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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

ALEXANDRE BORGES: MEU ERRO


Alexandre Borges: “Comecei a fumar”

O ator Alexandre Borges diz que se arrepende de ter começado a fumar e fala da dificuldade de largar o vício

ALEXANDRE BORGES, EM DEPOIMENTO A MARINA NAVARRO LINS
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Alexandre  Borges Ator, 46 anos. Atuou em mais de 25 filmes, seis peças de teatro e em mais de 20 novelas. É o Cadinho, da novela Avenida Brasil, da TV Globo  (Foto: Stefano Martini/ÉPOCA)
"Meu maior erro foi ter fumado o primeiro cigarro, aos 24 anos. É um erro do qual me arrependo, mas não consertei. Ainda não consegui parar.
Venho de uma geração que não era completamente informada sobre os perigos do cigarro. Fumar era charmoso, principalmente no meio do teatro e do cinema. Comecei quando fui morar um ano e meio em Portugal, no início dos anos 1990. Fazia parte de um grupo de teatro chamado Boi Voador. O diretor foi convidado para levar a peça Gota d’água, de Chico Buarque, para o país. Fui como assistente de direção e acabei ficando por lá. Morei no Porto. Ao contrário do Brasil, alegre e tropical, Portugal tem um clima de melancolia, uma coisa bem Fernando Pessoa. Fado, bar, café, vinho e cigarro. Naquela época, era um lugar em que se fumava muito. Tinha uma ideia romântica do cigarro. Como se ele estivesse ligado à criação, ao pensamento, à poesia. Essa boemia me fascina tanto que hoje estou fazendo um projeto chamado Poema Bar, em que recito Fernando Pessoa e Vinícius de Moraes, acompanhado por um pianista que toca fado e clássicos.

Não estou enaltecendo o cigarro. Quero parar mesmo. Já consegui ficar sem ele durante um ano. Logo depois, em 1998, fiz uma peça – mais uma vez em Portugal! – e tive de fumar no palco. Comprei um cigarro de ginseng, mais natural. Só que fedia. Comprei um normal e não larguei mais. Hoje fumo um maço por dia. Minha vida de fumante não é escancarada. Nunca fumo dentro de casa. Vou sempre para o terraço ou para a janela. Também não me desespero por ficar sem fumar num avião, durante 12 horas. Aguento bem.

Sou o único fumante de casa. A cobrança para parar vem de todo lugar. Na rua, as pessoas me falam “o cigarro vai te matar” ou “fumei durante 50 anos, não faça isso!”. Ando sempre com um chicletinho. Escovo o dente depois ou bochecho. Não estou em processo de parar de fumar ainda, mas não quero ser um velhinho tossindo o tempo todo. Acho legal assumir esse erro, porque não é saudável e traz consequências terríveis. Para me manter saudável, ando sempre na Lagoa e faço caratê há sete anos. Sou faixa roxa. Minha mulher, Júlia (Lemmertz), se preocupa com a comida aqui de casa. Tem sempre legumes por causa do meu filho Miguel. Comemos castanha e granola, essas coisas saudáveis. Eu me cuido em tudo o que é possível e um dia vou parar com o cigarro.

O melhor é não começar, não fumar o primeiro maço. É muito difícil largar. E sempre tem um gatilho para voltar. Um cigarrinho na hora de ler o texto e decorar. Mais um para espantar um pouco o tédio, a solidão e a carência. Acho ótimo que hoje os jovens tenham consciência sobre os males do cigarro e que seja proibido fumar em lugares fechados. Concordo com tudo. O problema é a facilidade para comprar. Até menores de idade conseguem. Acho importante dar esse depoimento para os jovens e também para os fumantes. Taí um erro que vale superar."
FONTE: REvista Época, 28/08/2012








NARGUILÉ (SHISHA): PÉSSIMO COMO CIGARRO


Fumar shisha (narguile, narguilé, arguile) é tão ruim para os pulmões quanto fumar cigarros.
O chamado "water pipe smoking" é tão ruim quanto inalar profundamente  fumaça de cigarro, quando se trata de causar problemas respiratórios, de acordo com o novo estudo. 
Pesquisadores liderados por Mohammad Hossein Boskabady em Masshad Universidade de Ciências Médicas no Irã monitoraram a função pulmonar de 57 fumantes de narguile locais, 30 fumantes que inalam profundamente fumaça de cigarro e 51 fumantes de inalação normal. 
Os resultados, publicados na revista Respirology, acrescenta mais um golpe científico aos defensores do shisha que afirmam que com as tubulações de água fica mais seguro fumar porque elas filtram as toxinas do tabaco. 
Fonte: Yahoo! Notícias - 30 de agosto de 2012
Link: http://yhoo.it/TDd4Fq

