Pesquisar este blog

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PERIGO: REMÉDIOS À VISTA!


Pesquisa examina 4 mil medicamentos na França e mostra que metade deles são inúteis, e 25% perigosos ou mortais



 ”(…) metade de todos os medicamentos prescritos por médicos na França são inúteis, 20% apresentam riscos aos pacientes e 5% são perigosos.”  Somente 25% são úteis. E no Brasil, quem pensa que o quadro é melhor que na França? O MAIOR pagador da Indústria Farmacêutica é o Estado – assim como no Brasil. O dinheiro, portanto, são dos contribuintes, que pagam para morrer, piorar suas doenças ou tomar placebos.
Celso Galli Coimbra – OABRS 11352
Enviado por Bruno de Pierro, ter, 30/10/2012 – 15:00
Levantamento realizado por pesquisadores franceses mostra que metade de todos os medicamentos prescritos por médicos na França são inúteis, 20% apresentam riscos aos pacientes e 5% são perigosos. Os autores do Guia dos Medicamentos, os médicos Philippe Even e Bernard Debré, dedicam 900 páginas para mostrar os resultados de uma avaliação que examinou 4 mil medicamentos e os categorizaram em três diferentes grupos: úteis, inúteis e perigosos. Segundo Even e Debré, o governo francês economizaria mais de 10 bilhões de euros ao ano caso retirasse da lista do sistema de saúde os medicamentos considerados tecnicamente supérfluos ou que apresentam riscos. Isso ainda poderia prevenir mais de 20 mil mortes causadas pelo uso de medicamentos e reduzir até 100 mil internações em hospitais.
Em entrevista à revista Le Nouvel Observateur, que dedicou um dossiê de dez páginas sobre o guia em setembro, Even, que também é diretor do Instituto de Pesquisa Necker, disse que a publicação se baseia em informação científica, e que é resultado da análise de milhares de outras publicações. Uma das substâncias questionadas no guia é a estatina, usada no tratamento contra o colesterol alto (o LDL, considerado maléfico em níveis altos no organismo) e aterosclerose. De acordo com os autores, as estatinas são “engolidas” por 3 a 5 milhões de franceses e custam cerca de 2 bilhões de euros por ano ao Estado. Para Even e Debré, esta droga é “completamente desnecessária”. A “lista negra” ainda inclui anti-inflamatórios e medicamentos usados para problemas cardiovasculares, diabetes, osteoporose, contracepção, dores musculares e aqueles que são vendidos para acabar com o vício à nicotina.
A repercussão do estudo ainda está preservada na França, onde, porém, tem provocado revolta de médicos e setores da indústria farmacêutica. Enquanto os autores tentam mostrar o quanto a indústria farmacêutica é a “mais lucrativa, cínica e menos ética das indústrias”, a Federação Francesa de Alergia, por exemplo, afirma que “este livro pode provocar mortes e se baseia em afirmações não comprovadas”. Em outubro, jornais da França trouxeram a polêmica à tona, com manchetes repercutindo as listas dos medicamentos inúteis e dos perigosos. O Le Figaro, por exemplo, dedicou seis reportagens, entre setembro e outubro, para abordar o estudo. Em uma delas, fala-se em um “livro chocante” e, na mais recente, já se menciona o “incrível sucesso do Guia de Medicamentos”.
“O capitalismo tornou-se essencialmente especulativo, visando a rentabilidade. Gerentes de empresas exigem 20% de rendimento por ano, condenando-se a políticas de curto prazo absolutamente contraditórias, com a descoberta de novas drogas, que demandam pelo menos dez anos”, explicou Philippe Even à Observateur, ao ser questionado sobre a lógica das indústrias farmacêuticas em relação à criação de novos medicamentos. Mais adiante, Even completa: “Para ganhar mais dinheiro, a indústria tem tentado estender a toda França a ampliação das definições de doenças. E todos nós nos tornamos, assim, os hipertensos, os diabéticos, ou com hipercolesterolemia, com osteoporose. Os laboratórios, com o apoio de muitos especialistas, tem aumentado tratamentos preventivos, dados por 10 a 30 anos, para pessoas saudáveis, para prevenir doenças que jamais terão”.
Ainda sobre a indústria farmacêutica, Even explica que ela alega que gasta 5% para a pesquisa, 15% para o desenvolvimento e 10% para a fabricação, totalmente terceirizada na Índia ou no Brasil. “O setor de saúde está entre os mais lucrativos. Onde está a moralidade? Ele falha por um marketing e por um tráfico de influências para os quais investe nada menos do que 45% do seu volume de negócios”. O dossiê traz, também, artigos sobre a eficácia contestada dos medicamentos usados para o combate ao colesterol e a chamada Síndrome de Sissi, um transtorno descoberto em 1998, na Alemanha. Ele ocorre quando pessoas depressivas encobrem seu abatimento com um comportamento ativo e positivo diante da vida.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian , Even disse que a maioria das drogas criticadas no livro são produzidas por laboratórios franceses. Ele acusa a indústria farmacêutica de “empurrar” medicamentos a médicos que, depois, empurra-os para os pacientes. “É como um polvo com tentáculos que infiltrou todo o poder de decisão de organizações mundiais de saúde, governos, parlamentos, altas administrações em saúde e hospitais e da profissão médica”.
Segundo o The Guardian, o consumo francês de medicação é de 36 bilhões de euros por ano, cerca de 532 euros por pessoa que tem uma média de 47 caixas de medicamentos por ano. O Estado cobre 77% do custo. Já na Inglaterra, o gasto com medicamentos chega a 271 libras por pessoa. Ao jornal, Even afirma que, ainda na Inglaterra, as pessoas tem a mesma expectativa de vida do que na França, aproximadamente 80 anos, e não são menos saudáveis, apesar do gasto ser menor com medicamentos.
“Nos últimos 40 anos os pacientes foram informados de que os medicamentos são necessários para eles. Então as pessoas pedem por eles. Hoje temos médicos que querem dar às pessoas medicamentos e pessoas doentes que pedem medicamentos. Não há nada de objetivo ou realista sobre isso”, completou Even durante a entrevista.
No site da Observateur, é possível visualizar um infográfico, em francês, com os 58 medicamentos considerados perigosos, segundo o Guia de Medicamentos. Clique aqui.
A reportagem completa do The Guardian pode ser acessada aqui.
E as reportagens sobre o levantamento no Le Figaro podem ser acessadas aqui.

