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Não conseguiu manter sua ereção naquela noite tão esperada com a musa? Calma! Isso é normal – ao menos até certo ponto. “Ansiedades leves e pontuais podem provocar falhas eventuais no processo de ereção”, afirma Valter Javanori, urologista e chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), no Rio de Janeiro. Desinteresse por ela também pode fazer seu amigão cair logo na hora H. Já se você não consegue deixar a ereção firme até o momento da penetração em várias das suas transas, fique esperto. “A dificuldade frequente de obter ou manter uma ereção adequada para um desempenho sexual satisfatório é o principal sinal de um caso de disfunção erétil”, diz Javaroni. Mas continue calmo.

Nesta reportagem, você vai conhecer mais sobre as causas imediatas e as de longo prazo dessa doença, os melhores jeitos de preveni-la e tratá-la. Sim, é possível se livrar da disfunção erétil – ou da impotência sexual, apelido da doença. Acrescentar certos alimentos no menu diário, fazer exercícios físicos regularmente e trabalhar a mente do jeito certo são táticas, entre outras, que podem ajudar a levantar a vitalidade do seu amigão. Aqui, veja como. Eis as respostas e as novidades sobre o tema.

O QUE LEVA À DISFUNÇÃO ERÉTIL

“A ereção do pênis depende do bom funcionamento do cérebro [que dispara uma série de comandos para nervos, vasos e músculos], do sistema cardiovascular, de hormônios (como a testosterona) e do tecido erétil [ou seja, os corpos cavernosos: par de estruturas que aprisionam grande quantidade de sangue no pênis para que ele permaneça rijo]”, diz Javaroni. O bom funcionamento disso tudo pode ser atrapalhado por doenças, medicamentos, situações da vida que atordoam a mente, hábitos… Confira abaixo.
 Birita Você costuma extrapolar na bebida alcoólica, várias vezes ao mês? Em cerca de dez anos, isso pode causar lesões nervosas que impedem mensagens cerebrais de chegarem corretamente aos corpos cavernosos para estimular a ereção do pênis.
 Câncer Tratamentos de quimioterapia impactam diretamente na regeneração celular, o que limita a energia para a atividade sexual. “Esses remédios costumam induzir à disfunção erétil entre um ou dois dias depois do início da ingestão”, explica Javaroni.
 Cigarro Fumar de 20 a 30 anos pode comprometer os nervos, o tecido das artérias (inclusive as penianas) e impedir que o fluxo sanguíneo corra legal para os corpos cavernosos inflarem o pênis.
 Cirurgias As feitas na região peniana (como a do períneo) podem interferir no trabalho de nervos e/ou vasos essenciais à ereção.
 Diabetes É a principal causa de disfunção erétil. “Na maioria das vezes, o diabetes vem acompanhado de um aumento do nível do colesterol [moléculas de gordura] no organismo. Isso compromete principalmente as pequenas artérias, como as responsáveis pelo enchimento dos corpos cavernosos necessário à ereção”, explica Sérgio Pacheco, urologista e membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual (ISSM, em inglês). Em geral, a disfunção erétil leva cerca de dez anos para se manifestar em quem sofre de diabetes.
 Disfunção endotelial A doença prejudica a dilatação de veias e artérias. Então, impede que o fluxo sanguíneo corra bem por seu corpo – seu pênis pode receber pouco sangue e, com isso, não conseguir manter a ereção.
 Hipertensão Pressão alta danifica a parede de artérias.
 Idade “Após os 40 anos, o funcionamento dos sistemas do organismo que trabalham para a ereção acontecer estão mais desgastados. Eles possuem vida útil limitada”, afirma Javaroni. Sim, meu caro, dessa idade para a frente aumenta o risco de todo homem sofrer de disfunção erétil.
 Mente No curto prazo, a maioria dos casos de disfunção erétil possui causas psíquicas. “Ter uma demissão inesperada, ficar viúvo, perder alguém importante, viver períodos de muito estresse são acontecimentos que podem afetar o cérebro de maneira a cortar estímulos sexuais”, explica Javaroni. “Quando a ansiedade é por longo período, o organismo libera grande quantidade de adrenalina.” Esse hormônio aumenta a pressão arterial, o que pode danificar as paredes de vasos sanguíneos, comprometendo o trabalho deles. Além disso, medicamentos para depressão e convulsão costumam afetar a capacidade do cérebro de enviar ou receber respostas sexuais.
 Pneus Vacilou no menu, no treino e está com a pança, digamos, avantajada? Também tem notado problemas frequentes na ereção? É legal passar no urologista. O excesso de gordura abdominal está ligado a problemas circulatórios. “Isso afeta diretamente a eficiência do hormônio testosterona, essencial à manutenção do desejo sexual que ajuda a impulsionar o processo que mantém a ereção”, explica Javaroni. Recentemente, descobriu-se que o ideal é que sua cintura não tenha mais que 100 centímetros de diâmetro, independentemente da sua altura ou do seu biótipo.

