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domingo, 30 de junho de 2013

DIABETES TIPO 1: VACINA BUSCADA

Teste de vacina contra diabetes tipo 1 é bem-sucedido

Pesquisadores encontraram uma forma segura de 'ensinar' o sistema imunológico do paciente a não atacar as células produtoras de insulina, problema que caracteriza a doença. Uso clínico da vacina, porém, pode demorar

Meningite B: a vacina 4CMenB será a primeira usada na prevenção da doença
Pesquisadores encontram caminho para tornar possível uma vacina que ajude pessoas com diabetes tipo 1 (Thinkstock)
Uma equipe de pesquisadores parece ter conseguido desenvolver uma vacina capaz de domar o sistema imunológico de uma pessoa de forma a evitar que ele passe a atacar e destruir as células que produzem insulina – quadro que caracteriza o diabetes tipo 1. Ainda em testes iniciais, a vacina, caso prove ser eficaz e segura em estudos futuros, poderá ser a solução para retardar ou até mesmo evitar a doença. As descobertas foram publicadas nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine.
CONHEÇA A PESQUISA


Onde foi divulgada: periódico Science Translational Medicine

Quem fez: Bart O. Roep,Hideki Garren, Lawrence Steinman e outros

Instituição: Universidade Leiden, Holanda; Universidade de Washington, EUA; Universidade Stanford, EUA, e outras

Dados de amostragem: 80 pessoas maiores do que 18 anos

Resultado: A vacina desenvolvida parece ter preservado células produtoras de insulina em pacientes com diabetes tipo 1. Ao mesmo tempo, reduziu o número de células do sistema imunológico que atacam as células produtoras de insulina em pessoas com a doença.
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, ou seja, que ocorre quando o sistema imunológico do paciente passa a atacar o próprio organismo. No caso dessa condição, o sistema de defesa reconhece como inimigo e ataca células que produzem a insulina, hormônio que ajuda a glicose a sair da corrente sanguínea e entrar nas células, controlando a taxa de açúcar no sangue. Pessoas com essa doença precisam controlar seus níveis de glicose várias vezes ao dia, além de repor a insulina no organismo.
A busca por uma vacina que consiga controlar o sistema imunológico e evitar que ele ataque essas células não é algo recente. Segundo esse novo artigo, cientistas estudam uma forma de tornar isso possível há mais de 40 anos. Na maioria das tentativas, o que ocorreu foi que a terapia atacou todo o sistema de defesa do indivíduo, fragilizando a saúde do paciente e o tornando mais propenso a outras doenças, como o câncer, por exemplo.
Ação específica — A nova pesquisa foi feita por especialistas de instituições como a Universidade Leiden, na Holanda, e a Universidade Stanford, Estados Unidos. Segundo os autores, a vacina desenvolvida por eles é feita a partir de um pedaço de DNA geneticamente modificado para conter a resposta imunológica à insulina. A vacina foi criada para destruir apenas as células do sistema imunológico que são prejudiciais, deixando o restante do sistema de defesa intacto.
Segura e eficaz — O teste da vacina envolveu 80 pessoas maiores do que 18 anos com diabetes tipo 1 que faziam tratamento com injeções de insulina. Parte delas recebeu doses dessa vacina e o restante, de placebo. Após 12 semanas recebendo uma dose de vacina ou placebo semanalmente, os pacientes do grupo da vacina ativa apresentaram sinais de que seu corpo estava preservando algumas das células produtoras de insulina no pâncreas sem efeitos adversos. Além disso, a nova vacina diminuiu o número de células do sistema de defesa responsáveis por matar as produtoras de insulina.
Lawrence Steinman, um dos autores do estudo, admite que a vacina está longe de ser comercializada, mas acredita que esses resultados são suficientes para que um estudo maior em torno do tratamento seja realizado futuramente. A ideia é que a vacina seja testada em 200 pessoas com diabetes tipo 1 para avaliar se ela pode parar a progressão da doença em pacientes jovens antes mesmo de a condição ter causado um dano maior à saúde.

sábado, 29 de junho de 2013

RISCO DE SUICÍDIO e o LÍTIO


Para avaliar se o lítio tem um efeito preventivo específico no risco de suicídio e em pessoas com distúrbios de humor unipolar e bipolar, foi realizado um estudo publicado pelo British Medical Journal (BMJ).
A revisão sistemática e meta-análise foi baseada em dados doMedline, Embase, CINAHL, PsycINFO, Central, registros de ensaios clínicos da web, principais livros, autores de documentos importantes e outros especialistas na disciplina e sites de empresas farmacêuticas.
Dois revisores avaliaram os estudos para inclusão e risco de viés e extraíram os dados. Os principais resultados foram o número de pessoas que completaram o suicídio, envolveram-se em auto-mutilação deliberada, e morreram por qualquer causa.
Os resultados de 48 ensaios clínicos randomizados (6.674 participantes, 15 comparações) foram incluídos. O lítio foi mais eficaz do que o placebo na redução do número de suicídios e de mortes por qualquer causa. Não há claros benefícios observados com lítio, em comparação com placebo, na prevenção de auto-mutilação deliberada. Na depressão unipolar, o lítio foi associado a uma redução do risco de suicídio e também do número total de mortes em comparação com o placebo. Quando o lítio foi comparado a cada tratamento, uma diferença estatisticamente significativa foi encontrada apenas com a carbamazepina para auto-mutilação deliberada. O lítio apresentou uma tendência a ser melhor do que as outras substâncias ativas da comparação, com pequena variação estatística entre os resultados.
Concluiu-se que na presente revisão da literatura, o lítio mostrou-se um tratamento eficaz para reduzir o risco de suicídio em pessoas com transtornos do humor. Ele pode exercer os seus efeitos anti-suicidas reduzindo as recaídas de transtorno de humor, mas mecanismos adicionais devem também ser considerados, porque existe alguma evidência de que o lítio diminui a agressão e, possivelmente, a impulsividade, que pode ser um outro mecanismo mediando o efeito anti-suicida.
NEWS.MED.BR, 2013. BMJ: lítio é eficaz para reduzir risco de suicídio em pacientes com transtorno de humor. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2013.