Fonte em português: http://www.advivo.com.br/materia-artigo/pesquisa-examina-4-mil-medicamentos-na-franca-e-mostra-que-metade-deles-sao-inuteis
FONTE: bemditasvitaminas

OBESIDADE INFANTIL: FATORES PREDISPONENTES

Veja, 30/10/2012


Peso ao nascer, tabagismo materno e amamentação podem prever risco de sobrepeso em crianças menores do que um ano de idade

Obesidade infantil: Estudo enumera fatores de risco apresentados por bebês menores do que um ano que podem levá-los à obesidade infantil
Obesidade infantil: Estudo enumera fatores de risco apresentados por bebês menores do que um ano que podem levá-los à obesidade infantil (Thinkstock)
Nascer com um maior peso, engordar rapidamente nos primeiros meses de vida e ter uma mãe que fuma são alguns dos principais fatores que predispõem um bebê de até um ano de idade à obesidade infantil. É o que concluíram pesquisadores da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, após analisarem os resultados de 30 estudos sobre obesidade entre crianças. Esse trabalho foi divulgado nesta segunda-feira no periódico Archives of Disease in Childhood, uma publicação do British Medical Journal (BMJ).
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Systematic review and meta-analyses of risk factors for childhood overweight identifiable during infancy

Onde foi divulgada: revista Archives of Disease in Childhood

Quem fez: Stephen Franklin Weng, Sarah, Redsell, Judy Swift, Min Yang, Cristine lazebrook

Instituição: Universidade de Nottingham, Inglaterra

Resultado: Filhos de mães que estavam acima do peso na gravidez são até quatro vezes mais propensos a ter excesso de peso na infância; bebês de mães que fumaram durante a gestação têm 37% mais riscos de ter o problema. Também elevam essas chances um maior peso ao nascer, o ganho de peso rápido e o consumo de alimentos sólidos nos quatro primeiros meses de vida
Essa é a primeira vez em que um estudo faz uma revisão de todos os possíveis fatores de risco para a obesidade infantil, segundo Sarah Redsell, coordenadora da pesquisa. De acordo com os resultados, crianças cujas mães estavam acima do peso durante a gravidez são 37% mais propensas a ter sobrepeso. As com índice de massa corporal de 25 a 30(calcule aqui o seu IMC) aos três anos de idade têm quatro vezes mais chances de ter sobrepeso aos sete anos; e o dobro do risco de ter o problema entre nove e 14 anos de idade. Além disso, segundo os resultados, filhos de mães que fumam durante a gravidez têm 47% mais chances de ter excesso de peso na infância do que as crianças cujas mães não fumam. 
Risco na balança — A pesquisa ainda observou que, dos sete estudos que olharam para o peso do bebê ao nascer e a incidência da obesidade na infância, seis concluíram que os dois fatores estão fortemente relacionados. O estudo também indicou que os bebês que ganham peso de forma mais rápida no primeiro ano de vida são até quatro vezes mais propensos a apresentarem sobrepeso aos quatro anos de idade.
Crianças que foram amamentadas durante mais tempo, indicaram os autores, apresentaram um risco 15% menor de se tornarem obesas. Mas aquelas que passaram a consumir alimentos sólidos mais precocemente — antes dos quatro meses de vida — são 6,3 vezes mais propensas a ter excesso de peso aos três anos de idade do que aqueles que passaram a ingerir esses alimentos após os cinco meses.
O estudo não encontrou, porém, dados que sustentassem uma associação entre obesidade infantil e idade, nível de escolaridade ou depressão da mãe na gestação. Os pesquisadores acreditam que esses resultados possam ajudar os médicos a decidir qual tipo de intervenção clínica é adequada em bebês que apresentam algum desses fatores de risco.
FONTE: 

Anna Monteiro
Diretora de Comunicação
(21) 2255-0520   7864-3970
Aliança de Controle do Tabagismo
http://actbr.org.br

CADEIA!


Maluf e Genoino, em frase genial de Carlos Brickmann

Maluf é procurado pela Interpol, e Genoino foi condenado por crimes do mensalão
Maluf e Genoino: um tem problema se sair; o outro, se ficar 
(Fotos: veja.abril.com.br)
Genial frase do jornalista Carlos Brickmann em sua coluna publicada hoje, quarta-feira, em vários jornais:
–Maluf corre o risco de ser preso se sair do país. Genoino, se ficar.