COMO EVITAR

4 táticas que podem ajudar você a inibir a disfunção erétil
 Malhação sem falta “Praticar exercícios físicos regularmente beneficia o endotélio, tecido responsável por dilatar e encolher os vasos do corpo”, diz Javaroni. “O bom desempenho dele é fundamental à circulação sanguínea e, logo, à ereção duradoura.” Esporte também é indispensável para você controlar o tamanho da pança, assegurar a boa forma do shape. Os exercícios físicos ainda apaziguam a mente. Estimulam sua produção de dopamina e endorfina (substâncias que melhoram o humor e combatem estresse, ansiedade e depressão) e de testosterona (hormônio que turbina o apetite sexual).
Prato legal Novidade no pedaço: pesquisas recentes mostram que ostras também são antídoto contra disfunção erétil. “O molusco contém ácido aspártico e MNDA (N-metil-D-aspartato), compostos que estimulam a liberação de dopamina”, diz Tamara Mazaracki, nutróloga do Rio de Janeiro e consultora da MH. Outra boa nova: “Melancia é rica em citrulina, aminoácido que relaxa os vasos sanguíneos e aumenta a quantidade de sangue que chega ao pênis.” A citrulina está mais na parte branca da fruta – capriche na hora de raspá-la. Agora, eis descobertas mais antigas das quais é sempre bom lembrar: “Amêndoas, semente de abóbora e gergelim são fontes de vitamina E e ácidos graxos (matérias-primas da produção de hormônios sexuais); e de arginina (aminoácido que melhora o fluxo sanguíneo nos órgãos sexuais)”, indica Tamara. “Comidas ricas em zinco (como ervilha, espinafre, brócolis) também auxiliam a circulação do sangue.” Sim, meu caro, garantir uma alimentação balanceada também é imprescindível para você se manter fit e evitar males como alteração no nível de colesterol, hipertensão e disfunção endotelial.
 Autoestima a mil A combinação de exercícios físicos com um cardápio bem balanceado também turbina a saúde da sua mente. “Com peso controlado e disposição, você ganha autoestima, o que dificulta que ansiedade, insegurança e medo invadam sua cama”, indica Javaroni.
Masturbação em dia Mais um grande motivo para você praticá-la com frequência: “Masturbar-se condiciona o tecido erétil a ficar sempre preparado para a hora da ereção com a parceira e diminui sua ansiedade”, afirma Javaroni. Com isso, você também aumenta seu domínio do tempo da ejaculação.

