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quinta-feira, 30 de junho de 2011

INVASÃO MALICIOSA

Estudo realizado por pesquisadores brasileiros demonstra que Trypanosoma cruzi utiliza
o próprio mecanismo de reparo da membrana da célula hospedeira para invadi-la
 (Foto: Renato Mortara)
Vários patógenos empregam uma estratégia traiçoeira para invadir uma célula hospedeira: eles subvertem mecanismos existentes na própria membrana celular para ter acesso ao citoplasma.
Um grupo de pesquisadores brasileiros acaba de demonstrar que o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, utiliza esse tipo de subterfúgio, aproveitando o mecanismo de reparo das membranas das células como recurso para invadi-las.
O estudo, publicado na revista Journal of Experimental Medicine, teve origem em linhas de pesquisa desenvolvidas por Norma Andrews, do Departamento de Biologia Celular e Genética Molecular da Universidade de Maryland (Estados Unidos), e Renato Mortara, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O trabalho mereceu destaque em editoriais das revistas Cell e Nature Reviews in Microbiology. A primeira autora do artigo, Maria Cecília Fernandes, concluiu seu doutorado em 2007, com Bolsa da FAPESP, no laboratório de Mortara na Unifesp e preparou o trabalho durante seu pós-doutorado no laboratório de Andrews, nos Estados Unidos. Os outros autores do artigo são Mauro Cortez, Andrew Flannery e Christina Tam, todos da Universidade de Maryland.
Andrews tem trabalhado com a interação entre o Trypanosoma cruzi e células hospedeiras pelo menos desde seu doutorado – realizado no Departamento de Bioquímica da Universidade de São Paulo (USP), também com Bolsa da FAPESP, com orientação de Walter Colli.
A pesquisadora brasileira radicada nos Estados Unidos fez seu pós-doutorado com Victor Nussenzweig, na Universidade de Nova York, e foi professora e pesquisadora na Universidade de Yale, antes de se transferir para a Universidade de Maryland.
Mortara realizou estágio no laboratório de Andrews, com apoio da FAPESP, por meio do Projeto Temático Estudos moleculares do Trypanosoma cruzi e de sua interação com células e fatores do hospedeiro in vitro e in vivo, coordenado por José Franco da Silveira Filho, também da Unifesp.
Enquanto Mortara desenvolve estudos sobre a invasão celular pelo parasita, Andrews tem dado atenção especial aos estudos sobre o reparo da membrana plasmática de células eucarióticas. Segundo Mortara, Fernandes conseguiu, em seu trabalho, demonstrar o encontro dessas duas importantes vias biológicas: a invasão celular pelo parasita e o reparo de membrana.
“O artigo teve grande repercussão porque demonstrou que o Trypanosoma cruzi é mais um microrganismo capaz de explorar um mecanismo constitutivo da célula hospedeira, além de descrever detalhadamente o mecanismo que o parasita utiliza para isso”, disse Mortara à Agência FAPESP.
O laboratório de Andrews já havia desenvolvido estudos sobre as funções dos lisossomos – organelas celulares responsáveis por degradar partículas provenientes do meio extracelular – no reparo de membranas. Segundo Mortara, já se sabia que, quando a membrana da célula sofre um dano, os lisossomos são recrutados e liberam seu conteúdo, que se funde com a membrana, reparando a lesão.
“O grupo de Maryland observou recentemente que esse mecanismo de reparo tem duas etapas. Quando o lisossomo se funde com a membrana, a célula continua ainda com uma ruptura. Então, uma parte da membrana é internalizada pela célula, incorporando a lesão. A ruptura é englobada por essa espécie de ‘bolha’, passando para o interior da célula, preservando as propriedades da membrana”, explicou. 
Fernandes juntou o conhecimento sobre a invasão do parasita e o reparo da membrana. A pesquisadora observou que o parasita provoca danos na membrana, induzindo todo o processo de internalização da lesão. “Como o parasita permanece próximo à lesão, o processo acaba levando-o para o interior da célula”, contou Mortara.
Quando o parasita danifica a membrana, o dano não promove diretamente sua entrada no citoplasma. Mas desencadeia a mobilização dos lisossomos, que, além de liberar seu conteúdo para a superfície da célula, liberam também a enzima lisossomal esfingomielinase ácida (ASMase), dependente de cálcio.
“O estudo mostrou que as células com ASM reduzida são resistentes à infecção e que tratar as células com enzimas extracelulares é suficiente para promover a entrada do parasita. O aumento de ASM estimula a endocitose, dando ao parasita a chance para entrar na célula”, explicou.
Segundo o estudo, o uso do mecanismo de reparo da membrana pelo Trypanosoma cruzi pode ajudar a explicar por que esses parasitas tendem a infectar músculos lisos e cardiomiócitos – tecidos nos quais os mecanismos de reparo são especialmente ativos.
O artigo Trypanosoma cruzi subverts the sphingomyelinase-mediated plasma membrane repair pathway for cell invasion (doi:10.1084/jem.20102518), de Maria Cecília Fernandes e outros, pode ser lido por assinantes da Journal of Experimental Medicine em jem.rupress.org/content/early/2011/04/27/jem.20102518.abstract.
(Fonte: Fábio de Castro -  http://agencia.fapesp.br/14098)

"ESCREVA PARA PARAR" (txt2stop)

SE O ZÉ PODE, VOCÊ TAMBÉM PODE PARAR DE FUMAR!
 As pessoas que querem parar de fumar têm duas vezes mais chances de ter sucesso e abandonar o vício quando recebem mensagens de texto em seus telefones celulares para encorajá-las, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira na revista médica "The Lancet".
Médicos britânicos recrutaram 5.800 fumantes e os separaram, aleatoriamente, em dois grupos: um que recebeu mensagens de SMS elaboradas especialmente e outro de controle.
O primeiro grupo recebeu cinco mensagens por dia nas primeiras cinco semanas e depois três por semana nos seis meses seguintes.
As mensagens --desenvolvidas com a ajuda de outros fumantes-- traziam conselhos como tirar as preocupações da cabeça enquanto se está parando de fumar e encorajavam os participantes a perseverar.
"É isso aí! - Dia de largar o vício, jogue fora todos os seus cigarros" foi uma das mensagens recebidas pelas pessoas no dia em que decidiram deixar o vício. "Hoje é o começo da liberdade para sempre, você consegue!" foi outra.
Os voluntários deste grupo também tiveram um sistema personalizado ao qual podiam recorrer em caso de necessidade, e pedir ajuda ao enviar as palavras "abstinência" ou "recaída".
Como resposta à primeira, receberam este tipo de mensagem: "As crises de abstinência duram menos de cinco minutos, em média. Para ajudá-lo a se distrair, tente beber algo em pequenos goles até a crise passar."
Em resposta ao texto "recaída", receberam a resposta: "Não se sinta mal ou culpado se você escorregou. Você fez muito ao parar por um tempo. Deslizes podem ser parte normal do processo de deixar o vício. Continue, você consegue!"
Comparativamente, os fumantes do grupo de controle receberam apenas mensagens brandas a cada quinzena, agradecendo-lhes por participar ou pedindo confirmação de detalhes de contato ou outras mensagens sem relação com o tabagismo.
TRATAMENTO DE BAIXO CUSTO
Durante o teste, voluntários dos dois grupos enviaram amostras de saliva por correio.
As amostras foram examinadas para detectar a presença de cotinina, um elemento químico presente no tabaco, para verificar se os voluntários ainda fumavam ou haviam deixado o vício.
Após seis meses, 10,7% das pessoas do grupo apoiado por mensagens de SMS permaneciam sem fumar, contra apenas 4,9% no grupo de controle. As taxas de sucesso foram similares em todas as idades e grupos sociais.
Para os cientistas, o teste, batizado de "txt2stop" (escreva para parar, em uma tradução literal), revelou uma ferramenta poderosa e de baixo custo para combater o tabagismo, e que pode ser adotada ao redor do mundo.
Em 2009, mais de dois terços da população mundial tinham telefone celular e 4,2 trilhões de mensagens de texto foram enviadas.
"As mensagens de texto são uma forma muito conveniente para apoiar os fumantes a abandonar o vício", disse Caroline Free, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, que conduziu o experimento.
"As pessoas compararam o 'txt2stop' a ter um 'amigo' a encorajá-las ou um 'anjo da guarda', pois as ajudou a resistir à tentação de fumar", acrescentou.
O 'txt2stop' é a última pesquisa sobre o uso de mensagens de texto via celular como ferramentas médicas.
Em um estudo publicado em novembro passado, pacientes infectados com o HIV no Quênia que receberam lembretes de texto sobre a ingestão diária de medicamentos para a Aids mostraram ser 12% mais propensos a aderir completamente ao tratamento do que seus pares de um grupo de controle que não receberam texto nenhum.
De acordo com dados apresentados no estudo, o tabagismo mata mais de cinco milhões de pessoas por ano e dois em cada três fumantes britânicos afirmam que em algum momento da vida pensaram em abandonar o vício.
Uma pesquisa anterior já tinha demonstrado que mensagens por SMS encorajam a abstinência, mas estas experiências duraram apenas seis semanas e não um semestre, como o estudo atual.
Além disso, no primeiro caso os resultados foram relatados pelos próprios voluntários e não checados em exames de laboratórios, como o atual. 
(]Fonte: France Presse - http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/936748-mensagens-de-sms-podem-ajudar-a-parar-de-fumar-revela-estudo.shtml)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

HIV e SAÚDE BUCAL

 Estátua de Emilio Ribas
Levantamento do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, aponta que 90% dos atendimentos realizados em seu serviço de odontologia são de pacientes que sofrem danos severos devido à falta de higiene bucal. A instituição atende pessoas com suspeita ou diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias, como Aids, leptospirose, meningite, hepatite, tuberculose, entre outras.
A rotina de um paciente com o vírus da Aids, por exemplo, requer muitos cuidados médicos. Além desses, eles devem prestar atenção redobrada à saúde bucal.
De acordo com Eliana Moutinho, dentista do Emílio Ribas, a partir da manifestação do vírus, os cuidados odontológicos vão além da prevenção de cáries, por exemplo. “Devido à imunidade frágil do paciente, em pouco tempo uma simples gengivite pode evoluir facilmente para uma periodontite, inflamação mais grave e agressiva”, explica.
Moutinho conta que o paciente soropositivo também está exposto a diversas infecções graves causadas por bactérias bucais, que se não tratadas a tempo podem ocasionar uma endocardite, inflamação das estruturas internas do coração, elevando o risco de ter uma insuficiência cardíaca.
Segundo ela, o acompanhamento odontológico de pacientes com Aids deve ser rigoroso e periódico, com consultas a cada três meses.
Mais informações: www.emilioribas.sp.gov.br  
(Fonte: http://agencia.fapesp.br/14084)

MELHOR QUE MORFINA

Terrance Snutch, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá).
Desenvolver um analgésico que seja efetivo como a morfina, mas que não provoque sedação nem efeitos colaterais, podendo ser aplicável até mesmo para dores crônicas por longos períodos de tempo. Esse é o objetivo central das pesquisas de Terrance Snutch, professor do Centro de Pesquisas do Cérebro da Universidade de British Columbia (Canadá).
Os alvos terapêuticos escolhidos por Snutch para essa tarefa são os canais de cálcio – “túneis” formados por proteínas nas membranas das células, que permitem o trânsito de íons de cálcio.
Há alguns anos, os cientistas descobriram que esses canais estão ligados às vias de sinalização da dor. A estratégia consiste em bloqueá-los, impedindo que o sinal da dor chegue ao cérebro. A nova droga bloqueadora de canais de cálcio deverá ser efetiva até em dores neuropáticas crônicas – as “dores-fantasma” que podem ser sentidas mesmo em membros amputados.
Especialista em neurobiologia molecular, Snutch estuda o tema há anos e foi o primeiro a descrever a base molecular para os canais de cálcio nos sistemas nervoso, endócrino e cardiovascular. Possui diversas patentes relacionadas a intervenções nos canais de cálcio.
Até agora, nenhuma droga tem os canais de cálcio como alvos diretos. Mas o laboratório de Snutch pretende mudar isso em breve. Depois de clonar pela primeira vez os genes que codificam os canais de cálcio de tipo N, em 1992, o cientista montou uma empresa spin off, em 1998, e conseguiu levantar recursos para os primeiros testes clínicos, a partir de 2004, com uma droga bloqueadora de canais de cálcio.
O pesquisador participou, na semana passada, em São Paulo, da 2nd São Paulo School of Translational Science – Molecular Medicine (2ª Escola São Paulo de Ciência Translacional – Medicina molecular), realizada pelo Hospital A.C. Camargo. O curso integra a modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) da FAPESP. Leia a seguir trechos da entrevista concedida por Snutch à Agência FAPESP.
Agência FAPESP Quais são os principais problemas com as drogas para dor atualmente disponíveis no mercado?
Terrance Snutch – Elas não funcionam bem o bastante para as dores crônicas neuropáticas. Esse tipo de dor é o principal problema. Drogas como a pregabalina e a gabapentina são amplamente usadas, mas só funcionam para cerca de 40% dos pacientes. Para os outros, não fazem o efeito desejado.
Agência FAPESP – O que caracteriza a dor neuropática crônica?
Snutch – A dor neuropática crônica é definida como uma dor para a qual não há ferimento definido. É proveniente de algum problema no próprio sistema nervoso.
Agência FAPESP – Esse tipo de dor tem origem no próprio cérebro?
Snutch – No cérebro ou nos nervos que não são acionados corretamente e disparam quando não deveriam. O fato é que não é causada por um ferimento. Ela existe porque algo está errado no sistema nervoso e desencadeia a sinalização de dor. Por definição, é uma dor para a qual não há ferimento definido e que, mesmo assim, dura seis meses ou mais. Isso a torna bem diferente da dor aguda, que tem origem determinada e dura menos.
Agência FAPESP – Não existem drogas eficientes para esse tipo de dor?
Snutch – Temos drogas muito pouco efetivas. Para dores agudas muito fortes – quando se tem um osso quebrado, ou uma situação após uma cirurgia, por exemplo – temos drogas como a morfina ou a hidromorfona, que são opioides muito fortes. Mas não se pode tomar esses opioides para dores de longo prazo.
Agência FAPESP – Por quê? Eles podem viciar?
Snutch – Eles causam diferentes problemas, além de viciar propriamente. Especialmente pelo fato de que a dose precisa ser cada vez maior, pois a mesma dose se torna cada vez menos efetiva. Ao aumentar a dose, aumentam também os efeitos colaterais. Os opioides causam depressão respiratória. Isto é, eles afetam a parte do cérebro que controla a respiração e, se a dose for muito alta, você pode parar de respirar. Causam também constipação muito severa. A combinação do efeito das altas doses – causadas pela resposta tolerante – e dos efeitos colaterais impede que as pessoas tolerem por muito tempo.
Agência FAPESP – E quanto às outras drogas que o senhor mencionou?
Snutch – As outras disponíveis, como pregabalina e gabapentina, só funcionam parcialmente. Ambas têm eficiência estimada em cerca de 40% dos casos de pacientes de dor neuropática crônica. Os outros não têm um alívio da dor. Por isso, há necessidade de novas drogas trabalhando com novos mecanismos.
Agência FAPESP – Então vocês começaram a trabalhar com as alternativas baseadas nos canais de cálcio. Quando foi descoberto que eles estão envolvidos em vias de sinalização da dor?
Snutch – Sim. A sinalização da dor é altamente dependente dos processos relacionados aos canais de cálcio. Primeiro começamos a trabalhar com um canal específico: o canal de cálcio tipo N.
Agência FAPESP – Como é o mecanismo?
Snutch – Para que você sinta dor, é preciso que alguém estimule os receptores que estão na pele e nos músculos, sensíveis ao toque. Esse estímulo gera um sinal elétrico que é enviado da pele para a medula espinhal, até o cérebro e volta até o local tocado. O que ocorre quando se tem dor é que a estimulação atinge uma frequência muito alta nos mesmos neurônios, com o sinal indo para o cérebro. Os canais de cálcio tipo N controlam se o sinal chega ao cérebro ou não.
Agência FAPESP – O conceito então consiste em bloquear a dor antes que o estímulo chegue ao cérebro?
Snutch – Teoricamente, se o sinal na medula espinhal – onde estão os canais de cálcio tipo N – não chega ao cérebro, a pessoa não sente a dor. A ideia é que bloqueando esses canais, impedindo que o sinal atinja o cérebro, o paciente não sinta mais dor alguma.
Agência FAPESP – E quanto aos canais de cálcio do tipo T?
Snutch – Os canais de cálcio do tipo T não bloqueiam o sinal. Eles ajustam os limites da dor. Ao bloquear canal de tipo T, conseguimos aumentar o limite para dor, diminuindo a sua intensidade. No caso dos canais de tipo N, tentamos bloquear os sinais que vêm para o cérebro. Nesse caso dos canais de tipo T, tentamos modular a intensidade da dor.
Agência FAPESP – Esses analgésicos com base em canais de cálcio estão em testes clínicos?
Snutch – Sim, no caso da droga com alvo no canal de cálcio de tipo N estamos entrando na fase 3 dos testes clínicos. No caso do bloqueador de canais de cálcio de tipo T, estamos investigando compostos que modulam a sinalização da dor e já chegamos a uma droga que mostrou eficácia em modelos animais, tanto para dor aguda como crônica.
Agência FAPESP – Como foi o desenvolvimento da droga baseada em canais do tipo N?
Snutch – O canal de cálcio de tipo N foi clonado pela primeira vez em 1992. Depois disso, em 1998, montei a empresa para levantar recursos e desenvolver a droga. Em 2004, começaram os primeiros testes clínicos. Em 2011, estamos entrando na fase de testes em pacientes. Nos primeiros testes clínicos, utilizamos voluntários saudáveis e não portadores da dor crônica neuropática. Não houve nenhum tipo de efeito colateral sério e vamos agora para a última fase.
(Fonte: Por Fábio de Castro- Agência FAPESP - http://agencia.fapesp.br/14087)