MACONHA MEDICINAL e PROFISSIONAIS DA MEDICINA

CARTÃO DE REGISTRO DE PACIENTE: MACONHA MEDICINAL - COLORADO - EUA
MONTREAL, Canadá - Os médicos que legalmente usam maconha medicinal para tratar suas próprias doenças debilitantes, tais como a dor crônica ou náuseas, são considerados "não seguros" para exercer a medicina no estado do Colorado, até o momento que eles já não precisarem do tratamento, de acordo com uma política da Colorado Physician Health Program. 
"Nós tomamos uma postura conservadora," Doris Gundersen, MD, Diretora Médica do Colorado Physician Health Program, disse à Medical News após a sua apresentação aqui na International Conference on Physician Health (ICPH). 
"Nós não queremos negar-lhes tratamento ... mas até que eles não mais precisem ou nós termos melhores formas de lidarmos com esta deficiência, eles não podem praticar." 
Ela disse que o Colorado é o primeiro estado a chegar a ter tal política, motivada por relatos de médicos que legalmente estavam usando a substância. "O conselho médico apelou para nós gerenciarmos isto, em razão da referência de que vários médicos estavam usando maconha - eles tinham legítimos cartões (registro de identificação de Maconha Médica)” , disse ela. 
"Este é o ponto no qual ficamos um pouco nervosos. Todos os médicos associados ao Colorado Physician Health Program são psiquiatras e especialistas em adicção e nós, prontamente reconhecemos que isto não pode ser compatível com a prática de uma medicina com segurança. “....nós não queremos excluir os médicos de tratamentos que eles precisam, mas ao mesmo tempo temos de proteger o público ", disse a Dra. Gundersen. 
"Situação Viral" 
Em sua apresentação na conferência, a Dra. Gundersen disse aos presentes sobre a "situação viral" no Colorado, onde o número de cartões de registro/identificação para uso de maconha medicinal tem "crescido exponencialmente" de cerca de 17.000 em 2009 para quase 128.000 em Junho de 2011. 
"De acordo com o jornal Denver Post, há mais dispensários médicos de maconha em Denver do que há Starbucks e lojas de bebidas combinadas", disse ela. 
Enquanto o debate continua sobre a segurança geral e a eficácia da maconha medicinal, o uso deste tratamento por médicos merece uma atenção específica, ressaltou. 
"A maneira que nós vemos é que os médicos, como pilotos, estão em um emprego “seguro e sensível”... e não há maneira de medir concentração e fazer correlação com deficiências, mas baixa concentração pode prejudicar, ela disse, citando um estudo que sugere que entre pilotos de aviação as deficiências em voos simulados persistiram além de 24 horas depois de fumarem um cigarro de maconha” (Am J Psych. 1985;142:1325-1329). 
Outro estudo mostrou que tomadas de decisão por usuários de longa data de maconha apresentaram erros 50% a 70% das vezes em comparação com 8% dos não usuários (Neurology, 2006, 66:737-739). 
Não está claro qual o nível de corte para o comprometimento provocado pela maconha. "Mesmo em níveis tão baixos como 3 ng / ml há alguns efeitos que alteram a mente", disse ela, acrescentando que uma concentração de pelo menos 10 ng / mL é necessária para alívio de sintomas, como dor crônica ou náuseas. 
Segurança Pública "substitui" Direitos Individuais 
"Ter uma licença para a prática da medicina é um privilégio, não um direito e a segurança pública prevalece sobre o indivíduo”, disse ela. "Se conseguirmos um mais sofisticado meio de correlacionar níveis com segurança, a nossa política pode mudar, mas agora ela é conservadora e é honestamente para proteger o público, mas também o médico de cometer erros." 
Dra. Gundersen assinalou também que os médicos não deveriam clinicar enquanto afetados por uso de outros medicamentos ou álcool, embora o uso destas substâncias não os impeçam totalmente de praticar a medicina. 
"As coisas que são aprovadas pelo FDA geralmente têm dosagens muito padronizadas, e podemos realizar alguns testes neuropsiquiátricos para ter certeza de que médicos não sejam prejudicados", explicou ela. 
"Com álcool temos um melhor ponto de corte em termos do que deve ser considerado deficiência." 
Dra. Gundersen disse que a política sobre maconha é um "primeiro esforço, para dar sentido a algo que não temos conhecimento suficiente para tomar decisões a respeito e, até agora, não houve nenhuma decisão judicial que a tenha contestado." 
Instado a comentar esta política, Dr. Adnrew Clarke, Diretor Executivo do Physician Health Program of British Columbia, disse à Medscape Medical News que ela é "não uma sem razão posição — se é ou não é a melhor política é o atual debate". 
“Há muitos medicamentos que prejudicam o julgamento de alguém e que prejudicam as pessoas que os tomam, então é duro decidir quando deveríamos traçar uma linha e dizer que qualquer um que tomar esta medicação não deveria estar clinicando”, ele disse em uma entrevista. “Ou talvez haja circunstâncias quando alguém que use tal medicamento de tempos em tempos poderia ser capaz de clinicar no intervalo de uso, como álcool ou outro medicamento sedativo ou anti-histaminas sedativas”. 
O ponto central do debate é a questão da auto-prescrição, disse o Dr. Clarke. 
"Está claro que nunca ninguém deveria se auto-prescrever maconha", ele disse.  "Há muitos medicamentos por aí que prejudicam o julgamento de alguém e médicos usam tais medicamentos para melhorarem, mas é muito importante que isto seja feito sob a supervisão de alguém mais”. 
"Quando estamos em uma situação em que há uma doença que prejudica o julgamento ou nós estejamos prescrevendo uma medicação que atrapalha o julgamento e não há uma segunda opinião sobre isto, então temos uma situação potencialmente muito difícil", disse o Dr. Clarke. 
2012 AMA-CMA-BMA International Conference on Physician Health (ICPH) - October 27, 2012. 
FONTE: Texto de Kate Johnson – 29 de Out. 2012 - http://www.medscape.com/viewarticle/773544?src=nldne

