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quinta-feira, 28 de junho de 2012

TACTICAL PAD: PRELEÇÃO DESPORTIVA MAIS EFICIENTE

Ferramenta desenvolvida por engenheiros da computação da Unicamp, com apoio do programa PIPE-FAPESP, facilita preparação tática, simulações e análises de jogadas a
 partir de imagens de vídeo
Software substitui pranchetas para treinadores 
26/06/2012
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Em diversas regiões do Brasil treinadores de futebol estão abandonando suas velhas pranchetas para adotar uma alternativa mais eficiente em suas preleções: um software que permite trabalhar a preparação tática do time, estudar decisões estratégicas, realizar simulações e analisar jogadas a partir de imagens de vídeo.
A prancheta eletrônica para tablet, denominada Tactical Pad, foi desenvolvida e colocada no mercado pela ClanSoft, empresa spin off formada em 2009 pelos engenheiros da computação Pedro Henrique Borges de Almeida, Danilo Lacerda e Fernando Closs, todos ex-estudantes do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O projeto "Pesquisa e desenvolvimento de uma aplicação de apoio a esportes coletivos utilizando tablet PC" teve apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
De acordo com Almeida, o software, cuja versão atual é comercializada desde março de 2010, é utilizado por treinadores da maior parte das agremiações do interior de São Paulo – em especial nas categorias de base, mas também em alguns times profissionais, como o da Ponte Preta, de Campinas –, além de clubes como o Internacional (RS), o Bahia (BA) e o Figueirense (SC). O Tactical Pad também é usado pela seleção sub-21 de Portugal e pela seleção principal da Coreia do Sul.
Segundo Almeida, a ferramenta já foi testada por membros da comissão técnica dos times profissionais de Palmeiras e Corinthians e a partir de agora será adotada por todas as seleções de base da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Em 2009, Almeida fazia um mestrado em Ciência da Computação na Unicamp, sobre o uso de tablets para aplicações educacionais, quando Closs – que trabalhava com Lacerda no Instituto Venturus de Inovação Tecnológica – sugeriu que os três se unissem para desenvolver uma prancheta eletrônica. O trio passou a estudar o mercado e avaliar o nível de maturidade dos softwares já existentes para a mesma finalidade.
“Logo percebemos que os treinadores brasileiros não adotavam esse tipo de solução tecnológica. Conversando com alguns deles, percebemos a razão para essa rejeição: os softwares disponíveis eram difíceis de manusear, com interface confusa e funcionalidades incompletas. Notamos também que o uso de mouse e teclado inviabilizavam o uso nas preleções e as soluções gráficas eram, em geral, muito amadoras e pouco atraentes”, disse Almeida à Agência FAPESP.
A concepção do produto contou com a colaboração de profissionais de diferentes comissões técnicas, que mais tarde se tornaram usuários da ferramenta. Durante o desenvolvimento, o principal colaborador foi o ex-coordenador das categorias de base do Palmeiras Marcos Biasotto, que atua hoje no Grêmio (RS).
“Trabalhamos intensamente junto às categorias de base do Palmeiras. Como a usabilidade dos softwares existentes era uma das principais dificuldades que detectamos, vimos que era fundamental consultar os profissionais para quem o produto seria realmente útil. Com isso, pudemos criar as funcionalidades com características alinhadas às expectativas do usuário”, disse Almeida.
Os pesquisadores perceberam que, para ser utilizado, o software precisaria ser de manuseio extremamente simples. Segundo Almeida, mesmo profissionais da área esportiva com intimidade com computadores desistem de usar esse tipo de software se for preciso gastar muito tempo para fazer uma simulação.
“Também percebemos que muitos dos softwares existentes não davam importância à qualidade gráfica. O aspecto visual é muito importante e uma boa representação gráfica da jogada dá um estímulo cognitivo fundamental para que o atleta assimile o que está sendo pedido a ele”, disse.
Jogadores e jornalistas
O Tactical Pad, que roda em dispositivos com Windows, Android ou iOS (iPad), pode ser utilizado de duas formas. Uma delas é a montagem do posicionamento tático da equipe, como se fosse uma prancheta virtual – com personalização de todos os elementos, como cores dos uniformes e nomes dos jogadores, e possibilidade de visualização 3D. A outra é a análise a partir de imagens de vídeo.
“O software possibilita funcionalidades simples de edição. Depois de filmar jogadas de seu próprio time ou do time adversário, o treinador pode escolher cenas de cobranças de falta, por exemplo, para fazer a análise do posicionamento”, disse Almeida.
“O treinador pode fazer anotações sobre o próprio vídeo, a mão livre, destacando os pontos mais importantes de uma jogada. Pode também utilizar um modo especial de projeção no qual somente o conteúdo de interesse é mostrado no projetor”, explicou.
Durante a Copa São Paulo de 2010 – o principal torneio de categorias de bases de clubes do Brasil – os engenheiros da ClanSoft acompanharam o uso do software em preleções com os atletas. O programa ajudou o time facilitando, por exemplo, as correções de falhas de posicionamento defensivo em jogadas de bola parada.
De acordo com Almeida, a base do Palmeiras possuía equipamentos como projetores e notebooks, mas eles não eram utilizados porque os profissionais não tinham afinidade com as ferramentas. A principal dificuldade era a edição de vídeos. Apesar dos recursos, utilizavam em suas preleções prancheta sobre cavaletes, com anotações a mão. 
"Além de dificultar a compreensão dos jogadores, a comunicação se tornava enfadonha. O treinador nos dizia que os jovens atletas costumam ficar dispersos se a preleção chegar a 20 minutos. Mas, quando utilizamos o software, a participação deles foi intensa, mesmo após 40 minutos de análise de jogadas”, disse Almeida.
O software vem sendo utilizado não apenas por treinadores, mas também por jornalistas esportivos. Jornalistas como Mauro Beting, comentarista esportivo da Rádio Bandeirantes e colunista do Lance Net!, e André Rocha, responsável pelo blog Olho Tático, do GloboEsporte.com, utilizam o Tactical Pad para fazer análises táticas.
Se a fase 1 do projeto PIPE foi dedicada ao desenvolvimento da prancheta eletrônica, os pesquisadores da ClanSoft agora estão trabalhando na fase 2, já aprovada pela FAPESP, para transformar o software em uma ferramenta de auxílio à gestão técnica das categorias de base dos times.
“Em uma categoria de base de um grande clube, eventualmente há mais de 400 atletas. Estamos desenvolvendo um sistema capaz de acompanhar o treinamento de cada um deles, integrando à parte tática as estatísticas e os dados relacionados a lesões, suspensões e alimentação, por exemplo. Tudo isso será compartilhado com a comissão técnica”, disse Almeida.
Outra funcionalidade da fase 2 do projeto será a integração da prancheta eletrônica a redes sociais na internet. “Muitas vezes o treinador ou alguém da comissão técnica não está presente, mas poderá ter acesso aos dados relacionados à parte técnica do time”, afirmou.
Além do futebol, o Tactical Pad tem versões para basquete, futsal e handebol. “Por enquanto, a aplicação mais forte tem sido mesmo no futebol de campo. Vamos começar a divulgar nos Estados Unidos a versão para basquete”, disse Almeida.
As tecnologias que serviram de base para o TacticalPad incluíram o Windows Presentation Foundation (WPF), Windows Forms e bibliotecas de programação específicas para Tablet PC. Com a exportação para versões de iPad e Android, passaram a ser empregadas também outras tecnologias, como OpenGl e Engines 3D.
Mais informações: www.tacticalpad.com 

