Exercícios físicos são capazes de gerar "gordura boa", afirma estudo
Dois novos estudos realizados em humanos e animais mostram que exercícios físicos alteram a gordura do corpo. A descoberta foi apresentada nesta sexta-feira (21) durante a reunião anual da ADA (Associação Americana do Diabetes), em Chicago (EUA). Segundo a pesquisa, as atividades físicas conseguem transformar a gordura proveniente de comportamento sedentário em um tipo de gordura capaz de acelerar o metabolismo.
As pesquisas revelam que os ratos que se exercitaram por 11 dias e homens que andaram de bicicleta por 12 semanas transformaram o tecido adiposo branco em marrom, que é metabolicamente ativa, ou seja, leva à queima de calorias. Até pouco tempo, achava-se que ela existia apenas nos bebês, mas estudos revelaram que adultos também podem fabricar esse tipo de gordura "desejável".
Para determinar se a gordura marrom poderia afetar a maneira que o corpo usa a glicose, pesquisadores transplantaram esse tipo de gordura em ratos sedentários e descobriram que os níveis de tolerância à glicose aumentaram, bem como a sensibilidade à insulina.
''Os resultados mostram que os exercícios físicos não são benefícios apenas para os músculos, mas também para a gordura'', afrma Kristin Stanford, pós-doutoranda e membro do Joslin Diabetes Center, em Boston. ''Está claro que quando a gordura é 'treinada' ela se torna marrom e mais ativa metabolicamente. Nós achamos que essa gordura pode contribuir com outros tecidos'', conta.
Ainda não se sabe ao certo se a gordura marrom terá o mesmo impacto em pacientes com diabetes, pois esse tipo de estudo com transplante não pode ser realizado em humanos.
''Nós já sabemos que é bom fazer exercícios físicos'', adicionou Laurie Goodyear, médica e pesquisadora da Harvard Medical School. ''O que estamos constatando é que a gordura é capaz de mudar em resposta à atividade física e isso tem um bom efeito metabólico. Não é a gordura na circunferência abdominal, que é ruim e pode levar a diabetes e outras doenças, mas sim uma gordura subcutânea'', revela.
Os estudos, financiados pela Associação Americana do Diabetes e pelos Institutos Nacionais de Saúde, dos EUA, sugerem que a gordura marrom está associada a aumento da captação de glicose, melhor composição corporal, redução da massa de gordura e aumento da sensibilidade à insulina em ratos.
* A repórter viajou a convite da Sanofi
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