ONDE O CARA ESTÁ?


FONTE: INTERNET (autoria desconhecida, por enquanto)

NINGUÉM-SABE-NINGUÉM-VIU! DILMÁ SUMIU!

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29/06/2013
 às 7:07

Com medo da vaia no Maracanã, Dilma não vai ao jogo

Na quarta-feira, escrevi aqui: “O Brasil está na final da Copa das Confederações. Venceu o Uruguai por 2 a 1. Coitada da presidente Dilma Roussseff! Terá de encarar o Maracanã. A chance de uma vaia de dimensões oceânicas é gigantesca. As peças de propaganda para excitar o patriotismo e o ufanismo começam a se transformar num peso”. Pois é… Dilma tomou uma decisão: não vai! E isso também é um vexame. Seus assessores avaliaram que seria catastrófico levar uma vaia estrepitosa  aos olhos do Brasil inteiro e da imprensa internacional.
É uma ironia e tanto, não?
 Os eventos esportivos foram pensados como o símbolo do “Brasil Grande da Era Lulista”. A final de amanhã deveria ser o primeiro momento de consagração. 
E, no entanto, Dilma terá de se esconder.
Por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 28 de junho de 2013

ALCOOLISMO: SOBRIEDADE EMOCIONAL

Jef Thompson/Shutterstock
SÓBRIAS EMOÇÕES
Uma das bases do processo de recuperação do alcoolismo é um conceito conhecido como sobriedade emocional. A ideia é que alcoolistas e outros adictos possam controlar a dependência durante longo período, desde que aprendam a lidar com frustrações e outros desconfortos emocionais que possam levá-los a situações de estresse, ansiedade, ao desejo de consumo da substância e, finalmente, à recidiva. Trata-se, na verdade, de um projeto de vida e requer o cultivo de maneiras totalmente novas de pensar sobre o relacionamento consigo mesmo e com os outros. 

No caso do alcoolismo, por exemplo, a literatura sobre casos de recuperação também mostra que algo óbvio, mas indispensável, “vem primeiro”: é preciso que a pessoa em tratamento simplesmente não beba. Nos primeiros dias de recuperação, muitos profissionais da saúde adotam a prática de orientar alcoolistas a não analisar o motivo de serem dependentes ou se perder em longos questionamentos a respeito de como poderiam ter evitado a situação. A máxima é: “Não pense e não beba”. Viver um dia de cada vez e o que mais puder ajudar, como exercícios, meditações, orações e reuniões, auxiliam a distrair a mente da compulsão de pegar um copo.

Essas abordagens representam dois tipos muito diferentes de regulação emocional. Distração é irracional equivale à retirada cognitiva dos pensamentos sobre o álcool e consequente diminuição da ansiedade do desejo de beber a qualquer custo. 

Trata-se de um instrumento poderoso na caixa de ferramentas do processo de recuperação. Por outro lado, a sobriedade emocional de longo prazo requer o lento, constante e às vezes difícil exercício de pensar sobre situações, relacionamentos, lugares e coisas que uma vez colocaram a pessoa – e podem colocá-la novamente – fora de controle. 

Uma pesquisa recente sugere que uma mente saudável habilmente alterna essas técnicas quando enfrenta emoções desagradáveis. Ao estudar esses mecanismos, os pesquisadores começam a entender como as pessoas lidam com sentimentos dolorosos e o que acontece quando essas habilidades faltam.

PREFIRO NÃO SABER...
Programas de recuperação ensinam alguns princípios fundamentais de regulação emocional, o que costuma ser muito útil já que dependentes químicos parecem não usufruir deles intuitivamente. No entanto, pessoas saudáveis demonstram de forma natural ter mais recursos para lidar com sentimentos negativos. Pelo menos essa é a conclusão de alguns estudos recentes do psicólogo Gal Sheppes e de sua equipe da Universidade Stanford. Os cientistas têm buscado entender melhor as estratégias que as pessoas escolhem para lidar com as emoções negativas de diferentes tipos e intensidades. Os pesquisadores acreditam que processamos diferentes tipos de informação emocional, basicamente, de acordo com as duas formas descritas na literatura: bloqueando-as totalmente ou pensando no assunto com cuidado na tentativa de reavaliar a situação. Por exemplo: se uma experiência ou pensamento for especialmente intenso e ameaçador, as pessoas geralmente cortam logo o mal pela raiz. Simplesmente não prestam atenção ao problema e assim bloqueiam a entrada de ideias desconfortáveis – alcoolistas em recuperação são aconselhados a fazer algo parecido. A técnica impediria que pensamentos negativos potentes ganhassem força.

