Um estudo das funções musculares do coração evidenciou como os exercícios melhoram a saúde cardiovascular dos diabéticos.
O estudo, feito com modelos animais, foi conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina Johns Hopkins, nos EUA, e indica que certas substâncias liberadas no sangue durante eventos de estresse físico (como exercícios mais intensos
contrapõe os efeitos negativos causados pelo excesso de glicose no sangue dos diabéticos. Entre os perigos desse tipo de problema nos diabéticos está o aumento do risco de morte por cardiomiopatia.
A pesquisa, publicada no periódico Diabetes, observou como o coração reagia a dois tipos diferentes de “combustível” celular, a glicose e os ácidos graxos, ambos presentes no organismo mas ativados de forma diferente quando em repouso ou durante exercícios leves (no caso da glicose) e os exercícios mais intensos (quando os ácidos graxos entram na equação).
“Nosso estudo mostra que a ativação dos ácidos graxos durante os exercícios beneficiaram a saúde cardíaca dos pacientes com diabetes tipo 2, o que pode levar a novas terapias para diminuir os riscos de tais problemas. Anteriormente alguns estudos haviam indicado que esse tipo de ácido graxo era mais danoso para os músculos, mas nossa pesquisa mostrou que o inverso ocorre no organismo de diabéticos”, explica Miguel Aon, um dos autores do estudo.
A pesquisa se baseou em dados coletados em modelos animais – ratos de laboratório – divididos em grupos de indivíduos saudáveis e outro com problemas de diabetes tipo 2. Os ratos têm tecidos musculares similares ao de humanos, o que reforça a tese defendida pelos pesquisadores.
Durante os testes os ratos diabéticos foram alimentados até suas taxas de glicose ficarem muito altas e depois, em um primeiro momento, eles eram “tratados” com hormônios do estresse para determinar se a situação se equilibrava. Com o resultado positivo desse primeiro teste, os pesquisadores procuraram formas de liberar esse tipo de hormônio de forma natural.
Exercícios aeróbios mais intensos – como a corrida ou o ciclismo – seriam, portanto, a opção mais adequada. Com isso, o coração desses modelos animais voltavam a funcionar de maneira mais adequada, muito próxima ao do coração de indivíduos saudáveis.
“Agora que conseguimos comprovar que exercícios podem melhorar a saúde do coração de indivíduos com diabetes tipo 2, o próximo passo é desenhar uma metodologia específica para ajudar a proteger o coração de diabéticos do impacto do excesso de açúcar no sangue através de atividades físicas mais intensas”, finaliza Aon.
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por Enio Rodrigo
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