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quarta-feira, 29 de junho de 2011

CÉREBRO DE IDOSOS: descrição inédita na literatura

Pesquisa realizada no Laboratório de Sinalização Celular (Labsincel), da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, revela que algumas áreas do cérebro de pacientes obesos – sobretudo o hipotálamo, região envolvida no controle da fome e do gasto energético –, apresentam padrões distintos de funcionamento se comparadas às de indivíduos magros.
Os resultados, referentes à pesquisa de doutoramento da aluna Simone van de Sande-Lee, foram publicados na conceituada revista norte-americana Diabetes. A descrição é inédita na literatura. O estudo foi realizado sob a orientação do professor Lício Augusto Velloso, do Departamento de Clínica Médica, e coorientado pelos docentes Fernando Cendes e Li Li Min, do Departamento de Neurologia.
Até algum tempo atrás, não se pensava em cérebro quando se falava em obesidade. Mas, nos últimos 15 anos, as pesquisas vêm mostrando que os caminhos que levam ao desenvolvimento da doença são, na verdade, bem mais complexos do que se imaginava e que, neles, o sistema nervoso central tem um papel fundamental.
“O nosso conhecimento a esse respeito cresceu de tal forma que hoje nós acreditamos que a obesidade decorra, principalmente, de algum erro no processamento de informações que chegam ao sistema nervoso central”, explica Velloso.
Um dos hormônios centrais nesse processo é a leptina, produzido no tecido adiposo, e responsável por levar ao Sistema Nervoso Central a informação sobre a quantidade de energia que está sendo estocada. Quando essa comunicação fica comprometida, torna-se cada vez mais difícil controlar a ingestão de alimentos e o gasto de energia.
Segundo o pesquisador, entender que o cérebro passa a responder inadequadamente à leptina, tornando-se resistente a ela, porque ele está de certa forma lesado por uma inflamação, foi um avanço importante.
“E essa inflamação é causada, principalmente, por um dos componentes da nossa alimentação: os ácidos graxos saturados, ou seja, as gorduras saturadas encontradas, por exemplo, na carne vermelha e no leite”, destaca, relembrando estudos anteriores do laboratório que abriram novas frentes de análise para os estudos na área.
Texto completo: acessar http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2011/ju499_pag3.php

Publicação Simone van de Sande-Lee, Fabrício R. S. Pereira, Dennys E. Cintra, Paula T. Fernandes, Adilson R. Cardoso, Célia R. Garlipp, Eliton A. Chaim, Jose C. Pareja, Bruno Geloneze, Li Min Li, Fernando Cendes, Licio A. Velloso. “Partial reversibility of hypothalamic dysfunction and changes in brain activity following body mass reduction in obese subjects”. Diabetes 60: 1699, 2011.
Financiamento: Fapesp
(FONTE:  CRISTIANE PAIÃO - Especial para o JU - Jornal da Unicamp 499)

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