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sábado, 24 de outubro de 2015

TABAGISMO: MAIS UMA VÍTIMA CÉLEBRE!

Fumante compulsivo, holandês Johan Cruyff tem câncer de pulmão

Aos 68 anos, ex-meia é considerado um dos melhores da história do futebol

22/10/2015 - 12h23min
Fumante compulsivo, holandês Johan Cruyff tem câncer de pulmão JOSEP LAGO/AFP
Foto: JOSEP LAGO / AFP
O holandês Johan Cruyff, ídolo do Ajax e do Barcelona, um dos melhores jogadores da história do futebol, sofre de câncer de pulmão, anunciou a agência que representa o ex-atleta.
"Nas últimas semanas Johan Cruyff foi submetido a alguns exames médicos em um hospital de Barcelona. Teve diagnosticado um câncer de pulmão. Por respeito à privacidade de Johan e sua família e, como os exames ainda não terminaram, não divulgaremos mais informações no momento", afirma um comunicado assinado por sua representante, Carol Thate.
Cruyff, 68 anos, foi o capitão da seleção holandesa conhecida como "Laranja Mecânica" na Copa do Mundo de 1974, quando a equipe foi derrotada na final por 2-1 pela Alemanha depois de encantar o mundo com o que ficou conhecido como "futebol total".
Vencedor em três oportunidades do troféu Bola de Ouro (1971, 1973 e 1974), o meia conquistou nove campeonatos da Holanda e três Copas da Europa consecutivas com o Ajax. Também conquistou um título espanhol com o Barcelona. Como técnico, Cruyff comandou o Ajax e o Barcelona, em um período no qual o time espanhol era chamado de 'Dream Team', com quatro títulos consecutivos da Espanha e sua primeira Copa dos Campeões da Europa (1992).
Cruyff era um fumante compulsivo. Em parte do período que trabalhou como técnico era visto com um cigarro enquanto comandava seus times do banco de reservas. Também admitiu que fumava nos intervalos das partidas quando era jogador.
Mas 1991 o holandês abandonou o vício, depois de sofrer uma insuficiência coronariana aguda, que o levou a passar por uma cirurgia. Cruyff protagonizou há alguns anos uma campanha para o departamento de saúde regional da Catalunha.
— Em minha vida tive dois grandes vícios: fumar e jogar futebol. O futebol me deu tudo na vida, fumar quase me tira a vida — afirmou no anúncio.
*AFP

FONTE: http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/noticia/2015/10/fumante-compulsivo-holandes-johan-cruyff-tem-cancer-de-pulmao-4884097.html

sábado, 3 de outubro de 2015

FICAR DE PÉ: VANTAGENS

Não somos bípedes à toa
Novos estudos revelam que o hábito de ficar em pé traz inúmeros benefícios ao organismo — muitas vezes, até maiores do que uma caminhada

Por: Carolina Melo02/10/2015 às 21:57 - Atualizado em 02/10/2015 às 21:57
INSPIRAÇÃO – “Hemingway escreve de pé. Calçando um par de enormes mocassins”, descreveu a revista literária The Paris Review, em 1958(Torre Johnson/Magnum Photos/Latinstock)

