Pesquisadores descobrem como transformar células do cérebro em neurônios.
Terapia pode ajudar a tratar doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson.
Com a ação de dois fatores de transcrição, cientistas conseguiram transformar pericitos presentes no cérebro em neurônios. (Thinkstock)
Pesquisadores alemães descobriram um método de gerar novos neurônios humanos a partir de outros tipos de células encontradas no cérebro. A pesquisa, publicada nesta quinta-feira na revista Cell Stem Cell, pode ajudar a criar novas terapias para tratar danos neurológicos e doenças neurodegenerativas, como a Doença de Parkinson e o Alzheimer. "Nosso trabalho pretende converter células que estão presentes por todo o cérebro, mas que não são células nervosas, em neurônios. O objetivo final é que um dia possamos induzir essa conversão no próprio paciente, e reparar o cérebro doente ou danificado", diz Benedikt Berninger, pesquisadora da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha.
Saiba mais
DOENÇA DE PARKINSON
A doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso tem uma evolução lenta e costuma aparecer entre os 50 e 79 anos. Ela é caracterizada por tremores nos músculos quando eles estão em repouso, lentidão nos movimentos voluntários e rigidez. Estima-se que a doença afete cerca de 1 em cada 100 pessoas com mais de 65 anos. As causas do Parkinson ainda são desconhecidas e seu tratamento é feito com o uso de medicamentos. A progressão da doença, no entanto, ainda é inevitável.
A doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso tem uma evolução lenta e costuma aparecer entre os 50 e 79 anos. Ela é caracterizada por tremores nos músculos quando eles estão em repouso, lentidão nos movimentos voluntários e rigidez. Estima-se que a doença afete cerca de 1 em cada 100 pessoas com mais de 65 anos. As causas do Parkinson ainda são desconhecidas e seu tratamento é feito com o uso de medicamentos. A progressão da doença, no entanto, ainda é inevitável.
ALZHEIMER
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor e falhas de linguagem.
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor e falhas de linguagem.
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA
Estrutura em forma de membrana que protege o cérebro contra substâncias químicas presentes no sangue. Ela é semipermeável, impedindo a passagem de algumas substâncias e aceitando a de outras, permitindo assim que o órgão funcione normalmente. Apesar de seu efeito protetor, a barreira atrapalha a ação de drogas que pretendam agir diretamente no cérebro, como remédios contra a depressão.
Estrutura em forma de membrana que protege o cérebro contra substâncias químicas presentes no sangue. Ela é semipermeável, impedindo a passagem de algumas substâncias e aceitando a de outras, permitindo assim que o órgão funcione normalmente. Apesar de seu efeito protetor, a barreira atrapalha a ação de drogas que pretendam agir diretamente no cérebro, como remédios contra a depressão.
A partir de pesquisas anteriores, os cientistas já sabiam ser possível reprogramar diferentes tipos de células a partir da ação de proteínas conhecidas como fatores de transcrição. Elas se ligam a regiões específicas do DNA e podem controlar a expressão desses genes — ajudando a definir a função exercida pela célula. O grande desafio dos pesquisadores era encontrar no cérebro humano células capazes de serem convertidas em neurônios.
Depois de analisar amostras de células retiradas do cérebro de 30 voluntários, os pesquisadores descobriram que poderiam reprogramar os pericitos, células encontradas em associação com o sistema nervoso central e vasos sanguíneos pelo corpo. No cérebro, eles têm como função manter a barreira hematoencefálica intacta, e participam na regeneração de partes danificadas no resto do corpo.
Os pesquisadores descobriram que os pericitos poderiam ser transformados em neurônios a partir da expressão de dois fatores de transcrição (proteínas que podem controlar diversas funções genéticas nas células), chamados de Sox2 e Mash1. "Nós pensamos que, se conseguirmos mirar especificamente essas células e as transformar em neurônios, podemos tirar vantagem dessa capacidade de regeneração", diz Berninger.
Testes mostraram que esses neurônios recém-convertidos podiam produzir sinais elétricos e se comunicar com outros neurônios, dando evidências de que as células podiam se integrar ao sistema nervoso do corpo. "Ainda precisamos realizar muitos estudos para adotar essa estratégia de reprogramação neuronal para reparar tecidos vivos. Mas nossos dados dão suporte à ideia de que a reprogramação de pericitos no cérebro danificado pode se tornar um método viável para substituir neurônios degenerados", afirma a pesquisadora.
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