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domingo, 6 de novembro de 2011

PNEUMONIA INFANTIL: NOVO PROTOCOLO

 A Infectious Diseases Society of America (IDSA) publicou recentemente um novo protocolo para manejo da pneumonia infantil adquirida na comunidade. John Bradley é o autor principal deste protocolo que está focado na população pediátrica, diferente da maioria dos guidelines atuais que trata a questão juntamente com a população adulta.
A pneumonia infantil é bem diferente daquela que acontece nos adultos e um protocolo que seja direcionado especificamente à população pediátrica é muito importante. Nas crianças, as pneumonias virais são muito mais frequentes do que as bacterianas, principalmente nos pré-escolares abaixo de dois anos de idade.
As crianças não têm um sistema imunológico totalmente desenvolvido, não apenas aquelas abaixo dos seis meses de idade, mas também as com mais de dois anos. Lactentes apresentam grande dificuldade em produzir anticorpo a antígenos polissacarídeos, mesmo após infecção invasiva. Este fato justifica a elevada frequência de infecções por bactérias como Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e Streptococcus pneumoniae em crianças pequenas, o que faz com que os pediatras sejam cautelosos em cuidar de crianças nesta faixa etária.
Quase todos que olham uma criança com dificuldade para respirar, febre e tosse ficam tentados a prescrever antibióticos, pois não querem deixar passar a oportunidade de tratar uma infecção bacteriana. Como resultado, a maioria das crianças com infecção viral é tratada equivocadamente com antibióticos. Este protocolo, voltado para a população infantil, traz a oportunidade de reverter esta situação.
Nos países em desenvolvimento são usados os critérios da Organização Mundial de Saúde para diagnóstico de pneumonia em crianças, os quais incluem principalmente a avaliação da febre, tosse e aumento da frequência respiratória. Nos países desenvolvidos, outros testes estão mais disponíveis como a contagem de células brancas do sangue, as técnicas de PCR, taxas de sedimentação, radiografias de tórax, etc. Mas mesmo esses recursos são fracos para dizer com certeza quando trata-se de uma pneumonia viral ou bacteriana. A reação da cadeia de polimerase, que diz sobre o patógeno viral, é uma técnica cara e a maioria dos consultórios não tem acesso a ela. Então, para diagnosticar a pneumonia, os dados clínicos ainda são os mais usados.
Crianças hospitalizadas têm taxas de bacteremia mais elevadas e os recursos para fazer o diagnóstico aumentam. Para estas crianças, são recomendados além dos critérios clínicos testes como contagem de leucócitos e proteína C reativa. Entretanto, não há muitas evidências que provam que uma contagem alta de células brancas no sangue seja um teste acurado: sensível, específico, com valores preditivos positivos ou negativos altos. Esta área de diagnóstico precisa ser mais bem estudada.
Quanto ao tratamento, devido ao sucesso da vacina antipneumocócica conjugada e a diminuição documentada da resistência às penicilinas, a amoxicilina está sendo recomendada para o tratamento das pneumonias bacterianas ambulatoriais e, para as crianças hospitalizadas, a ampicilina intravenosa.
O novo protocolo traz 92 recomendações, mas destacando três delas:
  1. As pneumonias virais são mais frequentes em crianças pequenas do que as pneumonias bacterianas, e não necessitam de antibiótico para o seu tratamento.
  2. A resistência do pneumococo aos antibióticos diminuiu, então a amoxicilina e a ampicilina são medicamentos de escolha para o tratamento dessas infecções.
  3. É essencial a imunização das crianças, não apenas com vacinas contra o Haemophilus influenzae e pneumococo, mas também com a vacina contra influenza para todas as crianças, a cada ano, de acordo com as recomendações existentes para cada faixa etária.
O protocolo completo pode ser visto em:

NEWS.MED.BR, 2011. Pneumonia infantil: lançado novo protocolo de pneumonia, da Infectious Diseases Society of America (IDSA), voltado para a população pediátrica. Disponível em: . Acesso em: 6 nov. 2011.

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