Nos últimos anos houve um crescimento exponencial no uso do PRP, método usado para melhorar e acelerar a cicatrização de lesões e cirurgias.
Método simples que utiliza o sangue do próprio paciente é um grande aliado da ortopedia. O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é usado para melhorar e acelerar a cicatrização de lesões e cirurgias. Para sua produção, é extraída uma porção de sangue, que é submetida a uma centrifugação para que os componentes sejam separados. A partir deste processo, é coletada a parte do plasma onde há maior concentração de plaquetas e injetada na lesão.
O ortopedista Marcus Vinicius Danieli, especialista em joelho, explica que as plaquetas são células que compõem o sangue e são responsáveis pela coagulação quando nos machucamos. Elas têm o ''poder'' de atrair células que vão participar da cicatrização. ''O PRP concentra essas células no local que está machucado para tentar estimular e fazer uma cicatrização melhor do que o corpo iria ter. Ele funciona como um potencializador da cicatrização'', esclarece o médico londrinense.
Atualmente, o PRP está sendo estudado para quase tudo. Na área de joelho, especificamente, tem sido mais utilizado para tendinite patelar, lesões de músculos, de ligamentos e de cartilagem. ''Quando o paciente tem uma lesão de cartilagem, a gente pode usar o PRP para criar um estímulo para uma cicatrização melhor, pois a cartilagem é um tecido em que este processo é muito ruim, praticamente nulo'', diz.
O Plasma Rico em Plaquetas é um subcomponente do sangue, que começou a ser usado para cicatrização em meados de 1990 no Brasil; e nos últimos anos os especialistas começaram a ver que na medicina esportiva, por exemplo, favorece melhores resultados para lesões musculares e de cartilagem. O PRP também está sendo bastante utilizado e tendo resultados promissores em tratamento de artrose. ''Neste caso não se faz cirurgia, o material é injetado no joelho para melhorar o ambiente interno, diminuindo a inflação e a dor causadas pelo desgaste'', esclarece o ortopedista.
Danieli acrescenta que no caso de lesões em cartilagem, o objetivo da aplicação não é acelerar a cicatrização, mas melhorá-la. Já em lesões de músculo ou de ligamento, a recuperação do paciente pode ser reduzida pela metade.
O método consiste na puncão de uma quantidade que varia entre 50 e 70 ml de sangue, que vão para a centrifugação e a partir daí obtém-se uma média de sete a dez ml de PRP. O plasma sanguíneo pode ser usado na forma líquida ou em gel.
Segundo o ortopedista, as primeiras pesquisas sobre a aplicação remontam de 1970, mas os estudos e uso mais intensos começaram com os profissionais de bucomaxilos, para implante de dentes e, a partir daí, a medicina esportiva enxergou no PRP uma fonte para ser usada na área médica também. Conforme o especialista, nos últimos cinco anos houve um crescimento exponencial no uso do PRP, mas ainda há várias linhas de pesquisa acerca do assunto para definir quais são as melhores lesões para ser usado, qual a dose e o paciente potencial.
Por se tratar de um material relativamente novo, o PRP ainda não tem cobertura de planos de saúde. Sua produção, que já foi mais cara, atualmente pode ser feita a partir de R$ 700, dependendo da quantidade necessária e da dificuldade de aplicação. A técnica é contraindicada para pacientes que tenham problema de coagulação ou que tomem medicamentos anticoagulantes.
FONTE: TEXTO DE Aline Vilalva - http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2968-20121024
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