Influenciado pelo documentário de Vladimir Carvalho – “Rock Brasília”, memória à obra de Renato Russo – faço a pergunta, mas com a certeza de que não terei respostas:
Afinal, que país é este? Que país é este, em que um deputado federal assume o Ministério do Esporte para lhe devolver credibilidade e respeito institucional, mas preserva os diretores de ontem, suspeitos de envolvimentos em atos ilegais?
Que país é este em que um ministro de Estado tem o compromisso de corrigir vícios burocráticos para evitar a corrupção ministerial e, paralelamente é escalado para conduzir o difícil diálogo sobre organização de uma Copa do Mundo, como se falássemos de um simples “jogos escolares”?
Que país é este em que as autoridades maiores desrespeitam a Constituição Federal ao destinarem milhões de reais ao desporto profissional, em detrimento das prioridades do desporto escolar?
Que país é este em que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recebe doação de campanha da Fratelli, do grupo Ambev – subsidiária da cerveja Budwiser, oficial da Copa –, e nessa condição vai dialogar com as autoridades da Fifa?
Que país é este em que deputados beneficiados com ajuda de campanha da Fratelli (Budwiser) agora vão decidir sobre a Lei Geral da Copa, como nos revela o companheiro Perrone, em seu blog?
Que pais é este em que a universidade, apesar de reunir todos os segmentos do movimento esportivo, no ensino e na pesquisa, está alijada do diálogo que prepara os megaeventos no país?
Que país é este que subsidia o esporte de alto rendimento enquanto gestores da verba pública se perpetuam no poder por mais de 20 anos, como se não houvesse inteligência além de suas cabeças?
Que país é este que, depois de o governo aplicar R$ 700 milhões no desporto olímpico, não tem perspectivas de evolução nos Jogos de Londres, comparativamente à Olimpíada de Pequim?
Que pais é este que concentra o dinheiro público na elite do esporte, deixando ao abandono os projetos de iniciação?
Que país é este que transforma um ministério em cabide de empregos para desocupados partidários, incapazes de concluir o estudo universitário?
Que país é este em que o atleta, base da pirâmide da estrutura esportiva é omisso nos temas de seu interesse, demonstrando a falta de compromisso no contexto da sua atividade?
Que país é este que, quatro anos depois, ainda não sabe qual foi o gasto efetivo e o rombo real dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro? Pior, sem que as contas tenham a transparência demonstrada no discurso oficial.
Enfim, da poesia indignada de Renato Russo – “nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado” – ressurgem indagações, as mesmas de ontem e de governos passados.
“O tempo não para”, escreveu Cazuza, outro poeta que transformava em versos as frustrações políticas de sua juventude que, por extensão, são as de hoje. Assim:
“Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades” ...
Por José da Cruz às 23h13 - http://blogdocruz.blog.uol.com.br/arch2011-11-01_2011-11-30.html#2011_11-08_23_13_03-139474431-0
Afinal, que país é este? Que país é este, em que um deputado federal assume o Ministério do Esporte para lhe devolver credibilidade e respeito institucional, mas preserva os diretores de ontem, suspeitos de envolvimentos em atos ilegais?
Que país é este em que um ministro de Estado tem o compromisso de corrigir vícios burocráticos para evitar a corrupção ministerial e, paralelamente é escalado para conduzir o difícil diálogo sobre organização de uma Copa do Mundo, como se falássemos de um simples “jogos escolares”?
Que país é este em que as autoridades maiores desrespeitam a Constituição Federal ao destinarem milhões de reais ao desporto profissional, em detrimento das prioridades do desporto escolar?
Que país é este em que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recebe doação de campanha da Fratelli, do grupo Ambev – subsidiária da cerveja Budwiser, oficial da Copa –, e nessa condição vai dialogar com as autoridades da Fifa?
Que país é este em que deputados beneficiados com ajuda de campanha da Fratelli (Budwiser) agora vão decidir sobre a Lei Geral da Copa, como nos revela o companheiro Perrone, em seu blog?
Que pais é este em que a universidade, apesar de reunir todos os segmentos do movimento esportivo, no ensino e na pesquisa, está alijada do diálogo que prepara os megaeventos no país?
Que país é este que subsidia o esporte de alto rendimento enquanto gestores da verba pública se perpetuam no poder por mais de 20 anos, como se não houvesse inteligência além de suas cabeças?
Que país é este que, depois de o governo aplicar R$ 700 milhões no desporto olímpico, não tem perspectivas de evolução nos Jogos de Londres, comparativamente à Olimpíada de Pequim?
Que pais é este que concentra o dinheiro público na elite do esporte, deixando ao abandono os projetos de iniciação?
Que país é este que transforma um ministério em cabide de empregos para desocupados partidários, incapazes de concluir o estudo universitário?
Que país é este em que o atleta, base da pirâmide da estrutura esportiva é omisso nos temas de seu interesse, demonstrando a falta de compromisso no contexto da sua atividade?
Que país é este que, quatro anos depois, ainda não sabe qual foi o gasto efetivo e o rombo real dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro? Pior, sem que as contas tenham a transparência demonstrada no discurso oficial.
Enfim, da poesia indignada de Renato Russo – “nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado” – ressurgem indagações, as mesmas de ontem e de governos passados.
“O tempo não para”, escreveu Cazuza, outro poeta que transformava em versos as frustrações políticas de sua juventude que, por extensão, são as de hoje. Assim:
“Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades” ...
Por José da Cruz às 23h13 - http://blogdocruz.blog.uol.com.br/arch2011-11-01_2011-11-30.html#2011_11-08_23_13_03-139474431-0
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