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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

DANOS DOS ANTICONCEPCIONAIS NA ADOLESCÊNCIA!

Anticoncepcionais na adolescência geram alterações cerebrais

Redação do Diário da Saúde

Anticoncepcionais na adolescência gera alterações cerebrais
Vários estudos têm levantado dúvidas sobre a segurança das pílulas anticoncepcionais.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Anticoncepcionais e cérebro

Milhões de mulheres tomam contraceptivos orais diariamente, mas, nos anos recentes, têm-se levantado dúvidas sobre a segurança dessas pílulas anticoncepcionais.

Uma das preocupações é que muitas mulheres começam a tomar as pílulas muito cedo.

"Milhões de mulheres tomam contraceptivos orais, mas pouco se sabe se os hormônios sintéticos encontrados nos contraceptivos orais têm efeitos comportamentais e neurofisiológicos, especialmente durante a puberdade e o início da adolescência, que são períodos críticos do desenvolvimento cerebral," destaca a professora Nafissa Ismail, da Universidade de Ottawa (Canadá).

A Dra Ismail então se propôs a investigar se as pílulas podem induzir diferenças na reatividade ao estresse - ou como a pessoa responde ao estresse. Para isso, ela e sua equipe compararam a estrutura e a função cerebral entre mulheres que começaram a tomar contraceptivos orais durante a puberdade ou na idade adulta e outras que nunca as usaram.

Efeitos dos anticoncepcionais em mulheres jovens

É a própria pesquisadora quem resume os resultados da pesquisa:

"Nós encontramos diferenças na estrutura e função do cérebro entre usuárias de contraceptivos orais e não usuárias.

"Primeiro, o uso de contraceptivos orais está ligado ao aumento da ativação no córtex pré-frontal durante o processamento da memória de trabalho envolvendo estímulos negativos, como imagens de uma pistola, acidente de carro, etc.

"Em nosso estudo, também usamos um estressor social e descobrimos que mulheres que começaram a usar contraceptivos orais durante a puberdade ou adolescência apresentam uma resposta embotada ao estresse, o que significa que elas não reagem aos estressores tanto quanto as mulheres que começaram a tomar contraceptivos orais na idade adulta.

"As mulheres que começaram a usar contraceptivos orais durante a puberdade ou adolescência também experimentam atividades cerebrais diferentes durante o processamento na memória de trabalho de imagens neutras em comparação com as mulheres que começaram a usar contraceptivos orais durante a vida adulta.

"Em resumo, o uso de contraceptivos orais está relacionado a mudanças estruturais significativas nas regiões do cérebro implicadas na memória e no processamento emocional. [E esse uso] também altera a reatividade ao estresse," disse a Dra Ismail.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Use of the birth control pill affects stress reactivity and brain structure and function
Autores: Rupali Sharma, Samantha A. Smith, Nadia Boukin, Aisa Dordari, Alana Mistry, Briallen C. Taylor, Nereah Felix, Andrew Cameron, Zhuo Fang, Andra Smith, Nafissa Ismail
Publicação: Hormones and Behavior
Vol.: 124, 104783
DOI: 10.1016/j.yhbeh.2020.104783

https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=anticoncepcionais-adolescencia-geram-alteracoes-cerebrais&id=14241&nl=nlds


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