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quinta-feira, 23 de julho de 2020

INSTITUTO PLURAL e CEDETRAN-LONDRINA (PR)







CEDETRAN recebendo doações do INSTITUTO PLURAL para o Projeto CADEIRA SOLIDÁRIA


O Departamento Social do NAVITRAN   recebeu a visita do Coordenador Regional do INSTITUTO PLURAL,  o Srº  Aldecir  dos Santos , que esteve conhecendo o trabalho e a nova SEDE do CEDETRAN,  doando uma  cadeira de banho para as vítimas de trânsito. O Projeto Cadeira Solidária   estará doando para os vitimados de trânsito. (http://cedetran.org/?p=852)


CEDETRAN: NOVO PARCEIRO DO INSTITUTO PLURAL

quinta-feira, 16 de julho de 2020

CEU DAS ARTES - PATO BRANCO (PR) e seus PARCEIROS

VITAMINA D e FRATURAS DO ANTEBRAÇO EM CRIANÇAS

Fraturas em crianças - Revista Crescer | Saúde
Revista Crescer-Globo


Deficiência de vitamina D pode estar associada ao aumento da necessidade de tratamento cirúrgico das fraturas do antebraço em crianças

18 de abril de 2018 (Bibliomed). A associação entre status de vitamina D e risco de fratura e gravidade em crianças permanece ambígua. As fraturas do antebraço são as fraturas mais comuns observadas em crianças, e estudo apresentado no American Academy of Orthopaedic Surgeons Annual Meeting (AAOS 2018), que ocorreu de 06 a 10 de março em New Orleans, nos Estados Unidos, trabalhou com a hipótese de que crianças com insuficiência ou deficiência de vitamina D teriam maior probabilidade de ter fraturas mais graves do antebraço, necessitando de tratamento cirúrgico.
O estudo envolveu 100 crianças com idade entre três e 17 anos, com histórico de fraturas no rádio ou na ulna tratados por cirurgiões. Cada participante preencheu um questionário com foco em fatores de risco para deficiência de vitamina D. As fraturas foram categorizadas como exigindo tratamento não operatório ou tratamento operatório. Todas as fraturas foram tratadas por um cirurgião ortopédico pediátrico usando um critério estrito de intervenção cirúrgica. Todas as fraturas fechadas foram tratadas inicialmente apenas por imobilização ou manipulação fechada e imobilização gessada. A intervenção cirúrgica foi usada exclusivamente em pacientes com fraturas expostas e em pacientes com fratura fechada que o alinhamento aceitável não foi alcançado por manipulação fechada ou não pôde ser mantido devido à perda da redução nas comsultas de acompanhamento. O estado da vitamina D foi registrado com base na medição da concentração de 25-hidroxivitamina D (25-OHD) obtida durante a visita clínica. O status da vitamina D foi comparado entre as crianças que apresentavam fraturas que necessitavam de tratamentos não operatórios e operatórios.
A idade média da coorte foi de 9,8 + 3,2 anos (3 a 15 anos) e 65% eram do sexo masculino. A média de 25OHD foi de 27,5 + 8,3 ng/ml. Vinte e um por cento dos pacientes eram deficientes em vitamina D (usando os critérios da American Academy of Pediatrics de 25OHD <20 12="" 17="" 20="" 23="" 25-ohd="" 25ohd="" 28="" 3="" 49="" 7="" 8="" 9="" a="" ajuste="" ap="" b="" brancos="" cento="" cinquenta="" cir="" cirurgia="" com="" compara="" correlacionou-se="" crescimento.="" crit="" curvas="" d="" da="" de="" deficientes="" dia="" do="" dos="" e="" em="" endocrine="" eram="" estavam="" foi="" grupo="" imc.="" imc="" insufici="" interven="" m="" maior="" mais="" menor="" ml="" n="" ncia="" necessitaram="" necessitou="" negativamente="" ng="" no="" nove="" o="" obesos="" operat="" os="" ou="" p="0,44)," pacientes="" para="" por="" que="" r="-0,21," relativo="" rgica="" rgico="" rio="" rios="" risco="" s="" significativamente="" sobrepeso="" society="" tinham="" tratamento="" usando="" vel="" velhos="" vitamina="">
Este é o primeiro estudo prospectivo a relatar que a deficiência de vitamina D pode ser um fator de risco para fraturas graves do antebraço que requerem tratamento cirúrgico em crianças. Após um trauma de baixa energia causando uma fratura no antebraço, uma criança com deficiência de vitamina D tem 3,7 vezes mais chances de precisar de tratamento cirúrgico em comparação com uma criança com taxa  normal de vitamina D.
Fonte: American Academy of Orthopaedic Surgeons Annual Meeting (AAOS 2018), 06 a 10 de março, New Orleans - Estados Unidos.
Copyright © 2018 Bibliomed, Inc.


