hawkes então teorizou que, se parte do trabalho de balançar as pernas pudesse ser realizada com um tipo de mecanismo de mola - semelhante aos tendões nas pernas de um guepardo - em vez de trabalho muscular, alguma energia poderia ser economizada. Essa abordagem biomimética difere das formas típicas em que os dispositivos são projetados para aumentar a eficiência da corrida, que geralmente se concentram na parte "batida" do passo, como tênis que dão impulso ou amortecem o passo.
"Nós começamos nos joelhos, mas no final prendemos a fita nos sapatos," contou Hawkes. "É mais fácil colocá-la nos sapatos, e é mais confortável - com os joelhos, a fita esfrega em você de maneiras engraçadas."
Prender o "exotendão" aos tênis, ao que parece também otimiza as forças necessárias para que o dispositivo seja eficaz, mais do que colocar a faixa mais alto nas pernas.
Correr com os pés amarrados
Por mais contra-intuitivo que pareça amarrar um tênis ao outro para melhorar a capacidade de corrida, os participantes do teste ficaram confortáveis com a fita elástica quase que instantaneamente, e ninguém tropeçou.
De acordo com Hawkes, a fita aumentou a eficiência no trabalho necessário para balançar as pernas, e o passo mais curto e de maior frequência que resultou disso também reduziu a quantidade de energia necessária para suportar o peso corporal durante cada impacto no solo (fase de apoio), aumentando a resistência geral.
"Isso na verdade reduz o esforço de 'pular' durante a postura," explicou Hawkes. "Naturalmente as pessoas correm a 90 passos por minuto. Se você puder dar passos mais curtos e mais rápidos, isso reduz a energia necessária para saltar, mas é preciso muito mais energia para balançar as pernas tão rápido, de forma que você não faz isso naturalmente. No entanto, a fita remove esse custo para o movimento das pernas, o que significa que você pode facilmente dar 100 passos por minuto, reduzindo a energia necessária para saltar."
"É surpreendente; ela faz você se sentir leve e mais rápido. Seu corpo descobre isso quase imediatamente," acrescentou.
Como amarrar os pés para correr
Alguns detalhes para aqueles que já estão pensando em amarrar os tênis para a próxima corrida: a banda usada pelos pesquisadores era um pedaço de tubo cirúrgico, cortado em cerca de 25% do comprimento da perna, o que é "longo o suficiente para não aplicar forças quando os pés se cruzam e não se parte quando os pés estão afastados, mas suficientemente curto para não ficar preso quando os pés se cruzam," detalhou o pesquisador.
Além disso, os testes foram feitos exclusivamente com a resistência em mente; nenhuma palavra sobre se os velocistas com seus passos largos e distâncias mais curtas tirariam benefícios desse dispositivo. E a superfície de corrida era consistentemente plana e nivelada - portanto, não vá sair de pés amarrados correndo em uma trilha.
Provavelmente não há efeito discernível no treinamento; os corredores voltaram à sua marcha e eficiência regulares quando removeram o elástico, disse Hawkes.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Connecting the legs with a spring improves human running economy
Autores: Cole S. Simpson, Cara G. Welker, Scott D. Uhlrich, Sean M. Sketch, Rachel W. Jackson, Scott L. Delp, Steve H. Collins, Jessica C. Selinger, Elliot W. Hawkes
Publicação: Journal of Experimental Biology
Vol.: jeb202895
DOI: 10.1242/jeb.202895


