Artigo revisa evidências sobre como exercícios físicos intensos podem prejudicar saúde cardíaca.
Relatório mostrou que maratonas e outras atividades de resistência cardíaca podem causar mudanças estruturais no coração e elevar risco de problemas como arritmia cardíaca.
Prática frequente de atividades intensas de resistência cardíaca provocam lesões no coração (Foto: Adam Gault)
Embora a prática de atividade física esteja associada à prevenção de doenças
cardíacas, além de outros problemas, como a obesidade, diversos estudos já
apontaram para os prejuízos ao coração causados pelo excesso de exercícios de
resistência. Um artigo publicado na edição deste mês do periódico Mayo
Clinic Proceedings revisou a literatura médica existente sobre o assunto e
descreveu os mecanismos pelos quais a prática intensa de atividades afeta a
saúde cardíaca.
De acordo com o relatório, maratonas de corrida ou de ciclismo podem
desencadear alterações estruturais no coração, causando lesões no órgão e
aumentando o risco de eventos cardiovasculares. Os autores levaram em
consideração resultados de pesquisas recentes que sugeriram que treinos de
resistência cardíaca podem, por exemplo, endurecer as paredes das artérias e
elevar os níveis de biomarcadores cardíacos. Os biomarcadores são, em geral,
proteínas específicas que o corpo produz por causa de alguma doença.
Segundo os autores, é possível que essas mudanças se desfaçam e o corpo se
recupere após uma semana. Porém, para os indivíduos que praticam frequentemente
atividades intensas, após meses ou anos de lesões repetitivas, esse processo
pode desencadear o aumento do risco de uma arritmia
cardíaca ou de uma morte súbita.
Até agora acreditava-se, de acordo com o artigo, que atletas, embora comumente
apresentem anomalias em exames cardíacos, não necessariamente corriam maior
risco de sofrer com esses problemas.
“O exercício físico, embora não seja uma droga, possui muitas características
de um agente farmacológico potente. Uma rotina diária de atividade física pode
ser altamente eficaz para prevenção e tratamento de várias doenças, inclusive a
arterial coronariana, hipertensão, insuficiência cardíaca e obesidade. Porém, como
qualquer medicamento, existe uma quantidade segura, já que os efeitos adversos
do excesso de atividade podem superar os benefícios da prática”, diz James
O’Keefe, cardiologista do Instituto Americano do Coração de Saint Luke, nos
Estados Unidos, e um dos autores do trabalho.
O pesquisador ressalta que é baixa a mortalidade decorrente de exercícios
intensos e que as pessoas fisicamente ativas são geralmente mais saudáveis do
que as sedentárias. Por isso, as pessoas não devem temer a prática de atividade
física, especialmente em períodos de 30 a 60 minutos ao dia.
ARRITMIA CARDÍACA
São sequências de
batimentos cardíacos irregulares, ou muito rápidos, ou muito lentos. As paredes
musculares de cada uma das quatro cavidades do coração se contraem em um
determinado ritmo para bombear o sangue para o corpo. Essa contração é
controlada por uma corrente elétrica que percorre o coração e que é iniciada a
cada batimento. A velocidade através da qual o marca-passo natural do coração
descarrega essa corrente determina a frequência cardíaca.
MORTE SÚBITA CARDÍACA
São mortes que
ocorrem de maneira repentina, geralmente em decorrência de uma arritmia. O
problema pode levar a um fraco desempenho cardíaco e, consequentemente, na fraca
circulação sanguínea, na falta de sangue no cérebro e na perda de consciência.
Ocorre especialmente nas primeiras horas do dia.
DOENÇA CORONARIANA
Também chamada de
coronariopatia, é uma frequente doença cardiovascular na qual o transporte que
leva o sangue ao músculo cardíaco está bloqueado parcial ou completamente. É
provocada pelo depósito de colesterol e outras gorduras nas paredes das artérias
coronárias. Idade avançada, pertencer ao sexo masculino e ter histórico familiar
na doença na família são alguns dos fatores de risco do problema, que também
envolvem hábitos de vida, como tabagismo, má alimentação, sedentarismo e
obesidade.
HIPERTENSÃO
A condição é caracterizada
por um aumento anômalo da pressão nas artérias. Pode ser assintomática durante
anos, o que a torna ainda mais perigosa, sendo capaz de provocar doenças como
acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, infartos do miocárdio
e lesões nos rins. Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão acontece quando
a pressão sanguínea se mantém com frequência acima de 140 por 90 milímetros de
mercúrio (mmHg). Os fatores de risco para o problema incluem tabagismo, consumo
de bebida alcoólica, obesidade, stress, alta ingestão de sal, colesterol alto e
sedentarismo. Evitar hábitos como esses é uma maneira de tratar a hipertensão,
que não tem cura.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Acontece quando, em
decorrência de uma determinada doença, o coração bombeia o sangue de maneira
ineficaz, não conseguindo satisfazer a necessidade do organismo, reduzindo o
fluxo sanguíneo. Embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum
em idosos. Pessoas com insuficiência cardíaca grave devem utilizar dispositivos
mecânicos ou receber um transplante.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/artigo-revisa-evidencias-sobre-como-exercicios-fisicos-intensos-podem-prejudicar-saude-cardiaca
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/artigo-revisa-evidencias-sobre-como-exercicios-fisicos-intensos-podem-prejudicar-saude-cardiaca
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