https://www.boasaude.com.br/noticias/11622/deficiencia-de-vitamina-d-pode-estar-associada-ao-aumento-da-necessidade-de-tratamento-cirurgico-das-fraturas-do-antebraco-em-criancas.html

quarta-feira, 15 de julho de 2020

AUTISMO e o MAPEAMENTO GENÉTICO






Se você acompanha o nosso blog há algum tempo, com certeza já viu por aqui textos sobre mapeamento e sequenciamento genético. Então por que estamos te chamando pra falar disso mais uma vez? Porque temos novidade pra contar! Mas antes vamos te explicar melhor o que significam esses termos, como a genética funciona na prática e o que a ciência vem descobrindo sobre a relação dos genes com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Um estudo recente conduzido por pesquisadores do New York Genome Center usando a metodologia de sequenciamento do genoma completo (WGS, sigla para o termo em inglês Whole Genome Sequencing), analisou o genoma de 2.064 indivíduos de 516 famílias sem histórico anterior de autismo, porém com um membro autista, e revelou que variações genéticas não herdadas — conhecidas como “mutações de novo” — podem contribuir para o autismo (Turner et al, 2017). Em janeiro outro estudo também demonstrou a importância das variantes genéticas “de novo” na arquitetura genética complexa do TEA, analisando 262 trios de indivíduos de origem japonesa com TEA e seus pais neurotípicos (Takata et al., 2018).

Apesar do número de indivíduos analisados ainda ser pequeno, os estudos epidemiológicos têm demonstrado cada dia mais que os fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas e origens do TEA. Entretanto, a genética do TEA é considerada extremamente heterogênea, uma vez que esses indivíduos possuem variantes comuns e raras (Gaugler et al., 2014). Mas, antes de falarmos da genética propriamente dita, vamos entender um pouco como ela funciona nos seres humanos e o que são essas alterações.
O corpo e os genes

Nosso corpo é formado por trilhões de células. O genoma está no núcleo, onde temos os cromossomos que são “novelos” compactados de DNA. Cada pessoa possui 46 cromossomos divididos em 23 pares, dos quais 22 são autossômicos (ou seja, determinantes das nossas características em geral) e 1 é sexual (determina se a pessoa é do sexo masculino ou feminino). O DNA é a sopa de letras, formada pelos nucleotídeos ACGT. A sequência específica dessas letras é o que chamamos de genes. A grosso modo, os genes são responsáveis pela produção das proteínas, substâncias importantes para o funcionamento das células.
Crédito: GenoVive Brasil

Se o genoma humano fosse um livro, os cromossomos seriam os capítulos, os genes seriam as frases e a sequência de DNA seria as letras e as sílabas. Dessa forma, dependendo da alteração, nós poderíamos mudar apenas uma letra e ainda continuar entendendo o que está sendo dito ou então mudar todo o sentido de uma frase e não entender mais o que ela quer dizer. Por exemplo, se trocarmos o “t” na palavra “televisão” por um “p”, teremos a palavra “pelevisão”; apesar de diferente conseguimos entendê-la. Mas se pensarmos na palavra “conserto” e trocarmos o “s” por “c”, teremos “concerto”, uma palavra distinta, que carrega outro significado. Nesse caso, uma única letra causou uma grande mudança de sentido. No nosso organismo também é assim que acontece: algumas mudanças não têm efeitos; outras, entretanto, podem fazer com que o funcionamento das nossas células seja completamente afetado.

As mudanças na sequência de DNA são chamadas de variante genética. São essas mudanças que os cientistas e profissionais de saúde analisam quando um sequenciamento genético de última geração (como exoma ou genoma) é realizado. Dessa forma, é sempre importante lembrar da relevância da variante genética e não apenas do gene, pois às vezes uma troca pode não ocasionar nenhum defeito no funcionamento do organismo.