Por outro lado, pessoas confrontadas com emoções negativas mais brandas não tentam bloqueá-las. Esses sentimentos seriam regulados por um segundo mecanismo cognitivo, por meio de um processamento mais sofisticado para elaborar emoções desagradáveis na tentativa de torná-las inofensivas. Mas, primeiro, os pensamentos negativos devem ser armazenados na memória para reavaliação e reinterpretação. Pelo menos essa é a teoria que Sheppes e seus colegas testaram em uma série de experimentos no laboratório. Eles acreditam que pessoas saudáveis tendem a “deixar de lado” experiências emocionais intensas rapidamente e a prestar mais atenção a experiências leves e menos ameaçadoras, na tentativa de se defender. 

Os pesquisadores recrutaram 20 voluntários e os instruíram sobre os dois métodos de regulação emocional: distração e reavaliação. Na sequência, os participantes deveriam visualizar fotografias retratando emoções negativas em variados graus. Uma imagem de baixa intensidade, por exemplo, mostrava uma mulher apoiando a cabeça com as mãos em um estado ambíguo, que poderia ser interpretado como desânimo ou angústia, enquanto uma fotografia de alta intensidade poderia expor uma pessoa em sofrimento extremo, com sangue escorrendo pelo rosto. Os voluntários visualizaram uma série de imagens, focalizando cada figura durante meio segundo e depois narraram em voz alta durante cinco segundos de que maneira processavam a emoção: se por meio da distração ou pensando sobre como reinterpretá-la. Outros voluntários e observadores assistiam à explanação e caracterizavam as estratégias utilizadas como “distração” ou “reavaliação”. Para ter certeza de que os resultados seriam precisos, os participantes que tinham visto as fotos também deveriam apertar um botão para indicar qual estilo de processamento emocional escolheriam usar.

UMA DOR SUPORTÁVEL
Os resultados foram inequívocos: a maioria optou por prestar atenção quando confrontada com uma fotografia de baixa intensidade e se distrair ao visualizar imagens de alta intensidade, sugerindo que a mudança de estratégias é uma forma normal e saudável de lidar com o lado negativo da vida. Os pesquisadores também aplicaram um “teste surpresa” nos voluntários no final do experimento e descobriram, como já esperavam, que a memória dos participantes fora prejudicada: eles tiveram dificuldades para recordar as fotografias que os fizeram desviar a atenção. O resultado sugere que a distração, usada como estratégia de regulação emocional, ajuda a impedir que a informação emocional negativa entre na memória.

Imagens intensas são estímulos poderosos para fomentar emoções negativas. Mesmo assim, os cientistas buscavam um teste que estivesse mais próximo de eventos da vida real. Por isso, em outro experimento, eles usaram a antecipação de choques elétricos para criar um estado de ansiedade mensurável nos voluntários. Os pesquisadores provocaram emoções intensas nos participantes por meio da administração de 20 choques elétricos de proporções variadas. Pouco antes de cada descarga, as pessoas visualizavam uma breve descrição do nível de intensidade do choque iminente, permitindo-lhes tempo –12 segundos, em média – para escolher e usar uma das estratégias para regular a ansiedade antes de receber o choque elétrico. Assim como antes, os voluntários deveriam dizer em voz alta qual estratégia cognitiva pretendiam usar. 

Os cientistas cruzaram os dados de intensidade do choque com as escolhas cognitivas e concluíram que os resultados foram essencialmente os mesmos obtidos antes. Artigo sobre o experimento, publicado na edição on-line do periódico científico Psychological Science, revela que os voluntários foram muito mais propensos a optar por uma estratégia de reavaliação (“isto não vai ser tão ruim”) na hora de enfrentar um choque desagradável, mas tolerável, e a tentar se distrair na iminência de levar uma descarga elétrica forte e intensamente dolorosa. Ou seja: as pessoas geralmente têm flexibilidade cognitiva para adaptar suas escolhas diante das situações que precisam enfrentar. 

Não é novidade a constatação de que, se for inevitável que surjam emoções negativas, tendemos a optar pelas menos desagradáveis. A elaboração ou reinterpretação emocional de eventos do passado é hoje reconhecida como uma estratégia eficaz de enfrentamento, utilizada como parte importante do processo psicoterapêutico. As conclusões sobre se distrair diante de uma emoção negativa, com a qual é difícil lidar, vão contra uma antiga visão que considera prejudicial evitar ou reprimir reações diante de intensos desafios emocionais. Há evidências de que, em condições extremamente adversas, algum desprendimento emocional pode ser saudável. Esta abordagem parece ser verdadeira pelo menos para vítimas de tragédias, pessoas com depressão grave e para alcoólicos no início do processo de recuperação.

FONTE: TEXTO DE Wray Herbert - junho 2013 - http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/sobrias_emocoes.html

ESCLERODERMIA: DOENÇA POUCO CONHECIDA

Esclerodermia ainda é pouco conhecida

Doença autoimune é rara; diagnóstico precoce traz mais conforto ao paciente
Saulo Ohara
Paula Carolina Dias Gibrin: "Quero aproveitar para fazer tudo o que for possível, só que mais rápido, já que sei que irei tendo cada vez mais dificuldades de movimentos"
Dores nas articulações e sensibilidade ao frio, deixando as pontas dos dedos arroxeadas foram os primeiros sintomas que a fonoaudióloga Paula Carolina Dias Gibrin, de Londrina, sentiu, ainda no ano passado. De lá para cá, ela passou por vários médicos e foram necessários diversos exames para conseguir diagnosticar a esclerodermia ou esclerose sistêmica. O dia 29 de junho é considerado o Dia Internacional de Conscientização sobre Esclerose Sistêmica. 