ASH Daily News -  31 Ago 2012‏


ESTENOSE TRAQUEAL e TRANSPLANTE DE TRAQUEIA


Primeiro paciente de transplante de traquéia vive bem após 2 anos


O norte-irlandês Ciaran Finn-Lynch era, em 2010, um garoto de onze anos que corria risco de vida diante deste problema que se agravava rapidamente. Mas um ineditismo cirúrgico, o transplante de traqueia, foi mais do que bem sucedido para ele: dois anos depois da operação, a saúde do pequeno britânico não poderia estar melhor.Se você faz parte dos cerca de 30 milhões de brasileiros que sofrem de rinite, deve argumentar que ninguém sofre mais do que você na mais básica das atividades do corpo humano: respirar. Mas existe uma condição médica menos comum, na qual a traqueia se contrai e é obstruída até tornar a respiração um verdadeiro martírio: a estenose traqueal.

O milagre das células-tronco

A necessidade de um transplante para salvar a vida de Ciaran foi constatada no começo de 2010. Em março, arranjaram um doador: um homem italiano que havia acabado de falecer seria o responsável por ceder a traqueia a Ciaran.
O maior medo dos cientistas era que o corpo do menino rejeitasse o novo órgão. Para evitar isso, criou-se uma estratégia brilhante: retiraram todas as células do corpo do homem falecido que havia na traqueia, reduzindo-a apenas à sua estrutura de colágeno. Algo como o “esqueleto” do órgão.
A este esqueleto, adicionaram células-tronco de Ciaran, além do tecido epitelial e de uma injeção de citocinas (células que estimulam o crescimento de outras células). Em outras palavras, colocaram no corpo do paciente uma traqueia “crua”, que foi se adaptando a ele. E funcionou.
Mais de 24 meses após a operação, o organismo do garoto não mostra nenhum sinal de rejeição. Ele respira perfeitamente bem, já cresceu onze centímetros e leva uma vida normal.
O sucesso torna os cirurgiões otimistas quanto ao futuro, já que o procedimento em Ciaran foi emergencial e sob a consciência dos vários riscos. Agora, é uma nova esperança na luta contra graves problemas respiratórios que acometem boa parte da população global. [Daily Mail/UCL/BBC]

PEIXE PRÍAPO: pênis e ânus na cabeça


Conheça o peixe que tem o pênis na cabeça


O peixe, que tem apenas cerca de 2 centímetros de comprimento, faz parte de um pequeno grupo de espécies chamado priapiumfish (“peixes príapo”), que recebeu esse nome em referência a Priapus, o deus grego da fertilidade.A anatomia do peixe Phallostethus cuulong é um prato cheio para quem gosta de fazer comentários maliciosos: nos machos da espécie, o órgão reprodutor fica na cabeça, próximo ao queixo.

“Não sabemos por que os peixes príapo desenvolveram esse arranjo peculiar”, diz a bióloga Lynne Parenti, da Instituição Smithsonian em Washington, DC (EUA). E tem mais: “Não são apenas os órgãos reprodutores que estão ligados à cabeça desses peixes: seu ânus também”, completa. O orifício fica próximo à abertura genital.
A bizarra espécie foi encontrada pela primeira vez em julho de 2009 pelo pesquisador Koichi Shibukawa, da Fundação Nagao de Meio Ambiente em Tóquio (Japão). Ele encontrou o animal em um canal próximo ao Rio Mekong, no Vietnã. Embora a descoberta tenha ocorrido já há alguns anos, apenas recentemente informações sobre a espécie foram divulgadas ao público.[Daily Mail UK]

FOTOS INTRA-UTERINAS

Já ficou curioso para saber como um animal se parece ainda dentro do útero? Talvez você já tenha visto a imagem de um bebê humano em um ultrassom, mas outros animais são até mais bonitinhos.
As fotos abaixo foram feitas para o documentário “In the Womb: Extreme Animals” (“No ventre: animais extremos”, em tradução literal), do canal National Geographic.
O produtor do programa, Peter Chinn, usou uma combinação de ecografias tridimensionais, câmeras minúsculas e computação gráfica para criar as seguintes imagens extraordinárias:
Elefante




Pinguim






Golfinho


Cachorro










Tubarão




Canguru

[ScienceDump, OddStuff, NG]

CONCURSO FOTOGRÁFICO

Algumas das fotos abaixo irão te emocionar. Outras, chocar. Sentimentos diversos podem surgir quando nos deparamos com imagens incríveis que mostram a beleza – e brutalidade – da natureza.
As imagens selecionadas são algumas das mais belas fotografias inscritas no concurso Veolia Environnement Wildlife Photographer of the Year deste ano.
O concurso é aberto a fotógrafos profissionais e amadores. Basta vontade de clicar momentos raros e deslumbrantes da natureza.