Quantas horas por dia você passa em pé? Prepare-se para ouvir a pergunta de seu médico, se é que ela já não foi feita. Cada vez mais comum nos consultórios, das mais variadas especialidades, a singela indagação tem sido utilizada pelos profissionais como uma nova e promissora ferramenta de diagnóstico e tratamento. 
As modernas linhas de pesquisa na área da fisiologia têm revelado que o esforço natural do corpo para manter-se ereto faz bem à silhueta, previne doenças, melhora o desempenho intelectual e a memória. 
O mais recente estudo sobre o assunto, publicado na revista científica American Journal of Preventive Medicine, revelou ainda o impacto de pequenos movimentos feitos em pé na diminuição do risco de mortalidade. Os pesquisadores compararam os hábitos de 12 000 pessoas com idade entre 37 e 78 anos, ao longo de doze anos. Elas ficavam sentadas por cerca de sete horas. Muitas só deixavam a cadeira para realizar atividades essenciais, como ir ao banheiro e fazer as refeições. Outras tinham o hábito de se levantar para exe­cutar pequenas tarefas no próprio escritório. A conclusão: as pessoas que se mexiam menos correram um risco 30% maior de morrer em decorrência de doenças associadas ao sedentarismo, como as afecções cardiovasculares, em relação aos outros voluntários do estudo. Fala-se aqui de benefícios associados a movimentos extremamente rotineiros e comedidos, banais. É levantar-se para atender o celular. É dar alguns passos até a mesa do colega ao lado em vez de mandar uma mensagem pelo celular ou e-mail. É sair da mesa para tomar um café na máquina ali pertinho.
Os conhecimentos sobre os proveitos de gestos tão discretos têm se aprofundado a passos largos. Em junho, a revista científica British Journal of Sports Medicine publicou um estudo que ditava o tempo ideal para manter-se em pé em prol da saúde: duas horas por dia. Isso representa, ao longo de nove horas de trabalho, apenas treze minutos por hora. O ato de ficar em pé, e por tão pouco tempo, é suficiente para beneficiar várias estruturas do corpo. A tensão muscular necessária para manter o corpo ereto, em equilíbrio, facilita a absorção da glicose pelas células dos músculos com menor mediação de insulina, poupando o trabalho do pâncreas. Aumenta o consumo de oxigênio celular, melhorando o desempenho cardiovascular, por exemplo. Depois de duas horas, o corpo ereto queima 20% mais calorias em comparação ao sentado, independentemente de o tempo ser corrido ou fracionado (veja o quadro ao lado). Diz o fisiologista Paulo Zogaib, da Universidade Federal de São Paulo: "Pequenos gestos feitos em pé podem ter mais efeito no gasto calórico do que uma caminhada".
(VEJA.com/VEJA)

Na cola das descobertas médicas, surgem os primeiros recursos para estimular a postura ereta na rotina diária. O Apple Watch, o relógio da Apple, lançado em abril deste ano, tem um sistema para contabilizar o tempo que o usuário permanece em pé. Sim, apenas em pé. A ferramenta emite um alarme que avisa quando se está prestes a permanecer sentado por uma hora.
Há sinais de mudança também no mundo corporativo. Empresas de tecnologia, como o Facebook e o Google, começam a adotar mesas adaptadas para estimular a posição ereta entre seus funcionários. Batizadas de standing desks (mesas para ficar em pé, em tradução livre), elas podem ter a altura regulada de modo a ser possível trabalhar em pé. Na Escandinávia, cerca de 90% dos escritórios já oferecem essa opção.
Intuitivamente, o escritor americano Ernest Hemingway (1899-1961) dizia sentir-se mais disposto e concentrado escrevendo em pé. Em uma célebre entrevista com o escritor para a revista literária americana The Paris Review, em 1958, o jornalista George Plimpton descreveu o ambiente de trabalho de Hemingway durante o período em que este morou em Cuba: "Seguindo um hábito que adquiriu desde o começo, Hemingway escreve de pé. Calçando um par de enormes mocassins, pisando sobre uma pele já gasta de antílope, a máquina de escrever e a lousa se encontram à sua frente, na altura do tórax". Leonardo da Vinci e Winston Churchill também mantinham o hábito.
Sob o ponto de vista evolutivo, ficar em pé foi fundamental para a sobrevivência de espécies. Os primeiros bípedes surgiram há cerca de 6 milhões de anos, mas não conseguiam manter a postura ereta por muito tempo. Dois milhões de anos depois, porém, um acidente natural ocorrido na África, que modificou drasticamente a vegetação local, pode ter sido a causa do aparecimento dos bípedes mais resistentes. Uma seca transformou a floresta em savana. Sobreviveram os que se adaptaram ao terreno plano, com poucas árvores. Entre eles, o Australopithecus anamensis. 
Diz o neurocientista Renato Sabbatini, da Universidade Estadual de Campinas, estudioso do assunto: "Com o formato dos ossos das pernas e da pélvis mais adaptado, eles conseguiam manter a postura ereta, embora seu crânio, mandíbulas e dentes ainda fossem semelhantes aos de chimpanzés". A cabeça erguida facilitou uma visão aprimorada dos inimigos. Com o tempo, deflagrou-se a necessidade de utilizar as mãos para desenvolver ferramentas e carregar alimentos, o que serviu de estímulo aos neurônios. Foi assim que surgiu o Homo erectus, uma espécie já com o cérebro mais desenvolvido e maior capacidade de raciocínio e de locomoção por longas distâncias. A evolução é a prova irrefutável de que, embora o ser humano moderno queira - e goste de - conforto, ficar de pé por alguns minutos tem um impacto extraordinário na sua sobrevivência.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nao-somos-bipedes-a-toa