O TEA é um bom paradigma para mostrar a complexidade das condições do desenvolvimento neurológico, pois ele apresenta um amplo espectro de características clínicas e fatores genéticos variados e complexos, com algumas variantes herdadas e outras ocorrendo pela primeira vez (lembra das “mutação de novo”?). As formas não-sindrômicas de TEA, ou seja, aquelas não associadas a nenhuma síndrome, são consideradas como herança multifatorial. Nesse caso, fatores de risco genéticos e ambientais podem desempenhar um papel e o efeito aditivo desses fatores é variável, podendo ter mais ou menos impacto ao atingir um limite crítico, levando ao TEA (Hoang, Cytrynbaum, Scherer, 2017). Com isso, podemos dizer que o TEA é um transtorno multigênico e multifatorial envolvendo fatores ambientais, mas o risco é majoritariamente genético. Entretanto, o diagnóstico do autismo é clínico.
Os genes e o TEA

A evolução do conhecimento genético permitiu que muitos genes envolvidos no TEA sejam identificados. Atualmente, de acordo com a Simons Foundation, temos 722 genes descritos, porém muitos ainda são desconhecidos. Algumas desordens neurológicas e psiquiátricas não são fruto de alterações em um único gene. Ao contrário, envolvem distúrbios moleculares complexos em múltiplos genes e no controle da expressão gênica, como é o caso do TEA. Por essas razões, é um desafio definir genes e respectivas variantes genéticas de relevância clinica associadas ao TEA. Cada indivíduo é clinicamente único, por isso o aconselhamento genético com profissionais experientes e capacitados é de grande importância.

O mapeamento genético vem se tornando o primeiro teste a ser recomendado pela Academia Americana de Genética Médica e Genômica no estudo de crianças com suspeita de síndromes genéticas, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, atraso do crescimento, atraso de linguagem, anormalidades congênitas e Transtorno do Espectro do Autismo. Exames como o CGH-array esclarecem e direcionam em torno de 20% as suspeitas de síndromes e estão no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde). O CGH-Array ou hibridização genômica comparativa baseada em microarranjos é uma metodologia de citogenética molecular capaz de identificar alterações cromossômicas desbalanceadas (como duplicações, deleções e/ou microdeleções) que não podem ser vistas através do exame de cariótipo convencional.

O sequenciamento do genoma completo é o método que fornece informações genéticas completas dos pacientes. Em países desenvolvidos ele já vem sendo utilizado como segundo exame a ser realizado após o CGH-array. Apesar de ter um custo ainda elevado, ele está rapidamente se tornando mais acessível. De acordo com o Dr. Evan Eichler, pesquisador do Howard Hughes Medical Institute (HHMI), dentro de 5 ou 10 anos o sequenciamento do genoma completo pode ser uma ferramenta muito importante no diagnóstico do autismo.

No Brasil, o sequenciamento completo do genoma já vem sendo realizado aqui na Tismoo com o mesmo rigor tecnológico dos trabalhos realizados no exterior e citados neste artigo. Começando o ano com o pé direito, nossa equipe está comemorando esse mês os avanços tecnológicos que culminaram na diminuição do valor do mapeamento genético, o que vai ao encontro da afirmação do Dr. Evan Eichler: o sequenciamento genético se tornará cada dia mais acessível e, no futuro próximo, poderá ser uma ferramenta muito útil para o diagnóstico do TEA.

Referências:
Gaugler, T., Klei, L., Sanders, S. J., Bodea, C. A., Goldberg, A. P., Lee, A. B., & Ripke, S. Most genetic risk for autism resides with common variation.Nature genetics. 46(8), 881–885, 2014.
Hoang, N., Cytrynbaum, C., & Scherer, S. W. Communicating complex genomic information: A counselling approach derived from research experience with Autism Spectrum Disorder. Patient education and counseling. pii: S0738–3991(17)30468- 8.2017.
Takata, A., Miyake, N., Tsurusaki, Y., Fukai, R., Miyatake, S., Koshimizu, E., … & Ishizuka, K. (2018). Integrative Analyses of De Novo Mutations Provide Deeper Biological Insights into Autism Spectrum Disorder. Cell Reports, 22(3), 734–747.
Turner, T. N., Coe, B. P., Dickel, D. E., Hoekzema, K., Nelson, B. J., Zody, M. C., … & Darnell, R. B. (2017). Genomic patterns of de novo mutation in simplex autism. Cell, 171(3), 710–722.


