Coca-Cola vendida no Brasil tem maior concentração de substância potencialmente cancerígena
- Rick Wilking/Reuters
- De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia
A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração do
4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante Caramelo IV,
classificado como possivelmente cancerígena. A análise foi realizada no Centro
de Pesquisa CSPI (Center for Science in the Public Interest), de Washington D.C.
Eles testaram a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola também vendidas
no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos. As
informações sobre o estudo foram divulgadas pelo Idec (Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor).
A pesquisa que apontou os riscos do Caramelo IV à saúde das pessoas foi feito
pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos e fez com
que a Iarc (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), da OMS (Organização
Mundial da Saúde), incluísse o 4-MI na lista de substâncias possivelmente
cancerígenas.
Contatada pelo UOL, a assessoria de imprensa da Coca-Cola
ainda não se pronunciou a respeito do estudo.
Concentrações
De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil
contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml, cerca de
267mcg/355ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola
vendida no Quênia, que ficou na segunda posição, com 170 cmg/355ml.
A Coca-Cola do Brasil fornece nove vezes mais o limite diário de 4-MI
estabelecido pelo governo da Califórnia, que estipulou a quantidade máxima de 39
ml do refrigerante por dia e nenhum outro produto que possui o corante Caramelo
IV em sua composição.Como nos últimos 30 anos o consumo de refrigerante quintuplicou no Brasil, o Idec ressalta que, independentemente da presença do corante, todas as bebidas que contêm açúcar devem ser evitadas, pois se consumidas em excesso podem aumentar o risco de diabetes, obesidade e doenças associadas aos cânceres de esôfago, rins, pâncreas, endométrio, vesícula biliar, cólon e reto.
Mudanças
Nos Estados Unidos, após diversas petições de entidades de defesa do consumidor, o Estado da Califórnia reconheceu a periculosidade do aditivo. Diante disso, empresas como a Coca-Cola e a Pepsi dos Estados Unidos divulgaram que realizarão mudanças em suas fórmulas, de acordo com o instituto.
Por ser um ingrediente que desempenha uma função puramente estética, o Idec questionou às empresas brasileiras se elas possuíam outras alternativas ao Caramelo IV. Foi indagada, ainda, a quantidade de 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presente em seus produtos.
À Anvisa, o Idec questionou a base científica para permissão do uso do Caramelo IV no Brasil (estudos que garantem a segurança do aditivo), e se a agência monitora as quantidades de Caramelo IV e 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presentes nos produtos alimentícios brasileiros. O Idec exigiu que a agência adotasse providências imediatas, tendo em vista a proteção à saúde do consumidor.
As empresas e a Anvisa terão o prazo de 10 dias para responder aos questionamentos do Idec.
Quantidade de 4-metil-imidazol (4-MI) na Coca-Cola em nove países
País | 4-MI em microgramas (mcg) em cada 355 ml |
Brasil | 267 |
Canadá | 160 |
China | 56 |
Japão | 72 |
Quênia | 177 |
México | 147 |
Emirados Árabes Unidos | 155 |
Reino Unido | 145 |
Estados Unidos (Washington DC) | 144 |
Estados Unidos (Califórnia) | 4 |
FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/06/26/estudo-aponta-que-coca-cola-vendida-no-br-tem-maior-concentracao-de-substancia-cancerigena.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário