Psicólogos ajudam pacientes a emagrecer com balão imaginário no estômago
- Arquivo pessoalA psicóloga Vânia Calazans simula sessão de hipnose; a paciente imagina que está num centro cirúrgico para inserção de um balão intragástrico
Colocar um balão no estômago para comer menos é uma ideia que provavelmente já passou pela cabeça de quem já tentou de tudo para emagrecer e não teve sucesso. Mas todo mundo sabe que o procedimento, apesar de menos invasivo que a cirurgia de redução de estômago, tem seus riscos e só é indicado para pacientes graves. Então, que tal colocar um balão imaginário, numa sessão de hipnose?
Se para você hipnose é coisa de charlatão que faz show no circo, saiba que a ferramenta tem sido adotada, há bastante tempo, por profissionais de saúde para tratar problemas como dor, ansiedade e depressão. E lutar contra a compulsão por comida está no escopo de alguns especialistas.
Um dos profissionais que abraçou a estratégia é o psicólogo Benomy Silberfarb, de Porto Alegre, autor do livro "Hipnoterapia Cognitiva" (Ed. Vetor). Aplicado por ele desde 1998, o chamado "Balão Intragástrico Imaginário" foi adaptado de um método desenvolvido por especialistas espanhóis.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que só é hipnotizado quem quer, e a pessoa fica consciente o tempo todo. O transe é mais um estado de relaxamento profundo, em que é mais fácil visualizar o que o terapeuta propõe. "Se a pessoa quiser levantar no meio da sessão e ir embora, ela vai", explica o psicólogo.
Em segundo, o trabalho não consiste somente em colocar o balão imaginário e pronto. No método desenvolvido pelo psicólogo, a hipnose é apenas um coadjuvante da terapia cognitivo-comportamental clássica, que em resumo consiste em fazer a pessoa entender o que a leva a comer demais e propor instrumentos para modificar o padrão. Em paralelo, o paciente deve ter uma proposta alimentar bem definida e praticar alguma atividade física.
"Não é mágica", enfatiza a psicóloga Vânia Calazans, que aplica a técnica de Silberfarb em seu consultório, em São Paulo. O trabalho completo envolve pelo menos doze sessões e só nas consultas finais é que o balão é "colocado", desde que o terapeuta avalie que vai funcionar para aquele caso. Antes disso, porém, o paciente já aprende a identificar gatilhos e mudar seu comportamento diante da comida e, segundo a psicóloga, já começa a emagrecer.
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