BYPASS GÁSTRICO
A cirurgia da obesidade, chamada de bariátrica, melhora bastante o controle da glicose em pacientes com diabetes tipo 2, mas não pode ser considerada a cura para a doença. É o que mostra um estudo publicado no British Journal of Surgery.
Pesquisadores do Imperial College London descobriram que a remissão do diabetes tipo 2 ocorre em apenas 41% dos pacientes submetidos a esse tipo de procedimento, e não em 80%, como mostravam trabalhos anteriores.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Em todo o mundo, 80% dos pacientes com a doença apresentam sobrepeso. Muitos pacientes diabéticos que passam pela cirurgia de redução do estômago apresentam melhora e chegam a abandonar os remédios e as injeções de insulina, mesmo antes de perder peso.
A Associação Americana de Diabetes reuniu um grupo de especialistas para definir em que casos é possível falar em remissão da doença. Eles estabeleceram que a remissão completa só pode ser atestada quando o paciente consegue manter níveis adequados de glicose sem precisar de remédio pelo menos um ano após a cirurgia.
O novo estudo analisou dados de 209 pacientes com diabetes tipo 2. O melhor índice de remissão (41%) foi detectado naqueles submetidos à cirurgia de bypass gástrico. O procedimento consiste no "grampeamento" da parte superior do estômago, criando uma pequena bolsa que então é unida ao intestino delgado.
Já a gastrectomia de "sleeve", que envolve a remoção de parte do estômago, e a banda gástrica (o procedimento menos invasivo) apresentaram índices de remissão de 26% e 7%, respectivamente. No entanto, esses resultados foram baseados em um número menor de pacientes.
Segundo o coordenador do estudo, o médico Carel le Roux, os novos critérios mostram que os resultados da cirurgia para os diabéticos são menos expressivos do que se pensava. Mas, ainda assim, ele diz que o procedimento ajuda bastante no controle da glicose e, aliado ao tratamento medicamentoso, traz resultados melhores do que o uso isolado de remédios.
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