Um tigre e seus filhotes entre os turistas em um mosteiro budista na Tailândia. O local é conhecido como Tiger Temple


Uma águia estava comendo uma carcaça quando uma raposa roubou seu lanche. O momento inusitado aconteceu no Sinite Kamani National Park, na Bulgária


Um grupo de crianças no nordeste do Moçambique, na África, prende um babuíno amarelo aterrorizado, que tenta se libertar de suas amarras


Esse morcego resolveu se refrescar no lago. A fotografia está sendo muito elogiada e faz parte da categoria “espécies ameaçadas de extinção”

As 100 fotos mais incríveis foram selecionadas entre mais de 48 mil inscrições de 98 países. Nelas, momentos secretos da natureza são combinados com o olhar talentoso dos fotógrafos.


A imagem incrivelmente simétrica mostra duas guepardos olhando o horizonte



Dois insetos parecem se beijar. Mas não se engane: na realidade eles estão em um combate antes de voar para acasalar com as fêmeas vizinhas


Já imaginou encontrar uma família dessas na praia?



Esse ratinho resolveu fazer um lanchinho no meio da noite


A belíssima Ilha Eigg, na Escócia, é uma pequena joia no meio do mar

Cerca de 30 imagens farão parte de uma exposição no Museu de História Natural e Mundial da BBC, em Londres. Os vencedores serão nomeados em outubro. Vai ser difícil escolher qual é a foto mais fantástica! [DailyMailThe Guardian]

MACONHA: DANOS AOS JOVENS


Jovens que começam a fumar maconha antes dos 18 anos com grande frequência são mais propensos a ter uma redução significativa e irreversível de seu QI, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Londres (Reino Unido). Pesquisadores afirmam que a maconha pode causar mais danos a jovens do que adultos porque o cérebro sofre constantes alterações na adolescência.
Aos sete anos de idade, o cérebro normalmente já atinge seu tamanho completo. Mas, durante a adolescência, o cérebro poda diversas conexões entre as células cerebrais, as sinapses, na massa cinzenta. Pesquisadores explicam que o cérebro produz mais cargas de sinapse do que o necessário na juventude, então ele começa a podá-las para tornar essas conexões mais eficientes.
Anne-Lisa Goddings, da Universidade de Londres, diz que é difícil dizer com precisão como a maconha poderia alterar o desenvolvimento do cérebro. No entanto, a pesquisadora afirma que nesse período de mudança cerebral, o órgão é mais sensível que um cérebro adulto, que está relativamente fixo.

Efeito duplo

O psiquiatra Zerrin Atakan, da King’s College de Londres, acredita que a maconha traz efeitos contraditórios ao cérebro. Ao mesmo tempo em que o fumante fica mais tranquilo e relaxado, ele pode ficar sem vontade de fazer nada. A falta de vontade de novas experiências inclui ir para a escola ou ler um livro. Experiências que poderiam trabalhar a mente são perdidas, e o cérebro se desenvolve menos.
Quanto mais o adolescente fuma, maior a possibilidade de malefícios a saúde e ao desenvolvimento do cérebro. Mas os pesquisadores do estudo argumentam: os mesmos efeitos podem surgir em um adolescente que bebe muito, ou usa outras drogas com frequência. [BBC 1 e 2]
FONTE: Stephanie D'Ornelas - http://hypescience.com/qual-o-efeito-da-maconha-no-cerebro-adolescente/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29

