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quarta-feira, 28 de março de 2012

DIABETES e CIRURGIA BARIÁTRICA

NEJM: cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus para algumas pessoas com a doença

NEJM: cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus para algumas pessoas com a doença
Dois estudos, publicados pelo New England Journal of Medicine, mostraram que a cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus para alguns diabéticos obesos que não conseguem controlar a sua glicemia. A cirurgia também ajudou a reduzir a pressão arterial e o colesterol.
Os novos estudos são os primeiros a comparar rigorosamente o tratamento medicamentoso do diabetes às cirurgias de redução do estômago e desvio de intestino para controlar a doença. Os médicos já sabem que a cirurgia bariátrica pode, em algumas situações, melhorar o controle glicêmico de diabéticos tipo 2, mas faltavam dados concretos. A questão agora é se a cirurgia bariátrica, com seus riscos e complicações, deve ser mais largamente utilizada nesses casos. Alguns especialistas alegam que novos tratamentos para a doença são necessários e que outros estudos maiores do que os dois publicados devem ser realizados.
As cirurgias usadas nos estudos ajudam a controlar o diabetes não somente por permitir o emagrecimento, mas também por mudar a anatomia e alterar níveis de hormônios intestinais que afetam o metabolismo de açúcar e gorduras.
Um dos estudos, conduzido na Universidade Católica de Roma, comparou dois tipos de cirurgia com o tratamento usual para o diabetes. Ele envolveu 60 pacientes com idades entre 30 e 60 anos, com IMC maior ou igual a 35 kg/m², com história de pelo menos 5 anos de diabetes mellitus e com níveis de hemoglobina glicosilada maior ou igual a 7%. Eles foram escolhidos aleatoriamente para receber tratamento médico ou uma das duas operações. A primeira operação, bypass gástrico, reduz o estômago e reorganiza o trato digestivo de modo que o alimento entra no intestino delgado um pouco mais tarde que o habitual. A segunda, derivação biliopancreática, também reduz o estômago e altera o intestino delgado de uma forma mais extrema, além disso, a vesícula biliar é retirada. Depois de dois anos dos procedimentos, a equipe cirúrgica observou uma taxa de remissão de 75% (com o bypass gástrico) e de 95% (com cirurgia biliopancreática). Não houve remissão no grupo que recebeu o tratamento medicamentoso padrão.
O segundo estudo, realizado na Cleveland Clinic, comparou dois tipos de cirurgia com um regime medicamentoso intensivo de tratamento para o diabetes mellitus. A pesquisa incluiu 150 pacientes obesos (IMC entre 27 e 43 kg/m²), diabéticos com níveis glicêmicos não controlados e com média de hemoglobina glicosilada de 9,2%. As idades variaram entre 20 e 60 anos. Os pacientes receberam tratamento médico intensivo, bypass gástrico ou gastrectomia vertical (corta parte do estômago, reduzindo o seu tamanho e diminuindo a ingestão de alimentos. É uma operação um pouco mais simples e mais segura do que o bypass gástrico e está se popularizando). As taxas de remissão da doença, após um ano do procedimento, foram mais baixas do que as do estudo italiano - 42% (com o bypass gástrico) e 37% (com a gastrectomia vertical) - pelo menos em parte, porque o grupo americano usou uma definição mais estrita da remissão. O tratamento medicamentoso intensivo levou à remissão em 12% dos pacientes.
O Dr. Philip Schauer, que liderou o estudo americano e realizou as cirurgias, disse que as taxas de remissão foram menores do que o esperado. Uma possível razão é que os pacientes tinham diabetes muito avançado.
Nenhum dos estudos envolveu a cirurgia conhecida como Banda Gástrica Ajustável, a qual usa um balão inflável de silicone que é colocado na parte superior do estômago. Este procedimento é completamente reversível, pois não corta nem retira nenhuma parte do estômago, permitindo a digestão e o aproveitamento dos nutrientes.
As publicações envolveram estudos relativamente pequenos, que não ultrapassaram dois anos de seguimento. Os autores dizem que não está claro se a cirurgia pode ajudar os pacientes diabéticos que não são obesos ou não tão pesados quanto os que participaram dos estudos. As cirurgias foram realizadas por cirurgiões altamente qualificados e os resultados com outros cirurgiões podem não ser tão bons. Não houve mortes nos dois estudos, mas houve complicações como infecções, deficiências nutricionais, perda óssea e problemas cirúrgicos que necessitaram de cirurgias repetidas para solucioná-los.
 NEWS.MED.BR, 2012. NEJM: cirurgia bariátrica pode ser melhor do que o tratamento convencional do diabetes mellitus para algumas pessoas com a doença. Disponível em: . Acesso em: 28 mar. 2012.

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