ESTRESSE DE CIDADE GRANDE

Uma pesquisa realizada na Alemanha com jovens que cresceram ou vivem em cidades analisou quais áreas cerebrais estavam ligadas ao estresse. Os resultados podem fazer com que muitos tenham desejado nascer entre animais em alguma fazenda distante: os jovens que passaram sua infância na cidade grande têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver esquizofrenia.
Mesmo depois da maioridade, os problemas não param. Morar em cidades aumenta o risco de transtornos de ansiedade em 21% e de humor em 39%, comparado aos moradores de zonas não urbanizadas.
Se toda a população pudesse passar a infância no campo, a estimativa é de que a quantidade de pessoas com esquizofrenia seria 30% menor. Mas é claro, a região logo ficaria lotada e inabitável, com o padrão de vida atual.
Para descobrir como viver em cidades afetava o cérebro, os pesquisadores analisaram o cérebro de estudantes alemães submetidos a uma situação estressante. Os estudantes receberam um teste de matemática com apenas um terço das respostas possíveis de solução.
O programa indicava que os estudantes tinham tido uma performance pior do que qualquer outro e os pesquisadores os pressionavam dizendo a eles o quanto era importante um bom desempenho no teste.
Durante essa estressante tarefa, os estudantes que estavam vivendo em cidades mostraram um aumento da atividade em uma região do córtex cingulado anterior pregenual. Os que passaram sua infância no campo – independentemente de onde viviam atualmente – tiveram um aumento da atividade na amígdala.
Essa diferença foi bastante específica, já que essas duas áreas do cérebro são independentes. Mas elas estão ligadas, formando um circuito. As duas regiões cerebrais são as responsáveis pela regulação do estresse no cérebro, ajudando no processo de ameaças ao corpo e na regulação do temperamento emocional.
Embora nem todos possam passar a infância longe da cidade grande, pesquisadores esperam encontrar respostas sobre como as zonas urbanas afetam a atividade cerebral. Fatores como a quantidade de espaço verde disponível, os tipos de pessoas e cultura da região podem ser determinantes. Isso pode auxiliar na construção de cidades planejadas para serem menos estressantes no futuro. [LiveScience]
(Fonte: Stephanie D'Ornelas - 
http://hypescience.com/infancia-muito-urbana-pode-gerar-pessoas-estressadas/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29)

CÉREBRO DE IDOSOS: descrição inédita na literatura

Pesquisa realizada no Laboratório de Sinalização Celular (Labsincel), da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, revela que algumas áreas do cérebro de pacientes obesos – sobretudo o hipotálamo, região envolvida no controle da fome e do gasto energético –, apresentam padrões distintos de funcionamento se comparadas às de indivíduos magros.
Os resultados, referentes à pesquisa de doutoramento da aluna Simone van de Sande-Lee, foram publicados na conceituada revista norte-americana Diabetes. A descrição é inédita na literatura. O estudo foi realizado sob a orientação do professor Lício Augusto Velloso, do Departamento de Clínica Médica, e coorientado pelos docentes Fernando Cendes e Li Li Min, do Departamento de Neurologia.
Até algum tempo atrás, não se pensava em cérebro quando se falava em obesidade. Mas, nos últimos 15 anos, as pesquisas vêm mostrando que os caminhos que levam ao desenvolvimento da doença são, na verdade, bem mais complexos do que se imaginava e que, neles, o sistema nervoso central tem um papel fundamental.
“O nosso conhecimento a esse respeito cresceu de tal forma que hoje nós acreditamos que a obesidade decorra, principalmente, de algum erro no processamento de informações que chegam ao sistema nervoso central”, explica Velloso.
Um dos hormônios centrais nesse processo é a leptina, produzido no tecido adiposo, e responsável por levar ao Sistema Nervoso Central a informação sobre a quantidade de energia que está sendo estocada. Quando essa comunicação fica comprometida, torna-se cada vez mais difícil controlar a ingestão de alimentos e o gasto de energia.
Segundo o pesquisador, entender que o cérebro passa a responder inadequadamente à leptina, tornando-se resistente a ela, porque ele está de certa forma lesado por uma inflamação, foi um avanço importante.
“E essa inflamação é causada, principalmente, por um dos componentes da nossa alimentação: os ácidos graxos saturados, ou seja, as gorduras saturadas encontradas, por exemplo, na carne vermelha e no leite”, destaca, relembrando estudos anteriores do laboratório que abriram novas frentes de análise para os estudos na área.
Texto completo: acessar http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2011/ju499_pag3.php

Publicação Simone van de Sande-Lee, Fabrício R. S. Pereira, Dennys E. Cintra, Paula T. Fernandes, Adilson R. Cardoso, Célia R. Garlipp, Eliton A. Chaim, Jose C. Pareja, Bruno Geloneze, Li Min Li, Fernando Cendes, Licio A. Velloso. “Partial reversibility of hypothalamic dysfunction and changes in brain activity following body mass reduction in obese subjects”. Diabetes 60: 1699, 2011.
Financiamento: Fapesp
(FONTE:  CRISTIANE PAIÃO - Especial para o JU - Jornal da Unicamp 499)

NOVO PROCESSO PARA REMOÇÃO DE ENDOTOXINAS DE FÁRMACOS

SINGELA HOMENAGEM A JOVENS PROFISSIONAIS, COMO PAULA SENNA, QUE NÃO SE DEIXAM SEDUZIR PELA "EMPURROTERAPIA" e DIGNIFICAM A ÁREA EM QUE ATUAM!