terça-feira, 30 de outubro de 2012

COLESTEROL e RESISTINA


Cientistas canadenses descobriram que uma proteína chamada resistina faz com que os níveis elevados do mau colesterol (lipoproteína de baixa densidade, ou LDL) aumentem o risco de doenças do coração.
A resistina é secretada pelo tecido adiposo do corpo.
O estudo mostra que a resistina aumenta a produção de LDL nas células do fígado humano, e que também degrada receptores de LDL no próprio fígado.
Como resultado, o fígado torna-se menos capaz de limpar o mau colesterol do corpo.
Resistina e estatinas
Como resultado de sua ação no fígado, a resistina acelera o acúmulo de LDL nas artérias, aumentando o risco de doenças cardíacas.
A pesquisa também mostrou que a resistina impacta negativamente os efeitos das estatinas, o principal medicamento de redução de colesterol disponível hoje, usado no tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares.
Até 40% das pessoas que tomam estatinas são resistentes ao seu impacto na diminuição do LDL no sangue.
"A maior implicação dos nossos resultados é que os níveis elevados de resistina no sangue podem ser a causa da incapacidade das estatinas para reduzir o colesterol LDL dos pacientes," afirma a Dra Shirya Rashid, da Universidade McMaster, e orientadora do estudo.
A pesquisadora acredita que a descoberta poderá levar a novas drogas revolucionárias, visando inibir a resistina e, assim, aumentar a eficácia das estatinas.
Colesterol alto
O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas e derrames.
A condição pode levar a um acúmulo de placas nas paredes das artérias, com seu consequente estreitamento, causando uma condição chamada aterosclerose, que pode tornar mais difícil para o sangue fluir através do coração e de todo o corpo.
Estar acima do peso também aumenta a probabilidade de pressão alta e diabetes, agravando os riscos de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