Parceria: ótimos frutos!


segunda-feira, 13 de julho de 2020

LUZ CONTRA PERDA DE VISÃO

Perda da visão com a idade é interrompida olhando luz vermelha

Redação do Diário da Saúde

Perda da visão com a idade é interrompida olhando uma luz vermelha
Dispositivo desenvolvido pela equipe montando LEDs vermelhos disponíveis comercialmente.
[Imagem: UCL]
Fototerapia
Olhar para uma luz vermelha por três minutos por dia pode reduzir significativamente a diminuição da visão que se observa com a idade.
A descoberta pode significar o surgimento de uma nova terapia ocular simples e acessível, feita em casa, para praticamente todas as pessoas, uma vez que o declínio da visão é tido como um fenômeno natural e universal.
"À medida que você envelhece, seu sistema visual diminui significativamente, principalmente a partir dos 40 anos. A sensibilidade da sua retina e sua visão de cores são gradualmente prejudicadas e, com o envelhecimento da população, esta é uma questão cada vez mais importante. Para tentar conter ou reverter esse declínio, pretendemos 'reinicializar' as células envelhecidas da retina com pequenas rajadas de luz de ondas longas," explicou o professor Glen Jeffery, da Universidade College de Londres.
Luz contra perda de visão
Por volta dos 40 anos de idade, as células da retina começam a envelhecer, e o ritmo desse envelhecimento é causado, em parte, pelo declínio natural das mitocôndrias das células, cujo papel é produzir energia (conhecida como ATP) para alimentar a função celular.
A densidade mitocondrial é maior nas células fotorreceptoras da retina, que possuem alta demanda de energia. Como resultado, a retina envelhece mais rapidamente do que outros órgãos, com uma redução de 70% do ATP ao longo da vida, causando um declínio significativo na função dos fotorreceptores, que passam a não ter energia para desempenhar seu papel normal.
Os pesquisadores teorizaram então que poderiam fornecer energia adicional para as células da retina por meio de luz. Eles começaram trabalhando com cobaias - camundongos, abelhas e até moscas da fruta - e perceberam melhorias significativas na função dos fotorreceptores da retina quando os olhos eram expostos a uma luz vermelha profunda, com comprimento de onda de 670 nanômetros (nm).
"As mitocôndrias têm características específicas de absorbância da luz que influenciam seu desempenho: comprimentos de onda maiores, que variam de 650 a 1000 nm são absorvidos e melhoram o desempenho mitocondrial ao aumentar a produção de energia," disse o professor Jeffery.
LED vermelho profundo
Os experimentos em humanos mostraram que a luz de 670 nm não tem impacto em indivíduos mais jovens, mas gera melhorias significativas na visão daqueles com cerca de 40 anos de idade ou mais.
A sensibilidade ao contraste das cores - afetando os cones, as células com capacidade de detectar cores - melhorou em até 20% em alguns voluntários. As melhorias foram mais significativas na parte azul do espectro de cores, que é mais vulnerável ao envelhecimento.
A sensibilidade dos bastonetes - células com a capacidade de ver em situações de pouca luz - também melhorou significativamente em pessoas com cerca de 40 anos ou mais, embora menos do que o contraste de cores.
"A tecnologia é simples e muito segura, usando uma luz vermelha profunda de um comprimento de onda específico, que é absorvido pelas mitocôndrias na retina que fornecem energia para a função celular. Nossos dispositivos custam cerca de US$15 para serem produzidos, portanto a tecnologia é altamente acessível ao público," disse o professor Jeffery.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Optically improved mitochondrial function redeems aged human visual decline
Autores: Harpreet Shinhmar, Manjot Grewal, Sobha Sivaprasad, Chris Hogg, Victor Chong, Magella Neveu, Glen Jeffery, D.Phil
Publicação: Journal of Gerontology
Vol.: glaa155
DOI: 10.1093/gerona/glaa155



https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=perda-visao-idade-interrompida-olhando-luz-vermelha&id=14201&nl=nlds

sexta-feira, 10 de julho de 2020

CANABIDIOL e EPILEPSIA


O uso do CBD conseguiu barrar a progressão da epilepsia em modelo animal. Crédito: Pixabay
Canabidiol pode ajudar a impedir progressão da epilepsia, mostra estudo
Em ratos geneticamente modificados para apresentar sintomas de epilepsia,
 tratamento crônico com a substância bloqueou o desenvolvimento de
 novas crises