METRÔ DE S.PAULO e o CUSTO-POLUIÇÃO

Metrô evita gasto anual de US$ 18 bilhões com mortes pela poluição
27/06/2012
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Caso o Metrô de São Paulo deixasse de funcionar durante um ano inteiro, a concentração de poluentes na capital aumentaria 75% e as mortes causadas por problemas cardiorrespiratórios cresceriam entre 9% e 14%. Isso representaria um custo de US$ 18 bilhões ao município.
A estimativa foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em artigo publicado este mês no Journal of Environmental Management.
Para fazer o cálculo, os cientistas compararam o nível de poluição no ar de São Paulo em dias normais e em dias de greve de metroviários. Depois verificaram as mortes adicionais nos dias de paralisação e calcularam a perda de produtividade que isso representa no contexto estatístico da população.
“Escolhemos dois eventos de greve que duraram 24 horas, um no ano de 2003 e outro em 2006. Avaliamos então a concentração de poluentes nos dias antes, durante e depois da greve”, contou Simone Georges El Khouri Miraglia, coordenadora do estudo e membro do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira) – um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) financiados pela FAPESP e pelo CNPq no Estado de São Paulo.
As duas situações de greve foram analisadas separadamente e comparadas com um “dia controle”. “Escolhemos uma data no mesmo mês, no mesmo ano, no mesmo dia da semana e com características meteorológicas para dispersão de poluentes similares”, explicou Miraglia.
Em 2003, a concentração de poluentes no dia controle foi de 41 microgramas por metro cúbico (µ/m3). No dia da greve o número saltou para 101,49 µ/m3. Foi encontrado o equivalente a oito mortes adicionais associadas à poluição durante a paralisação, o que representa aumento de 14% e um custo de US$ 50 milhões.
“Para avaliar o impacto econômico dessas mortes adicionais, nos baseamos em uma revisão de estudos feita pela Agência Ambiental Americana, que estabeleceu o Valor de Vida Estatística. É um valor médio que leva em conta, entre outros fatores, os rendimentos que essa pessoa teria se estivesse viva”, disse Miraglia.
No ano de 2006, o impacto encontrado foi menor. A concentração de poluição saltou de 43.99 µ/m3 no dia controle para 78.02 µ/m3 durante a greve. As mortes adicionais foram seis, o que corresponde a um aumento de quase 9% e a uma perda de produtividade de US$ 36 milhões.
“Nossa hipótese para explicar o menor impacto em 2006 foi a renovação da frota de veículos na capital. Os carros novos são menos poluentes e, por esse motivo, o nível de poluição na base do cálculo diminuiu”, disse Miraglia.
Com base nesses resultados, os pesquisadores fizeram uma estimativa do custo para a saúde caso o metrô ficasse um ano inteiro sem funcionar. “Pegamos os dados e multiplicamos por 365 dias. O resultado foi de US$ 18 bilhões. Não acho que estamos longe do valor real. Fomos até conservadores”, opinou a pesquisadora.
Economia e mais saúde
Segundo dados do Inaira, 90% da poluição atmosférica em São Paulo é gerada por carros, motos e caminhões. O transporte individual é responsável por 45% dos deslocamentos na cidade, enquanto o transporte público corresponde a 55%.
“Nossa taxa de motorização é muito alta e, diariamente, são licenciados 1.200 novos carros na capital. O cenário é insustentável. Além de imobilidade, está causando muitos outros custos sociais”, apontou Miraglia.
Entre os meios de transporte de massa, os ônibus são responsáveis por levar 71% dos passageiros, o metrô fica com 24% e o trem, com 5%. De acordo com os pesquisadores, enquanto três pistas de carro em uma avenida como a marginal do rio Tietê têm capacidade de transportar 5,45 mil passageiros por hora, uma pista de ônibus leva até 6,7 mil pessoas e um trilho de metrô, 60 mil.
“É urgente que se amplie a malha metroviária. A desculpa pela demora tem sido os altos custos de implantação e operação. Mas, quando se insere a variável socioambiental nas avaliações de custo-benefício, as vantagens para a saúde superam muito os gastos”, disse Miraglia.
Para o coordenador do Inaira e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Paulo Saldiva, todas as medidas para diminuir a poluição dão lucro. “Investimentos em transporte resultam em menos gastos no setor de saúde”, avaliou.
A pesquisa coordenada por Miraglia deu origem à tese de mestrado defendida por Cacilda Bastos Pereira da Silva no Senac/São Paulo.
O artigo Evaluation of the air quality benefits of the subway system in São Paulo, Brazil, de Cacilda Bastos Pereira da Silva e outros, pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301479712000606

DIABETES TIPO 2, OBESIDADE e TABAGISMO PASSIVO


Se você precisa de outro motivo para ficar longe da fumaça do cigarro, considere isto: um novo estudo apresentado em uma conferência esta semana sugere que respirar a fumaça de segunda mão está ligado a maiores riscos de desenvolver diabetes tipo 2 e obesidade.
Apresentado no domingo, no  The Endocrine Society's 94th Annual Meeting em Houston, Texas-USA  , os resultados mostram que adultos expostos ao fumo passivo têm maiores taxas dessas doenças do que os não-fumantes que não estão expostos à fumaça do tabaco.
O co-autor Dr. Theodore C Friedman, presidente do Departamento de Medicina Interna do Charles R Universidade Drew, em Los Angeles, disse à imprensa: "Mais esforço deve ser feito para reduzir a exposição das pessoas ao fumo passivo."
Para o estudo, Friedman e seus colegas usaram dados de uma amostra nacionalmente representativa de mais de 6.300 adultos que participaram do National Health Examination Survey dos EUA e Nutrição (NHANES) entre 2001 e 2006.
Bem como respostas a perguntas sobre tabagismo, os participantes também tinha dado amostras de sangue, dos quais foram tomadas várias medidas, incluindo os níveis de cotinina, um alcalóide encontrado no tabaco, que é também um subproduto metabólico da nicotina. Os pesquisadores usaram isso para verificar a exposição ao tabagismo passivo.
Friedman explicou que, enquanto outros estudos têm mostrado uma ligação entre o diabetes tipo 2 e tabagismo passivo, nenhum deles havia usado um marcador de sangue para confirmar os resultados.
- 25% dos participantes no estudo de Friedman eram fumantes atuais, que ele e seus colegas classificaram como aqueles participantes que disseram "sim" quando perguntado "Você fuma cigarros?" e cujos níveis de cotinina eram acima de 3 nanogramas por mililitro (ng / mL).
- 41% da amostra foram classificados como não-fumantes. Estes foram os participantes que responderam "não" quando perguntado "Você fuma cigarros?", e cuja níveis de cotinina eram inferior a 0,05 ng / mL.
- 34% da amostra foram classificados como fumantes de segunda mão. Estes também responderam "não" à pergunta sobre tabagismo atual, mas os seus níveis de cotinina no sangue eram acima de 0,05 ng / mL. 
Após ajuste dos resultados para afastar os efeitos da idade, sexo, raça, consumo de álcool e exercício, os pesquisadores descobriram que, comparados aos não-fumantes, os fumantes de segunda mão mostraram sinais de uma série de fatores que podem levar ao diabetes tipo 2, como resistência à insulina, glicemia elevada em jejum ou açúcar no sangue, e hemoglobina glicada (A1c) mais elevada, uma medida de controle de açúcar no sangue nos últimos três meses.
Fumantes de segunda mão também tiveram uma maior taxa de diabetes tipo 2, que os pesquisadores classificaram como tendo uma contagem de hemoglobina glicada (A1c) acima de 6,5%. A taxa de diabetes tipo 2 nos fumantes de segunda mão foi similar à dos fumantes atuais, disseram os pesquisadores.
Os níveis de Índice de Massa Corporal (IMC), uma medida de obesidade foram maiores entre os fumantes de segunda mão do que não-fumantes, e embora os fumantes atuais tinham menor IMC, tinham  maior hemoglobina glicada ( A1c).
E quando eles ajustaram os valores para excluir o efeito do IMC, Friedman e seus colegas descobriram que os níveis de hemoglobina glicada (A1c) em fumantes de segunda mão e fumantes atuais eram ainda maiores do que em não-fumantes.
Friedman disse que estes resultados mostram "que a associação entre fumo passivo e diabetes tipo 2 não foi devido à obesidade" e pediu mais estudos para investigar se o fumo passivo, na verdade, é a causa da diabetes tipo 2.
Texto escrito por Catharine Paddock.

