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Pessoas que sofreram violência sexual não raro desenvolvem o comportamento obsessivo de lavar-se várias vezes ao dia. Muitas delas relatam a sensação permanente de sujeira, como se as impressões do abusador permanecessem em sua pele. Psicólogos da Universidade Goethe, na Alemanha, testaram um tratamento breve para alterar essa percepção e melhorar a autoestima das vítimas de estupro: incentivá-las a pesquisar na internet a frequência com que as células da pele se renovam e imaginar esse processo ocorrendo em seu próprio corpo.
Em um artigo publicado no Behavior Modification, os pesquisadores descrevem a intervenção e seus resultados em um grupo de voluntárias que apresentavam sintomas de obsessão por limpeza associados ao histórico de abuso sexual. Os terapeutas pediram que cada uma falasse sobre os pensamentos de contaminação e como isso afetava seu cotidiano. Em seguida, pediram que pesquisassem sobre a velocidade com que as células dérmicas eram repostas – ou seja, a cada quatro semanas, em média – e tentassem calcular quantas vezes já tinham “trocado” de pele depois do trauma. Por fim, fizeram o exercício de visualizar sua derme se soltando.
“Verificamos que o tratamento não apenas reduziu a sensação de contaminação, mas também atenuou a angústia de algumas delas”, diz a autora do estudo, Kerstin Jung.
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