JOGOS DO BEM


A editora Outras Letras disponibilizou para as livrarias de todo o país o livro "Encruzilhadas – O jogo da sua vida". Idealizado pela jornalista Claudia Jurberg, do Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e desenvolvido por pesquisadores da instituição, Encruzilhadas recebeu apoio da Fundação do Câncer e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj).
A ideia da publicação é alertar os jovens sobre comportamentos de risco, muitos dos quais começam na adolescência, como fumar e beber, se expor ao sol sem o uso de protetores solares e fazer sexo sem camisinha.
Em estilo RPG (role-playing game ou jogos de interpretação), o livro apresenta situações na forma de pequenos textos que convidam o leitor/jogador a fazer escolhas entre comportamentos bastantes usuais da vida real. Dependendo de cada escolha, só ao final se sabe a pontuação em quesitos como Pontos Etílicos (alcoolismo), Nuvem de Fumaça (tabagismo), Safadeza (sexo sem proteção), Bronzeamento (exposição ao sol sem proteção), Energia (esportes) e Alimentação, que serão avaliados de acordo com a maior ou menor propensão a expor-se a fatores de risco. Esses quesitos se misturam a outros pontos que o leitor pode ou não ganhar como Conhecimento (para passar no vestibular), Popularidade (o quanto é popular entre os colegas), Inspetor na Cola, Carro. Estes têm a função de disfarçar o mote da história.
O livro foi aplicado com estudantes do Ensino Médio na Escola Estadual Paulo Freire. Segundo Claudia Jurberg, eles acreditavam que sua missão durante a leitura era apenas passar no vestibular, mas descobriram que os hábitos de vida fazem parte da nossa bagagem, o que acabou gerando um debate bastante frutífero.

A versão em e-book está disponível no site da editora e pode ser feita uma pequena consulta através do Twitter. Em breve sairá também outra versão em linguagem de sinais (Libras) para surdos.

V SEMINÁRIO ALIANÇAS ESTRATÉGICAS PARA O CONTROLE DO TABAGISMO - BRASÍLIA 2012

FONTE: REDE ACT

SACANEAR O ADVERSÁRIO TAMBÉM É SAÚDE!


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

TABAGISMO: 21 BILHÕES GASTOS EM 2011

CAUSA: TABAGISMO
O Brasil gastou 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 para tratar doenças relacionadas ao tabaco, conforme levantamento feito pela ONG ACT (Aliança do Controle do Tabagismo). Os gastos somaram quase R$ 21 bilhões no ano passado. O Dia Nacional de Combate ao Fumo é lembrado hoje (29) em todo o país. 
De acordo com os dados da ACT, 82% dos casos de câncer de pulmão no país são causados pelo fumo. Outros problemas de saúde também são provocados pelo cigarro: 83% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao tabagismo, 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17% dos casos de leucemia mieloide. 
No Distrito Federal, por exemplo, a arrecadação, em média, é R$ 6,2 milhões mensais com a venda de cigarros (o valor corresponde a 25% do preço por maço). Por outro lado, o governo local gasta R$ 18 milhões por mês com o tratamento de doenças vinculadas ao fumo, segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues. 
Para o médico, os números mostram o impacto do vício na saúde. De acordo com Rodrigues, o tabagismo cria dependência química, física e psicológica, o que influencia no tratamento. "É muito importante que a pessoa entenda a relação dela com o cigarro. Ela tem que entender por que fuma, por que deseja parar de fumar e onde está a dificuldade, por que não parou até agora", explica. 
A secretaria oferece terapia em grupo, durante um ano e três meses, em 62 unidades de saúde e em 47 empresas habilitadas a atender funcionários interessados em parar de fumar. Ações de prevenção e promoção de saúde também são promovidas em escolas. 
Em média, 500 fumantes iniciam o tratamento nas unidades de saúde a cada mês. Cerca de 400 pacientes conseguem deixar o fumo, sendo que 200 têm recaídas durante a terapia --quando os pacientes são orientados a buscar a secretaria novamente caso voltem a fumar. 
O cigarro vicia porque o principal componente --a nicotina-- faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores de nicotina para que a sensação se repita e a pessoa sente necessidade de fumar cada vez mais. 
Os males causados pelo fumo não são apenas relacionados ao sistema respiratório. Segundo Mônica Andreis, vice-diretora da ACT, as pessoas ligam o cigarro somente ao câncer de pulmão. "Ele também causa câncer de bexiga, boca, língua, faringe, problemas de fertilidade e derrame cerebral." 