OBESIDADE: AVALIADOS NOVOS MEDICAMENTOS


The New England Journal of Medicine publica entrevista com o Dr. Jerry Avorn, sobre a recente aprovação de dois medicamentos para perda de peso pelo Food and Drug Administration (FDA).
Devido a uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e culturais, a obesidade atingiu proporções epidêmicas nos Estados Unidos. As consequências adversas da obesidade para a saúde são múltiplas, envolvendo potencialmente todos os principais órgãos e contribuindo para a redução da qualidade de vida. O objetivo de todas as terapias antiobesidade é o balanço energético negativo. Medicamentos têm sido muito utilizados na tentativa de alcançar este objetivo, no entanto, o uso de promissoras medicações para a perda de peso tem sido abandonado por causa de efeitos tóxicos graves, tais como:
  • Aminorex causou hipertensão pulmonar.
  • Fenfluramina e a dexfenfluraminavalvulopatia.
  • Fenilpropanolaminaacidente vascular cerebral.
  • Rimonabanto, ideação e comportamento suicidas.
  • Sibutramina, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
A remoção da sibutramina do mercado deixou o Orlistat como o único medicamento aprovado para o tratamento a longo prazo da obesidade.
Foi com essa história conturbada e a inegável necessidade de encontrar um medicamento eficaz e seguro para auxiliar a perda de peso, que o Food and Drug Administration (FDA) aprovou recentemente duas novas drogas, complementares a uma dieta de baixa caloria e ao aumento da atividade física, para o manejo crônico da perda de peso em adultos obesos (definidos como tendo um índice de massa corporal ≥ 30 kg/m² ou adultos com sobrepeso que tenham IMC ≥ 27 kg/m²) com pelo menos uma condição médica coexistente relacionada à obesidade, tais como hipertensão arterialdiabetes mellitus tipo 2 ou dislipidemia.
Belviq (cloridrato de lorcaserin, da Arena Pharmaceuticals) é um agonista seletivo do receptor da serotonina (5-hidroxitriptamina) 2C (5-HT2C) no cérebro. O Qsymia (fentermina e topiramato de liberação prolongada, da Vivus) é uma combinação de dose fixa de uma amina simpatomimética fentermina, que é um agente anorexígeno, e um medicamento antiepiléptico, o topiramato. Ambos os medicamentos reduzem o apetite e, em algumas pessoas, induzem um balanço negativo de energia.
Em um ano de ensaios clínicos controlados com placebo em que todos os participantes receberam instrução quanto à modificação do estilo de vida, o lorcaserin e a combinação de fentermina e topiramato mostraram preencher os critérios para uma perda de peso clinicamente significativa. E, em comparação com a administração de placebo, o tratamento com as medicações geralmente estão associados a alterações numericamente mais favoráveis em parâmetros cardiometabólicos e antropométricos (por exemplo, pressão sanguínea, HDL colesterol e a circunferência abdominal). Ambas as drogas também melhoraram os níveis dehemoglobina glicada em participantes com excesso de peso e obesos com diabetes tipo 2.
Inicialmente, algumas preocupações de segurança sobre o lorcaserin foram identificadas, como um aumento da incidência de vários tipos de tumores em ratos, entre eles, os tumores mamários e do cérebro, e um desequilíbrio numérico na incidência de valvulopatia. A preocupação com o potencial de lorcaserin para aumentar o risco de câncer de mama em humanos diminuiu depois que os dados sobre os tumores mamários em ratos foram reavaliados por um painel de cinco patologistas independentes que, com quase unanimidade, categorizaram os tumores como menos malignos do que as leituras anteriores e iniciais. Um estudo clínico, demonstrando que apenas uma pequena fração da dose administrada de lorcaserin entra no sistema nervoso central, indicou que havia uma grande margem de segurança em seres humanos e as preocupações sobre os tumores cerebrais foram dissipadas.
Os medicamentos para perda de peso fenfluramina e dexfenfluramina foram retirados do mercado em 1997 por causa de uma associação com valvulopatia cardíaca. Pesquisas subsequentes indicaram que a ativação de receptores nas células intersticiais cardíacas por medicamentos (5-HT2B) era menos provável que o mecanismo responsável pela valvulopatia. Com base nos dados ecocardiográficos de mais de 5.200 participantes que receberam lorcaserin ou placebo acima de um ano, o risco relativo de valvulopatia em participantes tratados com lorcaserin, em comparação com aqueles que receberam placebo, foi de 1,16 (95% intervalo de confiança, 0,81-1,67). Considerado isoladamente, o aumento de 16% no risco relativo devalvulopatia, embora não estatisticamente significativo, foi de alguma preocupação. No entanto, os dados obtidos em ensaios de receptores in vitro indicaram que lorcaserin tem uma seletividade muito maior para o receptor 5-HT2C do que para o receptor 5-HT2B e não deve, na dose clinicamente recomendada, esperar-se que ele ative o receptor de 5-HT2B. Por conseguinte, com base nos dados destes e de outros estudos, o FDA concluiu que é improvável que o lorcaserin aumente o risco de valvulopatia em seres humanos.
Preocupações potencialmente graves de segurança com a associação fentermina e topiramato de liberação prolongada incluíram teratogenicidade e elevação da frequência cardíaca de repouso. Dados preliminares que sugeriram que as mulheres que receberam topiramato durante a gravidez estavam mais propensas a ter bebês nascidos com uma fenda orofacial foram corroborados por estudos farmacoepidemiológicos adicionais. Assim, a aprovação de fentermina e topiramato exigiu uma avaliação de risco e estratégia de mitigação (REMS). A REMS incluiu uma guia da medicação, uma brochura para o paciente e um programa de treinamento formal para os prescritores, os quais informavam os pacientes e prescritores do risco de teratogenicidade e sublinhavam a necessidade de mulheres com potencial reprodutivo usarem formas eficazes de contracepção. A REMS também permitia somente farmácias certificadas a dispensar esta medicação, além de melhorar a distribuição de materiais informativos para os pacientes e de maximizar a formação do médico.
O tratamento com fentermina e topiramato em doses de 7,5 mg e 15 mg/46 mg/92 mg foi associado a aumentos médios da frequência cardíaca de 0,6 batimentos por minuto (bpm) e 1,6 bpm, respectivamente, em comparação com o placebo. No entanto, os participantes do estudo tratados com estas doses apresentaram maiores reduções médias na pressão arterial do que os participantes que receberam placebo. Levando-se em conta a magnitude da perda de peso e as mudanças favoráveis na pressão arterial, o FDA concluiu que a relação risco x benefício foi positiva e apoiou a aprovação de fentermina mais topiramato de liberação prolongada. A bula do medicamento recomenda o monitoramento da frequência cardíaca e o não uso desta medicação em pacientes com história recente de doença cardíaca ou cerebrovascular, uma vez que o seu uso nestes pacientes não foi estudado.
Além das preocupações de segurança descritas acima, lorcaserin pode aumentar o risco de doenças psiquiátricas, cognitivas e levar a efeitos adversos serotoninérgicos. Fentermina e topiramato podem levar a efeitos adversos tais como aumentar o risco de acidose metabólicaglaucoma, doenças psiquiátricas e cognitivas.
O FDA reconhece que não há mais a aprender sobre essas drogas. Para garantir que outros dados relevantes sejam obtidos, a agência está exigindo que os fabricantes dos medicamentos realizem uma série de testes após a aprovação clínica. Um dos requisitos para ambas as drogas é uma avaliação rigorosa e de longo prazo sobre a segurança cardiovascular em pacientes com sobrepeso e obesidade.
O FDA está ciente da preocupação com o uso sem indicação de lorcaserin ou de fentermina com topiramato por consumidores que querem perder alguns quilos por razões estéticas, uma vez que estas drogas são associadas a riscos potencialmente graves e destinam-se a serem usadas por longo prazo. É importante que a sua utilização seja limitada a pacientes para os quais ela é mencionada. Além disso, os médicos e os pacientes devem seguir as recomendações das bulas relativas à resposta dos pacientes. Com base nas análises do FDA, foi determinado que, se depois de 12 semanas de tratamento com lorcaserin, um paciente não perdeu pelo menos 5% do peso corporal inicial, o uso do medicamento deve ser interrompido, uma vez que é pouco provável que ele vá atingir uma perda de peso significativa com a continuação do tratamento. De modo semelhante, se ao fim de 12 semanas de tratamento com fentermina e topiramato na dose de 7,5 mg mg/46, um paciente não perdeu pelo menos 3% do peso inicial, a droga deve ser descontinuada ou a dose deve ser aumentada. Se a última opção é escolhida e o doente não perder pelo menos 5% do peso inicial, durante um período adicional de 12 semanas de tratamento, o medicamento deve ser interrompido, uma vez que o paciente provavelmente não irá perder peso de maneira significativa com a continuação do tratamento.
Como ocorre com qualquer medicação recém-comercializada, pode haver benefícios e riscos associados ao uso de lorcaserin ou de fentermina e topiramato ainda desconhecidos. No entanto, com base nos dados disponíveis, o FDA determinou que estas duas drogas têm perfis favoráveis de risco versus benefício para o controle de peso em alguns pacientes obesos ou com sobrepeso.
NEWS.MED.BR, 2012. FDA faz avaliação sobre dois novos medicamentos para controle de peso. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2012.