Toxina pode causar choque, lesão tecidual e até morte de usuário da medicação
Processo desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP simplifica a remoção de toxinas que contaminam fármacos biotecnológicos, principalmente proteínas. O método criado pelos professores Adalberto Pessoa Junior e Carlota de Oliveira Rangel Yagui utiliza um tensoativo (detergente) para criar uma solução aquosa com duas fases distintas e separar as substâncias tóxicas das proteínas. A técnica reduz os custos envolvidos na remoção.
As endotoxinas são contaminantes que podem provocar choque, lesão tecidual e até mesmo morte dos pacientes que utilizam a medicação. “As proteínas são produzidas por microorganismos, o que leva a presença de bactérias nas soluções e a liberação das toxinas devido ao processo de morte celular”, diz a professora Carlota. “As técnicas tradicionais de remoção, como o uso de altas temperaturas (250 graus), podem destruir as proteínas levando à perda do fármaco”.
Os pesquisadores da FCF submeteram um homogeneizado celular contendo uma proteína de interesse farmacêutico, em presença de um tensoativo não iônico, a um pequeno aumento de temperatura (aproximadamente 30 graus). “O aumento da agitação térmica das moléculas de água leva à desidratação das micelas, que são agregados formados pelas moléculas de tensoativo”, descreve Carlota. “Forma-se então um sistema de duas fases aquosas, uma rica e outra pobre em micelas, criando ambientes distintos de acumulação e solubilização”.
As endotoxinas, devido às suas características químicas, interagem com o tensoativo e migram para a fase rica em micelas. “Ao mesmo tempo, as proteínas, devido ao seu tamanho, se deslocam para o ambiente pobre em tensoativo”, aponta a professora. “Desse modo, é completada uma etapa inicial de purificação”.
Remoção
Em condições experimentais, a remoção de endotoxinas chegou a 99%, um número considerado excelente para a fase inicial de separação. “No entanto, os níveis tolerados deste contaminante são ainda menores, medidos em unidades de endotoxinas (UE), pois quantidades muito pequenas já são capazes de provocar danos ao paciente”, ressalta Carlota.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o limite estabelecido de endotoxinas em preparações injetáveis para uso humano é de 5,0 UE por mililitro (ml). “Uma remoção mais completa necessitaria de outra etapa ou de passos sucessivos”, acrescenta a professora.
A técnica desenvolvida na FCF apresenta menores custos de execução. “Ela emprega somente tensoativo, água e adota temperaturas amenas”, observa a pesquisadora. “Outros processos utilizam componentes de alto custo, como as membranas de ultrafiltração e colunas cromatográficas”.
O processo elaborado pelos professores Adalberto Pessoa Junior, do Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica e Carlota de Oliveira Rangel Yagui, do Departamento de Farmácia da FCF, teve patente registrada por meio da Agência USP de Inovação. “A ampliação de escala é relativamente simples, mas seriam necessários novos estudos para a aplicação industrial do método”, conclui Carlota.
Mais informações: e-mail corangel@usp.br , com a professora Carlota de Oliveira Rangel Yagui
(Fonte: Júlio Bernardes - http://www.usp.br/agen/?p=62989)

terça-feira, 28 de junho de 2011

FUMO e GRAVIDEZ: prejuízo, na certa!

Fumo e gravidez: hábito da mãe na gestação pode
prejudicar a saúde cardíaca da criança.
Crianças nascidas de mães que fumaram durante a gravidez apresentam níveis mais baixos de colesterol HDL, também conhecido como o "colesterol bom”, o que pode elevar os riscos de infarto e AVC ao longo da vida, é o que sugere um novo estudo australiano.
Participaram do estudo 405 crianças saudáveis de 8 anos, constatando-se que aquelas cujas mães fumaram durante a gravidez apresentaram níveis de HDL em torno de 1.3 millimoles por litro (mmol/L), em comparação ao nível normal de 1.5 mmol/L das crianças nascidas de mães não fumantes. Ainda não se sabe como o tabagismo durante a gravidez diminui os níveis de HDL das crianças.
“Nossos resultados sugerem que o tabagismo materno “carimba” um conjunto de características nas crianças enquanto elas se desenvolvem no útero, o que pode mais tarde predispô-las a infartos e AVCs. Essa influencia ou efeito aparente dura pelo menos oito anos e provavelmente até mais tempo”, disse David Celermajer, professor de cardiologia da Universidade de Sydney, que conduziu o estudo.
A equipe liderada por Celermajer observou que os índices de tabagismo entre gestantes ainda são altos – em torno de 15% na maioria dos países ocidentais. Segundo o grupo, isso representa que as novas descobertas podem ser importantes em iniciativas de prevenção de doenças cardíacas.
Celermajer adverte que os filhos de mães que fumaram durante a gravidez deverão ser observados com cuidado especial quanto a outros fatores de risco coronário – como tabagismo, hipertensão e altos níveis de colesterol LDL, o “colesterol ruim”. O estudo foi publicado este mês no site do periódico European Heart Journal.
(Fonte: The New York Times - 28/06/2011 11:49 - Rede ACT)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

COMBATE AO MERCADO ILEGAL DE TABACO

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou recentemente que não considera prioritário o aumento de preços dos cigarros no país, pois, segundo ele, não adianta mexer no preço sem medidas fortes de combate à pirataria. O comércio ilegal levaria os brasileiros com menos recursos a encontrar o produto mais barato e com embalagens sem normas de advertência.O Banco Mundial, depois de diversos estudos, recomendou que a proporção do imposto sobre o preço final do cigarro seja entre 2/3 (67%) e 4/5 (80%). A Organização Mundial da Saúde recomenda que o imposto exclusivo sobre o cigarro (em nosso caso, o Imposto sobre Produtos Industrializados) seja de aproximadamente 70% do preço final. O Brasil tem uma proporção em torno de 60% de carga tributária total e de 26% de IPI sobre o cigarro mais vendido, inferiores aos países com renda média semelhante, como Chile, Uruguai e México. O país ainda diminuiu a carga tributária sobre o fumante nos primeiros anos da década passada, quando comparada com os anos 90, enquanto os consumidores dos demais produtos sofreram aumento da pressão tributária.Deve-se lembrar que a Convenção-Quadro para o Controle do Tabagismo, que o país aprovou, estabelece, no seu artigo 6, que as políticas tributárias são eficazes para reduzir o consumo. Já o artigo 15 assinala um conjunto amplo de iniciativas que os países devem realizar para controlar o mercado ilegal. A CQCT não subordina a política de impostos e preços ao controle do comercio ilícito de produtos de tabaco. São duas políticas diferentes, que devem caminhar juntas, mas não subordinadas nem condicionadas.
Na realidade, até a entrevista do ministro da Saúde, quem argumentava publicamente propondo a subordinação das políticas de preços e impostos ao controle do mercado ilegal era a indústria de tabaco. Talvez seja bom relembrar que as empresas de tabaco legalmente estabelecidas no Brasil contribuíram para criar o mercado ilegal na fronteira brasileira-paraguaia, exportando até dez vezes o consumo anual do país vizinho. Depois disso, criou-se a cadeia logística para acessar e transportar ao território brasileiro o estoque exportado ao Paraguai.Essas atividades de exportação e reintrodução ilegal no território brasileiro foram funcionais para convencer as autoridades econômicas brasileiras a subordinar a política impositiva e a reduzir a carga tributária sobre o fumante a partir de 1999, em contradição com a política macrofiscal e de controle do tabagismo no país. A experiência recente das consultas públicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária mostra que o argumento do mercado ilegal é sempre funcional para se opor às políticas de saúde pública de controle e regulação dos produtos de tabaco.
Quando há mecanismos de oferta ileg al de cigarros já instalados, como hoje no Brasil, manter a carga tributária baixa sobre o produto legal não é o instrumento adequado, já que ela atua sobre duas variáveis da demanda de produtos ilegais — preço relativo legal/ilegal e renda disponível/preço do cigarro.Uma vez instalado o mercado ilegal, a questão é reduzir os incentivos de oferta e distribuição, ou seja, a combinação de ganhos e riscos dessa atividade, reprimindo a produção, que é o ponto mais concentrado da cadeia de oferta, e aumentando os riscos da logística de transporte.
O artigo 15 recomenda acordos subrregionais e regionais. O Brasil melhorou o controle de suas fronteiras, mas ainda existem debilidades de todo tipo. O país precisa avançar na cooperação regional, pois permitiria fortalecer a administração e fiscalização no Paraguai, onde se concentra a produção do mercado ilegal, controlar a produção e movimento de produtos, intercambiar informações e cooperar nas investigações e no processo penal.
É necessário que o combate ao mercado ilegal se traduza em melhor diagnóstico da situação, esforços de coordenação intragovernamentais, impulsionados pelo Ministério da Saúde, e compreensão de que a negociação bilateral ou regional para controlar a oferta ilegal na região é o caminho mais eficiente e eficaz de reduzir o comércio ilegal no Brasil.
(Fonte: texto de  ROBERTO IGLESIAS - Economista, consultor da Aliança de Controle do Tabagismo -      www.correiobraziliense.com.br - 27jun.2011 - REDE ACT)