FONTE: Folha de S. Paulo, 29/8/2012 - 
Anna Monteiro
Diretora de Comunicação - REDE ACT

JUDICIÁRIO: DOIS PESOS e DUAS MEDIDAS




Dois pesos e duas medidas

Clarissa Menezes Homsi

quarta-feira, 29/8/2012
A Aliança de Controle do Tabagismo promoveu dois estudos, em 20081 e em 20112, em que analisa decisões judiciais em ações contra as duas maiores empresas de cigarro em atividade no Brasil que, juntas, detêm 90% do mercado nacional. O que se observou foi a utilização, pelo Judiciário, de dois pesos e duas medidas na maioria das sentenças e acórdãos examinados. Estes, infelizmente, têm pendido favoravelmente para as empresas.
A impressão que se têm é que as decisões teriam sido tomadas de antemão: pela irresponsabilidade das duas empresas. Os argumentos utilizados dependerão do caso em análise. Dois exemplos demonstram essa situação:
Artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor
A responsabilidade objetiva prevista no CDC se fundamenta em seu artigo 12. Essa norma tem por finalidade proteger o consumidor e responsabilizar o fornecedor por danos sofridos. Sua interpretação deve ser a mais benéfica ao consumidor. Entretanto, nos casos analisados, esse dispositivo será ou não aplicável na relação entre fumante e empresas de cigarros a depender do resultado almejado, qual seja, evitar a condenação da indústria.
O Judiciário entende que os danos causados pelo tabagismo são hipótese que se subsume ao artigo 12 do CDC, mas tão somente nos casos em que é possível fazer incidir o prazo prescricional de cinco anos do artigo 27 do CDC para extinguir a ação. Para ilustrar cita-se trecho de voto do Ministro Sidney Bennet no RE 782.433-MG:
"Moléstias que tenham o tabagismo como causa exclusiva ou agravante, são 'danos causados por fato do produto ou do serviço prestado', cuja ação de indenização de dano moral é subordinada ao prazo de cinco anos nos termos do art. 27 do Cód. De Defesa do Consumidor (lei 8078/1990)"
Já em casos em que não é possível aplicar-se a prescrição, exclui-se a aplicação do artigo 12, conforme voto do Ministro Luis Felipe Salomão no RE 113.804-RS: "(N)ão parece possível que o cigarro seja considerado um produto defeituoso, nos termos do que imaginara o Diploma Consumerista, no § 1º do art. 12".
Há ainda decisões que aplicam o artigo 12 aos casos de vítimas do tabagismo, mas para fazer incidir seu parágrafo 3º que exclui a responsabilidade por culpa exclusiva da vítima3.
Aplicação retroativa do CDC
O Código de Defesa do Consumidor deve ser aplicado retroativamente apenas e tão somente a benefício do consumidor, e nunca para prejudicá-lo.
Surpreendentemente, entretanto, quando o violador é alguma das duas empresas de cigarros que atuam no Brasil o cenário se inverte.
No RE 782.433-MG, a Ministra Nancy Andrighi, em voto vencido, alerta para esse fato ao criticar o voto relator que fez retroagir o CDC para aplicar a prescrição a caso cuja ação foi proposta antes de sua vigência:
"Consta do acórdão (...) que (o requerente) tomou conhecimento dos prejuízos e do seu causador (...) nos idos de 1989, portanto, há aproximadamente 14 (quatorze) meses antes da propositura da ação.(...) A lei 8.078/90 foi publicada no Diário Oficial da União em 12/9/1990, com uma vacatio legis de 180 (cento e oitenta) dias, cujo término deu-se em 11/3/1991, data da efetiva entrada em vigor do CDC. Portanto, o conhecimento do dano e de sua autoria se deu de 01 (um) a 02 (dois) anos antes do CDC entrar em vigor, quando então vigia o CC/16, (...). Dessa forma, a despeito de se tratar de norma especial, para que se possa concluir pela incidência, na espécie, do prazo prescricional de 05 (cinco) anos previsto no art. 27 do CDC, ter-se-á que admitir a aplicação retroativa deste diploma legal, ainda que, como fez o juiz de primeiro grau, se conte o prazo tão somente da entrada em vigor da lei.”
Já o Ministro Massami Uyeda, no RE 851.924-RS, ao decidir sobre valoração da prova, negou a retroatividade do CDC, o que beneficiaria o consumidor vítima do tabagismo: as disposições de proteção ao consumo não se fazem presentes porque os fatos ocorreram antes da vigência do Código de Defesa do Consumidor
Algo de muito estranho parece ocorrer quando os réus são uma das duas empresas de tabaco em atuação no Brasil. Os princípios do ordenamento jurídico nacional invertem-se e a interpretação lhes é invariavelmente favorável, independente do caso.
Se a prova do nexo causal é contundente, apela-se para o livre arbítrio, para a licitude da atividade ou, até, para a responsabilidade dos pais. Se se impede o consumidor de produzir prova, a decisão fundamenta-se, justamente, na ausência de prova contundente do nexo causal. As evidências científicas tão bem demonstradas e aceitas durante as últimas décadas não são acatadas para confirmar o nexo causal. Antes ao contrário, são utilizadas para favorecer o argumento das duas empresas de que os males do tabagismo seriam conhecidos – pelo consumidor, nunca por elas – há tempos.