"O pior é você ter algo e não saber o que é. Infelizmente muitos médicos ainda desconhecem a doença, que por ser rara torna mais difícil o diagnóstico, principalmente porque meus exames não indicaram no início o que seria. Foi preciso algum tempo, fomos excluindo outras coisas até termos certeza, que veio quando apareceu o espessamento da pele", conta Paula. 

A esclerodermia é uma doença autoimune, que causa espessamento da pele, devido ao excesso de colágeno. Dependendo da forma da doença, órgãos internos também podem ser afetados, principalmente rins, pulmões, esôfago e intestino. 

"A doença tem também um fator emocional. Quando fico nervosa ou ansiosa fico toda azulada. Devido ao problema de circulação, preciso estar sempre aquecida e evitar lugares muito frios", relata Paula. 

Apesar do pouco tempo do diagnóstico, Paula já sente os dedos mais inchados e por isso tem dificuldade para executar alguns movimentos. "Antes de começar o tratamento me sentia vestindo uma blusa apertada, que dificultava meus movimentos. Por isso a importância do diagnóstico precoce. Ainda bem que trabalho com a parte auditiva da fonoaudiologia, porque também tenho algumas restrições de movimento na boca e por isso teria dificuldade de ensinar a um paciente alguns exercícios." 

Além dos remédios, nem todos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ela conta com uma equipe multidisciplinar para auxiliar no tratamento. Fisioterapeuta, dermatologista, nutricionista, psicólogo, reumatologista, pneumologista são alguns dos profissionais envolvidos. 

"É muito importante esse apoio, porque não é fácil receber esse diagnóstico. Agora já passei da fase de chorar, de me deprimir. Antes eu pensava se ia ver meus três filhos crescerem, se casarem. Agora eu quero aproveitar para fazer tudo o que for possível, só que mais rápido, já que sei que irei tendo cada vez mais dificuldades de movimentos", destaca a fono, que também é guitarrista em uma banda e ainda pretende estudar piano. Sua intenção, agora, é formar um grupo de apoio entre as pessoas com esclerodermia, para trocar experiências e orientar familiares. 

Serviço
Informações sobre a doença no site da Associação Brasileira de 

Pacientes com Esclerose Sistêmica - http://www.abrapes.org.br/home.asp

Érika Gonçalves
Reportagem Local

DIABETES TIPO 2: DICAS PARA PREVENÇÃO



De acordo com o estudo divulgado no Consenso da InternationalDiabetes Federation são cinco os objetivos para um comportamento saudável que ajuda a evitar o diabetes mellitus tipo 2. São eles:

  1. Manter o índice de massa corporal (IMC) abaixo de 25 kg/m².
  2. Ingerir menos de 30% de gordura do total de calorias ingeridas.
  3. Ingerir menos que 10% de gorduras saturadas do total de calorias provenientes de gorduras ingeridas.
  4. Aumentar a ingestão de fibras para uma quantidade maior do que 15g/1.000kcal.
  5. Realizar mais do que quatro horas de atividades físicas de intensidade moderada por semana.

DIABÉTICOS HIPERTENSOS e o DAGLUTRIL

The Lancet: efeitos do daglutril, um inibidor combinado da enzima endopeptidase neutral e da enzima conversora de endotelina, sobre a pressão arterial de pacientes diabéticos tipo 2 com albuminúria

A efetiva redução da albuminúria e da pressão arterial em pacientes diabéticos tipo 2, que têm nefropatia, raramente é alcançada com os tratamentos disponíveis. Foram testados os efeitos do tratamento de tais pacientes com o daglutril, um inibidor combinado da enzima de conversão da endotelina e da enzimaendopeptidase neutral em um estudo randomizado, cruzado, duplo-cego, controlado por placebo, publicado pelo The Lancet.
A pesquisa foi realizada em dois hospitais na Itália. Os critérios de elegibilidade foram: idade igual ou superior a 18 anos, excreção urinária de albumina entre 20-999 μg/minuto, pressão arterial sistólica (PAS) inferior a 140 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) inferior a 90 mmHg. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente (1:1) com uma sequência gerada por computador e randomizados para receber daglutril (300 mg/dia) e placebo durante 8 semanas cada um, ou vice-versa, com um período de suspensão de tratamento de 4 semanas. Os pacientes também receberam losartan durante todo o tempo. Os participantes e os pesquisadores não sabiam a alocação do tratamento. O desfecho primário foi a excreção urinária de albumina em 24 horas na intenção de tratar a população. Os desfechos secundários foram as medidas ambulatoriais da pressão arterial em 24 horas, durante o dia e à noite, a função e a hemodinâmica renais e os resultados dos testes laboratoriais e metabólicos.
Foram examinados 58 pacientes, dos quais 45 foram inscritos (22 receberam daglutril depois placebo, 23 receberam placebo e, em seguida, daglutril; 42 (20 versus 22) foram incluídos na análise primária). O daglutril não afetou significativamente a excreção urinária de albumina em 24 horas em comparação com o placebo. Trinta e quatro pacientes tiveram leituras completas da PA em 24 horas. Em comparação com o placebo, o daglutril reduziu significativamente a PAS em 24 horas, a PAD, o pulso e a PA média, assim como todas as leituras noturnas da PA e as medidas diurnas da PAS, pulso e a média da PA, mas não da PA diastólica. Comparado ao placebo, o daglutril também reduziu significativamente a medida da PAS em consultório, mas não a PAD, o pulso ou a média da PA e aumentou a concentração sérica da endotelina. Outros desfechos secundários não diferiram significativamente entre os períodos de tratamento. Três pacientes usando placebo e seis pacientes tomando daglutril apresentaram efeitos adversos leves - o mais comum foi o edema facial e periférico (em quatro pacientes que usaram o daglutril).
Concluiu-se que o daglutril melhora o controle da pressão arterial em pacientes hipertensos com diabetes tipo 2 e nefropatia e tem um perfil de segurança aceitável. A inibição combinada da enzima conversora de endotelina e da enzima endopeptidase neutral pode proporcionar uma nova abordagem para a hipertensão em uma população diabética de alto risco.
NEWS.MED.BR, 2013. The Lancet: efeitos do daglutril, um inibidor combinado da enzima endopeptidase neutral e da enzima conversora de endotelina, sobre a pressão arterial de pacientes diabéticos tipo 2 com albuminúria. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2013.