TABAGISMO e TERAPIA GENÉTICA


Com o tratamento, testado em ratos, fígado produz anticorpos que impedem que a nicotina 'ligue' os receptores de prazer do cérebro



Com o tratamento, a nicotina não consegue atingir o cérebro dos pacientes (Thinkstock)
Uma nova terapia genética desenvolvida na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e testada por enquanto em ratos, pode representar um grande passo para a cura para o vício em cigarro. O tratamento altera os genes do fígado do paciente, para que ele passe a produzir anticorpos que "atacam" a nicotina, impedindo que ela ligue os receptores de prazer do cérebro. A pesquisa foi publicada na revista Science Translational Medicine.

Saiba mais

TERAPIA GENÉTICA
Tratamento que busca alterar o DNA de uma determinada célula, em busca de um resultado benéfico para a saúde de um paciente. Para isso, os cientistas precisam inserir um gene no núcleo da célula e fazer com que substitua outro. Os pesquisadores costumam usar como veículo desse gene um vírus ou retrovírus, pois esses vetores conseguem alterar o material genético de seu hospedeiro. Dentro da célula, o novo gene passa a fazer parte de seu DNA, e pode ser usado para tratar alguma doença.
Após chegar aos pulmões, a nicotina atinge a corrente sanguínea. Em menos de 20 segundos, a droga acaba chegando até o cérebro, onde se liga a receptores específicos e dá início ao processo de recompensa, produzindo as sensações prazerosas que levam os dependentes a desejarem acender outro cigarro.
Os cientistas têm pesquisado uma vacina que bloqueie a entrada da nicotina no cérebro. Infelizmente, o sucesso não tem sido considerável. Com a injeção de formas alteradas da nicotina no sangue de voluntários, os pesquisadores conseguiram produzir anticorpos contra a substância, mas eles duram pouco tempo e não são produzidos na quantidade necessária.
Por isso, a equipe de cientistas liderada por Martin Hicks resolveu tentar outra abordagem: a terapia genética. Eles descobriram qual a sequência genética necessária para produzir um anticorpo antinicotina e injetaram em um vírus, que serviu de vetor para o tratamento.
Ao ser injetado em ratos, o vírus introduziu seu DNA nas células do fígado do animal, que começaram a produzir o anticorpo continuamente. Essas células imunológicas passaram a percorrer o sangue e a se ligar a qualquer vestígio de nicotina, impedindo sua chegada ao cérebro.
Como resultado, os ratos que passaram pelo tratamento apresentaram no cérebro apenas 15% da nicotina usada nos exames. Além disso, o tratamento diminuiu as alterações na pressão arterial e na atividade locomotiva. Agora, os cientistas querem repetir o processo em primatas antes de testá-lo em humanos.
FONTE: Veja on line, 27/6/2012

OXIGÊNIO NA VEIA


 http://oglobo.globo.com/ciencia/foto-premiadas-5279979 
Artérias vermelhas brilhantes suprem o cérebro com nutrientes e oxigênio e
as veias roxas removem o sangue venoso (Robert Ludlow)

Em 2006, John Kheir, do Departamento de Cardiologia do Hospital Infantil de Boston (EUA), cuidou de uma garotinha que sofreu lesão cerebral grave resultante de uma pneumonia grave. A pneumonia levou a sangramento em seus pulmões, diminuindo severamente seus níveis de oxigênio.
Apesar da garra da equipe, a menina faleceu antes que eles conseguissem colocá-la em uma máquina de coração-pulmão.
Frustrado com isso, Kheir decidiu procurar uma maneira de fornecer oxigênio a pacientes incapazes de respirar (por causa de diversos motivos, como insuficiência respiratória aguda ou via aérea obstruída) que precisam obter oxigênio rápido no sangue – evitando, assim, parada cardíaca e lesão cerebral.
Depois de alguns anos de estudos, em um esforço multidisciplinar – que envolveu engenheiros químicos, cientistas de partículas e médicos –, Kheir e seus colegas criaram micropartículas cheias de gás que podem ser injetadas diretamente na corrente sanguínea para oxigenar o sangue.
Como funcionam as micropartículas
As micropartículas são soluções líquidas que contém bolsos minúsculos de oxigênio envoltos em uma camada única de lipídios (moléculas de gordura).
A mistura ideal foi desenvolvida ao longo de anos, em que os pesquisadores testaram várias concentrações e tamanhos das micropartículas para otimizar a sua eficácia e torná-las seguras. O resultado foi animador.
Em um teste com animais com baixos níveis de oxigênio, a infusão das micropartículas restaurou a saturação do gás no sangue para níveis normais dentro de segundos. No cenário mais perigoso – quando a traqueia dos animais estava completamente bloqueada – a infusão os manteve vivos durante 15 minutos sem uma única respiração, reduzindo a incidência de parada cardíaca e lesões de órgãos.
As partículas são diferentes de outros substitutos do sangue, que transportam oxigênio, mas não são úteis quando os pulmões são incapazes de oxigená-los. As micropartículas são concebidas exatamente para situações em que os pulmões estão completamente incapacitados. Com 70% de gás oxigênio, a solução se mistura de forma eficiente com o sangue humano.
“Uma das chaves para o sucesso do projeto foi a capacidade de administrar uma quantidade concentrada de gás oxigênio em uma pequena quantidade de líquido”, disse Kheir. “A suspensão tem três a quatro vezes o conteúdo de oxigênio de nossos próprios glóbulos vermelhos”.
O fluido, no entanto, só pode ser administrado entre 15 e 30 minutos, ou então sobrecarregará o sangue. “Este é um substituto de oxigênio de curto prazo – uma maneira segura de injetar gás de oxigênio para suportar pacientes durante alguns minutos críticos”, explica Kheir.
Mas esses minutos podem ser crucias para salvar um paciente. As soluções são portáteis e podem estabilizar pacientes em situações de emergência, ganhando tempo para os paramédicos ou médicos colocarem um tubo de respiração ou realizarem outros tratamentos.
A equipe prevê que as micropartículas sejam um dia armazenadas em seringas em todos os hospitais, helicópteros e ambulâncias, para ajudar a estabilizar pacientes com dificuldade em respirar.[ScienceDaily, BCH, TechnologyReview]