Aqui se abre parênteses para citar a histórica sentença Kessler4, proferida em ação movida pelo Governo Federal Norte-americano contra nove transnacionais do tabaco, entre elas empresas das quais as duas brasileiras são subsidiárias, em que se reconheceu que os réus buscaram proteger-se contra litígios e regulamentações por meio de (1) supressão e ocultação de pesquisas científicas, (2) destruição de documentos e (3) uso de instrumentos legais e de confidencialidade para evitar que outros documentos viessem a público. Essas estratégias utilizadas em nível global, Brasil incluso, e reconhecidas na decisão judicial revelam a clara ausência de boa-fé dessas empresas.
As crescentes dificuldades em se recorrer aos tribunais superiores enfrentadas pelos litigantes em geral não afetam essas duas empresas que, mesmo em situações restritas ao reexame de provas, garantem a ida de seus recursos àquelas instâncias para reverter as fundamentadas e comprovadas decisões condenatórias de primeiro e segundo graus de jurisdição.
Os seguintes questionamentos são inevitáveis: não haveria nenhuma situação em que essas empresas deveriam indenizar as vítimas do tabagismo? O Código de Defesa do Consumidor não se aplica a elas? Elas não respondem pelos ônus impostos por seus produtos? Os princípios constitucionais não devem ser utilizados na interpretação da lei quando tais empresas são parte em ações judiciais?
O ordenamento jurídico brasileiro claramente prioriza os direitos fundamentais. O artigo 5º da Constituição dá o tom para a interpretação das normas nacionais, e a defesa do consumidor é princípio da mais alta relevância (inciso XXXII). Não é preciso ser jurista para intuir que as leis são feitas, e devem ser interpretadas, para protegê-lo e defendê-lo.
O Código de Defesa do Consumidor, como não poderia deixar de ser, deve ser interpretado sempre a favor do consumidor, e não contra este. O Código é de defesa do consumidor e não de defesa do fornecedor. Há uma clara opção do legislador nesse caso.
As previsões quanto à responsabilidade civil têm evoluído a ponto de hoje a regra ser a responsabilidade objetiva, independentemente de culpa, adotando-se a teoria do risco da atividade. Nesse sentido são os dispositivos do parágrafo único do artigo 927 e do artigo 931 do Código Civil/2002.
Um terceiro aspecto que se soma aos anteriores é o conceito de Diálogo das Fontes introduzido pela Professora Cláudia Lima Marques5. O ordenamento jurídico é uno, não se pode segregá-lo, e deve ser interpretado como um sistema, de forma que as normas dialogam para obter-se um resultado que atenda aos princípios priorizados pela Constituição, quais sejam, os direitos fundamentais, entre eles, a defesa do consumidor, garantindo que as empresas assumam os riscos e ônus de sua atividade e produto.
A simplicidade desse raciocínio, contudo, não tem encontrado ressonância na maior parte do Judiciário quando se trata de ações indenizatórias contra as duas maiores empresas de cigarro em atividade no Brasil.
É chegada a hora de o Poder Judiciário questionar-se sobre o porquê de não se conseguir condenar definitivamente, em nenhum caso, uma indústria que reconhecidamente mata 130 mil brasileiros por ano.­­­­­­­­­
__________
1A Indústria do Tabaco no Poder Judiciário: Pesquisa sobre ações judiciais indenizatórias promovidas contra a indústria do tabaco: Um retrato da posição do Poder Judiciário quanto à relação Fumante – Indústria do Tabaco, coordenação Clarissa Menezes Homsi, Aliança de Controle do Tabagismo, 2008 - clique aqui.
2SALAZAR, Andrea Lazzarini; GROU, Karina Bozola. Ações Indenizatórias Contra a Indústria do Tabaco: Estudo de Casos e Jurisprudência, Supervisão ACT, 2011 - clique aqui.
3Fernanda Nunes Barbosa e Mônica Andreis, O argumento da culpa da vítima como excludente da responsabilidade civil da indústria do cigarro: proposta de reflexão, in Revista de Direito do Consumidor - RDC, Ano 21, Vol.82, abr/jun, 2012, pg. 61-83.
4O Veredito Final: trechos do processo Estados Unidos x Philip Morris, publicação preparada por Mike Freibert, J.D., em edição de Kerry Cork, J.D. e Maggie Mahoney J.D. tradução Renata Galhanone. Edição Aliança de Controle do Tabagismo, 2008 - clique aqui.
5Cláudia Lima Marques et al, Manual de Direito do Consumidor, Editora Revista dos Tribunais, 2ª tiragem, 2008, p. 87 e ss
*Clarissa Menezes Homsi é advogada, coordenadora jurídica da ACTbr - Aliança de Controle do Tabagismo
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LEI 12.546/11: ILEGALIDADE DA PROPAGANDA DE CIGARROS NO P.D.V.