AUTISMO: RECURSOS PEDAGÓGICOS

Entrega do jogo de atenção conjunta: a partir da esq., Janete
       Cícero, do INT; Magda Carvalho e Simone de Oliveira, da
       Escola M. Mariza Azevedo; e o coordenador Saul Mizrahi, do INT 
Com dificuldades de interagir socialmente e de se comunicar, e um padrão restrito e repetitivo de comportamento, as crianças com autismo muitas vezes se fecham em um mundo particular. Para utilizar a tecnologia em benefício da aprendizagem dos estudantes com esse perfil, um projeto coordenado pelo engenheiro eletrônico e doutor em engenharia de produção Saul Eliahú Mizrahi, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), resultou em produtos inovadores que vêm sendo utilizados como recursos pedagógicos para o suporte e a inclusão de alunos com deficiência, entre elas o autismo, em escolas públicas municipais.
São objetos didáticos, como o Relógio de Parede e o Quadro de Atividades Diárias, que ajudam os alunos autistas a delimitar sua rotina, estimulando sua noção de percepção do tempo; o Jogo de Atenção Conjunta, para auxiliar os autistas a compartilhar o foco de atenção com outra pessoa enquanto ambos se concentram num mesmo objeto ou realizam uma mesma atividade; e o Jogo da Memória, para estimular a concentração e o aprendizado. Há ainda um boneco em tamanho natural e com expressões faciais, queajuda na identificação das emoções humanas – dificuldade comum entre os autistas; e uma prancheta, tipo cavalete,para desenho e reprodução de imagens, que facilitam a comunicação visual. Os produtos foram desenvolvidos por pesquisadores da área de Divisão de Engenharia de Avaliações e de Produção (Deap), com design projetado pela área de Desenho Industrial do INT, e são fabricados pela empresa Mamulengo Brinquedos Educativos e Pedagógicos. O projeto foi contemplado pelo edital Apoio à produção de material didático para atividades de ensino e/ou pesquisa, da FAPERJ.
A concepção dos objetos pedagógicos do INT – instituição com expertise em desenho industrial e produção de softwares –ocorreu a partir das demandas relatadas pelos professores da Escola Municipal Especial Professora Mariza Azevedo Catarino, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, referência na educação de alunos com espectro autista, e nas discussões com especialistas da Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Estácio de Sá (Unesa), parceiros no projeto.
De acordo com o coordenador, as pesquisas com esses parceiros foram o primeiro passo para conhecer as necessidades de produção de objetos pedagógicos profissionais para serem utilizados por pessoas com autismo em sala de aula. “Como não havia uma linha profissional de produtos para pessoas com autismo, muitos educadores improvisavam objetos pedagógicos de forma artesanal, com materiais pouco duráveis, como papel”, disse Saul. A partir dessas demandas, o INT gerou pedidos de depósito de patentes e inovação, com produtos tecnológicos produzidos pela empresa Mamulengo. “O objetivo é que os produtos sejam fabricados e comercializados a preços acessíveis, para ser adquiridos por profissionais de educação e saúde, tornando-se uma ferramenta profissional para o aprendizado de alunos com autismo”, destacou.
A pesquisadora Janete Rocha Cícero, da linha de pesquisa Tecnologia Assistiva para Educação Inclusiva, do INT, explica que a participação dos educadores parceiros é fundamental também na etapa atual do projeto, voltada para a avaliação e aprimoramento dos objetos pedagógicos já fabricados. “Eles estão sendo testados nas escolas públicas municipais de Niterói e São João de Meriti. Os resultados de sua utilização em sala de aula e também na residência dos alunos com autismo estão sendo relatados, ao longo de 2013, por profissionais das áreas de educação e familiares”, disse Janete.
    Reprodução
        