SUPER VASO SANITÁRIO

Na corrida por sistemas energéticos mais sustentáveis, talvez nenhuma tecnologia seja tão “natural” quanto essa. Cientistas de Singapura inventaram um vaso sanitário que transforma as fezes em eletricidade e fertilizante, e ainda economiza cerca de 90% de água.
Para conseguir esse feito, o sistema usa um tipo de descarga a vácuo, parecido com o dos aviões. Os resíduos sólidos são separados dos líquidos, e apenas um litro d’água é necessário para o primeiro tipo, e 200 ml para o segundo. Para você comparar, as descargas atuais usam uma média de quatro a seis litros, independe do que você deixou ali.
Por enquanto o produto está em fase de testes, mas talvez daqui uns três anos você já vai poder sentar em um desses. O foco principal dos cientistas não é a economia de água, mas a proposta de usar os resíduos e alguns resíduos químicos em busca da produção de energia e fertilizantes.
Para conseguir a produção de fertilizantes, a separação do líquido e do sólido permite que componentes como nitrogênio, fósforo e potássio sejam aproveitados. Já no caso energético, os restos sólidos serão colocados em um biorreator, que irá produzir gás metano. Esse pode ser usado em fogões comuns e ser convertido em eletricidade.

terça-feira, 26 de junho de 2012

COCA-COLA, POSSIVELMENTE CANCERÍGENA


Coca-Cola vendida no Brasil tem maior concentração de substância potencialmente cancerígena
Do UOL, em São Paulo

  • De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia
 A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração do 4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígena. A análise foi realizada no Centro de Pesquisa CSPI (Center for Science in the Public Interest), de Washington D.C. Eles testaram a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola também vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos. As informações sobre o estudo foram divulgadas pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
A pesquisa que apontou os riscos do Caramelo IV à saúde das pessoas foi feito pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos e fez com que a Iarc (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), da OMS (Organização Mundial da Saúde), incluísse o 4-MI na lista de substâncias possivelmente cancerígenas.
Contatada pelo UOL, a assessoria de imprensa da Coca-Cola ainda não se pronunciou a respeito do estudo.
Concentrações
De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml, cerca de 267mcg/355ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia, que ficou na segunda posição, com 170 cmg/355ml.
A Coca-Cola do Brasil fornece nove vezes mais o limite diário de 4-MI estabelecido pelo governo da Califórnia, que estipulou a quantidade máxima de 39 ml do refrigerante por dia e nenhum outro produto que possui o corante Caramelo IV em sua composição.
Como nos últimos 30 anos o consumo de refrigerante quintuplicou no Brasil, o Idec ressalta que, independentemente da presença do corante, todas as bebidas que contêm açúcar devem ser evitadas, pois se consumidas em excesso podem aumentar o risco de diabetes, obesidade e doenças associadas aos cânceres de esôfago, rins, pâncreas, endométrio, vesícula biliar, cólon e reto.
Mudanças
Nos Estados Unidos, após diversas petições de entidades de defesa do consumidor, o Estado da Califórnia reconheceu a periculosidade do aditivo. Diante disso, empresas como a Coca-Cola e a Pepsi dos Estados Unidos divulgaram que realizarão mudanças em suas fórmulas, de acordo com o instituto.
Por ser um ingrediente que desempenha uma função puramente estética, o Idec questionou às empresas brasileiras se elas possuíam outras alternativas ao Caramelo IV. Foi indagada, ainda, a quantidade de 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presente em seus produtos.
À Anvisa, o Idec questionou a base científica para permissão do uso do Caramelo IV no Brasil (estudos que garantem a segurança do aditivo), e se a agência monitora as quantidades de Caramelo IV e 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presentes nos produtos alimentícios brasileiros. O Idec exigiu que a agência adotasse providências imediatas, tendo em vista a proteção à saúde do consumidor.
As empresas e a Anvisa terão o prazo de 10 dias para responder aos questionamentos do Idec.


Quantidade de 4-metil-imidazol (4-MI) na Coca-Cola em nove países

País4-MI em microgramas (mcg) em cada 355 ml
Brasil267
Canadá160
China56
Japão72
Quênia177
México147
Emirados Árabes Unidos155
Reino Unido145
Estados Unidos (Washington DC)144
Estados Unidos (Califórnia)4



FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/06/26/estudo-aponta-que-coca-cola-vendida-no-br-tem-maior-concentracao-de-substancia-cancerigena.htm



MACARRÃO SEM GLÚTEN: FARINHA DE BANANA VERDE

A receita de macarrão para celíacos é preparada a partir da polpa de banana verde, que é cozida, triturada e desidratada para gerar a farinha. A receita pode ser feita em casa. [Imagem: Wikimedia/Dinkum]
Para dar uma pitada de sabor e saúde à vida dos celíacos, pesquisadoras da Universidade de Brasília criaram uma receita inédita de macarrão sem glúten.
Para isso, elas substituíram a farinha de trigo por farinha de banana verde.
O produto custa três vezes menos do que o macarrão para celíacos vendido nos supermercados e pode ser fabricado em casa.
Além disso, pode ser consumido por toda a população, é mais nutritivo e tem menor valor calórico.
A pesquisa mereceu destaque na edição desta semana da revista científica Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
Macarrão sem glúten
Renata Zandonadi começou sua receita de macarrão para celíacos preparando a polpa de banana verde, que foi cozida, triturada e desidratada para gerar a farinha.
Foram testadas três receitas: macarrão de farinha de banana verde puro, o ingrediente associado à farinha de arroz, e outra receita com a farinha de banana associada à fécula de batata.
As três tentativas tiveram sucesso.
O macarrão, do tipo fettucine, com farinha de banana verde apresentou uma redução de lipídios de 98%, mais fibras e uma redução de 8,5% do valor energético total, se comparado ao macarrão integral vendido em supermercado.
Além disso, a banana verde possui amido resistente, uma substância que auxilia na redução de colesterol, promove mais saciedade e regulação do índice glicêmico. "É rico em fibras, vitaminas e minerais. Houve uma melhora nutricional e, principalmente, redução de gordura", diz Renata.
Aproveitamento das bananas verdes
A receita foi avaliada por 25 celíacos e 50 pessoas não portadoras da doença. O grupo não percebeu diferenças na aparência, aroma, sabor, textura e qualidade do produto em relação ao macarrão tradicional.
O trabalho está em processo de patenteamento para ser colocado no mercado.
O estudo de Renata também ajudará a aproveitar uma parte da colheita de banana que hoje é desperdiçada.
Durante o processo de colheita e comercialização, os cachos apresentam vários níveis de maturação e as bananas verdes vão para o lixo. Cerca de 60% da produção é descartada em algumas regiões.
Doença celíaca
A doença celíaca caracteriza-se por uma intolerância permanente ao consumo do glúten, proteína presente em alimentos como farinha de trigo, aveia, cevada e centeio.
Mas os produtos sem glúten são caros. Um pacote de 500g de macarrão de arroz ou fécula de batata custa entre R$ 4 e R$ 20.
Já 100g do macarrão com farinha de banana criado por Renta, custou R$ 0,52.
"Temos uma grande necessidade de ter dietas e produtos alternativos para os celíacos. Só 47% deles conseguem aderir à dieta. A grande queixa é a pouca opção de alimentos", disse Lenora Gandolfe, membro da equipe.
Recentemente, pesquisadoras da Unicamp desenvolveram um bolo de cenoura sem glúten e sem sacarose.