CURRÍCULO ESCOLAR e a INTERNET


Currículo escolar deve levar em conta uso da internet
Uso da internet já é prática corriqueira na vida dos estudantes
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP constatou que, apesar do crescimento do uso da internet pelos jovens, a educação pública não acompanhou esta evolução. “Com tantas mudanças no mundo, o currículo das escolas não se alterou”, revela a professora Juliana Santos Albach, autora do estudo. Ela entrevistou cerca de 25 alunos do último ano do ensino fundamental de uma escola em São Paulo para chegar às conclusões do trabalho.
Todos os estudantes analisados contaram que usam a internet corriqueiramente em suas vidas. Os professores conhecem esse fato, mas o currículo das escolas não atenta para isso: as tarefas não têm orientação para a pesquisa na rede. A instituição de ensino não se prepara para propor ou receber trabalhos utilizando essa ferramenta.
O uso da internet para auxiliar em pesquisas para a escola é unânime entre os alunos entrevistados. Existe, porém, uma visão geral entre eles de que os trabalhos não são aproveitados. “Eles acham que estes trabalhos vão para o lixo”, conta Juliana. Por falta de orientação e retorno, as tarefas escolares acabam ficando sem significado.
Os alunos contaram que não existe problematização do tema dentro da sala de aula. “Ninguém discute o assunto”, conta a pesquisadora. “O currículo escolar é estático”, ressalta. A pesquisa, intitulada Os usos que os jovens fazem da internet: relações com a escola, procurou exatamente tornar a questão pauta do debate acadêmico, embora não dê proposições para uma possível reforma do currículo. Ela foi orientada na dissertação de mestrado pelo professor Jaime Francisco Parreira Cordeiro.
Recomendações
Alguns estudantes revelaram que a Wikipédia chega a ser recomendada por alguns professores como fonte de pesquisa. Isso demonstra que as possibilidades da internet não foram totalmente compreendidas, visto que a ideia de se pesquisar em uma enciclopédia, como se fazia antes do advento dessa ferramenta, ainda é utilizada. Essa forma de pesquisa é apenas uma reconstrução do mesmo método usado há muito tempo em outra plataforma.

Aparentemente, ao menos na fala dos alunos, há uma falta de orientações e recomendações para a execução dos trabalhos requeridos, fazendo com que os alunos criem critérios próprios para fazer trabalhos usando a internet. Ações como checagem de informações em mais de um site e procura por termos bem específicos em sites de busca apareceram nas falas dos alunos como formas de tornar as pesquisas mais precisas.
“Essas maneiras de pesquisa parecem não ser aprendidas formalmente”, constata, porém, a professora. “Pelo que percebi, os critérios parecem ser intuitivos”, complementa. Após o uso constante da ferramenta, os estudantes, por conta própria, aprendem uma forma de pesquisa que parece ser mais segura. Existe uma aula de informática onde esse tipo de competência deveria ser abordada, mas, no âmbito da investigação não se pode perceber se esta aula contribui para a aprendizagem dos procedimentos que os alunos utilizam.
De acordo com as entrevistas, o que é cobrado pelos professores é que os trabalhos não sejam simplesmente copiados de sites. Os alunos têm de parafrasear, juntar ou resumir as informações obtidas, porém sem orientação específica para isso. Para Juliana, essas questões trazem problemas e “o currículo escolar precisa se remodelar”. O objetivo da pesquisadora é, em uma tese de doutorado futura, discutir o tema sob o ponto de vista dos professores.
Imagem: Marcos Santos
Mais informações: email ju_albach@yahoo.com.br
FONTE: 
http://www.usp.br/agen/?p=118375

CARECAS! BOAS NOTÍCIAS: BIMATOPROSTA!


Calvície

Remédio usado para tratar glaucoma faz crescer o cabelo.

