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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DOENÇA DE CROHN e SEUS PERIGOS


Doença de Crohn

Dores abdominais, diarreia e perda de peso são os sintomas mais comuns da doença de Crohn, inflamação do aparelho digestivo que acomete qualquer parte do trato intestinal, da boca ao ânus, e atinge principalmente o íleo (parte final do intestino delgado) e o cólon.
Febre, presença de sangue nas fezes, lesões na pele e inflamações oculares podem completar o quadro sintomático. “A doença pode ser sistêmica, ou seja, afetar o corpo de forma generalizada”, explica o Dr. Jaime Zaladek Gil, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein. A anemia (quantidade insuficiente de ferro no organismo) pode ser uma consequência: com o intestino prejudicado, a absorção de nutrientes é reduzida, o que explica a falta desse mineral.
Os sintomas podem variar de acordo com a severidade do quadro. Na forma leve quase não há dor ou diarreia e a situação tende a passar despercebida. “É essencial procurar um especialista, principalmente se os sintomas estiverem se tornando recorrentes, a fim de não confundir com uma infecção intestinal simples”, alerta o Dr. Jaime. A doença pode avançar de maneira crônica, principalmente se o diagnóstico não for realizado precocemente.
A manifestação mais severa da doença de Crohn tem alto risco de complicações. Entre as mais frequentes estão as obstruções intestinais e o surgimento de fístulas na região próxima da bexiga, da vagina ou ainda da parede abdominal. Se não tratada, a doença pode até levar à morte.
Por predisposição genética, pessoas com ascendência judaica estão mais propensas a desenvolver a doença, assim como os fumantes também têm riscos maiores do que os não-fumantes, segundo o National Institute of Health (NIH), órgão do Departamento de Saúde do governo norte-americano. Hoje se sabe, ainda, que essa condição é mais prevalente nos países industrializados. “Dentre as teorias que explicam a origem da doença, parece que alguns tipos de infecção intestinal estão relacionados”, esclarece o gastroenterologista.
Nos Estados Unidos são registrados, em média, 16 casos para cada 100 mil indivíduos. A estimativa para a América do Sul é de um caso para cada 200 mil habitantes. A doença é mais prevalente na faixa etária dos 20 anos e também em torno dos 40 ou 50 anos e atinge igualmente ambos os sexos.
Embora as causas ainda sejam desconhecidas, sabe-se que a inflamação gastrointestinal tem caráter autoimune: em vez de identificar e destruir substâncias estranhas e prejudiciais ao organismo, o sistema imunológico ataca células do intestino.
Diagnóstico e tratamento
A ferramenta mais importante para uma correta identificação dessa doença é o relato clínico do paciente. Além disso, os médicos podem pedir exames, como endoscopia e tomografia computadorizada, que revelam áreas de inflamação e de redução do calibre do intestino; ou, ainda, biópsia endoscópica, para confirmar o quadro.
Ainda não há cura para a doença de Crohn, mas é possível controlá-la. Anti-inflamatórios e alimentos que possam causar desconforto estomacal devem ser evitados. Também há a recomendação de se evitar o estresse e a ansiedade, já que estudos científicos relacionaram esses sentimentos a uma piora no quadro.
O tratamento mais utilizado inicialmente é a prescrição de antibióticos ou corticoides e, em alguns casos, é possível optar também pelo uso de imunossupressores. O objetivo é estabilizar e manter a doença inativa, mantendo o intestino sem sinais de inflamação. Infelizmente, a recaída é comum.
Somente nas situações mais complicadas há indicação cirúrgica, na qual é retirada a área intestinal doente, principalmente se houver fístulas ou obstruções. “Tentamos evitar a cirurgia ao máximo porque as regiões operadas tendem a recidivar”, diz Dr. Jaime Zaladek Gil.
A doença de Crohn só é considerada sob controle quando os índices de atividade caem, os exames laboratoriais melhoram e os principais sintomas desaparecem. Ainda assim, para quem tem a doença o acompanhamento médico regular é indispensável.

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