Casa elevada à deriva no nada
Conceito de heterotopia inspira lar na Escócia
O filósofo francês Michel Foucault criou o conceito de heterotropia, unindo os radicais "hetero", que significa outro, e "tropia", lugar. Assim, ele descreve lugares e espaços que funcionam em condições diversas das comuns. Trata-se de espaços que são simultaneamente físicos e mentais, como uma chamada telefônica ou o momento quando alguém se vê no espelho.
Foi nesta quase abstração que o arquiteto Benoit Challand se baseou para realizar a Roost House, uma casa que ergue-se solitária em meio à paisagem selvagem da Escócia. Instalada em um endereço onde não há atividade humana, a morada parece uma miragem. Apoiada sobre finas estruturas de madeira, a construção parece flutuar. Mesmo a escada que dá acesso à residência é pouco visível, o que reitera sua aura fantasiosa.
"A casa é como um navio em alto mar, isolado do mundo, face a face com os elementos e a natureza", explana o arquiteto. A Roost House é um local embebido em ilusão e tranquilidade. Mesmo quando se está dentro dela, a sensação de irrealidade persiste, devido à beleza dos cenários emoldurados pelas grandes janelas.
Além de sua faceta conceitual, a residência apresenta também características arquitetonicamente relevantes, ligadas à sustentabilidade. A energia que alimenta a morada é fruto de painéis fotovoltaicos e turbinas de vento. A madeira recobre todo o exterior da casa, facilitando a integração visual da construção com a paisagem.
FONTE: http://casavogue.globo.com/Arquitetura/Casas/noticia/2014/02/casa-elevada-deriva-no-nada.html
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