O colírio bimatoprosta se mostrou promissor contra a calvície em pesquisa realizada com tecidos humanos. Mas é cedo para usar o medicamento, que pode causar náuseas e não teve sua eficácia atestada para essa finalidade.

bimatoprosta calvície queda cabelos
Bimatoprosta já é utilizado para o alongamento dos cílios e pode vir a ser uma terapia contra a calvície  (iStockphoto)
Uma pesquisa publicada no FASEBperiódico da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental, sugere que o remédio bimatoprosta, já aprovado pela Food and Drug Administration (FDA, órgão americano que regula remédios e alimentos), pode fazer o cabelo humano crescer. "Nós esperamos que este estudo leve ao desenvolvimento de novas terapias para a calvície, o que deve melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas que convivem com a perda de cabelo", diz Valerie Randall, pesquisadora da Universidade de Bradford, no Reino Unido.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The prostamide-related glaucoma therapy, bimatoprost, offers a novel approach for treating scalp alopecias
Onde foi divulgada: revista FASEB

Quem fez: Karzan G. Khidhir, David F. Woodward, Nilofer P. Farjo, Bessam K. Farjo, Elaine S. Tang, Jenny W. Wang, Steven M. Picksley e Valerie A. Randall

Instituição: Universidade de Bradford, Reino Unido

Dados de amostragem: folículos pilosos (espécie de bolsa dentro da qual se localiza a raiz do fio de cabelo) retirados do couro cabeludo de humanos

Resultado: Os folículos tratados com o medicamento produziram mais cabelo do que folículos que não receberam aplicações.
O bimatoprosta é um colírio contra o glaucoma, um grupo de doenças que atingem o nervo óptico. Só que ele também estimula o crescimento dos cílios. Por isso, o bimatoprosta é utilizado na forma de esmalte desde o ano passado. "A aplicação é feita com pincéis e provoca um aumento do ciclo do crescimento dos cílios", diz a dermatologista Leila Bloch, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A equipe de Randall queria saber se o remédio produz os mesmos efeitos no cabelo.
Os cientistas testaram o bimatoprosta em folículos pilosos (espécie de bolsa dentro da qual se localiza a raiz do fio de cabelo) retirados do couro cabeludo de humanos. Os folículos tratados com o medicamento produziram mais cabelo do que folículos que não receberam aplicações. "Os cientistas comprovaram que, assim como no folículo piloso dos cílios, o bimatoprosta também tem efeito no folículo piloso do couro cabeludo", explica Leila.
Outro experimento aplicou bimatoprosta na pele de camundongos carecas. Assim como no caso dos tecidos humanos, o teste também induziu o crescimento de pelos. Autora da pesquisa, Valerie Randall espera que outros estudos aumentem o conhecimento sobre como os folículos pilosos trabalham, podendo resultar em diferentes medidas terapêuticas para muitos distúrbios relacionados à calvície. Leila Bloch pondera que ainda não existem informações sobre como esse efeito será reproduzido diretamente no couro cabeludo humano.
Cuidados – Oftalmologista do instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto afirma que ainda não são conhecidos possíveis efeitos colaterais que o bimatoprosta possa ter no couro cabeludo. "É uma região muito vascularizada e não se sabe como ocorreria sua absorção." 

 A pesquisa não deve servir de pretexto para ninguém usar o medicamento para recuperar os cabelos perdidos. O estudo está em numa etapa inicial, e ainda não é possível determinar sua eficácia, segurança e a melhor forma de aplicação em seres humanos. E há outros riscos provenientes de seu uso. Quando usado na forma de colírio ou para alongar os cílios, por exemplo, a penetração do bimatoprosta na corrente sanguínea através do canal lacrimal pode provocar hipertensão arterial, dor de cabeça e náuseas.

Opinião da especialista

Leila Bloch, dermatologista e cirurgiã capilar
Leila Bloch
dermatologista e cirurgiã capilar


"O estudo comprovou que o bimatoprosta, assim como nos folículos pilosos dos cílios, também tem efeito nos folículos pilosos do cabelo.
Um dos efeitos colaterais da sua aplicação como colírio é a mudança, em alguns pacientes de olhos claros, da cor dos olhos, podendo aparecer algumas manchas amarronzadas. Por isso, para o alongamento dos cílios o remédio é usado com pincéis descartáveis para não haver contato com os olhos.
A pesquisa quer descobrir se a droga agiria também em cabelos. Aplicada nos folículos pilosos de cabelo removidos de humanos e em camundongos, ela fez os fios crescerem mais. É uma boa perspectiva de uma nova opção terapêutica com um diferente modo de ação, mas ainda é preciso cautela para avaliar a sua real eficácia no couro cabeludo."

TABAGISMO: MULHERES


Mulheres que param de fumar antes dos 30 anos reduzem risco de morte prematura em até 97%.

Estudo que envolveu mais de 1 milhão de mulheres no Reino Unido também revelou que há uma perda de 11 anos na expectativa de vida para fumantes na casa dos 70 e dos 80 anos.

Tabagismo
Abandonar o cigarro até os 30 anos diminui o risco de mortalidade prematura em 97%, aponta estudo britânico(Thinkstock)
As mulheres que abandonam o cigarro antes dos 30 anos de idade tem o risco de morte prematura por doenças causadas pelo cigarro reduzido em 97%. Quanto mais tarde a mulher deixava de fumar, no entanto, menor é a taxa de reversão. Os resultados fazem parte de uma extensa pesquisa realizada por mais de uma década com 1,3 milhão de mulheres no Reino Unido, conhecida por Million Woman Study. Publicado no periódico médico The Lancet, o estudo coincide com o centenário de Richard Doll (1912-2005), um dos primeiros cientistas a identificar a ligação entre câncer de pulmão e o tabagismo.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The 21st century hazards of smoking and benefits of stopping: a prospective study of one million women in the UK

Onde foi divulgada: The Lancet

Quem fez: Kirstin Pirie, Richard Peto, Gillian K Reeves, Jane Green, Valerie Beral

Instituição: Million Woman Study

Dados de amostragem: 1,3 milhão de mulheres que tinham de 50 a 65 anos na época do início do acompanhamento