HIPERTENSÃO: OBRA DA SOC. BRAS. DE CARDIOLOGIA

Obra foi revisada, atualizada e ampliada com 11 novos capítulos. Lançamento será dia 15 de setembro, no Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Recife

Sociedade Brasileira de Cardiologia assina nova edição de Hipertensão

30/08/2012
Agência FAPESP – O Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) assina a segunda edição de Hipertensão (Editora Elsevier), que será lançada no dia 15 de setembro de 2012, durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia, no Recife (PE).
Revisada, atualizada e ampliada com 11 novos capítulos e com abrangência multidisciplinar, a obra teve sua primeira edição lançada em 2006. Andréa Araujo Brandão (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Celso Amodeo (Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia) e Fernando Nobre (Universidade de São Paulo) são os editores chefes da publicação, que reúne colaborações de 112 renomados profissionais.
Hipertensão aborda práticas na área e apresenta informações atualizadas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, atendendo aos médicos cardiologistas e profissionais de outras especialidades que recebem pacientes hipertensos no dia a dia.
Quais são as formas de tratamentos para controle da doença? Como controlar a pressão central e diminuir acidentes cardiovasculares? Essas são questões abordadas na obra, que inclui influências genéticas e ambientais e estratégias medicamentosas na conduta médica, de acordo com cada paciente.
De acordo com a SBC, como 80% dos hipertensos tomam mais de um medicamento para manter os níveis da pressão, o livro traz a interface entre os fármacos utilizados nos tratamentos, assunto que mereceu um capítulo novo nesta edição.
Outros destaques do livro são: a hipertensão em crianças, idosos e mulheres; hipertensão perioperatória; impacto da doença no mundo; fisiologia da pressão arterial normal; aterosclerose e inflamação; estresse comportamental; síndrome metabólica; e acidente vascular encefálico.
e-book estará disponível a partir de novembro.

NEUTROPENIA: TRATAMENTO COM TBO-FILGRASTIM

FDA aprova novo tratamento para neutropenia grave induzida por quimioterapia em pacientes com câncer.


O Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, aprovou o Tbo-filgrastim para reduzir o tempo de neutropenia grave relacionada ao uso de quimioterapia em certos pacientes com câncer. A neutropenia é uma diminuição no número de neutrófilos, células brancas do sangue que protegem contra infecções.
O Tbo-filgrastim é indicado para uso em adultos que têm tumores malignos que não atingem o sangue ou a medula óssea (tumores malignos não mieloides) e estão fazendo quimioterapia que causa uma diminuição substancial na produção de neutrófilos pela medula óssea. Esta redução no número de neutrófilos pode levar a infecções e febre (neutropenia febril). O novo medicamento vai estimular a medula óssea a aumentar a produção de neutrófilos. Ele deve ser administrado sob a forma injetável, começando 24 horas após o tratamento de quimioterapia, com a finalidade de reduzir ou permitir uma recuperação mais rápida dos efeitos colaterais dos tratamentos do câncer, segundo informa Richard Pazdur, diretor do Office of Hematology and Oncology Products do FDA’s Center for Drug Evaluation and Research.
O Tbo-filgrastim foi avaliado em um estudo clínico com 348 pacientes adultas com câncer de mama avançado que receberam tratamento com os medicamentos anticâncer doxorrubicina e docetaxel. As pacientes foram aleatoriamente designadas para receber Tbo-filgrastim, um placebo ou um produto filgrastim não-aprovado nos EUA, uma droga que estimula a produção de neutrófilos pela medula óssea. A eficácia do Tbo-filgrastim foi determinada com base em resultados de estudos que mostraram que pacientes que receberam esta medicação se recuperaram da neutropenia grave em 1,1 dias; em comparação com 3,8 dias nos que receberam o placebo.
A segurança do Tbo-filgrastim foi avaliada em três estudos clínicos com 680 adultos com câncer de mama, câncer de pulmão ou linfoma não-Hodgkin que receberam quimioterapia em dose elevada, a qual reduziu a produção de células pela medula óssea (quimioterapia mieloablativa). O efeito colateral mais comum observado em pacientes que receberam Tbo-filgrastim foi a dor óssea.
Tbo-filgrastim é fabricado pela SICOR Biotech UAB, da Teva Corporation.
Fonte: FDA
NEWS.MED.BR, 2012. FDA aprova novo tratamento para neutropenia grave induzida por quimioterapia em pacientes com câncer. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

