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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

MAU HÁLITO MATINAL

Estudo aponta o melhor método para combater mau hálito matinal
Hérika Dias, da Assessoria de Imprensa do Campus de Ribeirão Preto
imprensa.rp@usp.br
A combinação da higienização bucal com escova e pasta de dente e também o uso do enxaguante bucal à base de clorexidina é o método que deixa o hálito melhor e por mais tempo. A constatação é feita em estudo desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP.
Estudo avaliou o método disponível no mercado mais eficaz contra o mau hálito
A pesquisa, desenvolvida pelo doutorando Jeronimo Neto, está descrita na dissertação de mestrado Avaliação clínica em estudo cruzado e randomizado de diferentes métodos para a redução da halitose matinal, apresentada à FORP sob orientação do professor Vinícius Pedrazzi. O objetivo foi descobrir qual método disponível no mercado brasileiro é mais eficaz contra o mau hálito da manhã. Porém, segundo Jeronimo Neto, esses resultados não podem ser estendidos para quem sofre de mau hálito persistente.
O pesquisador explica que o estudo testou o uso de um higienizador lingual, um higienizador integrado à escova dental, dois enxaguatórios bucais (antissépticos) à base de clorexidina ou cloreto de cetilpiridínio e uma escova com pasta de dente. Esses diferentes métodos de higienização foram analisados. “O diferencial da pesquisa foi justamente analisar os métodos de remoção mecânica do biofilme lingual em comparação com os métodos químicos de higienização contra a halitose, pois não havia estudos com essa análise conjunta”, diz Jeronimo Neto.
Foram selecionados 20 voluntários de ambos os sexos, com idade entre 18 e 50 anos, que foram orientados a permanecer por 24 horas sem qualquer tipo de higiene bucal, para o registro dos índices de halitose. O hálito foi mensurado antes da higienização, imediatamente após e nas três horas seguintes. “Essa medição foi feita com um aparelho para aferir os sulfetos, gases de enxofre responsáveis pelo odor desagradável na boca. O tempo foi estipulado em até três horas após a higienização, porque geralmente após esse período, as pessoas se alimentam e isso interfere nas condições do hálito.”
O resultado dos testes mostrou que, imediatamente após o uso dos produtos, apenas os higienizadores linguais foram capazes de reduzir o hálito, com duração de até duas horas. Os antissépticos bucais reduziram o hálito somente ao final da segunda e terceira horas, enquanto que a higienização bucal com escova e pasta de dentes foi eficaz na redução do mau hálito já na primeira hora, perdurando por até três horas.
De acordo com o pesquisador, o método que deixou o hálito melhor e por mais tempo foi a combinação da higienização bucal com escova e pasta de dente e também o uso do enxaguante bucal à base de clorexidina. “Concluímos que a limpeza mecânica da língua é capaz de reduzir imediatamente o hálito, porém com relativa curta duração de seu efeito, enquanto que os antissépticos com clorexidina e a higienização da boca conseguem reduzir o hálito por períodos maiores. Porém, a literatura mostra que o mau hálito crônico pode ainda estar associado a doenças de órgãos como os pulmões, os rins ou o fígado, e isso requer investigação pra detectar o composto responsável pelo cheiro característico”.
Acúmulo de sujeira
Jeronimo Neto explica que ao contrário do que muitas pessoas imaginam o mau hálito nem sempre está relacionado a problemas no estômago. “Mais de 90% dos casos de halitose estão ligados a alterações na boca e, desse percentual, 60% ao acúmulo de sujeira na língua. Por isso, deve-se fazer a limpeza lingual e também o uso do antisséptico para atingir as partes mais profundas da língua”.

Ele lembra que o portador da halitose tem dificuldade de perceber o problema, por causa da “fadiga olfativa”, ou seja, a própria pessoa não consegue sentir o odor da própria boca (algo muito parecido com o hálito do fumante, que não consegue perceber o seu hálito). Dessa forma, o pesquisador recomenda: “O dentista é profissional mais indicado para a detecção do mau hálito, com as orientações corretas, o problema pode ser resolvido”.
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Mais informações: email jeronimoneto@usp.br
http://www.usp.br/agen/?p=154598

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