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sábado, 27 de agosto de 2011

CONTROLE DA OBESIDADE

DEVE COMEÇAR CEDO!
Uma série de quatro artigos sobre a pandemia global de obesidade foi publicada no The Lancet. O primeiro artigo resume seus condutores, o segundo fala sobre o ônus econômico e para a saúde, o terceiro desvenda a fisiologia por trás do controle de peso e sua manutenção, e o quarto conclui que a ciência fala sobre os tipos de ações necessárias para mudar nosso ambiente obesogênico e reverter o atual "tsunami" de fatores de risco para doenças crônicas nas gerações futuras.
Os últimos dados do Centers for Disease Control and Prevention para a população dos EUA, lançados em julho de 2010, são alarmantes: 12 estados têm taxas de obesidade superior a 30% e nenhum tem taxa inferior a 20%. Já que estes valores dependem de auto-relatos sobre altura e peso, eles tendem a ser subestimados.
No primeiro artigo da série, Boyd Swinburn e colaboradores dizem que 1,46 bilhões de adultos e 170 milhões de crianças em todo o mundo estavam com sobrepeso ou eram obesas em 2008. Se continuarmos sem intervenções bem sucedidas, as projeções para 2030, no segundo artigo da série, estimam mais 65 milhões de adultos obesos só nos EUA e mais 11 milhões apenas no Reino Unido com 6 a 8,5 milhões de pessoas com diabetes, 5,7 a 7,3 milhões com doenças cardíacas e derrames, e 492.000 com câncer. 
Os custos adicionais projetados para tratar essas doenças evitáveis é de 48 a 66 bilhões de dólares ao ano nos EUA, e 1,9 a 2 bilhões de libras ao ano no Reino Unido. Como os sistemas de saúde em todo o mundo já lutam para conter os custos, sem prevenção e controle dos fatores de risco para a obesidade estes sistemas serão sobrecarregados ao ponto de ruptura.
No entanto, as reações dos governos até o momento são inadequadas e dependem da regulação da indústria de alimentos e de bebidas. Mas argumenta-se que cabe ao indivíduo fazer suas escolhas de maneira adequada. Ao contrário do tabaco, alimentos e bebidas devem ser consumidos e uma interferência do Estado poderia ser considerada uma intromissão demasiada na vida do cidadão. 
O Governo do Reino Unido, em particular, deixou claro que apenas acordos voluntários com empresas de alimentos e bebidas estão na agenda, e muitos dos comitês de saúde pública são compostos de um grande número desses representantes da indústria. O artigo questiona se esses acordos voluntários funcionam, pois todas as indicações até agora são de que eles não cumprem o seu objetivo.
Uma premissa importante é que o aumento do peso corporal dos indivíduos é o resultado de uma resposta normal, de pessoas normais, para um ambiente anormal, segundo relatado pelo periódico The Lancet. A série de artigos sobre a obesidade deixa resumidamente cinco mensagens importantes sobre a complexa questão da obesidade e como ela deve ser abordada:
  • A epidemia de obesidade não será revertida sem liderança do governo.
  • Trabalhando esta questão como estamos, os custos serão dispendiosos em termos de saúde da população, despesas com cuidados de saúde e perda de produtividade.
  • As suposições atuais sobre a velocidade e a sustentabilidade da perda de peso estão erradas.
  • Precisamos monitorar com precisão e avaliar tanto os dados básicos do peso corporal da população, quanto os resultados de intervenção para esta patologia.
  • Uma abordagem sistemática é necessária, com o envolvimento de vários setores.
Fonte: The Lancet
NEWS.MED.BR, 2011. The Lancet: o controle da obesidade é urgente, mostra série de quatro artigos sobre a doença. Disponível em: . Acesso em: 27 ago. 2011.

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