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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

DIABETES, COMPLICAÇÕES CARDÍACAS, PROBLEMAS RENAIS e a EMPAGLIFOZINA (JARDIANCE)

Remédio contra diabetes reduz risco de morte cardiovascular
Um estudo mostrou que a empagliflozina, além de tratar o diabetes, diminui em 38% o risco de morte por problemas cardiovasculares. É a primeira vez que um antidiabético demonstra esse benefício.

Por: Giulia Vidale28/09/2015 às 16:41 -
Os pacientes que tomaram o antidiabético por três anos tiveram seu risco de morte por complicações cardíacas reduzido em 38%, por qualquer causa em 32% e as hospitalizações por insuficiência cardíaca crônica em 35%(Jeffrey Hamilton/Thinkstock/VEJA)

Um novo estudo mostrou que a empagliflozina, medicamento utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2, reduz em 38% a probabilidade de morte por eventos cardiovasculares e em 32% por qualquer causa em pacientes com alto risco de complicações cardíacas. Os dados foram apresentados durante o Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo de Diabetes, realizado em Estocolmo, e publicados simultaneamente na revista científica New England Journal of Medicine.
"Essa é a primeira vez na história que um medicamento antidiabético se mostra eficaz na redução de eventos cardiovasculares, que são a principal causa de morte destes pacientes", diz o cardiologista José Kerr Saraiva, chefe do serviço de cardiologia do Hospital Universitário da PUC-Campinas e um dos autores do estudo. "Até agora, todas as pesquisas realizadas com outros medicamentos mostraram que eles não tinham nenhum efeito sob o risco cardiovascular ou, em um caso específico que foi inclusive retirado do mercado, aumentava esse risco. Por isso, esse estudo é um grande marco e foi recebido com muito ânimo pelos cardiologistas", explicou.
O estudo EMPA-REG descobriu que o Jardiance, nome comercial do medicamento, também mostrou que as hospitalizações por insuficiência cardíaca crônica caíram em 35%. Após três anos de acompanhamento, 10,5% dos participantes no grupo de Jardiance sofreram um infarto, AVC ou morreram por outras causas cardiovasculares, em comparação com 12,1% dos pacientes que tomaram o placebo. O que corresponde a uma redução relativa de 14% no risco destes eventos.
De acordo com Saraiva, os resultados são ainda mais surpreendentes porque quase 80% dos participantes já utilizavam medicamentos para controlar o diabetes, a pressão arterial e o colesterol. Mesmo durante o estudo, estes pacientes puderam continuar os tratamentos.
Sabe-se que a redução do açúcar no sangue (efeito dos medicamentos antidiabéticos) já tende a reduzir o risco cardiovascular. Entretanto, os autores do estudo acreditam o efeito benéfico de Jardiance na redução destes eventos esteja relacionada com outros efeitos do medicamento, como a capacidade em reduzir a pressão sanguínea, o peso e a rigidez arterial.
Problemas cardiovasculares como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e doença coronariana são as principais causas de morte de metade dos pacientes com diabetes tipo 2 ao redor do mundo. Isso acontece porque o excesso de açúcar no sangue traz serie de transtornos metabólicos que danificam o coração e os vasos sanguíneos. No caso de pacientes diabéticos que já correm um risco elevado de complicações cardíacas, como pessoas que já tiveram um AVC, infarto ou que têm artérias obstruídas -, a expectativa de vida se reduz em, em média, 12 anos.
A empagliflozina é produzida em parceria pelas farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly e pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores de SGLT2, que ajudam excretar o excesso de açúcar do sangue pela urina. Por isso, estes remédios são contra indicados para pacientes com problemas renais. Os efeitos colaterais incluem desidratação, baixo nível de açúcar no sangue e infecções urinárias. O tratamento está disponível no Brasil desde março e custa, em média, 185 reais por mês.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/remedio-contra-diabetes-reduz-risco-de-morte-cardiovascular

sábado, 26 de setembro de 2015

DIABETES e CIRURGIA BARIÁTRICA

Cirurgia bariátrica deve priorizar diabéticos -- e não apenas obesos
Um novo estudo mostrou que o procedimento é efetivo para os pacientes com diabetes tipo 2 tanto sob ponto de vista clínico quanto econômico -- os portadores da doença que se submetem à cirurgia reduzem os gastos com medicamentos e atendimento médico em até 30%.

Por: Giulia Vidale21/09/2015 
Pacientes com diabetes tipo 2 que foram submetidos à cirurgia bariátrica e metabólica tiveram uma redução nos gastos com medicamentos e atendimento médico em torno de 30%(Thinkstock/VEJA)

Pacientes obesos e diabéticos deveriam ter prioridade na indicação da cirurgia bariátrica metabólica. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico The Lancet. De acordo com os pesquisadores, a priorização deste grupo é importante tanto do ponto de vista clínico quanto econômico. Os resultados do estudo mostraram que os pacientes que realizaram a cirurgia tiveram uma redução nos gastos com medicamentos e atendimento médico em torno de 30%.

O trabalho foi realizado com cerca de quatro mil pacientes do sistema de saúde sueco que foram acompanhados por 15 anos. Destes, uma parte foi submetida à cirurgia bariátrica e metabólica e a outra continuou a ser tratada clinicamente, apenas com remédios e outras terapias.

Após os 15 anos de acompanhamento, o estudo concluiu que, entre os pacientes operados, a economia com os diabéticos foi maior, quando comparados aos pré-diabéticos e aqueles com glicemia normal. "O estudo SOS vai além ao dizer que entre os pacientes diabéticos indicados para a cirurgia, deve-se priorizar aqueles com até um ano de diagnóstico da doença", afirma Ricardo Cohen, cirurgião-geral e diretor do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o cirurgião, este estudo é um dos mais importantes realizados até então, pois é o primeiro que prova que a cirurgia não é só efetiva em longo prazo, mas também traz um impacto econômico significativo para os pacientes e para o sistema de saúde.

Para ser considerada obesa, uma pessoa deve ter um índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de30. No entanto, as diretrizes atuais indicam a cirurgia bariátrica apenas para pacientes com IMC acima de 35. "O que estamos tentando fazer é mudar essa diretriz, pois pacientes com um IMC mais baixo e com diabetes podem se beneficiar muito com a cirurgia. Este estudo junta-se a outras pesquisas no Brasil e no mundo ao concluir que, no tratamento cirúrgico, tão ou mais importante que perder peso é controlar as doenças associadas, em especial o diabetes, que está relacionada a riscos cardiovasculares e de mortalidade", afirma Cohen.

Cirurgia bariátrica - Em editorial que acompanha o estudo, no periódico The Lancet, o cirurgião define a a cirurgia bariátrica como qualquer intervenção no trato gastrointestinal, principalmente aquelas que redirecionam a passagem de alimentos.

No caso da cirurgia conhecida como by-pass gástrico, o estômago do paciente, que normalmente possui o tamanho de uma bola de futebol, é reduzido para o equivalente a uma bola de golfe. Esse estômago menor também é ligado diretamente ao intestino delgado, limitando a absorção de calorias. Já no caso da banda gástrica ajustável, uma prótese de silicone é colocada na parte de cima do estômago, que faz os pacientes sentirem-se saciados mais rapidamente.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cirurgia-bariatrica-deveria-priorizar-pacientes-diabeticos