Por: Marcelo Canquerino

Pesquisa feita em modelos animais para epilepsia (ratos geneticamente modificados para

 apresentarem os sintomas) mostrou que a administração crônica do canabidiol (CBD), 

conseguiu evitar a progressão da doença. Os resultados do estudo – feito na Faculdade de

 Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – apontam que o tratamento com essa substância

 derivada da Cannabis sp. impediu o recrutamento de novas áreas cerebrais no processo que 

dá origem à epilepsia em novas partes do cérebro. Por isso, evitou-se o aparecimento de crises 

límbicas (mais graves e associadas a estruturas do cérebro como hipocampo, amígdala e córtex) 

no modelo que imita o tipo de epilepsia mais frequente em humanos, que é a do lobo temporal.

A epilepsia é uma doença complexa na qual há perturbação da atividade das células nervosas 

cerebrais, sendo caracterizada pela ocorrência de crises epilépticas. Simplificadamente, essas 

crises são manifestações no paciente de um “mal funcionamento” em um ou mais conjuntos de 

neurônios no cérebro.
Atualmente, o canabidiol já está sendo utilizada em pacientes para tratar a epilepsia – 
Foto: Wikimedia Commons



William Lopes, atualmente aluno de doutorado em Neurologia/Neurociências pela FMRP, é um 

dos pesquisadores responsáveis pelo trabalho. Lopes contou que o modelo genético utilizado foi

 a linhagem Wistar Audiogenic Rat (WAR), animais que vêm sendo selecionados pela sua maior

 predisposição às crises epilépticas. Os estudos são realizados no Laboratório de Neurofisiologia

 e Neuroetologia Experimental (LNNE), dirigido pelo seu orientador, o professor Norberto 

Garcia-Cairasco.
Os animais da linhagem WAR desenvolvem crises epilépticas quando expostos a estímulos

 sonoros de alta intensidade (120 decibéis) e, por esse motivo, as crises são denominadas 

“audiogênicas”. “Quando expostos a estímulos agudos (intensos e breves), os animais 

apresentam crises controladas pelo tronco encefálico, chamadas tônico-clônicas e, quando

 expostos a estímulos crônicos (menos intensos, mas prolongados), manifestam as crises 

límbicas, aquelas mais severas e semelhantes às crises epilépticas do lobo temporal que são 

vistas em pacientes com a doença”, 

explicou o biólogo ao Jornal da USP.

No estudo, o tratamento com canabidiol foi capaz de prevenir o surgimento das crises límbicas. 

Além disso, quando raramente ocorriam, as crises eram menos intensas. “O tratamento crônico

 conseguiu frear a progressão da doença, impedindo o recrutamento de novas áreas do cérebro

 e bloqueando as crises límbicas”, conclui o pesquisador.
Análise comportamental e de tecido

Inicialmente, o efeito bloqueador foi observado a partir de análises no comportamento dos 

animais, sendo confirmada uma atenuação das crises. Outra verificação desse efeito foi por 

meio de uma técnica laboratorial que detectou, em tecidos cerebrais do animal, uma proteína 

específica, a FosB. Essa proteína se acumula e pode ser quantificada em neurônios ativados

 cronicamente como na situação característica das crises epilépticas.

O canabidiol é um dos compostos dentre os mais de 400 presentes na Cannabis – 
Foto: Pixabay

Outra análise feita durante a pesquisa concentrou-se na avaliação de como as crises crônicas e 

o tratamento com canabidiol (CBD) podem estar modulando, nos próprios neurônios, a 

expressão de receptores canabinoides do tipo 1 (CB1). O CBD participa da modulação de

 diversos processos cerebrais através de muitos mecanismos. Um deles é o do sistema

 endocanabinoide, composto pelos canabinoides endógenos (produzidos pelo próprio corpo) e seus receptores clássicos: CB1 e CB2.

Segundo Lopes, alguns estudos mostram que, em pacientes com crises crônicas, os receptores

 CB1 têm sua expressão alterada em algumas áreas do cérebro, como aquelas importantes para 

a ocorrência das crises límbicas. O resultado observado na pesquisa foi que o tratamento com 

canabidiol atenuou o aumento da expressão dos receptores CB1 nas crises crônicas.

