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sábado, 14 de setembro de 2013

"FALA QUE EU NÃO TE ESCUTO!"

                                    


É necessário uma grande dose de concentração para ter uma conversa no metrô, no ônibus ou em uma festa lotada.
O problema não é apenas o ruído, mas o "ruído" específico de muitas vozes simultâneas, que você deve filtrar para ouvir apenas a pessoa com quem está conversando.
O que agora se descobriu é que a voz familiar de um cônjuge destaca-se de outras vozes, ajudando a aguçar a percepção auditiva e tornando mais fácil concentrar-se em uma só voz.
"Vozes familiares parecem influenciar a maneira com que a 'cena auditiva' é perceptualmente organizada," explica Ingrid Johnsrude, da Universidade de Queens (Canadá).
Mas, o que pode parecer "muito romântico", também tem seu lado menos afetuoso: da mesma forma que é mais fácil distinguir a voz do seu amor na multidão, também é mais fácil ignorá-la.
Sim, meu bem
Johnsrude e suas colegas pediram que casais, com idades entre 44 e 79 anos, gravassem instruções em voz alta.
Mais tarde, cada participante colocou um par de fones de ouvido e ouviu a gravação de seu cônjuge simultaneamente com a gravação de uma voz desconhecida.
Em alguns testes, os participantes foram orientados a relatar o que seu cônjuge dizia; em outros, eles deveriam relatar o que a voz desconhecida dizia.
Os participantes foram muito mais precisos na tarefa de ouvir a voz do esposo ou esposa em comparação com uma voz desconhecida - eles perceberam a voz de seu cônjuge de forma mais clara.
Além disso, a precisão não mudou com a idade dos participantes.
Você disse alguma coisa?
Contudo, quando os participantes foram orientados a relatar a voz desconhecida, as diferenças relacionadas com a idade surgiram.
Adultos de meia-idade parecem ser particularmente capazes de acompanhar a voz desconhecida quando ela é mascarada pela voz do seu cônjuge.
Ou seja, pessoas nessa faixa etária compreendem melhor a voz desconhecida quando ela é mascarada pela voz do seu esposo ou esposa do que quando a voz foi mascarada por outra voz desconhecida.
"Os adultos de meia-idade foram capazes de usar o que sabiam sobre a voz familiar para separá-la perceptualmente e ignorá-la, de modo a ouvir a voz desconhecida melhor," explica Johnsrude.
Mas o desempenho nesses testes de ignorar a voz do parceiro diminuíram conforme os participantes subiam na faixa etária - quanto mais velho o participante, menos ele ou ela foi capaz de relatar corretamente o que a voz desconhecida estava dizendo.
Ou seja, a conexão romântica parece voltar com a idade.

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