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sábado, 18 de junho de 2011

EDUCAÇÃO EM DIABETES: NUTRIÇÃO

Existem milhares de portadores de Diabetes Mellitus no mundo mas apesar disso, ainda existem muitas dúvidas em relação ao seu tratamento, principalmente em relação à alimentação. É muito comum as pessoas acharem que o plano alimentar (dieta) para o portador de Diabetes Mellitus se restringe à retirada apenas do açúcar e ainda, existem aquelas condutas radicais que cortam quase todos os carboidratos (pães, massas, doces, etc.). Puro engano! Quando o açúcar está alto no sangue significa que o corpo não está utilizando corretamente os alimentos, desta forma o organismo fica muito debilitado. Para não errar para mais ou para menos é necessário consultar um Nutricionista que é o profissional mais capacitado para elaborar o plano alimentar do portador de Diabetes Mellitus. Atualmente o plano alimentar é baseado em uma alimentação saudável que considera todos os grupos de alimentos. A quantidade do alimento a ser consumido vai depender de cada caso e por isso o tratamento é individualizado.
A primeira consulta com o nutricionista, deve ocorrer logo após a consulta do diagnóstico de Diabetes Mellitus. Assim, toda a ansiedade em relação à alimentação vai ser atenuada e mais rapidamente haverá melhora da glicemia. O plano alimentar é um dos componentes essenciais no tratamento do Diabetes Mellitus e junto com a medicação, a atividade física e a educação continuada é a receita para o sucesso do bom controle do Diabetes Mellitus.
A consulta com o nutricionista tem como objetivo fornecer ao portador de Diabetes Mellitus um plano alimentar acessível à sua realidade e que atenda as necessidades de energia (calorias), proteínas, vitaminas e minerais para a sua idade, visando a melhoria do controle metabólico.
Na consulta, o nutricionista realiza uma entrevista (anamnese) para obter dados sobre a doença atual e outras informações específicas para a construção do plano alimentar. Consta das perguntas, à história de algumas doenças (obesidade, anorexia, bulimia, dislipidemias, pressão alta, etc.) e a alimentação atual e pregressa (nascimento e do passado recente), assim como informações do funcionamento do tubo digestório como mastigação, problemas no estômago, glândulas anexas e eliminações fisiológicas (fezes e urina).
A história alimentar é a ferramenta mais preciosa na consulta de nutrição pois é a partir desses dados que se inicia a prescrição do plano alimentar. Portanto, é necessário ter o conhecimento das técnicas corretas para se coletar e avaliar estas informações a fim de se obter um retrato mais fiel do perfil alimentar do indivíduo. Uma das estratégias mais comumente utilizada é o recordatório de 24 horas, no qual se deseja saber os horários, locais e as quantidades de alimentos ingeridos em cada refeição do dia anterior. Estes dados podem ser complementados com informações obtidas pelo questionário de freqüência de consumo alimentar que classifica os alimentos por grupos (leite e derivados, frutas, hortaliças, carnes, ovos, óleos, etc.). Com estes dados o nutricionista deseja obter informações mais detalhadas sobre os alimentos consumidos e obter um panorama dos hábitos alimentares. Uma dica para esta primeira consulta, principalmente no caso das crianças, é já levar registrado o que foi ingerido por refeição na última semana ou em 3 dias (2 durante a semana e 1 de final de semana).
O esquema de medicamentos (se houver) e os exames laboratoriais realizados previamente também são importantes para a avaliação do nutricionista e devem ser levados para a consulta, assim como fornecer informações de exercícios físicos realizados rotineiramente (horários, tipo, intensidade), uma vez que o plano alimentar poderá ser flexibilizado ou não a partir desses dados.
Uma outra etapa da consulta é o exame físico no qual são verificadas as medidas antropométricas como peso, estatura e circunferência da cintura. Estas medidas são importantes para se determinar o peso desejável e para traçar a estratégia do cálculo do plano alimentar (calorias). Se o indivíduo estiver acima do peso e tiver uma circunferência da cintura acima do normal ele necessitará de uma restrição calórica mais importante do que aquele que tem esses dados dentro da normalidade. Estas medidas antropométricas fornecem pistas de maior ou menor resistência à insulina. Outras medidas como dobras cutâneas e percentual de gordura podem ser realizadas para complementar a avaliação da gordura corporal.
Os dados antropométricos são avaliados de maneira diferente de acordo com a idade do portador de Diabetes Mellitus. Crianças e adolescentes por passarem por constantes mudanças devido ao crescimento são avaliados através de índices e gráficos. A massa corporal no adulto é comumente avaliada através dos valores IMC (índice de massa corporal) e da circunferência da cintura e são comparados a padrões de normalidade pré-estabelecidos.
Após toda essa avaliação, o plano alimentar é calculado correlacionando as necessidades nutricionais para idade e atividade física com o peso que foi previamente determinado pela avaliação antropométrica. O nutricionista através dos conhecimentos inerentes a sua profissão transforma estes dados numéricos em medidas caseiras de alimentos para serem distribuídas pelas refeições. Esta distribuição da alimentação leva em consideração a anamnese alimentar (hábitos alimentares) e o esquema medicamentoso (insulina ou remédio).
A parceria entre o nutricionista e o portador de Diabetes Mellitus na elaboração do plano alimentar é fundamental para que este seja viável e prazeroso. As dúvidas sobre os alimentos surgem na medida em que aumenta o envolvimento do portador de Diabetes Mellitus com o plano alimentar e desta forma se inicia o processo educativo onde profissional e paciente passam a trocar informações que são essenciais para o sucesso do tratamento.
Ainda nesta primeira consulta, o nutricionista inicia a abordagem sobre a ação dos alimentos no organismo e de como os nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) agem sobre a glicemia. Outros temas como hipoglicemia e o uso de produtos diets, adoçantes, frutas, doces, etc. são abordados de tal maneira que o paciente sai da consulta com segurança de realizar as suas refeições. A educação continuada faz parte de todas as consultas e as dúvidas são explicadas juntamente com a construção do plano alimentar.
Ao final da consulta é fornecido um plano alimentar específico as necessidades nutricionais e de saúde do portador de Diabetes Mellitus, com listas de alimentos para consulta sobre o seu conteúdo nutricional e de carboidratos. Estas listas abrem um leque de opções de alimentos de forma que o plano alimentar não fica monótono e pode ser modificado pelo próprio portador de Diabetes Mellitus, respeitando as orientações do nutricionista. Após a consulta, o nutricionista disponibiliza o parecer nutricional para o médico ou para outros profissionais que fazem parte da equipe de atendimento ao portador de Diabetes Mellitus.
As consultas subseqüentes são igualmente importantes para que haja a avaliação e possível modificação da conduta nutricional inicial e possa dar continuidade ao processo educativo.
Alimentar o corpo é muito mais do que saciar a fome. Consulte um Nutricionista!
(Fonte: Gan Nutrição - Marlene Merino Alvarez - Nutricionista especialista em Diabetes/ http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=7047)17/6/2011

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