domingo, 26 de junho de 2011

CAMPEONATO DE CHEIRAR TABACO


ÊEEEEEEÊ! BICHO ESPERTO!
Da Reuters
Pessoas enfiam tabaco nas narinas durante o campeonato alemão que dá prêmio para quem cheirar mais tabaco em Kucha, perto de Nuremberg  (Foto: Reuters)Pessoas enfiam tabaco nas narinas durante o campeonato alemão. Os partcipantes recebem cinco gramas do produto e ganha quem cheirar a maior quantidade em até um minuto. Campeonato é realizado em Kucha, perto de Nuremberg (Foto: Reuters)
Waltraud Leitner é fotografada depois de encher de tabaco suas narinas durante o campeonato (Foto: Reuters)Waltraud Leitner é fotografada depois de encher de tabaco suas narinas durante o campeonato (Foto: Reuters)                   OLHA QUE COISINHA MAIS LINDA DO PAPAI!(Fonte: REUTERS)

DIABETES: mais de 350 milhões de casos no mundo todo atualmente

NÚMERO DE CASOS DE DIABETES CRESCEU!
 ASSUSTADORAMENTE!
Um estudo internacional revelou que mais de 350 milhões de pessoas no mundo têm diabetes agora.
A análise, publicada online pela revista científica Lancet, no sábado, acrescenta várias dezenas de milhões à estimativa anterior do número de diabéticos e indica que a doença tornou-se um grande problema de saúde global.Diabéticos têm controle de açúcar no sangue inadequado, uma condição que pode levar a doenças cardíacas e derrames, bem como danos aos rins, nervos e à retina. Cerca de três milhões de mortes por ano são atribuídas ao diabetes e às respectivas condições em que os níveis de açúcar no sangue estão desordenados.
O aumento dramático e perturbador para as nações em desenvolvimento foi atribuído pelos cientistas à disseminação de uma dieta de estilo ocidental, que vem causando aumento dos níveis de obesidade. Pesquisadores também afirmam que a expectativa de vida aumentada está a desempenhar um papel importante.
Tipo 2 é o tipo mais comum de diabetes, que representa cerca de 85-95% dos casos, e é muitas vezes ligado à obesidade. Ele se desenvolve quando o organismo não consegue produzir insulina suficiente para quebrar a glicose, aumentando os níveis de açúcar no sangue. Diabetes tipo 1 é uma distinta doença auto-imune."Diabetes é uma das maiores causas de mortalidade no mundo, e nosso estudo mostrou que é cada vez mais comum em quase toda parte. Está definido que se tornará a maior carga para os sistemas de cuidados de saúde mundial", disse ao Observer o Professor Majid Ezzatim, do Imperial College de Londres, um dos principais autores do estudo. "Muitas nações vão achar muito difícil lidar com as conseqüências."
Este ponto foi apoiado por Martin Tobias do ministério da saúde na Nova Zelândia em um editorial de acompanhamento do Lancet. Como ele afirma, "não há rede de vigilância em todo o mundo para o diabetes como existe para as doenças transmissíveis como a gripe". Dado o aumento inexorável em número de casos que está ocorrendo agora, haveria de ter agora uma "necessidade urgente" para se estabelecer um acompanhamento adequado da doença, acrescentou.O estudo - financiado pela Organização Mundial de Saúde e a F undação Gates - analisou o sangue de 2,7 milhões de participantes com idades entre 25 e mais de todo o mundo durante um período de três anos. Os médicos mediram os níveis de glicose no sangue, depois de jejuar por 12 a 14 horas – o nível de açúcar no sangue sobe após uma refeição.
Se o níveis de glicose ficaram abaixo de 5,6 milimoles por litro, os participantes foram considerados saudáveis. Se a leitura superou 7, foram diagnosticados como tendo diabetes, enquanto que um resultado que variou entre 5,6 e 7 indicou que uma pessoa estava em um estado pré-diabético. Essencialmente, o estudo constatou que o nível médio global de glicose medido dessa forma tinha aumentado para os homens e mulheres.
A equipe então usou métodos estatísticos avançados para estimar as taxas de prevalência entre os participantes. Estimou-se que o número de adultos com diabetes foi 347 milhões, mais que o dobro dos 153 milhões estimados em 1980, e consideravelmente maior ainda do que um estudo de 2009 que colocou o número em 285 milhões. "Nós não estamos dizendo que o estudo prévio foi um mau estudo", disse Ezzati. "É correto que nós refinamos os nossos métodos um pouco mais."
Em termos percentuais, a prevalência de diabéticos em todo o mundo adulto do sexo masculino aumentou de 8,3% para 9,8% nesse período e no de fêmeas adultas houve aumento de 7,5% para 9,2%. Quanto às causas, o atributo da equipe foi de 70% ao envelhecimento e 30% para o aumento da prevalência de outros fatores, sendo a obesidade e massa corporal os mais importantes.
"Diabetes é uma condição que está ligada à incapacidade a longo prazo e precisamos monitorar como está se espalhando com muito cuidado ou enfrentar as conseqüências."O artigo da Lancet vem depois que cientistas disseram que o diabetes tipo 2 pode ser revertido em menos de sete dias se os diabéticos fizerem uma dieta radical. Adesão a uma restrita dieta de 600 calorias por dia-dia faz com que os níveis de gordura no pâncreas caiam, restaurando a sua função normal. Professor Roy Taylor, da Universidade de Newcastle, chamou a descoberta de uma "mudança radical" na compreensão do diabetes tipo 2.
(+ Este artigo foi alterado no sábado, 25 de junho, para deixar clara a distinção entre o diabetes tipo 2, que representa entre 85-95% dos casos e que tem sido associado ao estilo de vida, e o diabetes tipo 1, que é uma distinta doença auto-imune.)
(Fonte: 

sábado, 25 de junho de 2011

TRANSFERÊNCIA AUTÓLOGA DE NÓDULO LINFÁTICO VASCULARIZADO

Alguns dos melhores cirurgiões plásticos dos EUA se reuniram em Manhattan, no mês passado, para observar uma operação experimental que pode curar o linfedema, complicação séria no tratamento do câncer de mama.
Enquanto alguns cirurgiões se aglomeravam em uma sala de Nova York, outros assistiam à transmissão ao vivo do vídeo de Corine Becker, médica francesa pioneira na técnica. Ela recolhe gânglios linfáticos da virilha do paciente e os transplanta para as axilas, de onde tinham sido removidos mais cedo durante o tratamento do câncer.
Becker alerta que extrair muito tecido pode machucar o paciente e até causar linfedema em outro membro.
Esse procedimento inovador --chamado de transferência autóloga de nódulo linfático vascularizado-- é usado para tratar o linfedema, efeito colateral comum do tratamento do câncer de mama.
Acredita-se que a remoção dos nódulos linfáticos debaixo dos braços, o mais próximo da área afetada, é capaz de deter o avanço do câncer.
Novas pesquisas, no entanto, sugerem que esse procedimento pode ser evitado em muitos casos. A perda de nódulos linfáticos normalmente leva a inchaços e dores crônicas no braço.
Na nova cirurgia experimental, os nódulos linfáticos que faltam são substituídos com outros, transplantados de outras partes do corpo. Se tudo sair como o esperado, os novos linfonodos ficam "em casa", começando a filtrar resíduos e drenar fluidos que se acumularam no braço.
Apesar disso, a operação é controversa e tem riscos. Embora tenha sido registrada a cura de alguns pacientes e a melhora de muitos outros, ela é pouco realizada.
Até seus defensores propõem que ela deva ser reservada a pacientes que não respondem ao tratamento convencional.
O primeiro teste clínico da técnica está sendo realizado agora em Nova York. Apesar da ausência de dados conclusivos sobre o sucesso, a demanda pelo procedimento certamente irá crescer.
Alguns estudos sugerem que o linfedema se desenvolva, dentro de cinco anos, em até 40% das mulheres que
se submetem à cirurgia contra câncer de mama.
(Fonte: The New York Times - http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/933473-cirurgia-repoe-nodulos-linfaticos-retirados-de-axilas.shtml)

AH! SE A MODA PEGA! Prevenção de câncer de intestino

Angelita Gama, primeira mulher titular em cirurgia da USP, é conhecida como uma das maiores especialistas em câncer de intestino do mundo. Hoje, mantém uma rotina de três dias por semana dedicados integralmente à cirurgia. Mas não opera à toa.

Ze Carlos Barretta/Folhapress
A médica paraense Angelita Gama em seu consultório
A médica paraense Angelita Gama em seu consultório
A médica paraense, nascida na ilha de Marajó, desenvolveu um método que combina radioterapia e quimioterapia e substitui os tratamentos mais invasivos.
No caso do câncer de intestino, evitar o bisturi significa qualidade de vida: parte dos operados sofre de problemas como incontinência fecal.
A trajetória acadêmica rendeu recentemente à especialista o prêmio da categoria medicina da Fundação Conrado Wessel, criada pelo testamento do empresário de mesmo nome, que homenageia grandes nomes da ciência, arte e cultura.
EXAME DE ROTINA
Um dos esforços pessoais de Gama é tornar os exames de detecção do câncer de intestino mais comuns na rotina dos médicos.
De acordo com ela, ainda não é comum no Brasil que seja solicitado aos pacientes o exame de sangue oculto nas fezes ou colonoscopia (endoscopia que permite a visualização do interior do cólon).
"A anemia em adultos, por exemplo, pode ser um sintoma de câncer de intestino. Poucos médicos fazem essa associação", diz Gama.
O câncer de intestino, que afeta 28 mil brasileiros por ano e já é uma das principais causas de morte de mulheres na região Sudeste, depois do câncer de mama, pode ser evitado com exames preventivos e com boa alimentação.
Mas, de acordo com Gama, "concorrer" com dengue e malária é difícil, já que o país ainda é carente no tratamento de doenças tropicais.
"A quantidade de pacientes com câncer de intestino deve aumentar no futuro. As pessoas estão se alimentando muito mal. Há corantes em tudo, desde a mamadeira."
O trabalho de conscientização de Gama incluiu até a criação de uma associação em 2004, a Abrapreci (Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino).
Entre as atividades, mantidas com dinheiro privado, está o "intestinão", como Gama gosta de chamá-lo.
'INTESTINÃO'
É uma réplica gigante de um intestino que permite que o visitante visualize pólipos ("calombos" na parede intestinal), doença inflamatória e câncer nas paredes do órgão.
"Toda vez que o 'intestinão' viaja, leva conhecimento. Já tivemos mais de 100 mil visitantes", explica.
Hoje, há um exemplar do "intestinão" no Catavento Cultural e Educacional, uma espécie de museu de ciências que fica em São Paulo.
"Quando a gente opera um doente, cuidamos de um por um. Mas quando fazemos um trabalho preventivo amplo, o alcance é muito maior."
A sala do consultório da cirurgiã da Faculdade de Medicina da USP é repleta de mimos. Um dos que ela mais gosta é uma miniatura de gato de cristal com um colar que imita pérolas -item fundamental da sua vestimenta.
"Ganhei de um paciente", diz a médica. Ele teve câncer de intestino recentemente e foi operado por Gama.
"Sou amiga dos meus pacientes. Saio para jantar com eles e com meu marido." 
(Fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/934437-cirurgia-destaca-se-pela-prevencao-do-cancer-de-intestino.shtml)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

DIABETES TIPO 2 e DIETA DE BAIXA CALORIA

PESQUISADORES CONSTATARAM QUE NÍVEL DO AÇUCAR NO SANGUE DE
 TODOS OS PARTICIPANTES TINHA RETORNADO AO NORMAL EM UMA SEMANA
Uma dieta de 600 calorias por dia durante oito semanas pode reverter a diabetes tipo 2 em pessoas recém-diagnosticadas com a doença, diz um estudo na área de Diabetologia.
Pesquisadores da Universidade de Newcastle encontraram que a dieta de baixa caloria reduziu os níveis de gordura no fígado e pâncreas,  oque ajudou a voltar ao normal a produção de insulina.Sete em cada 11 pessoas estudadas estavam livres do diabetes três meses depois, dizem as descobertas publicadas. São necessárias mais pesquisas para ver se a reversão é permanente, dizem os especialistas.
O Diabetes tipo 2 afeta 2,5 milhões de pessoas no Reino Unido. Ela se desenvolve quando a insulina produzida pelo corpo não é suficiente ou a insulina que é produzida pelo corpo não funciona corretamente. Quando isso acontece, a glicose - um tipo de açúcar - se acumula no sangue em vez de ser dividida em energia ou combustível que o corpo necessita.
Os 11 participantes do estudo foram diagnosticados com diabetes tipo 2 nos últimos quatro anos. Eles cortaram drasticamente sua ingestão de alimentos durante dois meses, comendo só vegetais sem amido e uma dieta líquida.Perda de gordura  Após uma semana da dieta, os pesquisadores descobriram que os níveis de açúcar no sangue pré-breakfast de todos os participantes tinham voltado ao normal. Exames de ressonância magnética de seus pâncreas também revelaram que os níveis de gordura no órgão tinha diminuído de cerca de 8% - um nível elevado - a um nível mais normal de 6%.Três meses após o final da dieta, quando os participantes tinham voltado a comer normalmente e receberam conselhos sobre alimentação saudável e tamanho da porção, a maioria já não sofreu com a condição.
Professor Roy Taylor, diretor do Centro de Newcastle de Ressonância Magnética da Universidade de Newcastle e autor do estudo, disse que não estava sugerindo que as pessoas devam seguir a dieta. "Esta dieta foi utilizado para testar a hipótese que se as pessoas perderem peso substancial vão perder sua diabetes. Embora este estudo tenha envolvido pessoas diagnosticadas com diabetes nos últimos quatro anos, existe potencial para as pessoas com diabetes há mais tempo mudar as coisas também."
Questão susceptibilidade
Dra. Ee Lin Lim, também da equipe de pesquisa da Universidade de Newcastle, disse que embora fatores dietéticos já fossem conhecidos por terem impacto sobre a diabetes tipo 2, a pesquisa mostrou que a doença não tem de ser uma sentença perpétua."É fácil tomar uma pílula, mas é mais difícil mudar de estilo de vida para sempre. Pedir às pessoas para alterar seu peso realmente funciona", disse ela.No entanto, nem todos no estudo conseguiram ficar livre da diabetes."Tudo depende de quanto os indivíduos são suscetíveis ao diabetes. Precisamos descobrir por que algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras, então essas pessoas-alvo obesos. Não podemos saber as razões para que, neste estudo," disse o Dra. Lim.
Professor Edwin Gale, um especialista em diabetes da Universidade de Bristol, disse que o estudo não revelou nada de novo. "Nós já sabíamos que a fome é um bom remédio para diabetes. Se nós introduzirmos o racionamento amanhã, então poderemos livrar este país do diabetes"."Se você pode pegar as pessoas com diabetes no estágio inicial, enquanto as células beta ainda estão funcionando, então você pode atrasar o seu aparecimento, durante anos, mas você vai buscá-la mais cedo ou mais tarde, porque ela está no sistema."Mas Keith Frayn, professor de metabolismo humano na Universidade de Oxford, disse que o estudo de Newcastle foi importante.
"As pessoas que perdem grandes quantidades de peso após a cirurgia para alterar o tamanho do estômago ou de seu intestino, muitas vezes perdem a sua diabetes e já não precisam de tratamento. Este estudo mostra que um período de acentuada perda de peso pode produzir a reversão mesmo do diabetes tipo 2. Ele oferece uma grande esperança para muitas pessoas com diabetes, embora deva-se dizer que nem todos irão encontrar ser possível seguir a dieta extremamente baixa em calorias utilizadas neste estudo."
Dr. Iain Frame, diretor de pesquisa da organização britânica Diabetes UK, que financiou o estudo, disse que a dieta não é fácil de cumprir.
"Essa dieta drástica só deve ser realizada sob supervisão médica. Apesar de ser um teste muito pequeno, estamos ansiosos para resultados futuros e em particular para ver se a reversão permanecerá no longo prazo."
(Fonte: http://www.bbc.co.uk/news/health-13887909 - acesso em 24 jun.2011.)