Resultado: Os resultados da pesquisa mostraram que mulheres que abandonam o cigarro até os 30 anos reduzem o risco de morte prematura em 97%. O estudo mostrou que 2/3 das mortes de mulheres fumantes foram ocasionados por doenças relacionadas ao tabaco.
Entre 1996 e 2001, o Million Woman Study, projeto colaborativo do Cancer Research UK e do Serviço de Saúde Nacional (NHS, na sigla em inglês), reuniu 1,3 milhão de mulheres que tinham entre 50 e 65 anos na época do ingresso no estudo. Inicialmente, 20% das mulheres fumavam, 28% tinham abandonado o cigarro e 52% não eram fumantes. Cada uma foi acompanhada por um período de 12 anos.
Quando um primeiro recenseamento foi realizado, três anos após o início da pesquisa, constatou-se que as fumantes tinham quase três vezes mais chances de morrer nos nove anos seguintes comparadas às não fumantes. Isso significa que dois terços de todas as mortes de mulheres fumantes na casa dos 50 aos 70 anos são ocasionados por males relacionados ao tabagismo, como câncer de pulmão, enfermidades pulmonares crônicas, doenças do coração ou derrame cerebral. Ao longo do levantamento, 66.000 participantes morreram. Nestes casos, o NHS informava os pesquisadores a causa da morte.
Apesar de o risco de morte estar relacionado com a quantidade de cigarros consumidos por cada pessoa, o MiIlion Woman Study mostrou que mesmo as mulheres que fumavam menos de 10 cigarros por dia tiveram uma mortalidade duas vezes mais alta em comparação com as não fumantes.
Efeitos reversivos – Outro resultado do estudo mostrou que há uma perda de 11 anos na expectativa de vida entre as mulheres fumantes na casa dos 70 e dos 80 anos.
Richard Peto, professor da Universidade de Oxford e co-autor da pesquisa, afirmou que as mulheres que abandonam o cigarro ganham, em média, 10 anos a mais de vida. Segundo Peto, o Million Woman Study permitiu que pela primeira vez fossem observados diretamente a relação do tabagismo prolongado com a mortalidade prematura de mulheres. Isso porque "tanto no Reino Unido quanto nos EUA as mulheres que nasceram na década de 40 formaram a primeira geração na qual muitas fumaram um número substancial de cigarros ao longo da vida adulta", disse.

domingo, 28 de outubro de 2012

ALCOOLISMO ENTRE MULHERES


Embora seja bem documentado que as taxas de mortalidade entre dependentes de álcool sejam altas, a maioria desse conhecimento é baseada em estudos de populações clínicas, ou seja, já envolvidas com a condição.
Um novo estudo é o primeiro a examinar o excesso de mortalidade e seus preditores entre indivíduos alcoólatras na população em geral.
O estudo se estendeu ao longo de um período de 14 anos.
Alcoolismo entre mulheres
Os dados revelam que a taxa de mortalidade anual é 4,6 vezes maior para as mulheres dependentes de álcool em comparação com a população feminina em geral.
Já os homens com alcoolismo têm a taxa de mortalidade anual 1,9 vez maior do que a população masculina em geral.
O resultado, que surpreendeu os pesquisadores, mostrando a importância do novo levantamento, mostra que, enquanto problema de saúde pública, o alcoolismo entre as mulheres é um problema muito mais grave do que o alcoolismo entre os homens.
Isso, segundo os pesquisadores, indica a necessidade de políticas de recuperação especialmente voltadas para as mulheres dependentes de álcool.
Falta de dados sobre alcoolismo
"Os dados clínicos revelaram uma maior proporção de indivíduos [dependentes de álcool] que morreram do que entre a população em geral da mesma idade," explicou o Dr. Ulrich John, professor da Faculdade de Medicina de Greifswald (Alemanha).
"Dados específicos por gênero são raros, mesmo entre amostras clínicas. Além disso, estes estudos têm duas limitações principais.
"Primeiro, sabemos que apenas uma minoria de indivíduos dependentes de álcool recebe tratamento para essa doença, mas não sabemos como ocorre essa 'seleção' entre quem é tratado e quem não é.
"Segundo, nós não temos nenhuma evidência sobre os efeitos potenciais do tratamento especializado contra o alcoolismo na mortalidade entre as pessoas que diagnosticadas como dependentes de álcool. Gostaríamos de saber se o tratamento pode aumentar o tempo de sobrevivência. Por razões éticas, não é possível realizar ensaios controlados. Assim, dados longitudinais como os descritos neste estudo são úteis," explicou o pesquisador.
Eficácia dos tratamentos contra alcoolismo
As conclusões principais do estudo são três.
"Primeiro, nós descobrimos que as taxas de mortalidade anuais foram 4,6 vezes maiores para as mulheres e 1,9 vez superior para o sexo masculino em relação à idade e sexo específicos da população em geral.
"Em segundo lugar, nós descobrimos que a idade média de morte é de 60 anos para as mulheres e 58 anos para homens, sendo que ambos são cerca de 20 anos menores do que a idade média de morte entre a população geral.
Nenhum dos mortos em todo o estudo tinha atingido a idade de expectativa de vida para seu gênero e idade.
"Em terceiro lugar, ter participado de tratamento com internação contra dependência de álcool não foi relacionado com maior sobrevida em relação a não ter tomado parte no tratamento, o que significa que ele não parece ter um efeito protetor suficiente contra a morte prematura," conclui o pesquisador.