LENTES DE CONTATO COM COLÍRIO

SOSSEGO OCULAR Como funcionam as lentes com colírio
Lente de contato já vem com colírio para glaucoma. Editoria de Arte/Folhapress

FILIPE MAURO
Uma equipe de farmacêuticos brasileiros está desenvolvendo um dispositivo oftalmológico capaz de facilitar o combate ao glaucoma, mal que afeta o nervo responsável por levar informações visuais do olho ao cérebro.
Após três anos de pesquisa, o Centro de Química e Meio Ambiente do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) já consegue fabricar lentes de contato que liberam timolol, composto presente em diversos colírios indicados para o tratamento dessa doença ocular.
Com isso, o medicamento acaba sendo depositado sobre o olho dia após dia e em pequenas doses. Fabricados a partir de silicone, os dispositivos conseguiriam manter a difusão do colírio de forma ininterrupta por até 30 dias.
De acordo com o coordenador do projeto, o farmacêutico e bioquímico José Roberto Rogero, o produto facilitaria a vida dos idosos que têm glaucoma. Eles têm mais dificuldade em pingar colírios sozinhos, por exemplo, desperdiçando "grandes quantidades de remédios nem sempre baratos".
Além disso, argumenta Rogero, o paciente idoso pode acabar esquecendo a hora de pingar o colírio, risco que é eliminado com a lente.
MUITA PRESSÃO
O olho é uma estrutura preenchida, em parte, por um líquido chamado humor aquoso. O glaucoma surge quando um indivíduo continua produzindo o humor aquoso, mas encontra dificuldades para escoá-lo. O resultado é o aumento da pressão sobre o nervo óptico, com a gradativa perda da visão.
O timolol retarda as atividades do chamado processo ciliar, conjunto de células responsáveis pela fabricação desse líquido.
Ivan Maynart, professor de oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explica que o efeito do glaucoma "ocorre lentamente, da periferia das imagens em direção ao centro". Sem tratamento, a cegueira total vem em 15 ou 20 anos.
Dados de uma pesquisa feita na UFPR (Universidade Federal do Paraná) indicam que, entre indivíduos com mais de 80 anos, a incidência da doença atinge a marca de 6,5%, diz Maynart.
José Rogero afirma que as lentes de contato com colírio já estão prontas para passar por testes em humanos e sofrer adaptações industriais. Contudo, desde que chegou a esse estágio, o projeto perdeu parte de sua verba, vinda de uma empresa.
"Para liberar o uso em humanos, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] demoraria de cinco a dez anos", estima Rogero. Nesse período, "qualquer farmacêutica multinacional conseguiria importar um produto semelhante, e a ideia acabaria ficando ultrapassada".
Para manter o trabalho nessa linha de pesquisa, Rogero está recorrendo agora ao setor veterinário.
No momento, ele tenta adaptar as lentes de contato, substituindo os colírios que poderiam auxiliar no tratamento das pessoas com glaucoma por medicamentos como anti-inflamatórios e antibióticos já recomendados para cães e gatos com problemas de visão. 
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1110464-lente-de-contato-ja-vem-com-colirio-para-glaucoma.shtml

APETRECHOS ERÓTICOS: VENDA EM ALTA!


Com diferentes formatos, vibradores atraem cada vez mais consumidoras.


NOELLY RUSSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os vibradores, antes restritos a poucos modelos e reservados a lugares escondidos e lojas de reputação duvidosa, deixaram a clandestinidade.
Como cosméticos ou potes herméticos para comida, os massageadores e outros apetrechos eróticos são vendidos por consultoras que atendem em domicílio.
"A venda de porta em porta é um fenômeno brasileiro. Temos 85 mil consultoras que vendem esses produtos", diz Paula Aguiar, presidente da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual).
Segundo a associação, as vendas cresceram cerca de 18% no último ano --embora não se saiba exatamente o que isso significa, porque o setor não costuma divulgar os números fechados.


O estimulador de clitóris YVA (R$ 8.999*) e o vibrador Olga (R$ 6.999) são de aço inoxidável banhado a ouro 18 quilates. À venda na Loja do Prazer
Mas a percepção de que o cenário está mudando aparece em outros lugares, como consultórios de psicólogos.
"As mulheres estão perdendo a vergonha e buscam mais formas de intensificar seu prazer", diz a psicanalista Regina Navarro Lins.
A maior procura também é constatada por Eliane Pessini, que há 11 anos vende produtos eróticos de porta em porta e vê cada vez mais interessadas nas palestras e workshops que dá pelo país.
Para a antropóloga e colunista da Folha Mirian Goldenberg, depois que os produtos eróticos ganharam visibilidade em seriados, como "Sex and the City", o uso de vibradores passou a se expandir e a se legitimar.
"Antes, você tinha que ir escondida a uma loja feia. Agora, pode comprar em butique, com vendedoras que vão em casa, pela internet. E a compra ganhou um valor, mostra que a consumidora é uma mulher moderna, independente", diz Goldenberg.
E também mais voltada ao seu próprio prazer. "Primeiro, mulher não podia gostar de sexo. Depois, só gostava se fosse 'com amor'. Agora, já tem pesquisa com mulheres assumindo que gostam de sexo pelo prazer, com ou sem amor", diz Navarro Lins.
A auxiliar administrativa Danielle Quintale, 30, é um exemplo dessa mulher mais à vontade na busca pelo prazer. Foi dela a ideia de comprar um estimulador de clitóris para usar com o marido.
"Tive que explicar com calma que o vibrador me ajuda a ter mais prazer no sexo. No começo, meu marido estranhou, mas nós, mulheres, temos de pensar em nós, não?"
O mercado também pensa. Hoje, mais de 200 modelos de massageadores íntimos são vendidos no país, entre nacionais e importados, como os da marca sueca Lelo. A empresa investe em peças de luxo, algumas com acabamento em ouro de 18 quilates.
Tanto glamour e visibilidade têm seu lado negativo: no final do mês passado, um modelo da Lelo, o Yva (na foto acima), virou manchete ao ser roubado de uma loja luxuosa, em Brasília.
PRAZER LÍQUIDO
As marcas mais populares estão apostando nos modelos disfarçados, que imitam a forma de pincel de blush, batom ou máscara para cílios.
Outra inovação são os "vibradores líquidos", que, em contato com a mucosa da vagina, dão choquinhos no clitóris. Recomenda-se escolher uma marca que tenha a aprovação da vigilância sanitária e, antes de usar, testar na boca, na parte interna do lábio.
Os modelos que estimulam o clitóris e dispensam a penetração estão entre os mais vendidos, diz Daniel Passos, proprietário da Loja do Prazer, que vende pela internet.
Para Passos, a evolução na tecnologia e no design deixa as mulheres mais confortáveis com o uso dos vibradores. Elas são as maiores compradoras dos produtos eróticos, mas alguns homens já procuram os massageadores para usar com a parceira.
É o caso de José Wellington de Oliveira Salatiel, 22, comerciário. "Comprei um para minha namorada. Ela não entendeu nada no começo, mas fui conversando e hoje faz parte da nossa relação. Eu acho supersexy vê-la usando", conta Salatiel, que diz ter superado o tradicional receio masculino de ser "substituído" pelo vibrador.
O medo é comum entre os homens, diz Navarro Lins. "Muitos acham que elas usam o vibrador porque eles não dão conta do recado. Mas, se a mulher estimula o clitóris com o aparelho enquanto está sendo penetrada, vai ter um orgasmo muito superior."
USO RECOMENDADO
"O uso do vibrador, além de não ter contraindicação, é autorizado e recomendado", diz a ginecologista Elsa Gay, coordenadora do Ambulatório de Sexologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Segundo ela, o uso de massageadores é "perfeitamente aceitável para ajudar a mulher a encontrar prazer com ou sem companheiro".
Para a terapeuta tântrica Samvara Subagui, do espaço Metamorfose, os estimuladores podem levar a mulher a um estado de êxtase.

"Muitas nunca tiveram a experiência de sentir prazer extremo. O clitóris tem milhares de terminações nervosas. Sabendo como estimulá-lo e usando o vibrador como apoio, é possível levar a pessoa a um estado alterado de consciência."
De acordo com a terapeuta, os vibradores são usados nas técnicas de massagem oferecidas no local, o tantra. "É uma terapia que ajuda as pessoas a reencontrarem o prazer. O prazer e a alegria são fundamentais para uma vida saudável. Nossa técnica é diferente de uma massagem erótica, não tem a ver com relação sexual, é uma experiência diferente", diz.
Samvara explica que os vibradores usados são do tipo cápsula, para o estímulo do clitóris. De acordo com Elsa Gay, não há receita sobre qual seria o melhor modelo de massageador íntimo.
"Cada mulher conhece seu corpo e sabe o que proporciona mais prazer, qual a intensidade do estímulo, o tipo de movimento e a frequência."
A ginecologista lembra que é preciso ter cuidado com a higiene do objeto: lavar sempre com água e sabão depois de usar.
Colaborou Iara Biderman.
FONTE:  http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1104350-com-diferentes-formatos-vibradores-atraem-cada-vez-mais-consumidoras.shtml

JOVENS EMBRIAGADOS

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1110210-alcool-em-gel-e-a-nova-droga-de-adolescentes-americanos.shtml

segunda-feira, 25 de junho de 2012

CALVÍCIE: FOLÍCULOS "PREGUIÇOSOS"

Os anos passam, os cabelos caem e, para o desespero de muitos, ainda não se sabe exatamente o porquê. Recentemente, porém, um grupo de pesquisadores da L’Oreal em Paris (França) descobriu uma das causas da calvície e, assim, vão desenvolver um novo tratamento.
O problema, segundo eles, estaria na “preguiça” dos folículos capilares (as estruturas que produzem novos fios): normalmente, eles entram em um estado de dormência a cada quatro anos, se renovam e voltam à atividade. Em pessoas calvas, eles simplesmente não acordam, não produzem novos fios, e o resultado, bom… você já sabe.
“Vamos criar um produto que, quando aplicado, ‘acordará’ o folículo capilar e o tornará ativo novamente”, destaca o pesquisador Bruno Bernard, líder de biologia capilar da L’Oreal em Paris. Eles lembram que os folículos não trabalham sozinhos: existem dois grupos de células-tronco envolvidos no processo, um próximo da superfície da pele, outro mais abaixo.
O segundo grupo trabalha melhor quando há pouco oxigênio (hipóxia) ao seu redor. Nos calvos (ou futuro calvos), o nível de oxigênio se altera e esse grupo de células não trabalha como deveria. “Encontramos moléculas que imitam o efeito da hipóxia. Assim, podemos fazer com que os folículos produzam novos fios”, explica.
Enquanto a “salvação do cabelo” não aparece, vale a pena procurar seu dermatologista e pedir que lhe indique um tratamento que já existe. A menos, é claro, que você acredite naquela história de que “é dos carecas que elas mais gostam”.[The Telegraph UK]

domingo, 24 de junho de 2012

FUMANTE e TOMOGRAFIA


A partir de agora, pacientes que fumam mais de 30 maços por ano ou que pararam de fumar essa quantidade de cigarros há menos de 15 anos, e que têm entre 55 e 74 anos de idade, serão orientados a fazer uma tomografia de tórax anualmente.
Segundo a médica Edelweiss Soares, do Núcleo Especializado em Oncologia (Neon), o objetivo é incentivar a prevenção do câncer de pulmão, doença que tem alta taxa de mortalidade.“Pouquíssimos pacientes têm sobrevida maior que 5 anos”, afirma a oncologista. 
Para ampliar a rastreabilidade desse tipo de tumor, as Sociedades Americanas de Oncologia e de Pneumologia publicaram essa nova orientação.  
Até então, não havia uma indicação formal sobre o assunto, mas, agora, da mesma forma que as mulheres são orientadas a fazer mamografia para prevenir o câncer de mama, esse grupo de fumantes será incentivado a fazer tomografia de tórax.
A médica ressalta que quem se encaixa nesse perfil deve fazer o exame, pois a prevenção ajuda a diminuir a mortalidade por câncer de pulmão e outras doenças.

 FONTE: 

Link: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/06/a_gazeta/indice/vida/1275006-fumantes-orientados-a-fazer-tomografia.html

 

ESTÁTUA DA JUSTIÇA BRASILEIRA


Nem Leonardo da Vinci, nem o mestre do barroco mineiro, Aleijadinho, seriam capazes de dar tamanha expressão à imagem da nossa estátua da Justiça... O artista foi fenomenal!!!...

Estátua da Justiça Brasileira"! 
Nunca-antis-na-istória-deste-paíz se teve um monumento tão espetacular como este!!!...

 Não enxerga, não escuta, não sabe de nada e é muito lerda!!!" 

