Consumo de bebidas com açúcar pode elevar risco de câncer de endométrio
De acordo com estudo, mulheres na pós-menopausa que tomam bebidas açucaradas têm risco até 78% maior de desenvolver tipo mais comum da doença
O câncer de endométrio costuma acometer as mulheres que já passaram pela menopausa (Thinkstock)
Sucos, refrigerantes e outras bebidas com açúcar podem elevar a chance de uma mulher na pós-menopausa a desenvolver o tipo mais comum de câncer de endométrio, relacionado ao excesso do hormônio estrogênio. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta sexta-feira no periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention. Segundo os pesquisadores, quanto mais bebidas açucaradas as mulheres tomam, maiores são os riscos da doença.
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Câncer de endométrio
O endométrio é o tecido que reveste a parte interna do útero, composto por células que descamam e resultam na menstruação. O câncer de endométrio costuma acometer as mulheres após a menopausa. Seu sintoma mais comum, presente em 95% dos casos, é o sangramento uterino anormal. Segundo o A.C. Camargo Cancer Center, trata-se do quinto tipo de câncer mais comum entre mulheres no Brasil.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Sugar-Sweetened Beverage Intake and the Risk of Type I and Type II Endometrial Cancer among Postmenopausal
Onde foi divulgada: periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention
Quem fez: Maki Inoue-Choi, Kim Robien, Andrea Mariani, James R. Cerhan e Kristin E. Anderson
Instituição: Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e outras instituições
Dados de amostragem: 23 039 mulheres analisadas de 1986 a 2010
Resultado: Os pesquisadores encontraram uma possível relação proporcional entre o consumo de bebidas açúcaradas e o aumento do risco de desenvolver o tipo mais comum de câncer de endométrio
Ainda não se sabe exatamente qual é a relação entre os dois elementos. O fato de as bebidas estarem associadas apenas ao aumento dos riscos do câncer ligado ao estrogênio, porém, reforça a tese de que o açúcar pode provocar obesidade, condição que aumenta a produção de estrogênio e é, por isso, considerada fator de risco para a moléstia.
Pesquisa — No estudo, os pesquisadores analisaram dados das dietas de 23 039 mulheres na pós-menopausa de 1986 a 2010. Nesse intervalo, houve 506 casos de câncer de endométrio ligado ao estrogênio, e 89 casos do tipo mais raro da doença, sem ligação com o hormônio.
O risco de desenvolver a enfermidade foi proporcional à quantidade de líquidos açucarados consumidos pelas mulheres: as que tomavam maior quantidade — cerca de 60 copos por semana — apresentaram 78% mais risco do que as voluntárias que não ingeriam esse tipo de alimento. Os autores afirmam que outros estudos, com mais voluntárias, são necessários para confirmar os resultados.
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