Uma pesquisa realizada na Alemanha com jovens que cresceram ou vivem em cidades analisou quais áreas cerebrais estavam ligadas ao estresse. Os resultados podem fazer com que muitos tenham desejado nascer entre animais em alguma fazenda distante: os jovens que passaram sua infância na cidade grande têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver esquizofrenia.
Mesmo depois da maioridade, os problemas não param. Morar em cidades aumenta o risco de transtornos de ansiedade em 21% e de humor em 39%, comparado aos moradores de zonas não urbanizadas.
Se toda a população pudesse passar a infância no campo, a estimativa é de que a quantidade de pessoas com esquizofrenia seria 30% menor. Mas é claro, a região logo ficaria lotada e inabitável, com o padrão de vida atual.
Para descobrir como viver em cidades afetava o cérebro, os pesquisadores analisaram o cérebro de estudantes alemães submetidos a uma situação estressante. Os estudantes receberam um teste de matemática com apenas um terço das respostas possíveis de solução.
O programa indicava que os estudantes tinham tido uma performance pior do que qualquer outro e os pesquisadores os pressionavam dizendo a eles o quanto era importante um bom desempenho no teste.
Durante essa estressante tarefa, os estudantes que estavam vivendo em cidades mostraram um aumento da atividade em uma região do córtex cingulado anterior pregenual. Os que passaram sua infância no campo – independentemente de onde viviam atualmente – tiveram um aumento da atividade na amígdala.
Essa diferença foi bastante específica, já que essas duas áreas do cérebro são independentes. Mas elas estão ligadas, formando um circuito. As duas regiões cerebrais são as responsáveis pela regulação do estresse no cérebro, ajudando no processo de ameaças ao corpo e na regulação do temperamento emocional.
Embora nem todos possam passar a infância longe da cidade grande, pesquisadores esperam encontrar respostas sobre como as zonas urbanas afetam a atividade cerebral. Fatores como a quantidade de espaço verde disponível, os tipos de pessoas e cultura da região podem ser determinantes. Isso pode auxiliar na construção de cidades planejadas para serem menos estressantes no futuro. [LiveScience]
(Fonte: Stephanie D'Ornelas -
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