FONTE: INTERNET (autoria desconhecida, até o momento)

PARA NÃO SE EXERCITAR: 7 DESCULPAS


As 7 desculpas mais comuns para não se exercitar

Quem nunca ouviu alguém falar uma das frases abaixo para justificar o próprio sedentarismo? Admita: você já deve ter mencionado uma ou outra. Mas todas elas podem ser dribladas

As 7 desculpas mais comuns para não se exercitar


por Theo Ruprecht | ilustração Leo Rosário
Para inserir a atividade física no cotidiano, é preciso superar barreiras, que vão desde a dificuldade em pagar a mensalidade da academia até uma eventual falta de vontade. “O contexto realmente influencia na decisão de praticar ou não um esporte. Só que, no fim das contas, essa escolha está sempre nas mãos do indivíduo”, sentencia Felipe Reichert, educador físico da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Confira na sequência as principais desculpas apontadas por
3.100 adultos em um trabalho do estudioso gaúcho e saiba por que nenhuma é motivo para se entregar ao sofá. 

“Estou sem tempo” As horas livres são cada vez mais escassas, porém poucos minutos na semana dedicados à malhação já trazem benefícios. Basta um pouco de planejamento. 

“Não tenho dinheiro” Apenas para citar dois exemplos, a ciência aponta a caminhada e a corrida como grandes aliadas da saúde. E ambas quase não pesam no bolso. 

“Estou muito velho” Suar a camisa deixa ossos e músculos vigorosos, algo importante para garantir a movimentação e, assim, a independência dos idosos. 

“Não quero malhar sozinho” Fora clubes e salas de ginástica, locais bons para fazer amigos, há grupos em que você se inscreve e, então, pedala ou corre com um monte de gente. 

“Sofro com uma doença” Cada quadro exige um cuidado, mas está provado que a atividade física aplaca sintomas e até ajuda na recuperação de infarto, câncer, depressão... 

“Odeio exercícios” ou “Tenho preguiça” O corpo, quando colocado para trabalhar, produz substâncias que trazem bem-estar. Ou seja, o que antes era uma prática chata se torna algo bastante prazeroso. Não desista nas sessões iniciais, geralmente as mais penosas. 

“Morro de medo de lesões” Se bem orientados, os exercícios, em vez de aumentar o risco de contusões, servem como uma forma de prevenilas. Afinal, eles fortalecem a musculatura e melhoram o equilíbrio.

DIABESIDADE = DIABETES + OBESIDADE


A obesidade e o diabete

Se o corpo não consegue aproveitar todo o açúcar consumido, ele sobra no sangue e faz uma série de estragos

A obesidade e o diabete
Por Regina Célia Pereira | Ilustração Erika Onodera

O explosivo aumento da obesidade ao redor do globo traz no seu rastro a inflação do número de casos de diabete. Estimativas revelam que 80% dos diabéticos do tipo 2 concentram quilos além da conta. Não por menos, essa relação tão íntima serviu de inspiração para a criação do termo diabesidade no meio médico. "O excesso de peso pode levar a distúrbios no organismo e resultar na resistência à insulina", revela o endocrinologista Marcello Bronstein, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Isso acontece quando esse hormônio não consegue entregar a glicose para as células com total eficácia. Assim, o pâncreas precisa trabalhar incessantemente para tentar manter os níveis de açúcar no sangue normais. Com tanta hora extra, a glândula começa a apresentar sinais de exaustão e abrem-se as portas para o diabete.
A doença compromete todo o organismo, a começar pelo sistema circulatório. Órgãos como os rins não recebem boa irrigação sanguínea e não funcionam direito. Os membros inferiores, principalmente os pés, também padecem com pouco sangue. Sem falar dos olhos. Para combater esse perigo, mudanças no estilo de vida são fundamentais e, acredite, são eficientes. Rechear o cardápio com grãos integrais e aumentar a oferta de frutas e hortaliças é a primeira medida. Incrementar seu cotidiano com a prática, bem orientada, de atividades físicas é outra atitude muito bem-vinda.

CONTAGEM REGRESSIVA


Ameaça que vem dos maus hábitos.

Em 2030, previsão é que doenças crônicas, decorrentes de estilo de vida inadequado, respondam por 70% das mortes no mundo
Celso Pacheco
Ter bons hábitos, como manter uma alimentação equilibrada, pode reduzir em 80% o risco de desenvolvimento de doenças crônicas
Boa alimentação, prática regular de atividades físicas, não fumar, não consumir bebidas alcóolicas, evitar o estresse. Hábitos simples como estes são os principais responsáveis por garantir longevidade e qualidade de vida. A substituição dessas práticas por uma rotina nociva que inclui sedentarismo, consumo de alimentos calóricos, gordurosos e industrializados e exposição frequente ao estresse, entretanto, têm causado uma importante transformação nas condições de saúde das pessoas. 

Enquanto até a metade do século passado 50% das mortes eram causadas por doenças infecciosas, atualmente elas respondem por apenas 5% dos óbitos. Em contrapartida, aumentou substancialmente a proporção das mortes decorrentes de doenças crônicas causadas principalmente pelo estilo de vida inadequado. 

De acordo com a médica Rose Meire Pontes, coordenadora médica da Medicina Preventiva da Unimed Londrina, em 2005 a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que 49% dos 35 milhões de falecimentos daquele ano em todo o mundo foram causados por doenças crônicas. A previsão é de que em 2030 as doenças crônicas respondam por 70% do total de mortes e representem 56% das doenças que acometem a população mundial. 

No Brasil, o Censo 2010 do IBGE aponta que 59,5 milhões de brasileiros, ou 31,3% da população, afirmaram ter pelo menos uma doença crônica e quase 6% declararam ter mais de três. Doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes, obesidade, síndrome metabólica, doença pulmonar obstrutiva crônica e certos tipo de cânceres são as principais patologias e, quase sempre, têm em comum os fatores de risco similares associados a exposição prolongada a três comportamentos cotidianos: tabagismo, regime alimentar desequilibrado e sedentarismo. 

O consumo de tabaco, por exemplo, é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica e 25% das mortes por doença cerebrovascular. ''Quer continuar fumando? Aceite que você estará dentro desta estatística'', enfatiza Rose Meire. 

O sedentarismo é outro mau hábito que deve ser combatido. Ser fisicamente ativo, por outro lado, ajuda a prevenir e controlar doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e osteoporose, além de aumentar o nível de energia, ajudar a reduzir o estresse e diminuir os níveis de colesterol e pressão arterial. 

A médica enfatiza que o estresse também pode levar ao adoecimento e explica que, apesar de se tratar de uma reação natural do organismo e ser importante para adaptação e sobrevivência, tende a se tornar crônico quando mantido por períodos prolongados e frequentes. ''Nesse caso, o indivíduo pagará um preço bastante alto por essa adaptação biológica natural: pressão alta, derrame, infarto, enxaqueca, insônia e depressão são alguns dos problemas mais comuns que decorrem do alto nível de estresse'', diz. 

A médica lembra que os bons hábitos - capazes de reduzir em 80% o risco de desenvolver as doenças crônicas - são adquiridos nas primeiras fases da vida. ''Se educamos uma criança a ter alimentação adequada, ela vai crescer com este conceito e comer bem. Mas não basta falar, é preciso dar exemplos e que a família viva essas práticas no dia a dia.''