   Quadro de atividades: um dos objetos  pedagógicos para autistas criados pelo INT  
Segundo Janete, o projeto tem o mérito de colocar a tecnologia desenvolvida no âmbito acadêmico a serviço dos professores da rede municipal, para promover a inclusão. “A área de pesquisa em Tecnologia Assistiva para Educação Inclusiva do INT, que já existe há dez anos, tem um vasto potencial de pesquisa e desenvolvimento, com resultados de inovação em curto prazo, obtidos com poucos recursos, mas que fazem a diferença para a sociedade”, afirmou Janete.
O apoio da Fundação ao projeto, e a outros desdobramentos dessa linha de pesquisa no INT, já ocorre desde 2006. “A FAPERJ esteve presente ao longo de diversas etapas da pesquisa em Tecnologia Assistiva para Educação Inclusiva do INT, que já foi contemplada três vezes pela Fundação”, disse. Para ele, o fomento vem gerando resultados concretos e pode ser o diferencial para o aprendizado de pessoas com autismo. “Quanto mais cedo a criança receber estímulos pedagógicos em sala de aula, maior a possibilidade de que os traços autísticos se reduzam”, concluiu.
O projeto conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar, que envolve professores, psicopedagogos, fonoaudiólogos, engenheiros, designers e psicoterapeutas. No INT, além de Saul e Janete, participam os designers Luís Motta, Gil Brito e Pedro Braga; os bolsistas Augusto Nunes, Evellyn Pinto, Wellington Albuquerque e Matheus Barbosa; e a doutora em engenharia de produção Dayse Arruda. Na UFF, a equipe conta com a participação da doutora em educação Valdelúcia Costa e da doutora em psicologia Dayse Serra; e na Universidade Estácio de Sá, de Nelma Pintor, que é coordenadora de educação especial da Fundação Municipal de Educação de Niterói; além das professoras da rede municipal de Niterói Rosana Prado e Ana Cristina Prado.
Outras frentes de trabalho para a inclusão
O projeto inclui o uso de uma tecnologia desenvolvida na instituição que pode ser utilizada por alunos com outras deficiências, como visual e auditiva. Trata-se do software Sigesc Web, uma ferramenta de gestão de ensino na rede pública, que confere agilidade na observação e proposição de alternativas educacionais para esses estudantes. “O software permite o armazenamento de dados e o mapeamento da evolução dos alunos com deficiência incluídos nas escolas. Os alunos com autismo estão sendo avaliados por ele, mas a ferramenta também pode ser aplicada, nas escolas, a alunos com outras deficiências", disse Saul.
Da mesma forma, outro software desenvolvido no INT que pode atender a alunos com diversas deficiências é o Sigesc Ava – Ambiente Virtual de Aprendizagem Cooperativa. “Essa ferramenta permite a inclusão e reprodução, em diferentes mídias, dos tópicos informacionais ou institucionais a serem exibidos conforme a necessidade identificada. A funcionalidade contempla a reprodução das informações em Libras, a linguagem brasileira de sinais, através de vídeo, e de texto e som”, destacou Saul.


                                                                                Tais Salazar
   
 Seminário de Educação Inclusiva de Niterói lotou o Auditório
 Florestan Fernandes, da Facudade de Educação da UFF
Como desdobramento do projeto contemplado pela FAPERJ, o INT promoveu na quarta-feira, 26 de junho, o “I Seminário de Educação Inclusiva de Niterói: tecnologias educacionais e inclusão social”. O debate foi realizado em Niterói, no Auditório Florestan Fernandes e na Sala Paulo Freire, da Faculdade de Educação da UFF. O seminário teve como objetivo propiciar o intercâmbio científico para o favorecimento da educação inclusiva, com ênfase nas políticas públicas de educação especial na perspectiva da inclusão, práticas pedagógicas inclusivas, material didático e tecnologia assistiva para alunos com deficiência, contribuindo com a consolidação do processo de educação inclusiva em escolas municipais do estado do Rio de Janeiro. O evento, que também teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), teve 400 inscritos e contou com a presença de profissionais e estudantes de educação e saúde de diversos municípios. A mesa de abertura teve a participação do secretário de Educação, Ciência e Tecnologia de Niterói, Waldeck Carneiro, do secretário de Acessibilidade e Cidadania de Niterói, João Batista Carvalho e Silva, da coordenadora de Desenvolvimento Humano e Social do INT, Andrea Lessa, da professora Valdelúcia Alves da Costa, da UFF, da professora Nelma Alves Marques Pintor, da Fundação Municipal de Educação de Niterói/UFF/Unesa), e do pesquisador Saul Eliahú Mizrahi.
O INT é uma das 25 instituições selecionadas para compor a Rede de Tecnologia Assistiva, coordenado pelo Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Essas unidades serão responsáveis pela elaboração de projetos de pesquisa, desenvolvimento ou inovação voltados à melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Dezoito estados e o Distrito Federal tiveram núcleos habilitados pela ação, que integra o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, lançado pela presidenta Dilma Rousseff em fevereiro de 2011. Mais informações sobre o projeto e sobre a linha de pesquisa Tecnologia Assistiva para Educação Inclusiva estão disponíveis no blog: http://escolainclusiva.int.gov.br 

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA e o ANTIOXIDANTE TEMPOL

Tempol tem leve efeito neuroprotetor em modelo animal de ELA
As amostras obtidas no Instituto de Química foram analisadas por meio da estereologia
Estudos realizados no Instituto de Química (IQ) em colaboração com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), ambos da USP, mostram que o nitróxido cíclico tempol — um radical livre artificial — apresentou uma atividade protetora moderada ao ser testado em um modelo animal de ratos geneticamente modificados para desenvolverem a esclerose lateral amiotrófica (ELA). Os resultados foram publicados no último mês de fevereiro na revista científica PLos One.
“O trabalho abriu para nós uma série de vias para entender o mecanismo patogênico da esclerose lateral amiotrófica, doença que continua desafiando muitos pesquisadores ao redor do mundo”, destaca a professora Ohara Augusto, do IQ que coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), onde a pesquisa foi realizada.
A professora Ohara explica que a esclerose lateral amiotrófica é uma doença fatal que provoca neurodegeneração progressiva. É caracterizada pela disfunção progressiva e morte de neurônios no córtex motor, tronco cerebral e medula. Segundo a literatura científica, uma das causas mais frequentes para o aparecimento da doença de origem familiar são mutações na enzima superóxido dismutase humana (hSOD1), proteina existente no organismo e que atua como antioxidante em mamíferos. “Esta enzima é essencial e sua ausência pode acarretar problemas ao organismo”, conta. “Mutações na enzima provocam a agregação de proteínas no cérebro que impedem processos celulares. Dependendo da proteína envolvida, esses agregados podem levar ao surgimento de doenças como Alzheimer, Parkinson ou a esclerose lateral amiotrófica, entre outras”, completa.
As amostras de tecidos de um modelo animal da esclerose lateral amiotrófica (ratos que expressam a mutante G93A da superóxido dismutase humana) obtidas no IQ foram analisadas no Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA) do Departamento de Cirurgia da FMVZ por meio de técnicas estereológicas. Essas técnicas permitem medir as células por meio de cálculos estatísticos e matemáticos espaciais levando-se em conta altura, largura e profundidade (3D), além da quarta dimensão, o fator tempo (4 D). Por isso, a estereologia apresenta grande acurácia em estimar o número total e o volume das células nos tecidos, entre outras características. Na análise em duas dimensões (morfometria), leva-se em conta apenas altura e largura, o que a leva a medir apenas os contornos (perfis) das partículas.
O professor Antonio Augusto Coppi, estereologista responsável pelo LSSCA, afirma que nas análises realizadas no laboratório, foi constatado que a administração de tempol antes do início da doença prolongou, moderadamente, a sobrevida dos animais e protegeu a estrutura celular e molecular contra os danos causados pela doença. “Os resultados indicam a possibilidade de antioxidantes como o tempol poderem ser uma alternativa para tratar a esclerose lateral amiotrófica”, aponta.
Para a professora Ohara, além de ter mostrado que o tempol consegue proteger moderadamente a evolução da doença em animais, o trabalho também “abre perspectivas para testar compostos parecidos em outros modelos animais e, talvez, algum dia, testá-lo em humanos”.
À esquerda, neurônios motores dos animais sadios. À direita, neurônios dos ratos doentes tratados com tempol
Experimentos
Os pesquisadores do IQ trabalharam com 30 animais. Os ratos receberam dois tipos de tratamento: solução de tempol oferecida na água de beber e injeção intraperitonial 3 vezes por semana. “Os efeitos desse tratamento foram moderados: aumentou em 9 dias a sobrevida de animais doentes que receberam tempol pela água, e em 17 dias de sobrevida daqueles que receberam injeções intraperitoniais”, relata a professora Ohara.

Já os trabalhos estereológicos envolveram amostras celulares de 15 desses animais, sendo 5 doentes tratados com tempol administrado na água de beber; 5 doentes não tratados; e 5 sadios sem doença (grupo controle). Os pesquisadores quantificaram os neurônios motores da região lombar (L1-L6) da médula espinhal.
Nos animais tratados com tempol, o número total de neurônios motores foi mantido. Esse número é igual, estatisticamente, ao grupo normal (sem doença). Já no grupo doente não tratado, houve redução de 60% no número total de neurônios motores e atrofia de 50% no volume destas células neuronais. Nos animais tratados com tempol, a redução do número de neurônios motores foi revertida, mas a atrofia das células não. “Uma interpretação estereológica possível para isso é que o aumento do número de neurônios motores nos animais doentes tratados com tempol teria gerado novas células, porém menores do que o normal. Ou seja, o tratamento com tempol protegeu contra a perda de neurônios motores, mas não contra a atrofia destas células”, finaliza Coppi.
O artigo Tempol Moderately Extends Survival in a hSOD1G93A ALS Rat Model by Inhibiting Neuronal Cell Loss, Oxidative Damage and Levels of Non-Native hSOD1G93A Forms está disponível para consulta na revista PlosOne por meio deste link.
Pelo LSSCA, participaram deste estudo, além do professor Coppi, os pesquisadores Fernando Ladd e a doutoranda Aliny Ladd.
Imagem 1 – Marcos Santos / USP Imagens
Imagem 2 – Cedida pelo professor Antonio Augusto Coppi
Mais informações: emails oaugusto@iq.usp.br, com a professora Ohara Augusto e guto@usp.br, com o professor Antonio Augusto Coppi

IRRESPONSABILIDADE SOCIAL DO PARTIDO DO "CARA" (DOS TRABALHADORES)



Horário Eleitoral Gratuito – Programa do Partido dos Trabalhadores

O Partido dos Trabalhadores (PT), da Presidente da República, Dilma Rousseff, surpreendeu ao enfatizar, em seu programa eleitoral, em maio, o fato de o País ter se tornado, nos últimos 10 anos, o maior exportador de tabaco do mundo. Esta, segundo a mensagem do filme, seria uma das grandes conquistas do atual governo brasileiro. O Brasil é signatário da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), que entrou em vigor em fevereiro de 2005. Mais que isso, desempenhou papel de destaque nas negociações do tratado, tanto que foi eleito para presidir o processo de elaboração do documento final e foi o segundo país a assiná-lo. É justamente nisso que reside a surpresa mencionada acima.

Ora, nos dias atuais, boa parte dos governos, em todo o mundo, já reconhece a necessidade – urgente – de redução no consumo de tabaco, como forma de preservar saúde e qualidade de vida dos cidadãos, e promove esforços para criação e implementação de legislações efetivas de combate ao tabagismo, desde alternativas sustentáveis e economicamente viáveis para os agricultores para a plantação da matéria-prima à venda de produtos tabaco-relacionados ao consumidor final. Enquanto isso, iniciativas como a do PT não só vão de encontro a este consenso mundial, como impõem ao Brasil um triste retrocesso, já que, ressalte-se, mais uma vez, trata-se do partido ao qual é filiada a autoridade máxima do País.

