Ainda que seja um órgão transitório, a placenta tem
grande importância para a vida, já que em sua curta existência funciona como
proteção para o feto.
Seus vasos sanguíneos – semelhantes a raízes de árvores (veja imagem obtida por Norman Barker, professor-associado de
patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins) – também
transportam oxigênio e nutrientes essenciais da mãe para o bebê em
desenvolvimento. Ainda assim, a placenta tem sido desvalorizada. Uma análise
científica cuidadosa mostrou que o órgão representa muito mais que um simples
invólucro: ele molda o desenvolvimento neurológico do feto.
Em um estudo
publicado em agosto de 2011, pesquisadores britânicos mostraram que, quando uma
fêmea de camundongo que está esperando filhote é privada de alimento, a placenta
assume o comando, destruindo seu próprio tecido para “alimentar” o cérebro do
feto.
Um grupo de cientistas do Instituto Neurogenético Zilkha da Universidade
de Southern (ZNI, na sigla em inglês), na Califórnia, derrubou décadas de dogma
biológico ao relatar que é a placenta – e não exatamente a mãe – que fornece o
hormônio serotonina ao prosencéfalo do feto no início do desenvolvimento. Como
hormônios desempenham papel essencial nas conexões cerebrais, anormalidades
placentárias podem significar risco de o feto desenvolver depressão, ansiedade e
até autismo antes mesmo de os neurotransmissores começarem a funcionar.
“Por
isso, é preciso estar muito atento à saúde e aos cuidados da placenta”, ressalta
Pat Levitt, diretor do ZNI e coautor do estudo.
Investigações sobre a
influência desse órgão no desenvolvimento cerebral são tão recentes que ainda
não foram batizadas. A neonatóloga e neurobióloga do desenvolvimento Anna Penn,
pesquisadora da Universidade Stanford, denominou esses estudos de
“neuroplacentologia”.
A própria Anna está estudando o impacto dos hormônios
placentários no desenvolvimento do cérebro depois da 20a. semana de gestação. Seu
objetivo é identificar com que idade os bebês prematuros são afetados pela perda
desses hormônios e, ainda, descobrir uma forma de compensar esse
déficit.
FONTE: Cláudia Kalb - http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/armadura_para_o_feto.html
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domingo, 3 de junho de 2012
NEUROPLACENTOLOGIA
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