Aplicativos que medem a pressão ameaçam a saúde, diz pesquisa
Programas de smartphones para medir a pressão sanguínea são imprecisos e, em 98% dos casos, não foram desenvolvido por instituições especializadas
Pesquisadores verificaram que alguns aplicativos para monitorar a pressão tinham sido baixados mais de 2 milhões de vezes (Thinkstock)
Aplicativos para smartphones que medem a pressão sanguínea podem ser prejudiciais para o controle da hipertensão, mostrou um estudo publicado neste mês no periódico da Sociedade Americana de Hipertensão. De acordo com os autores, muitos desses programas não foram testados cientificamente e podem dar resultados errados, imprecisos e, por isso, potencialmente perigosos.
Os pesquisadores analisaram 107 aplicativos famosos para o controle hipertensão disponíveis para download no Google Play e na Apple iTunes e constataram que três quartos ofereciam ferramentas úteis para acompanhamento de dados médicos. No entanto, somente 2,8% foram desenvolvidos com a ajuda de instituições de saúde, como universidades. Além disso, os pesquisadores encontraram sete aplicativos para o sistema Android que instruíam os usuários a pressionar o dedo na tela ou na câmera do celular para medir a pressão sanguínea, mecanismo que os cientistas consideram enganoso.
Os aplicativos desse tipo haviam sido baixados pelo menos 900 000 vezes. Alguns chegaram a 2,4 milhões de downloads. “Essa tecnologia ainda está em fase de pesquisa, não está pronta para uso clínico”, disse Nilay Kumar, da escola de medicina de Harvard e principal autor do estudo.
Benefícios — Por outro lado, de acordo com os estudiosos, esses aplicativos podem ajudar a pessoa a armazenar seu histórico de saúde. A maior parte (72%) dos mais populares permitia aos usuários acompanhar seus dados médicos e cerca de um quarto oferecia a opção de exportar as informações diretamente do consultório médico.
Após os autores concluírem o estudo, eles ressaltam a necessidade de uma regulamentação urgente para esse tipo de serviço.
(com Reuters)
FONTE PARA A REPORTAGEM COMPLETA: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/aplicativos-que-medem-a-pressao-ameacam-a-saude-diz-pesquisa