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terça-feira, 29 de novembro de 2011

DIABETES e a CITOCINA INFLAMATÓRIA



O Diabetes Mellitus é uma doença provocada pela deficiência de produção ou de ação da insulina. Seu principal sintoma é a alta quantidade de glicose no sangue (hiperglicemia). Ela pode causar diversos problemas crônicos, como cegueira, deficiência renal e as doenças cardiovasculares. Apesar dos esforços, ainda não existe cura para a moléstia, que pode ser controlada pelos tratamentos atualmente empregados.
Mas um estudo desenvolvido no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp deu agora um passo importante para descortinar o entendimento do diabetes. O pesquisador Gustavo Jorge dos Santos mostrou que a citocina anti-inflamatória CNTF (Ciliary Neurotrophic Factor) é capaz de proteger as células produtoras de insulina (células beta pancreáticas) contra a morte.
As citocinas são um extenso grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células, durante o desencadeamento das respostas imunológicas. "Assim como uma das causas do diabetes é a morte dessas células produtoras de insulina, o CNTF pode ser um novo aliado na luta contra esse mal", expõe o pesquisador.
O estudo também indicou que a citocina estudada pode garantir um efeito protetor prolongado, defendendo as células secretoras de insulina por um período de até 30 dias após o início do tratamento. A descoberta abre novas possibilidades para a terapêutica auxiliar do diabetes, diminuindo a necessidade de injeções diárias ou a dosagem de insulina injetada nos pacientes, o que pode melhorar a qualidade de vida do portador.
O pesquisador descobriu que as células que recebem CNTF junto com aloxana (substância diabetogênica) morrem menos do que as que recebiam somente esta droga, mostrando que o CNTF protege as células. Além disso, tais células não expressavam a proteína AMPK (que atua como um "sensor energético" celular), o CNTF já não conseguia mais protegê-las, mostrando que seu efeito protetor depende da inibição dessa proteína.
Como o CNTF e a AMPK desempenham funções importantes nas células beta-pancreáticas, ambos poderão ser alvos terapêuticos para o tratamento do diabetes. Sobre a expectativa de cura do diabetes, Gustavo Jorge esclarece que essa hipótese ainda está descartada no momento, "porém, se o paciente se submeter ao tratamento adequado", diz, "ele poderá viver bem".
Esse tratamento inclui essencialmente controle da ingestão de alimentos (qualidade e quantidade), aplicação correta de insulina, realização de atividade física regular e acompanhamento médico-nutricional.
Fonte: Jornal da Unicamp
http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=10002352

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