CORPO HUMANO AINDA NÃO TOTALMENTE CONHECIDO

Cinco novos órgãos do corpo humano são descobertos em cinco anos

Com informações da BBC

Cinco órgãos do nosso corpo descobertos nos últimos cinco anos
Esquema do interstício: A camada de cima é a mucosa; as partes rosas são as estruturas de colágeno que criam as cavidades cheias de fluído (representado pela cor lilás).
[Imagem: Jill Gregory / Mount Sinai Health System]
Novos órgãos do corpo humano
Temos hoje uma imagem bastante completa dos nossos órgãos e tecidos, assim como de suas funções, graças a Aristóteles e Galeno, na Grécia e Roma Antiga, respectivamente, às dissecações de cirurgiões medievais, aos desenhos anatômicos detalhados de Leonardo Da Vinci, à invenção de dispositivos de ausculta, como o estetoscópio, do microscópio e do raio X.
Nas últimas décadas, particularmente, o conhecimento avançou a um ritmo impensável graças a novas tecnologias, como o ultra-som e a ressonância magnética. Da mesma forma, a disseminação desse conhecimento foi multiplicada por novos métodos de ensino e comunicação.
No entanto, o mapa do corpo humano não está completo. Vários órgãos e células novas foram descobertos nos últimos anos, o que nos faz perguntar: quanto ainda falta descobrir?
Reveja as cinco partes da nossa anatomia que até recentemente não sabíamos que existiam, tampouco para que serviam.
Interstício
Trata-se de uma rede de cavidades de colágeno e elastina, repleta de líquido, presente dentro e entre os tecidos do nosso corpo. Ele foi identificado por uma equipe de patologistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, nos EUA, graças aos avanços tecnológicos da endomicroscopia ao vivo, que mostra em tempo real a histologia e estrutura dos tecidos.
É uma estrutura conectiva que se estende por todo o corpo e pode ser nada menos do que um dos maiores órgãos do corpo humano. Estes tecidos estão localizados debaixo da pele, recobrem o tubo digestivo, os pulmões e o sistema urinário, rodeiam as artérias, veias e fáscias (estrutura fibrosa onde se fixam músculos).
Os pesquisadores têm várias teorias sobre sua função. Acreditam que pode ser importante para explicar a metástase do câncer, o edema, a fibrose e o funcionamento mecânico de tecidos e órgãos do corpo humano. O interstício pode atuar também como um amortecedor para impedir que os tecidos do corpo se rompam com o funcionamento diário - que faz com que os órgãos, músculos e vasos sanguíneos se contraiam e se expandam constantemente.
Alguns especialistas não o consideram um órgão. Mas reconhecem que isso não diminui necessariamente sua importância.
Cinco órgãos do nosso corpo descobertos nos últimos cinco anos
Os cientistas ainda não sabem muito a respeito das funções do mesentério.
[Imagem: Alan Place]
Mesentério
Embora a primeira menção ao mesentério tenha sido feita por Leonardo Da Vinci no século 16, ele permaneceu praticamente ignorado pelos médicos por 500 anos.
Em janeiro de 2018, o mesentério foi redescoberto por uma equipe do Hospital Universitário Limerick, na Irlanda, que declarou que se trata de um órgão único e contínuo no centro do nosso sistema digestivo.
O mesentério é uma dobra dupla do peritônio - como é chamado o revestimento da cavidade abdominal - que une o intestino à parede do abdômen e permite que ele permaneça no lugar. Os cientistas ainda não sabem muito a respeito de suas funções, além de proporcionar sustentação e permitir a irrigação sanguínea às vísceras.
Vasos linfáticos do cérebro
Pesquisadores da Universidade da Virgínia, nos EUA, se "depararam" com estruturas vasculares misteriosas quando estudavam a meninge, membrana entre o cérebro e o crânio que envolve o sistema nervoso central.
Lá, eles encontraram muitas células de defesa em um local onde elas não deveriam existir, uma vez que, até então, a ideia era que o cérebro não estava conectado ao sistema imunológico. Após uma investigação mais aprofundada, se deram conta de que algumas dessas células de defesa estão dentro de estruturas vasculares que conectam o cérebro ao sistema imunológico.
Essa descoberta levou a um segundo estudo revelador. Essas células de defesa, que até então não sabíamos que existiam, afetam as funções do nosso cérebro e a maneira como socializamos. A descoberta, feita em 2016, permitirá estudar doenças como o Mal de Alzheimer do ponto de vista do sistema imunológico ou do processo de envelhecimento, entre muitas outras coisas.
Cinco órgãos do nosso corpo descobertos nos últimos cinco anos
[Imagem: S. Claes et al./Journal of Anatomy]
Ligamento anterolateral
Em 2013, dois cirurgiões na Bélgica conseguiram identificar um ligamento do joelho, chamado ligamento anterolateral - até então, havia apenas suspeitas da sua existência.
A anatomia do joelho é muito complexa, formada por quatro ligamentos principais, mas há algum tempo vários pesquisadores investigam as estruturas menos definidas da articulação. Steven Claes e Johan Bellemans, da Universidade de Leuven (Bélgica), sinalizaram que esse ligamento anterolateral (agora conhecido como LAL) poderia desempenhar um papel protetor importante quando viramos ou mudamos de direção.
A presença desse ligamento ajuda a entender melhor uma lesão comum nos esportes que há muito tempo intriga os médicos: a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), segundo os cirurgiões.
Camada de Dua
A ciência acreditava que a córnea era composta de cinco camadas, mas identificaram a existência de uma sexta camada com apenas 0,001 milímetro de espessura. O professor Harminder Dua, da Universidade de Nottingham (Inglaterra ), deu seu nome à estrutura, agora conhecida como camada de Dua.
Há muitas doenças que afetam a parte de trás da córnea e que os médicos já estão relacionando à presença, ausência ou lacerações dessa camada. A descoberta também serve para ajudar a tornar as cirurgias oculares mais simples.
Fisiologia em construção
Embora estes cinco "órgãos", ou candidatos a órgãos, sejam os resultados mais famosos destes últimos anos, os pesquisadores têm descoberto muito mais sobre o corpo humano, o que tem exigido atualizações constantes dos livros de anatomia.
Veja algumas dessas descobertas:



https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=cinco-orgaos-nosso-corpo-descobertos-cinco-anos&id=13740

PRÓTESE SENSITIVA!!


Perna biônica transmite sensações ao paciente pela primeira vez

Redação do Diário da Saúde
Amputados sentem sua perna biônica pela primeira vez
Os sensores são "fundidos" aos nervos, em vez de simplesmente tocá-los.
[Imagem: Petrini et al. - 10.1126/scitranslmed.aav8939]
Prótese com propriocepção
Em uma colaboração internacional liderada por cientistas da Suíça, três amputados interagiram com suas pernas protéticas biônicas enquanto passavam por vários obstáculos sem precisar olhar.
É o primeiro experimento com uma prótese capaz de simular a propriocepção, ou cinestesia, a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação.
Os pacientes afirmam ter usado e sentido a perna biônica como parte de seu próprio corpo, graças ao feedback sensorial da prótese, que é fornecido diretamente aos nervos no coto da perna.
"Depois de todos esses anos, pude sentir minha perna e meu pé novamente, como se fosse minha própria perna," relatou Djurica Resanovic, voluntário do experimento. "Foi muito interessante. Você não precisa se concentrar para andar, pode apenas olhar para a frente e dar um passo. Você não precisa olhar onde sua perna está para evitar cair."
A possibilidade de "sentir" a perna biônica foi possível graças à informação sensorial fornecida por uma conexão sem fios por eletrodos colocados cirurgicamente no sistema nervoso intacto da perna. Esses eletrodos perfuram o nervo tibial intacto, em vez de envolvê-lo, como em experimentos anteriores.
"Nós demonstramos que é necessário menos esforço mental para controlar a perna biônica porque o amputado sente como se seu membro protético pertencesse ao próprio corpo," explica Stanisa Raspopovic, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique.
Neuroengenharia
O princípio fundamental da neuroengenharia é a fusão de corpo e máquina.
Neste caso, envolve imitar os sinais elétricos que o sistema nervoso normalmente receberia da própria perna real da pessoa.
O protótipo biônico da perna é equipado com 7 sensores ao longo da sola do pé e 1 codificador no joelho, que detecta o ângulo de flexão. Esses sensores geram informações sobre o toque e o movimento da prótese. Em seguida, os sinais são processados por um algoritmo inteligente, que transforma os sinais brutos em biossinais que são disparados no sistema nervoso do coto, no nervo tibial, por meio de eletrodos intraneurais, e esses sinais chegam ao cérebro para interpretação.
"Esta é a primeira prótese no mundo para amputados de pernas acima dos joelhos equipada com feedback sensorial. Mostramos que o feedback é crucial para aliviar a carga mental de usar um membro protético, o que, por sua vez, leva a um melhor desempenho e facilidade de uso," finalizou Raspopovic.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Enhancing functional abilities and cognitive integration of the lower limb prosthesis
Autores: Francesco Maria Petrini, Giacomo Valle, Marko Bumbasirevic, Federica Barberi, Dario Bortolotti, Paul Cvancara, Arthur Hiairrassary, Pavle Mijovic, Atli Örn Sverrisson, Alessandra Pedrocchi, Jean-Louis Divoux, Igor Popovic, Knut Lechler, Bogdan Mijovic, David Guiraud, Thomas Stieglitz, Asgeir Alexandersson, Silvestro Micera, Aleksandar Lesic, Stanisa Raspopovic
Publicação: Science Translational Medicine
Vol.: 11, Issue 512, eaav8939
DOI: 10.1126/scitranslmed.aav8939