Importância do estudo em modelos pré-clínicos

O canabidiol é uma substância que se apresenta como alternativa interessante para o estudo

 da epilepsia em modelos pré-clínicos, mas que hoje já está sendo utilizada em pacientes. De 

acordo com Garcia-Cairasco, “modelos pré-clínicos nos dão vantagens por antecipar possíveis 

efeitos, eventualmente até os efeitos colaterais, que seriam observados nos pacientes”.

No caso desta pesquisa, outro aspecto positivo é o fato do modelo conseguir imitar, mesmo que

 parcialmente, a complexidade da situação dos casos clínicos. “Além da susceptibilidade às 

crises epilépticas, os animais da linhagem WAR apresentam outras doenças neuropsiquiátricas,

 como aumento de ansiedade e características de comportamentos depressivos, entre outros. Há

 demonstrações claras de que pessoas com epilepsia também apresentam outros transtornos 

neuropsiquiátricos associados”, explicou o professor Norberto Garcia-Cairasco.

Desdobramentos

Uma extensa revisão acerca das pesquisas internacionais com canabidiol em modelos

 experimentais de epilepsia foi publicada em 2020 tendo Willian Lopes como primeiro autor e 

como o professor Garcia-Cairasco autor correspondente, na conceituada revista científica 

Neuroscience and Biobehavioral Reviews, onde são abordados os efeitos anticonvulsivantes do 

CBD, por meio de caracterização comportamental, em menor escala (ainda inicial) as 

abordagens eletroencefalográficas, e finalmente a busca por explicações de mecanismos de 
ação, devido a uma variedade enorme de possíveis vias e alvos por meio dos quais o canbidiol 
atuaria.

Os dados do doutorado de William Lopes também foram apresentados no final de 2019, em um 

Simpósio do Congresso da Society for Neuroscience, o maior evento de neurociência do mundo, 

em Washington D.C., e no Congresso da American Epilepsy Society em Baltimore.
Congresso Americano de Epilepsia realizado em dezembro de 2019 em Baltimore, Estados Unidos, onde Willian 

apresentou a pesquisa. Na foto, da esquerda para a direita: Marcio Furtado, doutor pela 

FMRP e hoje professor na University Services of the Health Sciences, Bethesda; Norberto 

Garcia-Cairasco; Willian Lopes; e o neurocirurgião Guilherme Podoslky – Foto: Cedida pelos

 pesquisadores

O Laboratório onde William desenvolveu a pesquisa possui vínculo com o Instituto Nacional 

de Ciência e Tecnologia de Medicina Translacional (INCT), que recebe apoio da Fundação de 

Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e dp Conselho Nacional de

 Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e que é o grupo líder das pesquisas com 

canabidiol no cenário brasileiro e internacional. Junto com o INCT, e com auxílios e bolsas da

 Fapesp, do CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), 

o Laboratório de Neurofisiologia e Neuroetologia Experimental também executa investigações 

sobre canabidiol e análogos. Atualmente, Lopes encontra-se finalizando estágio sanduíche de 

seu doutorado (Capes-Print-2019) no Laboratório do professor Patrick Forcelli na Georgetown 

University em Washington, nos Estados Unidos.

Mais informações: e-mail william.lopes@usp.br, com William Lopes; e e-mail ngcairas@usp.br,

 com Norberto Garcia-Cairasco

quarta-feira, 8 de julho de 2020

FAZER O BEM FAZ BEM!