ELETRORRETINOGRAFIA

Versão criada por pesquisadores da Unifesp é cerca de quatro vezes mais barata que a importada e pode ampliar o acesso à eletrorretinografia (divulgação)

Eletrodo desenvolvido no Brasil reduz custo de exame da retina
27/08/2012
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram a versão nacional de um eletrodo usado na eletrorretinografia (ERG), exame que permite avaliar respostas elétricas da retina a estímulos luminosos e ajuda no diagnóstico de doenças oculares.
Os resultados do trabalho foram apresentados durante a 27ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em Águas de Lindoia entre os dias 22 e 25 de agosto.
“O Brasil atualmente importa esses eletrodos, que são descartáveis e custam entre US$ 30 e US$ 40 cada. Desenvolvemos um produto similar, mas com preço quatro vezes menor”, contou Adriana Berezovsky, coordenadora da pesquisa financiada pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
O eletrodo tem cerca de 3 centímetros e, como a versão importada, é feito de fibra de tecido com um filamento de prata. Durante a realização do exame, é introduzido no saco conjuntival da pálpebra inferior e permite captar os sinais elétricos emitidos pelas células da retina em resposta aos estímulos luminosos disparados pelo aparelho de ERG.
“Não há necessidade de anestesia. O paciente sente apenas um leve incômodo durante a colocação”, afirmou Berezovsky.
A retina humana possui dois tipos de fotorreceptores, que são células responsáveis por captar a luz e retransmitir o impulso elétrico para outras células e para o nervo óptico.
“Os bastonetes são responsáveis pela visão noturna e os cones, pela diurna. Mas algumas doenças causam a morte dessas células. Isso pode levar, por exemplo, à cegueira noturna ou à perda de visão periférica”, explicou a pesquisadora.
O ERG permite avaliar o funcionamento dos cones e dos bastonetes e, segundo Berezovsky, pode ajudar o oftalmologista a identificar problemas que, muitas vezes, precedem alterações perceptíveis no exame de fundo de olho, no qual o médico visualiza as estruturas que formam a retina.
Validação
Os pesquisadores testaram o eletrodo nacional em um grupo de 50 voluntários saudáveis e compararam os resultados com o de exames feitos com o equivalente importado. O desempenho de ambos foi similar. Os dados foram publicados nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, em 2008.
No ano seguinte, com auxílio da FAPESP por meio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI/Nuplitec), a equipe entrou com pedido para patentear o eletrodo, que ainda está pendente.
Desde então, os pesquisadores têm comparado o desempenho da versão nacional e da importada em voluntários com doenças na retina. “Já testamos em cerca de 50 pacientes e tivemos bons resultados, mas ainda precisamos ampliar a amostra”, disse Berezovsky.
Os estudos têm sido feitos com doenças hereditárias como retinose pigmentária, distrofia de cones e doença de Stargardt. Os resultados preliminares foram apresentados no congresso da Association for Research in Vision and Ophthalmology (ARVO), o mais importante da área.
O eletrodo também tem sido testado para uso veterinário. O funcionamento da versão nacional foi comparado com o da versão importada em dez cães saudáveis da raça yorkshire terrier, com resultados parecidos.
“Os dados já foram submetidos para publicação em revista internacional. Agora pretendemos testar o eletrodo em cães com doenças na retina”, disse Berezovsky.
A equipe pretende também aperfeiçoar o modelo desenvolvido no Brasil. “Estamos estudando o tamanho e o material, para melhor adequar o eletrodo às necessidades do país”, disse.