https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=perna-bionica-transmite-sensacoes-paciente&id=13773&nl=nlds

TRIACILGLICEROL

Cientistas conseguem imitar substância essencial do leite materno

Redação do Diário da Saúde
Cientistas conseguem imitar substância essencial do leite materno
As plantas produziram o ácido graxo similar ao que as glândulas mamárias humanas produzem.
[Imagem: Rothamsted Research]
Triacilglicerol
Cientistas criaram plantas modificadas em laboratório para produzir um óleo que imita a estrutura química da gordura do leite humano, um componente importante do leite materno.
Estudos indicam que a forma humana dessa molécula, o triacilglicerol, ajuda na absorção de nutrientes essenciais pelo intestino infantil, mas poucas fórmulas infantis contêm algo parecido.
Cerca de metade das calorias do leite humano provém do triacilglicerol e, nas fórmulas infantis industrializadas, essa gordura é proveniente principalmente de plantas. Ocorre que os óleos vegetais têm uma estrutura química diferente da gordura produzida pelo corpo da mãe.
Os cientistas acreditam que o arranjo único desse ácido graxo humano - as moléculas constituintes que compõem o triacilglicerol - é o responsável pelos benefícios do leite materno, incluindo a absorção de cálcio, que é vital para o desenvolvimento ósseo da criança.
"Na gordura do leite humano, os ácidos graxos saturados estão ligados ao ponto médio do 'esqueleto' central da molécula de triacilglicerol, dando a ela uma estrutura distinta, e evidências de vários ensaios clínicos sugerem que isso ajuda na absorção de nutrientes no intestino infantil. No entanto, a gordura usada na maioria das fórmulas infantis é derivada de plantas, onde esses ácidos graxos saturados quase sempre se ligam às extremidades da 'espinha dorsal' [da molécula]," enfatizou o pesquisador Peter Eastmond, da Rothamsted Research, uma organização de pesquisas sem fins lucrativos do Reino Unido.
Vegetal com jeito humano
Agora, a equipe do professor Eastmond encontrou uma maneira de modificar as vias bioquímicas das plantas para que elas possam produzir a forma humana desse nutriente essencial.
Suas plantas produziram triacilglicerol no qual mais de 70% dos ácidos graxos saturados estão na posição central crucial, em comparação com menos de 3% na planta não modificada - um aumento de mais de 20 vezes.
Embora o leite materno seja a melhor e primeira escolha para a nutrição infantil, a equipe espera que seu avanço possa levar a melhorias em todos os graus de fórmulas industrializadas para bebês que precisam delas.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Engineering the stereoisomeric structure of seed oil to mimic human milk fat
Autores: Harrie van Erp, Fiona M. Bryant, Jose Martin-Moreno, Louise V. Michaelson, Govindprasad Bhutada, Peter J. Eastmond
Publicação: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.1907915116