Gravidez
Redução da mortalidade materna no Brasil é uma das menores do mundo
Entre 2000 e 2013, taxa de mortes por complicações na gravidez e parto diminuiu 1,7% ao ano. Média de 75 países que fazem parte de plano de metas da ONU foi de 3,1%
Mortalidade materna inclui mortes que ocorrem na gestação, no parto ou em decorrência de suas complicações(Thinkstock)
Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que levou em consideração os dados de 75 países indicou que o Brasil teve a quarta mais lenta redução da mortalidade materna entre os anos de 200 e 2013. Nesse período, o desempenho brasileiro foi semelhante ao de Madagascar, com queda anual média de 1,7% na taxa de mortalidade relacionada à gravidez e ao parto. A marca está bem abaixo da média de todas as nações juntas, que foi de 3,1% ao ano.
Os dados fazem parte de um relatório divulgado nesta segunda-feira durante o fórum do grupo Parceria para a Saúde Materna, de Recém-Nascidos e Crianças (PMNCH). O documento levou em consideração países participantes do Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, um conjunto de metas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem cumpridas até 2015.
O novo mostra que poucos países vão atingir o compromisso de redução de mortalidade materna. No Brasil, por exemplo, a taxa de brasileiras que morreram na gestação, no parto ou em decorrência de suas complicações em 2013 foi equivalente a 69 a cada 100.000 nascimentos. Isso representa quase o dobro da meta assumida nos Objetivos do Milênio — chegar em 2015 com, no máximo, 35 mortes a cada 100.000 nascimentos. O Brasil já assumiu que não vai conseguir atingir a marca.
Comparação — Para se ter uma ideia, o risco de uma mulher morrer nos países avaliados por causas relacionadas ao parto e à gestação é de 1 para 66. Nos países com alto desenvolvimento, o risco é de 1 para 3.400. Dados da OMS divulgados no mês passado mostraram que, a cada hora, 33 mulheres morrem no mundo devido a complicações na gravidez. Embora seja considerado elevado, esse número é 45% menor do que há duas décadas.
Os únicos países que apresentaram uma redução da mortalidade materna menor do que a do Brasil foram Iraque, África do Sul e Guatemala. Já entre os países com as maiores reduções, estão Ruanda, Camboja, Lao e Guiné Equatorial.
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Novas estratégias — O relatório alerta para a necessidade de se definir estratégias que acelerem avanços nas saúdes materna, infantil e neonatal. "Precisamos renovar e redobrar nossos esforços em áreas-chave, onde o progresso vem sendo menor", dizem os autores do documento. Eles reforçam a necessidade de se evitar que, esgotado o prazo definido nos Objetivos do Milênio, o ânimo para se alcançar as metas diminua. A mensagem é: o trabalho está inacabado, mas os objetivos são possíveis de serem alcançados.
Entre os pontos considerados essenciais pelos autores do trabalho estão a melhoria do acesso a métodos contraceptivos, fundamentais para garantir o planejamento familiar; a garantia da assistência, feita com profissionais preparados e equipados adequadamente, tanto na gestação quanto nas fases pré e pós-parto; a redução de índices de doenças como diarreia e pneumonia e o combate a altos índices de desnutrição.