O médico Alberto Freitas é o que muita gente considera um homem com uma saúde invejável. Desde jovem, manteve sua rotina de trabalho, praticou esportes, exibiu uma memória quase infalível. Até os 76 anos, quando, gradativamente, passou a sofrer perdas. Ora de lucidez, ora de pagar uma conta, ora de que tinha pacientes para atender. Lembrar nomes tornou-se uma tarefa difícil. Dois anos depois, o diagnóstico: Alberto sofre da doença de Alzheimer. A rapidez com que a família procurou ajuda foi determinante para o controle dos sintomas.
A história de Alberto se repete todos os dias. A maioria das famílias, no entanto, não está preparada para reconhecer quando o idoso, de fato, precisa de ajuda especial. Quanto mais tarde o diagnóstico, menores as chances de cura ou de controle, no caso de algumas demências.
Segundo a geriatra e secretária geral da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG,) Silvia Pereira, é preciso estar atento a quaisquer iminências de falhas. De memória, principalmente. “O idoso pode cometer muitos erros e enganos que muitas vezes são perigosos para sua própria segurança. Ele pode vir a se perder, por exemplo, ter acidentes, problemas com dinheiro, e não conseguir mais administrar sua própria vida ou casa”, avisa a especialista.
A memória preocupa, mas o corpo também dá sinais de que requer cuidado. A partir dos 60 anos, pode ocorrer o chamado Distúrbio de Equilíbrio. “Quando o idoso já não possui controle sobre seu corpo e equilíbrio, acidentes são muito recorrentes. Este distúrbio pode gerar tonteiras e musculatura fraca, que são um dos grandes motivos para as quedas”, diz Silvia Pereira.
O envelhecimento também pode afetar os sentidos e tornar a rotina mais perigosa. A visão e o olfato, em geral, são os mais afetados. “Com a perda do olfato, o idoso passa a não detectar certos odores, como um escapamento de gás, por exemplo. E com a visão prejudicada, o indivíduo perde o controle de suas tarefas, o reflexo de seu próprio corpo, e a atenção. A possibilidade de erros e acidentes é muito alta nesses casos”, alerta Silvia.
Uma pesquisa recente feita pelo Chicago Tribune demonstrou os principais sinais que indicam problemas e a necessidade de assistência com o idoso:
Higiene – A perda da higiene é um sinal de mudanças comportamentais que são associadas aos problemas da idade. A família deve prestar atenção quando ou se o idoso já não mantém mais sua rotina de banhos e asseio, repete as mesmas roupas por dias, e apresenta um aspecto diferente.
Nutrição – A perda brusca de peso e a falta de apetite podem ser sinas de desnutrição. Um acompanhamento nas refeições e na alimentação é imprescindível, nesta idade é preciso uma alimentação balanceada. Acompanhar as compras dos alimentos e as refeições diárias é bastante eficaz para a manutenção da saúde deste idoso.
Saúde – Sinais de enfraquecimento, perda de energia ou mudanças bruscas de hábitos surgem pode ser indícios de problemas de saúde. É importante um acompanhamento médico para detectar as causas do problema.
Medicamentos – Muitos remédios deixados de lado, ou exageros na compra de medicamentos podem indicar a perda de memória. Quando o idoso já não lembra mais o dia certo de tomar seu medicamento, ou apresenta mudanças em seu comportamento como, por exemplo, muito acelerado ou sonolento, é possível que haja um problema na administração desses medicamentos.
Finanças – Contas de banco com prazo de pagamento atrasados, abandonadas pela casa, ou dificuldades na organização e administração do próprio dinheiro, também alertam para que este idoso seja encaminhado a um especialista para que verifique as causas de tais problemas.
Hematomas – Idosos vítimas de quedas ou topadas pode ser comum, porém, quando estas passam a ser rotineiras é necessário uma atenção maior. Geralmente pode ser observado através de marcas no corpo como, hematomas, caso estas marcas apareçam frequentemente a atenção deve ser maior para que um futuro acidente seja evitado.
Quando tais sintomas aparecem na vida deste idoso, a importância de um diagnóstico médico é imprescindível para que o melhor procedimento seja feito no combate desses problemas.
“É importante fazer o possível para manter o idoso em seu ambiente, retirá-lo de sua casa pode agravar tais problemas. O mais aconselhável para isso é colocar um acompanhante que ajude e cuide deste idoso”, explica a médica.
(Fonte: Viviane d'Avilola - maisde50.com.br)
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