Carolina Avansini 

sábado, 23 de junho de 2012

EFEITOS DO VIDEOGAME



Efeitos do videogame
Se por um lado jogos eletrônicos melhoram a capacidade cognitiva e o aprendizado, por outro têm grande potencial de desencadear comportamentos violentos e antissociais
 
por Fernando Louzada

Em um estudo publicado em 2005 no American Behavioral Scientist, os autores identificaram uma redução do vocabulário e da oralidade em crianças que assistiram ao programa Teletubbies. No entanto, relataram também um efeito positivo do desenho animado Clifford sobre as mesmas habilidades. Até que ponto devemos orientar nossa educação com base em resultados desse tipo? Acredito que com algumas ressalvas. 
Muitas das pesquisas que relacionam o uso da tecnologia e o desenvolvimento cognitivo têm limitações metodológicas – a principal delas é que há muitas variáveis que não são levadas em conta. Por exemplo, a leitura superficial das conclusões de um estudo com 800 crianças divulgado pela Pediatrics em 2009 leva a crer que o número de horas diante da TV é proporcional a um menor desenvolvimento de habilidades linguísticas. Entretanto, uma análise mais aprofundada revela que fatores como renda familiar e tempo de amamentação materna influem de forma significativa nessa associação.
Alguns são favoráveis ao uso da tecnologia, principalmente os fabricantes de jogos; outros, entre eles muitos cientistas, acreditam que a intimidade precoce com os eletrônicos pode trazer riscos. O psicólogo Douglas Gentile, da Universidade de Iowa, pesquisador dos efeitos da mídia sobre crianças e adolescentes, afirma que a questão vai além de ser contra ou favor, pois os jogos já estão inseridos na realidade de milhares de crianças no mundo.
Em um artigo publicado no Psychological Science, pesquisadores recrutaram vários pais que planejavam comprar o brinquedo para seus filhos e ofereceram o aparelho em troca da participação. As crianças foram divididas em dois grupos: algumas receberam o presente imediatamente e as outras apenas quatro meses depois. Segundo os autores, as que ganharam o jogo primeiro apresentaram redução nas habilidades de leitura e escrita em comparação com as que aguardavam para recebê-lo.
Segundo Daphne Bavelier, pesquisadora da Universidade de Rochester, em Nova York, não faz sentido falarmos em consequências unicamente positivas e negativas de assistir televisão ou jogar videogames. Como toda experiência humana, essas são também multidimensionais.
Além do uso pedagógico, os jogos também revelaram potencial para tratar e reabilitar pacientes com danos cerebrais. Os desafios virtuais ajudam a atenuar sintomas em pessoas com demência e com esquizofrenia. 
 Os psiquiatras Doug Han, da Universidade Chung Ang, na Coreia, e Perry Renshaw, da Universidade de Utah, acreditam no potencial de jogos criados para desenvolver o comportamento social. Em um experimento com crianças com transtornos do espectro autista foi verificada modificação da atividade cerebral em áreas associadas à resposta emocional, o que sugere o efeito positivo do treinamento.
Apesar do interesse crescente da neurociência sobre o tema, os mecanismos envolvidos no estímulo da plasticidade cerebral pelo videogame ainda necessitam ser elucidados. Podemos pensar, porém, em uma situação hipotética, a de um adolescente de 13 anos que passa algumas horas por semana jogando videogame: a redução no desempenho escolar é previsível. O conteúdo violento gerará pensamentos e sentimentos de agressividade, o que poderá modificar o comportamento. Mas, como disse Daphne Bavelier, esses efeitos benéficos têm grandes chances de ser acompanhados por outros prejudiciais, como conduta antissocial e violenta. A utilização de videogames comerciais com fins educacionais é, portanto, bem controversa.
Nos últimos anos foram publicados diversos estudos cuja leitura reforça a ideia de que a aprendizagem por meio de recursos audiovisuais é muito menos efetiva do que aquela mediada por pais ou educadores. Bebês e crianças aprendem muito mais sobre o mundo quando interagem com as pessoas. Ao longo da evolução, a construção do cérebro humano tem sido calcada na interação social. É pouco provável que algum aparato tecnológico consiga substituí-la de maneira satisfatória.
FONTE:  http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/efeitos_do_videogame.html

ANDANDO EM CÍRCULOS



Andando em círculos
Usado para tratar dificuldades de concentração, o metilfenidato reforça a fixação de eventos traumáticos na memória.
por Sidarta Ribeiro
No campo das drogas lícitas, o que dizer do metilfenidato, uma das mais ardentes febres farmacológicas de nossos tempos? Sintetizado pela primeira vez em 1944, esse psicoestimulante tem uso aprovado para o tratamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), da narcolepsia e de outros distúrbios. Ele provoca a inibição da recaptação de dopamina e noradrenalina, aumentando os níveis desses neurotransmissores na fenda sináptica de modo semelhante ao efeito da cocaína e das anfetaminas. Entretanto, por agir de forma mais lenta e duradoura que essas outras drogas, o metilfenidato tem efeitos fisiológicos mais moderados. Hoje milhões de pacientes em todo o planeta, principalmente uma crescente população de jovens e crianças com baixo rendimento escolar, dificuldades de concentração e outros sintomas relacionados ao TDAH, são tratados com essa substância. O transtorno chega a ser chamado de “doença da mãe ruim”, por ser mais comum em lares desagregados.
À medida que o diagnóstico de déficit de atenção e hiperatividade se generaliza, chegando a atingir assombrosos 10% da população infantil em algumas comunidades dos Estados Unidos, surgem questionamentos sobre os efeitos colaterais do metilfenidato. Pistas importantes foram apreendidas de um domínio bem distinto da sala de aula: a guerra. Em cinco anos, o uso de metilfenidato por tropas americanas cresceu 1.000%. Um estudo de 289 mil veteranos dos conflitos militares no Iraque e Afeganistão mostrou que a incidência do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) cresceu de 0,2% para 22% de 2002 até 2008. Curiosamente, os casos mais graves ocorreram em soldados que utilizaram metilfenidato para aumentar o alerta durante as atividades de combate. Isso acontece porque os neurotransmissores modulados positivamente pelo medicamento fortalecem a aquisição e consolidação de memórias, ou seja, eventos violentos da vivência bélica são gravados profundamente no cérebro dos usuários da substância. Pela mesma razão, remédios que bloqueiam os efeitos da noradrenalina e da dopamina têm efeito terapêutico para o TEPT, especialmente quando administrados poucas horas depois da aquisição de memórias traumáticas.
Se o metilfenidato potencializa a fixação do evento traumático, aprofundando a cicatriz mnemônica, ele funciona como um poderoso agente que reforça a marca dolorosa. Transposto para o cotidiano onde imperam a anomia da televisão e o redemoinho das informações oferecidas pela internet, é de se esperar que esse fármaco tenha apenas efeitos benéficos sobre o aprendizado? Ou existe o perigo de um círculo vicioso, no qual lares desagregados geram filhos desajustados que, por sua vez, se tornam alvo de receitas médicas que aprofundam neuroses? Nesse pesadelo iatrogênico, a psicofarmacologia acabará servindo aos psicanalistas do futuro um prato cheio de problemas para tratar?
Sidarta Ribeiro é neurobiólogo, diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e professor titular da UFRN.
FONTE: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/andando_em_circulos.html