Fazer o bem faz bem pra você

Redação do Diário da Saúde

Fazer o bem faz bem pra você
Mesmo o ativismo nas redes sociais, que cresceu durante a quarentena, pode ser um caminho para o engajamento real pós-pandemia.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Bondade retribuída
Não apenas todas as religiões do mundo recomendam a cada um fazer o bem aos outros, mas a ciência também vem chegando às mesmas conclusões, mostrando que a bondade traz felicidade duradoura e até que parece que somos programados para fazer o bem.
A equipe do professor Eric Kim, da Universidade de Harvard (EUA), acaba de repetir esses resultados em mais um experimento de campo.
Pessoas adultas que atuaram como voluntárias em obras ou instituições de sua escolha, por pelo menos 100 horas por ano (cerca de duas horas por semana), apresentaram um risco substancialmente reduzido de mortalidade e desenvolvimento de limitações físicas, além de níveis mais altos de atividade física e melhora da sensação de bem-estar - tudo em comparação com indivíduos que não são voluntários.
Os participantes foram rastreados ao longo de vários anos, em duas coortes de 2010 a 2016.
Mas há novidades, uma vez que a análise atenta dos benefícios do voluntariado para a saúde e o bem-estar dos voluntários tanto valida quanto contraria alguns resultados de pesquisas anteriores.
Sem milagres
Focando nos adultos mais velhos participantes da pesquisa - acima de 50 anos de idade - os pesquisadores avaliaram 34 quadros de saúde física e bem-estar psicológico e social, o que permitiu comparações diretas do potencial efeito que o voluntariado pode ter em várias condições de saúde.
Mas os resultados não confirmaram os vínculos entre o voluntariado e as melhorias nas condições crônicas, como diabetes, hipertensão, derrame, câncer, doenças cardíacas, doenças pulmonares, artrite, obesidade, comprometimento cognitivo ou dor crônica. Ou seja, o voluntariado melhora muito o bem-estar das pessoas, mas não é suficiente para reverter situações mais graves de saúde.
"Nossos resultados mostram que o voluntariado entre os participantes não apenas fortalece as comunidades, mas enriquece nossas próprias vidas ao fortalecer nossos laços com os outros, ajudando-nos a ter uma sensação de propósito e bem-estar e protegendo-nos de sentimentos de solidão, depressão e desesperança. A atividade altruísta regular reduz nosso risco de morte, embora nosso estudo não tenha mostrado nenhum impacto direto em uma ampla gama de condições crônicas," explicou o professor Kim.
Os pesquisadores recomendam a adoção de políticas que incentivem mais o voluntariado. Essas intervenções poderiam simultaneamente melhorar a sociedade e promover uma trajetória de envelhecimento saudável na parcela da população em mais rápido crescimento.
Vale notar que essas conclusões foram tiradas antes da pandemia global de covid-19, que tornou a atividade social arriscada e desaconselhável no futuro próximo, sobretudo para os mais idosos.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Volunteering and Subsequent Health and Well-Being in Older Adults: An Outcome-Wide Longitudinal Approach
Autores: Eric S. Kim, Ashley V. Whillans, Matthew T. Lee, Ying Chen, Tyler J. VanderWeele
Publicação: American Journal of Preventive Medicine
DOI: 10.1016/j.amepre.2020.03.004


terça-feira, 7 de julho de 2020

SAIBA O QUE É TADOMA!

A surdocegueira é a perda total ou parcial de audição e visão, simultaneamente. Acredita-se que cerca de 80 a 90% da informação é recebida pelo ser humano visual ou auditivamente; assim sendo, a privação destas duas capacidades provoca alterações drásticas no acesso da pessoa à informação e no seu desenvolvimento.
E como se comunica uma pessoa com surdocegueira? O tato desempenha um papel crucial na comunicação e desenvolvimento com estes indivíduos. Os surdo-cegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas. A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos portadores de deficiência auditiva, pode ser adaptada aos surdo-cegos utilizando-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, o portador de surdo-cegueira pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito, esse método de comunicação é chamado de tadoma.
Também é possível para o surdo-cego escrever na mão de seu intérprete utilizando um alfabeto manual ou redigir suas mensagens em sistema braille, língua formada de pontos em relevo criada para a comunicação dos portadores de deficiência visual. Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações.
Quando falamos em tadoma, estamos nos referindo ao método de vibração do ensino da fala. A criança que está sendo ensinada no tadoma tem que colocar uma e inicialmente as duas mãos na face da pessoa que está falando. Com bastante treino e prática a possibilidade de se comunicar através deste método tende a ser grande SISTEMA PICTOGRÁFICO.
Os símbolos de comunicação pictóricas – Picture Communication Symbols (PCS) fazem parte de um Sistema de Comunicação Aumentativa (CAA) que refere-se ao recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de comunicação existentes ou substituem as habilidades de comunicação existentes. Em síntese, o sistema pictográfico consiste-se de símbolos, figuras, etc, que significam ações, objetos, atividades que entre outras características podem servir como símbolos comunicativos, tanto receptivamente quanto expressivamente.
Especificamente, o Tadoma é um método de comunicação em que a pessoa surdo-cega coloca o polegar na boca do falante e os dedos ao longo do queixo. O meio de três dedos, muitas vezes caem ao longo bochechas do falante com o dedo mindinho pegar as vibrações da garganta do falante. É às vezes referido como “leitura labial tátil, como a pessoa surdo-cega se sente o movimento dos lábios, bem como as vibrações das cordas vocais, soprando das bochechas e do ar quente produzido por sons nasais, como ‘N’ e ‘M’.
Em alguns casos, principalmente se o falante sabe linguagem gestual, o surdo-cego pode usar o método Tadoma com uma mão, sentindo-se face do falante, e ao mesmo tempo, o surdo-cego pode usar sua outra mão para sentir o Falante assinar as mesmas palavras. Desta forma, os dois métodos se reforçam mutuamente, dando a pessoa surdo-cega uma melhor chance de entender o que o orador está tentando se comunicar. Além disso, o método pode fornecer Tadoma o surdo-cego com uma conexão mais estreita com o discurso de que eles poderiam ter tido. Isto pode, por sua vez, ajudá-los a manter as habilidades de fala que eles desenvolveram antes de ir para surdos, e em casos especiais, para aprender a falar palavras novinho em folha.
O método foi inventado por Tadoma professora americana Sophie Alcorn e desenvolvido na Escola Perkins para Cegos. É um método difícil de aprender e usar, e é raramente utilizado hoje em dia. No entanto, um pequeno número de pessoas surdas usam com sucesso Tadoma na comunicação cotidiana.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

