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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

SÍNDROME DE MARFAN

Engenheiro conserta o próprio coração

Com informações da BBC

Engenheiro conserta o próprio coração
Engenheiro Tal Golesworthy tratou o problema de sua aorta como se a veia fosse uma mangueira de jardim. [Imagem: BBC]
O engenheiro Tal Golesworthy estava acostumado a desmontar as coisas para consertá-las.
Contudo, por mais de 30 anos, ele conviveu com um "defeito" no próprio coração, para o qual a medicina não tinha solução.
O próprio Golesworthy então, inspirado por um mecanismo que funcionava em seu jardim, juntou alguns dos procedimentos básicos da indústria aeronáutica e desenvolveu uma solução "bela e simples" para sua condição cardíaca.
O aparelho estabiliza uma veia do coração impedindo que ela se dilate em demasia.
Após achar a solução, ele conseguiu convencer médicos a implantá-la em seu corpo.
E nove anos depois da cirurgia, ele conseguiu ajudar outras 30 pessoas com uma condição semelhante.
O engenheiro está fazendo um apelo a cirurgiões na Europa para que comecem a testar seu aparelho em substituição aos tratamentos convencionais.
Síndrome de Marfan
Golesworthy tem síndrome de Marfan, um distúrbio que provoca falhas nos tecidos conectivos do corpo. Esses tecidos normalmente agem como suporte para os órgãos principais, fazendo com que eles fiquem no lugar e no formato certo.
As pessoas com essa síndrome têm problemas com seus olhos, juntas e coração.
Quando o coração bate, fazendo o sangue fluir pelo resto do corpo, a aorta se expande para acomodar o fluxo.
Na maioria das pessoas, a aorta relaxa, e volta ao seu tamanho normal quando o fluxo diminui, mas isso não acontece com as pessoas com a síndrome de Marfan. Nelas, a aorta continua se expandindo, e fica cada vez maior com o tempo - o risco de rompimento é real.
A cirurgia tradicional é complexa, e requer a substituição da aorta por uma veia artificial, um procedimento que eventualmente inclui válvulas de metal instaladas no coração.
O inconveniente maior é ter que tomar remédios para o resto da vida para deixar o sangue mais fino, fluindo mais facilmente pelas veias.
E não é apenas um inconveniente: esse tipo de medicamento traz um risco grande, pois até mesmo um pequeno ferimento com sangramento pode acabar se transformando em uma hemorragia.
Salvo por uma mangueira de jardim
"Eu não queria viver a minha vida dentro de um casulo de algodão, e pensei que eu próprio poderia inventar algo menos invasivo e complexo, que não exija que parte do meu coração seja removida", disse o engenheiro.
Sua solução partiu de um pensamento bastante direto.
"Se a mangueira no jardim está cedendo, ela ganha um revestimento de fita adesiva. É rústica e simples, e todos nós já fizemos isso no nosso jardim."
Devidamente otimizado e usando materiais estado da arte, Golesworthy fez seu próprio "remendo de aorta".
Os médicos londrinos Tom Treasure, do Guy's Hospital London, e John Pepper, do Royal Brompton Hospital, aceitaram o desafio, e implantaram o conserto de mangueira no engenheiro.
O processo foi aperfeiçoado ao longo de três anos. O resultado foi um revestimento colocado dentro - e não fora - da aorta, pois a cirurgia seria mais simples.
A cirurgia durou duas horas - há nove anos, a aorta do engenheiro parou de crescer.
Desde a experiência, outras 30 pessoas já receberam a inovação.
Como outras cirurgias, ela tem muitos riscos. A maioria das pessoas se adaptou bem à novidade, mas houve o caso de um paciente que morreu.

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