Os pesquisadores Uta Frith, do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade College de Londres, e Simon Baron-Cohen, desenvolveram, na Inglaterra, uma hipótese para compreender o autismo do ponto de vista psicológico: a teoria da mente. Segundo essa tese, a principal anormalidade do autismo é a incapacidade de construir elaborações sobre a mente alheia. Existe no cérebro um circuito neuronal especializado que nos permite pensar sobre nós mesmos e sobre o outro – e assim criar formulações sofisticadas, prevendo o comportamento de seus semelhantes. Essa compreensão oferece respaldo à capacidade de cooperar e aprender com o próximo. Em suma, possibilita a interação social. A maioria das pessoas autistas, no entanto, não compreende que cada um tem os próprios pensamentos e pontos de vista e um modo único de ser. Consequentemente, elas não entendem crenças, emoções e atitudes alheias.
Para explicar alguns sintomas secundários do autismo – hipersensibilidade, ausência de contato visual, aversão a determinados sons – foi criada a teoria do mapa topográfico emocional. Na criança sem o transtorno, as informações sensoriais são enviadas para a amígdala, a porta de entrada do sistema límbico, uma área responsável pelo processamento de emoções. Usando o conhecimento armazenado, a amígdala determina a resposta emocional que deve dar a cada estímulo que recebe e, com o tempo, cria um mapa topográfico dos significados emocionais do ambiente. Naqueles que sofrem do distúrbio do espectro autista, porém, as conexões entre amígdala e áreas sensoriais tendem a apresentar distorções, o que na prática resulta em reações emocionais extremadas a estímulos e fatos sem importância e descaso em relação ao que é fundamental para as outras pessoas.
O texto acima é um trecho da matéria "Pais racionais, crianças autistas". Para ler essa e outras reportagens na íntegra, adquira Mente e Cérebro 249 (Outubro) – Transtorno do pânico, já nas bancas e na Loja Duetto.
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FONTE: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_teoria_da_mente.html
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