Há alguns anos, o INSTITUTO PLURAL, filial em PATO BRANCO - PR vem se dedicando ao atendimento de crianças, adolescentes e idosos, com programas como a CAPOEIRA INCLUSIVA, o BALÉ, CORAL ITALIANO e o BAILE DA TERCEIRA IDADE.
Com apoio de profissionais da área de Assistência Social e das mencionadas, temos cumprido nossas finalidades social e estatutária. E o mais importante é que pesquisadores respaldam esta nossa ação, como todos podemos comprovar, tomando ciência de pesquisas conduzidas por especialista na área de Educação Física.
A seguir, divulgamos texto publicado na Revista EDUCAÇÃO FÍSICA (órgão oficial do CONFEF - CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA), edição n. 84/20224, ano XVIII, abaixo transcrita:
NEUROCIÊNCIAS DO EXERCÍCIO
"Com 20 anos de experiência na área, pesquisadora comprova benefícios da atividade física na cognição e na saúde mental. Não importa qual, apenas faça.
É isso que, há 20 anos, a Profissional de Educação Física, Prof.ª Dr.ª Andrea Camaz Deslandes [CREF 000734 G/RJ] denota ao pesquisar os benefícios do exercício físico para o cérebro. E são muitos, para crianças, adultos e idosos. “Todos os exercícios físicos possuem efeito benéfico para a cognição. Os que envolvem imprevisibilidade, demandam maior atenção e, por isso, promovem um desenvolvimento ainda maior”, explica a Profissional.
Licenciada e bacharela em Educação Física, bolsista de produtividade CNPq, Pós-doutora, Professora adjunta do Instituto de Psiquiatria e Coordenadora do Laboratório de Neurociência do Exercício da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Andrea tem conduzido diversos estudos que sustentam que “o exercício físico é capaz de atuar como uma ‘polipílula’ de autocuidado, de forma sistemática para o praticante”.
O Laboratório de Neurociência do Exercício foi criado pela Profª Andrea Deslandes, e possui duas linhas de pesquisa principais: Exercício Físico e Saúde Mental e Exercício Físico e Cognição. Hoje, ela conta com uma equipe de mais de 20 pesquisadores, que dão andamento a seis projetos de pesquisa e um projeto de extensão. O principal objetivo do Laboratório é investigar o efeito do exercício físico no funcionamento do cérebro.
Um dos estudos coordenado por Andrea, com crianças entre 8 e 13 anos, de uma comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro, revelou que a capoeira ativa funções executivas.
Os participantes foram divididos de forma aleatória em dois grupos, onde um, durante quatro meses, passou a praticar as atividades e o outro não. No fim do período, ao comparar os dois grupos, as crianças que participaram das aulas registraram melhora no desempenho escolar, no desenvolvimento da coordenação motora, da atenção, da memória e do autocontrole.
“Concluiu-se que a prática da capoeira está associada ao melhor desempenho na matemática. A neurociência justifica a importância da Educação Física Escolar, por exemplo, para o desenvolvimento de todas as outras disciplinas. Para que a criança aprenda, ela precisa da base, e a base é a prática de atividade física”, explica Andrea.
A neurociência justifica a importância da Educação Física Escolar, por exemplo, para o desenvolvimento de todas as outras disciplinas. Para que a criança aprenda, ela precisa da base e a base é a prática de atividade física
A prática de exercícios é benéfica em qualquer idade ou intensidade. Cérebro e músculo se comunicam. Ao serem contraídos, os músculos estimulam a produção de substâncias e promovem alterações metabólicas que ajudam a regular o sono e o humor, por exemplo. “O exercício é capaz de reduzir a ansiedade e sintomas de outros transtornos mentais, além de ser utilizado no tratamento de transtornos depressivos e demências”, confirma a pesquisadora.
Em um estudo em andamento com idosos, Andrea investiga os efeitos da prática de exercícios físicos associados à realidade virtual, na capacidade motora, funcional, cognitiva e no perfil de fatores tróficos de idosos com declínio cognitivo e demência.
“Atividades que exigem uma dupla tarefa, como o movimento associado à música, por exemplo, possuem maior necessidade de raciocínio e, por isso, maior engajamento cognitivo e melhor funcionamento cerebral”, resultado que tem sido observado pela equipe da professora. O exercício é capaz de reduzir a ansiedade e sintomas de outros transtornos mentais, além de ser utilizado no tratamento de transtornos depressivos e demências.
Após duas décadas atuando na área das Neurociências, trafegando por equipes multidisciplinares e evidenciando a Educação Física nas discussões sobre a importância no tratamento da saúde mental, a Profª Andrea comemora a evolução da atuação dos profissionais na área e acredita que muito ainda está por vir. “Durante muito tempo, a Neurociência do Exercício era bem-vista pela Medicina, mas enfrentava resistência na Educação Física. Foi preciso ultrapassar algumas barreiras. Portanto, é importante que cada vez mais as instituições de ensino entendam que é importante inserir a neurociência no currículo de formação dos Profissionais de Educação Física. O mercado vai exigir e a profissão precisa e merece ser protagonista. Acredito que a Educação Física seja a profissão do século XXI, necessária para a resolução de todos os problemas. Quando bem trabalhada tem o poder de promover a saúde”, anseia Andrea.