APRENDIZAGEM ESPAÇADA


Esta descoberta sugere que as proteínas produzidas durante o aprendizado
desempenham um papel fundamental na formação das memórias de longo prazo.
 [Imagem: RIKEN]
Estudar e repousar
Há muito se sabe que as memórias são mais propensas a se manter se a aprendizagem incluir períodos regulares de repouso.
Por exemplo, cientistas e educadores sabem há muito tempo que estudar até a exaustão não é uma forma eficaz de se lembrar da matéria na hora da prova. O que não se sabia era por que ou como isso acontece.
Agora, pesquisadores do Instituto RIKEN, no Japão, elucidaram um mecanismo neurológico que ajuda a explicar por que isso acontece.
Consolidação da memória
Os resultados sugerem que a síntese de proteínas no cerebelo tem um papel fundamental na consolidação da memória, lançando luz sobre os processos neurológicos fundamentais que regem a memória.
O "efeito de espaçamento", descoberto pela primeira vez mais de um século atrás, descreve a observação de que os seres humanos e animais são capazes de lembrar as coisas de forma mais eficaz se o aprendizado estiver distribuído por um longo período de tempo, em vez de ser tentado de uma única vez.
Acredita-se que esse efeito esteja intimamente ligado ao processo de consolidação da memória, no qual as memórias de curto prazo são estabilizadas e "transformadas" em memórias de longo prazo.
Intervalos durante os estudos
Pesquisas anteriores sugeriram que este efeito de espaçamento é produto da transferência do traço de memória dos flóculos, uma região do córtex cerebelar que se liga ao núcleo motor envolvido no movimento dos olhos, para outra região do cérebro, conhecida como núcleo vestibular.
Em um estudo com animais, os pesquisadores japoneses descobriram que o efeito espaçamento foi anulado quando essa via de transferência foi inibida com drogas - anisomicina e actinomicina D, antibióticos que inibem a síntese protéica.
Esta descoberta sugere que as proteínas produzidas durante o aprendizado desempenham um papel fundamental na formação das memórias de longo prazo.
Esta é a primeira vez que se consegue uma explicação neurológica para os benefícios conhecidos da aprendizagem espaçada - bem como uma ótima desculpa para fazer mais intervalos durante os estudos.
(Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=intervalos-estudos-aprender-melhor&id=6630&nl=nlds)

DIABETES: NOVAS DESCOBERTAS

Uma das descobertas sinaliza novos tratamentos para a doença,
enquanto a segunda mostra uma via clara para adiar o surgimento da
doença em indivíduos na zona de risco.
[Imagem: Rodriguez-Diaz et al./Nature Medicine] 
Dois caminhos
Uma nova rota de sinalização que torna a célula beta liberadora de insulina mais sensível a altos níveis de glicose no sangue foi descoberta por pesquisadores da universidade sueca Instituto Karolinska.
Um segundo estudo, também inédito, revela um caminho possível para retardar a doença pela inibição de uma lipoproteína.
Acetilcolina
O primeiro estudo, publicado na revista Nature Medicine fornece novos insights sobre como as células beta reagem frente a concentrações elevadas de açúcar no sangue, que ocorrem, por exemplo, após uma refeição.
O estudo centrou-se na acetilcolina, um neurotransmissor chave na função da célula beta.
Embora a substância seja liberada pelos neurônios nos camundongos, os animais de laboratório mais utilizados nas pesquisas, o mecanismo humano não era claro até agora.
Estes novos resultados mostram que a acetilcolina no pâncreas humano é produzida pelas células alfa, que também produzem glucagon, o hormônio que aumenta os níveis de açúcar no sangue.
"O fato de que a acetilcolina tem um papel central a desempenhar na secreção eficaz da insulina em resposta a um aumento nos níveis de açúcar no sangue, e que agora entendemos como essa substância é liberada pelo pâncreas humano, torna esta via muito interessante do ponto de vista do tratamento do diabetes," diz o professor Per-Olof Berggren, coordenador da pesquisa.
Retardar o surgimento do diabetes
O segundo estudo, publicado na revista PNAS, também realizada pelos pesquisadores do Instituto Karolinska, apresenta um possível meio de retardar o surgimento do diabetes.
O diabetes tipo I coincide com altas concentrações da lipoproteína apolipoproteína CIII (Apo CIII) no sangue.
A equipe já demonstrou em ratos, que desenvolvem uma forma de diabetes tipo I semelhante à da espécie humana, que os níveis de Apo CIII sobem antes do início da doença, e que isso causa a morte das células beta produtoras de insulina.
Reduzindo a produção de Apo CIII, os pesquisadores conseguiram atrasar significativamente o aparecimento do diabetes - os ratos demoraram o dobro do tempo para desenvolver a doença.
A equipe conclui que um aumento nos níveis Apo CIII é um precursor significativo do diabetes.
Eles agora esperam que o início da doença possa ser adiado em indivíduos na zona de risco para diabetes tipo I, por meio da redução da concentração de Apo CIII em seu sangue.

DIABETES e ALTAS DOSES DE ESTATINAS

Meta-análise publicada no The Journal of the American Medical Association (JAMA) mostra que altas doses de estatinas podem aumentar o risco de diabetes mellitus, quando comparadas a doses moderadas da medicação.
Em 5 ensaios clínicos com estatinas, envolvendo cerca de 33.000 participantes e com duração média de um ano de seguimento, doses elevadas de estatina (80 mg/dia), foram associadas ao aumento de casos novos de diabetes mellitus, quando comparadas ao uso de doses moderadas desta medicação. Entretanto, doses elevadas de estatinas protegem mais contra eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e morte por doenças cardíacas) do que as doses moderadas.
Os pacientes em uso de estatinas devem ter sua glicemia monitorada pelo menos uma vez ao ano. Caso ela esteja elevada, eles devem receber a orientação e o tratamento adequados em cada caso. De acordo com os pesquisadores, apenas 20% dos pacientes em uso de estatinas precisam de doses elevadas. Já 80% usam doses moderadas do medicamento.
Os autores reconhecem algumas limitações da presente pesquisa e relatam que esta hipótese deve ser estudada com a continuidade de novos ensaios clínicos.
(Fonte: JAMA – The Journal of the American Medical Association – Volume 305, número 24 de 22/29 de junho de 2011
NEWS.MED.BR, 2011. Estatinas em doses altas podem aumentar o risco de diabetes mellitus, segundo artigo do JAMA. Disponível em: . Acesso em: 24 jun. 2011.)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

TERAPIA ANTITABAGISMO: ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA

Pesquisadores da UnB (Universidade de Brasília) estão testando uma nova técnica para diminuir o desejo pelo tabaco em pacientes fumantes: a estimulação transcraniana com corrente direta. A técnica tenta modular a parte do cérebro que sente falta dessa substância, para diminuir a vontade e o desejo que o tabagista tem de fumar. O objetivo é fazer testes com 60 pacientes e observar os resultados. A ETCD é uma técnica não-invasiva, aplicada sem anestesia. A parte do cérebro a ser estimulada recebe uma corrente elétrica baixa, que atravessa a pele e os ossos, gerando uma corrente que passa pelo crânio por 20 minutos. Como todo o funcionamento do cérebro ocorre por meio de correntes elétricas, a geração dessa nova corrente altera o funcionamento da região do córtex pré-frontal, modulando um grupo específico de neurônios que estão relacionados diretamente ao desejo de fumar para que o paciente não sinta o desejo pelo tabaco. Ao contrário do que parece, a estimulação magnética não provoca choques.
Este  tipo de pesquisa já vem sendo conduzida nos Estados Unidos há alguns anos. A ETCD funciona de forma difeente dos outros métodos mais populares, como os adesivos de nicotina. Nos adesivos, o tabagista tem a impressão de já ter ingerido a substância. Já na estimulação transcraniana o desejo e a necessidade de ingerir a substância diminuem. 
Se tiver interesse em fazer o tratamento pode entrar em contato com o Laboratório de Psiquiatria da UnB, de segunda a sexta de 8h às 12h, e das 14h às 17h pelo telefone (61) 3107-1978 ou pelo e-mail secretariapsiq@unb.br. São cinco sessões diárias, de segunda a sexta.
Veja abaixo os critérios de seleção para os pacientes:
01. Fumantes, de pelo menos 10 cigarros por dia, há no mínimo um ano;
02. Não estejam, no momento, em tratamento para o tabagismo (medicamentoso ou não). Pacientes que já fizeram tratamentos prévios estão aptos a fazer o teste;
3. Idade entre 18 e 65 anos;
4. Não poderá ser analfabeto;
05. Não poderá ser incapaz de entender substancialmente o projeto ao qual está se submetendo;
06. Não poderá estar grávida;
07. Não poderá ser portador de comorbidade importante que possa interferir no seguimento do projeto.

DIABETES: PÃO-NOSSO-DE-CADA-DIA

PÃO PARA DIABÉTICO, PÉ-VERMELHO
(MARINGÁ-PR)
(Foto: Fábio Dias-Gazeta do Povo)
O pão para diabéticos produzido pela pesquisadora Carla Manfrinato de Maringá foi reconhecido como alimento funcional pela Anvisa.
Produto é feito com uma fibra importada que inibe o aumento do nível de açúcar no sangue. Novidade, cujo preço é inferior ao do pão convencional, já está à venda e deve se popularizar.
O tradicional pão francês agora pode ser consumido também por diabéticos, que, até então, dependiam de pães integrais, que possuem mais fibras e não aumentam o nível de açúcar no sangue. A nutricionista, professora universitária e pesquisadora de Maringá Carla Manfrinato conseguiu desenvolver um pão especial para esse público.
A receita foi patenteada no fim do ano passado e o produto foi reconhecido como alimento funcional pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Minha ideia foi desenvolver um produto que ajude essas pessoas a ter uma vida mais saudável. Percebi que os diabéticos tinham vontade de consumir o pão francês, mas não podiam", diz a pesquisadora.
O pão para diabéticos está à venda em Maringá há aproximadamente 30 dias, por um preço inferior ao do pão convencional. "O objetivo é que este pão sempre esteja acessível para todas as classes sociais. Faz apenas 30 dias que comecei a fabricar e vendo o pão a R$ 5,90, o quilo. O pão francês convencional é vendido, em média, por R$ 7”, acrescenta.
Os ingredientes do pão especial para diabéticos são os mesmos do pão francês convencional, como farinha de trigo branca e fermento. O segredo está em uma fibra especial importada da Bélgica (cujo nome não pode ser revelado, para que seja preservado o segredo de patente) que ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue e não altera o sabor do pão.
“Essa fibra auxilia no controle da glicose sanguínea e, por isso, pode ser consumida por diabéticos, sem problema algum. Foram sete meses procurando essa fibra, que é natural”, explica Carla.
O pão é bem parecido com o pão francês convencional. As diferenças estão na coloração, que é mais branca; e no miolo, que é mais duro que o tradicional. O produto também pode ser consumido por quem não tem a doença. “Os benefícios para quem não tem diabetes também são interessantes, como a perda de peso, com a ajuda das fibras”.
Após dois anos de pesquisa, Carla Manfrinato enviou a pesquisa e as conclusões para um laboratório alimentício da Bélgica, que comprovou a eficácia dos resultados obtidos. A fabricação do produto foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em todo o Paraná.
Pesquisadora pretende vender a mistura para padarias
A pesquisadora Carla Manfrinato conseguiu autorização da Anvisa para vender também a mistura pronta para padarias e supermercados de Maringá. Com a mistura, o pão francês especial para diabéticos estará em todas as padarias da cidade que se interessarem pelo produto.
“Tenho a mistura pronta e a autorização para vender, mas preciso comprar alguns equipamentos para a comercialização. Como são equipamentos caros, ainda não sei quando vou começar a distribuir a mistura”, esclarece Carla.
Pão desperta curiosidade nos diabéticos de Maringá
O presidente da Associação dos Diabéticos de Maringá (Adim), Vercilene Rossi, conta que algumas pessoas da entidade conheceram e elogiaram o produto. “É uma descoberta muito importante para as pessoas que tem o diabetes, porque, atualmente, essas pessoas comem apenas o pão integral, que pode enjoar, com o tempo”.
A estudante Nathália Wismiewski Siqueira, 18 anos, que descobriu que tinha diabetes quando era criança, está ansiosa para experimentar a novidade. “Me alimento com pão francês convencional só de vez em quando. Não posso comer diariamente porque ele altera minha glicemia e até passo mal", conta.
"Se o pão francês especial for saboroso como o convencional, como já ouvi em alguns comentários, talvez eu passe a consumir diariamente. Quero experimentar”.
Pão francês é um vilão para diabéticos
A epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Maria Inês Schmidt disse, em entrevista recente à Gazeta do Povo, que o pão francês possui poucas fibras e mais carboidratos, o que se torna um perigo para os diabéticos.
“Não só o açúcar é perigoso. Alimentos processados, com menos fibras e mais carboidratos, como o pão e o arroz branco, e as gorduras, quando consumidas em excesso se tornam vilões da doença.”
Serviço
O pão francês especial para diabéticos pode ser degustado e comprado por R$ 5, o quilo, em Maringá, na Manfrinato Alimentos Especiais, que fica na Avenida Paranaguá, na Zona 7, em Maringá.