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quarta-feira, 21 de julho de 2010

FADIGA ONCOLÓGICA

A prática de exercícios pode, sim, atenuar os sintomas de quem sofre de câncer. É o que diz um estudo publicado na The Cochrane Library, revista especializada em pesquisas médicas. Os especialistas concluíram que o paciente atacado pela Síndrome da Fadiga Oncológica (SFO), ao pôr o corpo em movimento, melhora sua performance física e emocional. Os programas físicos reduzem os efeitos provocados pelas cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia. 
O tratamento de combate à doença traz fortes efeitos colaterais. Entre eles está a fadiga oncológica, uma síndrome que desencadeia uma série de sintomas físicos e emocionais, como dores, náuseas, indisponibilidade intestinal, distúrbio de sono, cansaço, hipertrofia muscular e depressão. Dependendo do local onde o tumor esteja instalado e do grau de avanço da doença, as drogas utilizadas no paciente são mais agressivas.
De acordo com o médico Ricardo Caponeiro, membro da Associação Brasileira do Câncer, a atividade física pode ser uma poderosa aliada nestes tratamentos, seja simplesmente reduzindo os efeitos adversos ou até mesmo combatendo os próprios sintomas da doença, com resultados tão animadores quanto os de algumas drogas. Todas as modalidades esportivas de exigência física moderada podem ser praticadas pelos pacientes. Natação, caminhada e uso de pesos e alteres são alguns dos fortes aliados no combate à fadiga proveniente do câncer.
A fisioterapeuta Silvia Barcelar, do Inca destaca a importância de um trabalho que estimule não apenas a parte física como a psicológica: “Os exercícios físicos devem explorar movimentos que busquem o desempenho e fortalecimento muscular. Mas é importante que o trabalho contemple não apenas o corpo como também o lado emocional. Por isso, é preciso que os especialistas desenvolvam atividades lúdicas que promovam o contato em grupo”, diz Silvia.
A prática precisa ser assistida por um especialista em fisioterapia ou educação física e deve ser iniciada depois de uma avaliação médica para que o paciente, assim como todos os envolvidos no tratamento, saiba os seus limites físicos e imunológicos. Além disso, Ricardo Caponeiro alerta para a importância do acompanhamento do oncologista em relação ao programa aeróbico, pois o uso de determinados medicamentos podem resultar em algumas restrições.
A educadora física Jani Cleria, do Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte (Cobrase), está desenvolvendo um programa de exercícios para pacientes com câncer no pescoço e na coluna no Inca e outro para câncer em geral no hospital Mário Kroeff, ambos no Rio de Janeiro. De acordo com Jani, para que as respostas do doente ao programa de atividades sejam satisfatórias é necessário que os exercícios tenham início antes do tratamento. “Na primeira sessão de quimioterapia ou radioterapia, o paciente já apresenta efeitos.
De acordo com um estudo feito no Canadá, se os exercícios forem iniciados antes do tratamento, as respostas são muito mais animadoras. A Síndrome da Fadiga Oncológica, que debilita a pessoa de uma forma generalizada, pode já ser tratada antes mesmo dela aparecer. Quanto mais cedo o paciente iniciar o tratamento, menos riscos ele tem de apresentar sintomas físicos e emocionais", revela Jani Cleria.
(Fonte: abrale.org.br)

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