A fumicultura é uma atividade rentável? Para a indústria do tabaco, certamente! Para os agricultores familiares, há controvérsias. Existem dados conclusivos que comprovam: os fumicultores brasileiros estão insatisfeitos com sua qualidade de vida, com a situação de extrema dependência econômica imposta pela indústria e com os graves riscos para saúde a que são submetidos, em decorrência dos agrotóxicos utilizados no cultivo da planta. Com relação a isso, a CQCT preconiza a mobilização de recursos para apoiar alternativas economicamente viáveis à produção de fumo. O governo brasileiro, no entanto, não tem mostrado interesse em atuar neste sentido. Muito pelo contrário, estimula e vangloria-se do aumento da produção.

De modo geral, a CCQT tem sido implementada timidamente no Brasil, sem ameaçar a estabilidade da indústria e sem enfrentar a problemática da sustentabilidade e da substituição da fumicultura. O consumo mundial de fumo tende a reduzir-se, progressivamente. Em última instância, grande produtor que, de fato, é, o Brasil deve estar preparado para esta nova realidade, no médio prazo. Faz-se necessária uma política agrícola mais condizente com as necessidades dos agricultores familiares, que fomente, estimule e viabilize a diversificação e alternativas à monocultura do fumo. E não apenas para subsistência, mas, sim, culturas que passem a ser o foco principal de negócio para os pequenos agricultores, principalmente.

A verdade é que, quando o assunto é tabagismo, nós, que acompanhamos o dia a dia desse processo, infelizmente, nos deparamos, há algum tempo, com a falta de vontade política das autoridades brasileiras de alto escalão. No Brasil, parece que as autoridades têm medo de tomar decisões que contrariam a indústria do tabaco. Fica a pergunta: o que estará por trás de toda essa inércia?

FONTE: Horário Eleitoral Gratuito – Programa do Partido dos Trabalhadores

quinta-feira, 27 de junho de 2013

PREVENÇÃO DE AVC: COMBINAÇÃO DE REMÉDIOS OU SOMENTE ASPIRINA?

Combinação de remédios é melhor do que aspirina sozinha para evitar AVC

Se confirmadas, conclusões de estudo feito na China podem mudar o tratamento padrão para evitar um derrame em pessoas que já sofreram um

Aspirina: nova fórmula reduz o tempo de absorção do medicamento pelo organismo
Aspirina: combinar a droga com outro medicamento que evita coágulo no sangue é melhor para reduzir o risco de AVC, diz pesquisa (Thinkstock)
É comum que pessoas que já sofreram algum acidente vascular cerebral (AVC) sejam tratadas com aspirina para evitar coágulos no sangue e, assim, diminuir o risco de um segundo derrame. Um teste clínico realizado na China, porém, demonstrou que combinar a droga com outro medicamento usado para evitar coágulos é melhor do que a aspirina sozinha para reduzir o risco de AVC.
CONHEÇA A PESQUISA





Onde foi divulgada: periódico The New England Journal of Medicine



Quem fez: Yongjun Wang, Jianping Jia, Claiborne Johnston e equipe



Instituição: Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA; Universidade de Ciências Médicas da Capital, China; e outras



Dados de amostragem: 5.170 pacientes que sofreram um AVC



Resultado: Pessoas que acabam de sofrer um AVC e que são submetidas a uma terapia que combina aspirina e clopidogrel têm um risco um terço menor de sofrer um outro derrame em comparação com pacientes submetidos a um tratamento baseado somente em aspirina.
Segundo a pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista The New England Journal of Medicine, a terapia combinada reduziu em um terço o risco de derrame em pacientes que já haviam sofrido um em comparação com o tratamento baseado na aspirina.
As conclusões fazem parte da terceira fase do teste clínico chinês em torno da terapia combinada para a prevenção do AVC. A pesquisa foi denominada de CHANCE (sigla que significa Clopidogrel em Pacientes com Alto Risco de Eventos Vasculares Cerebrais Agudos Não Incapacitantes). Um teste similar a esse está sendo realizado nos Estados Unidos. Caso os resultados sejam confirmados, os especialistas acreditam que a combinação do medicamento clopidogrel (Plavix) com a aspirina pode mudar o padrão de cuidado a pacientes com um alto risco de sofrer um segundo derrame.
O trabalho chinês foi feito com 5.170 pacientes que sofreram um AVC. Até 24 horas depois de o evento cardiovascular ter ocorrido, essas pessoas passaram a ser tratadas com aspirina ou então com a combinação de aspirina e clopidogrel. De acordo com os resultados, 11,7% daquelas que fizeram uso somente de aspirina sofreram um AVC nos três meses seguintes ao início do tratamento. Essa prevalência foi de 8,2% entre o grupo submetido à terapia combinada.
"Os resultados foram surpreendentes", diz Claiborne Johnston, professor de Neurologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, e um dos autores do estudo. Johnston também coordena a pesquisa que está sendo feita nos Estados Unidos sobre o assunto. “Devemos ter a confirmação ou não dessas conclusões dentro de alguns anos”, afirma.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/combinacao-de-remedios-e-melhor-do-que-aspirina-sozinha-para-evitar-avc