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sexta-feira, 7 de junho de 2013

LOGÍSTICA REVERSA NA INDÚSTRIA DA MORTE!

COMPORTAMENTO - Malditas bitucas!

Tocos de cigarro no chão: números mostram o tamanho do prejuízo ao meio ambiente
Anderson Coelho















Reconhecidamente um grave caso de saúde pública, por ser o motivo direto da morte de milhões de pessoas em todo o mundo, o hábito de fumar provoca, também, um efeito colateral extremamente danoso ao meio ambiente. O descarte inadequado de bitucas em praças, ruas e calçadas polui córregos, lagos e rios com os milhares de sustâncias tóxicas contidas nos cigarros. 
Os números revelam o tamanho do problema. O planeta tem 1,6 bilhão de fumantes, segundo a Organização Mundial de Saúde. Cada fumante dispensa 7,7 bitucas por dia, revela levantamento da Ação Contra o Tabagismo. Cada bituca pesa 0,4 grama. São, portanto, em todo o planeta, 4,9 mil toneladas de tocos de cigarro dispensadas diariamente – 1,8 milhão de toneladas/ano. 
Só no Paraná, são 60 toneladas/dia, o que levou o governo do Estado a aprovar campanha proposta por um fabricante de cigarros para conscientizar os fumantes sobre os males do descarte inadequado. A campanha deve ser deflagrada no mês que vem e vai alcançar os 19,4 mil estabelecimentos que comercializam produtos da Souza Cruz no Paraná. 
Embora existam leis estaduais e municipais que proíbem esse descarte, a palavra chave parece ser mesmo conscientização. Fumante há 13 anos, o londrinense Fernando Chagas admite nunca ter se importado muito em jogar tocos de cigarro nas ruas. "Já ouvi dizer que multariam pessoas que jogassem bitucas no chão. Mas como só ouvi falar e nunca vi acontecendo, nunca me preocupei com isso", ele afirma. 
Talvez Fernando mudasse de ideia se soubesse que uma bituca demora até cinco anos para se decompor. Com um detalhe, observado pelo biólogo Marcelo Arasaki, da ONG Meio Ambiente Equilibrado: o fumo é absorvido pelo meio ambiente, mas o filtro, feito de acetato de celulose, não é biodegradável. "Há algumas experiências para se tentar reciclar esse resíduo, porém o melhor caminho é a conscientização", diz Arasaki. 
Foi o que funcionou com o também londrinense Henrique Carvalho, que há dois anos passou a carregar um recipiente no qual descarta todas as suas bitucas. "Certa vez vi uma campanha que incentiva os fumantes a descartarem as bitucas de cigarro em lugares apropriados, mas nem sempre encontrava um lixo ou um lugar apropriado para isso", relata Henrique. "A mesma campanha trazia a sugestão de se carregar um recipiente onde pudéssemos guardar as bitucas e, desde então, passei a fazer isso." 
Donos de bares têm cooperado para a redução desse tipo de resíduo. O Varanda Bar, no centro de Londrina, disponibiliza bituqueiras, na calçada, para os clientes dispensarem os tocos de cigarros. "Muitos colaboram, mas percebo que é ainda grande o número de pessoas que não faz questão de usá-las", conta a gerente do bar, Deleide Costa. "Só nos resta varrer as bitucas do meio-fio ao final do expediente e torcer para que a chuva não chegue antes e leve todas elas para os bueiros."

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