Estresse e tabagismo aumentam risco de menopausa precoce
A menopausa
precoce pode prejudicar a qualidade de vida da mulher. Um estudo turco avalia os
fatores associados com este problema (e se estresse e tabagismo estão entre
eles)
A menopausa precoce pode ter impacto
negativo para a mulher. Por exemplo, osteoporose e doenças cardíacas se associam
com a interrupção prematura das regras. Isso sem contar os efeitos sobre a
sexualidade, o humor e a estética feminina. De fato, para algumas mulheres
abominam a ideia da menopausa, em geral, o que dirá da menopausa precoce. Mais
ainda, com o aumento da expectativa de vida, as mulheres podem passar até metade
de suas vidas na menopausa. Daí existe um interesse dos pesquisadores e das
mulheres em conhecer os fatores associados com menopausa precoce.
Pois bem, um estudo turco procurou
avaliar os fatores envolvidos com o problema, usando, no entanto, uma definição
um pouco menos restritiva de menopausa precoce: interrupção por 12 meses das
menstruações abaixo dos 45 anos de idade. A maioria dos estudos usa outro
limite: os 40 anos de idade. Mas vamos lá. Os autores compararam 500 mulheres
com menopausa precoce com 2700 mulheres com menopausa natural sobre diversos
aspectos: história obstétrica, ginecológica, hábitos, dieta, atividade física,
IMC, dosagens hormonais, estado civil, etc. Entre os resultados algumas curiosas
surpresas: estar empregada, ser divorciada, e ser fumante se associou,
significativamente, com menopausa precoce.
Divorciadas e empregadas tinham aumento
do risco em torno de 90%. Fumar representou aumento de 65% no risco. Explicar o efeito negativo do tabagismo não é
difícil já que o cigarro contém substâncias tóxicas que destroem as células
germinativas ovarianas, diminui a síntese de estrógeno e age também no sistema
nervoso central na hipófise-hipotálamo. Mas é o que o estado civil e o trabalho
tem a ver com menopausa precoce?. Isso os pesquisadores não souberam responder e
vai ficar por conta dos ouvintes elaborarem explicações.
Certamente muitos vão imaginar que
ambas as situações, ser divorciada e ter um trabalho, são situações estressantes
e que o estresse sabidamente interfere com os hormônios femininos e ciclo
menstrual. Pode ser. Mas é quase certo que as mulheres casadas e desempregadas
vão duvidar desta teoria, alegando que estresse mesmo é enfrentar o casamento e
desemprego. Saraç et al. (Early
menopause association with employment, smoking, divorced marital status and low
leptine levels. Gynecol Endocrinol. 2011;27(4):273-8.)
FONTE: Escrito por Dr. Alexandre Faisal às 11h37 http://dralexandrefaisal.blog.uol.com.br/arch2012-08-26_2012-09-01.html
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