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quarta-feira, 8 de julho de 2020

FAZER O BEM FAZ BEM!

Fazer o bem faz bem pra você

Redação do Diário da Saúde

Fazer o bem faz bem pra você
Mesmo o ativismo nas redes sociais, que cresceu durante a quarentena, pode ser um caminho para o engajamento real pós-pandemia.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Bondade retribuída
Não apenas todas as religiões do mundo recomendam a cada um fazer o bem aos outros, mas a ciência também vem chegando às mesmas conclusões, mostrando que a bondade traz felicidade duradoura e até que parece que somos programados para fazer o bem.
A equipe do professor Eric Kim, da Universidade de Harvard (EUA), acaba de repetir esses resultados em mais um experimento de campo.
Pessoas adultas que atuaram como voluntárias em obras ou instituições de sua escolha, por pelo menos 100 horas por ano (cerca de duas horas por semana), apresentaram um risco substancialmente reduzido de mortalidade e desenvolvimento de limitações físicas, além de níveis mais altos de atividade física e melhora da sensação de bem-estar - tudo em comparação com indivíduos que não são voluntários.
Os participantes foram rastreados ao longo de vários anos, em duas coortes de 2010 a 2016.
Mas há novidades, uma vez que a análise atenta dos benefícios do voluntariado para a saúde e o bem-estar dos voluntários tanto valida quanto contraria alguns resultados de pesquisas anteriores.
Sem milagres
Focando nos adultos mais velhos participantes da pesquisa - acima de 50 anos de idade - os pesquisadores avaliaram 34 quadros de saúde física e bem-estar psicológico e social, o que permitiu comparações diretas do potencial efeito que o voluntariado pode ter em várias condições de saúde.
Mas os resultados não confirmaram os vínculos entre o voluntariado e as melhorias nas condições crônicas, como diabetes, hipertensão, derrame, câncer, doenças cardíacas, doenças pulmonares, artrite, obesidade, comprometimento cognitivo ou dor crônica. Ou seja, o voluntariado melhora muito o bem-estar das pessoas, mas não é suficiente para reverter situações mais graves de saúde.
"Nossos resultados mostram que o voluntariado entre os participantes não apenas fortalece as comunidades, mas enriquece nossas próprias vidas ao fortalecer nossos laços com os outros, ajudando-nos a ter uma sensação de propósito e bem-estar e protegendo-nos de sentimentos de solidão, depressão e desesperança. A atividade altruísta regular reduz nosso risco de morte, embora nosso estudo não tenha mostrado nenhum impacto direto em uma ampla gama de condições crônicas," explicou o professor Kim.
Os pesquisadores recomendam a adoção de políticas que incentivem mais o voluntariado. Essas intervenções poderiam simultaneamente melhorar a sociedade e promover uma trajetória de envelhecimento saudável na parcela da população em mais rápido crescimento.
Vale notar que essas conclusões foram tiradas antes da pandemia global de covid-19, que tornou a atividade social arriscada e desaconselhável no futuro próximo, sobretudo para os mais idosos.
Checagem com artigo científico:

Artigo: Volunteering and Subsequent Health and Well-Being in Older Adults: An Outcome-Wide Longitudinal Approach
Autores: Eric S. Kim, Ashley V. Whillans, Matthew T. Lee, Ying Chen, Tyler J. VanderWeele
Publicação: American Journal of Preventive Medicine
DOI: 10.1016/j.amepre.2020.03.004


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