INSTITUTO PLURAL e TELE SOLIDÁRIO EM AÇÃO!


TDAH e VIDEOGAME

FDA aprova videogame para tratar crianças com TDAH

Troy BrownFDA Approves a Prescription Video Game for Kids with ADHD - The ...
2 de julho de 2020
Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos permitiu a comercialização de um dispositivo terapêutico digital "baseado em jogo e apenas sob prescrição" para crianças de 8 a 12 anos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) de tipos primariamente desatento ou combinado, e problemas com desatenção.
O dispositivo EndeavorRx (Akili Interactive) foi indicado para melhorar a alocação da atenção, conforme avaliado por testes de computador. Este é o primeiro dispositivo do tipo a ser aprovado para essa indicação e é o primeiro dispositivo terapêutico baseado em videogame a receber autorização de comercialização da FDA, disse a agência em um comunicado de imprensa.
"O dispositivo é voltado para o uso como parte de um programa de tratamento que pode incluir terapia com orientação médica, medicamentos e/ou programas educativos, com avaliação posterior dos sintomas do transtorno", explicou a FDA.
"O EndeavorRx oferece uma opção não medicamentosa para melhorar os sintomas associados ao TDAH em crianças e é um importante exemplo do campo em expansão que é a terapia digital e a terapêutica digital", disse o Dr. Jeffrey Shuren, médico e diretor do Center for Devices and Radiological Health da FDA, no comunicado de imprensa.
"A FDA está comprometida a fornecer vias regulatórias que possibilitem aos pacientes o rápido acesso a terapias digitais seguras, efetivas e inovadoras."
A decisão da FDA foi tomada após a consideração de dados provenientes de diversos estudos que utilizaram o Teste de Variáveis de Atenção, medidas de desempenho acadêmico e outras ferramentas de avaliação para medir melhora na alocação da atenção em mais de 600 crianças.
Os eventos adversos mais observados com a terapia foram "frustração, cefaleia, tonteira, reação emocional e agressividade". Nenhum evento adverso grave foi relatado, de acordo com a agência.
O dispositivo foi revisado de acordo com a via de revisão de pré-comercialização De Novo da agência, usada para dispositivos de "tipo novo" com risco baixo a moderado. Como resultado dessa ação, haverá uma nova classificação regulatória, e dispositivos futuros desse tipo com a "mesma intenção de uso" poderão receber autorização pelo processo de notificação de pré-fabricação da FDA 510(k) ao mostrar que são substancialmente equivalentes ao dispositivo já aprovado, EndeavorRx.
TDAH é uma doença crônica que geralmente começa na infância. Esse transtorno acomete aproximadamente 4.000.000 de crianças de 6 a 11 anos. Os sintomas incluem dificuldade de manter a concentração, de prestar atenção, baixo controle dos impulsos e hiperatividade.
Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos EUA recomendam que um profissional de saúde capacitado realize a avaliação do TDAH e que esta avaliação inclua a pesquisa de desatenção, hiperatividade e impulsividade, bem como a extensão do impacto desses sintomas no desenvolvimento ou habilidade de funcionamento da criança.