"Recebemos inúmeros pedidos de ajuda para se desfazer do
animal, por diversos motivos: mudança, viagem, desemprego, doença, brigas entre os animais, etc. Há uma cultura de que o animal é um objeto da casa, não tendo
prioridade alguma, e sendo o primeiro a ser descartado ou esquecido quando
surge alguma dificuldade, como se fosse um peso. As pessoas querem apoio para
repassar o animal, seja para a casa de alguém
ou mesmo para um abrigo, acreditando assim, que isso não seria um
abandono e poderá ficar com sua consciência tranquila. Ledo engano. Excluir um membro da família,
com a qual ele criou laços afetivos fortes, e entregá-lo a um destino incerto,
é abandono e gera muito sofrimento ao animal.
Uma coisa é resgatar um animal de uma situação difícil e
perigosa nas ruas, e encaminhá-lo para um lar responsável e amoroso. Isso é uma
medida de intervenção em uma violência que o animal sofreu. Mas, após decidir
deliberadamente incluir um animal a família e depois de meses ou anos,
simplesmente desistir dele por qualquer motivo que seja, é um ato
irresponsável, anti-ético e frio.
Adotar um animal é um compromisso a longo prazo muito
grande, pois é integrar um novo membro à sua família. Para isso, você precisa
ter certeza de que pode arcar com essa responsabilidade para toda a vida do
animal, que é em torno de 20 anos. Caso não seja capaz, não adote para depois
gerar sofrimento para o animal. A adoção deve ser criteriosamente planejada.
Dificuldades ao longo da vida, aparecem para todos, e é
absolutamente normal e comum. O que não pode ser normal e se tornar comum, é
desistir de membros da família a cada dificuldade. Somos seres racionais, e
devemos usar essa racionalidade para o bem. Devemos buscar soluções éticas, e
não maquiavélicas, em que os fins justificam os meios, não se importando com os
sentimentos dos envolvidos, principalmente dos quais nos tornamos responsáveis.
Portanto, se pensar bem e modificar prioridades, abandonar um animal nunca será
uma necessidade a ser cogitada.
Somos um grupo de educação radical, ou seja, que explora e
atua nos problemas desde sua raiz para solucioná-los de forma verdadeira e não
superficial. Portanto, não podemos colaborar com atitudes que condizem com a
guarda irresponsável, o abandono, a coisificação animal, a justificativa de
abrigos que são verdadeiros depósitos para animais, etc. Se a pessoa vier a
abandonar o animal nas ruas, ou mantê-lo em condições de maus tratos, esta deve
ser prontamente denunciada e pagar legalmente por seu crime.
As entidades de Direitos Animais, devem se posicionar em seu
papel de defesa dos animais, e denunciar os maus tratos, nunca colaborando com
eles, nunca passando a mão na cabeça de quem usa os animais de forma leviana,
mas sendo firmes em educar a sociedade para o respeito e responsabilidade aos
animais. Colaborar com atitudes irresponsáveis, perpetua o que queremos mudar,
pois estaremos sempre maquiando, tapando buracos, nunca promovendo uma mudança
social em respeito aos animais, e assim deixando caminhos abertos para futuras
vítimas.
Procure soluções que se adequem a sua vida. E a sua vida é
com o animal que você introduziu a ela."
ESTA É UMA PARTE INICIAL DE UM TEXTO IMPORTANTE QUE PODE SER ACESSADO através destes links:
e
http://direito-animal.blogspot.com.br/ (este último de responsabilidade da jovem advogada carioca THALITA DIAS BRAGA, a quem saúdo neste momento: é uma honra tê-la por perto de saude-joni.blogspot.com.br).
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