COMO CONVIVER E TRATAR

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4 estratégias essenciais para se livrar da disfunção erétil
Faça os tratamentos certos para você Todas as maneiras de evitar disfunção erétil (relacionadas no tópico anterior) também são imprescindíveis no tratamento da doença. Junto delas, você deve procurar tratamento psicológico e clínico com médicos, o que pode incluir as medicações citadas no boxe ao lado. “Conversar com um especialista faz você entender melhor qual sua situação real e como sair dela – fisicamente, tomando os remédios certos, e psicologicamente, com terapia”, afirma Carlos Eduardo Carrion, psiquiatra de Porto Alegre e consultor da MH.
Não tenha pressa “Procurar soluções imediatas (tratamentos que prometem curar do dia para a noite) pode gerar mais ansiedade e deixar você na mesma”, diz Carrion. Pedir ajuda médica é sempre a melhor saída.
Evite muitas situações de confronto “O acúmulo do estresse faz você liberar bastante adrenalina, hormônio que também possui poder constritor [estreita os vasos sanguíneos]”, diz Pacheco.
Abra o jogo com ela Sim, vale mais a pena deixar o orgulho de lado. “Com isso, você ganha tempo para ter uma boa ereção sem se sentir pressionado”, afirma Carrion. Mas, se na hora H notar que o soldado não vai bater continência, não insista. “Isso pode levar ao acúmulo de frustrações, agravando a situação psicológica.” E não deixe de curtir a parceira. “Invista em carinhos e muito sexo oral para afastar da garota a sensação de que o problema está nela.”

50% DOS HOMENS ACIMA DE 40 ANOS TÊM ALGUMA QUEIXA EM RELAÇÃO  ÀS EREÇÕES, SEGUNDO A SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA (SBU)

Toma lá, dá cá

Confira vantagens e desvantagens dos principais remédios para disfunção erétil
Bateu medo de broxar na noite com aquela musa especial? A fim de garantir seu sucesso, pensa em tomar uma pílula para disfunção erétil? “Ingerir recreativamente medicamentos para a doença não faz bem em termos de autoconfiança. Quem não sofre do mal e os usa com frequência pode desenvolver dependência psicológica”, diz Javaroni.
Esses remédios são indicados somente ao homem que precisa tratar a disfunção erétil. “Além de proporcionar ereção prolongada e permitir a efetivação da relação sexual, os medicamentos ajudam a amenizar ansiedade, fobia, medo e angústia na hora da transa”, explica Paulo Roberto Magalhães, urologista e membro da Sociedade Brasileira de Urologia. Mas muita atenção: antes de tomar qualquer pílula para disfunção erétil, é imprescindível conversar com seu médico.
A frequência com que o comprimido pode e deve ser ingerido varia. Intensidade da doença, alimentação, bebida alcoólica, drogas ilícitas, outros remédios (para problemas no coração, por exemplo), horário de ingestão podem influenciar a ação dos compostos, e de modo diferente para cada homem. Há efeitos colaterais, físicos e psicológicos. Conheça melhor essas pílulas.

Princípio ativo
VARDERNAFIL: É uma pastilha com gosto de menta. “Deixe-a debaixo da língua para favorecer a absorção dos compostos”, explica Magalhães. Tome uma hora antes da transa. O efeito dura de seis a oito horas.

Princípio ativo
SILDENAFIL: O comprimido deve ser ingerido uma hora antes da relação sexual. O efeito dura até seis horas.

Princípio ativo
TADALAFIL: A pílula pode ser consumida de dois jeitos. Tratamento de uso diário: “Consuma 5 mg por dia. Faz efeito cinco dias após o início da ingestão”, afirma Magalhães. Tratamento pré-relação sexual: você ingere 20 mg duas horas antes da transa e tem efeito de até 36 horas.

Efeitos colaterais  (vale para todos os remédios orais)
Azia, dor de cabeça, nariz entupido e dor muscular são os mais comuns. Já no campo psicológico, tomar comprimidos para disfunção erétil de forma recreativa pode causar um problema de autoconfiança. “Ao ter o desempenho melhorado, o homem perde a tranquilidade quando for transar sem o remédio e passa a acreditar que pode falhar ao tentar ter ereção sem a ajuda do medicamento”, explica Javaroni. Por isso, é fundamental que esses remédios sejam ministrados na medida certa.