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sábado, 10 de setembro de 2011

OUTRA DISCRIMINAÇÃO ODIOSA

                                                
Lésbicas no Rio denunciam que médicos deixam de solicitar, durante consultas ginecológicas, o exame que pode ajudar a prevenir o câncer de colo de útero porque elas não mantêm relações sexuais com homens.
A organização não governamental (ONG) Grupo Arco-Íris informou que constatou o problema na rede de saúde pública e privada da capital fluminense. 
Na pesquisa qualitativa Atendimento Ginecológico diante de Práticas Lésbicas e Bissexuais, todas as 20 mulheres entrevistadas em 2010 relataram que depois de revelada sua orientação sexual os médicos não pediram o exame. 
A coordenadora da pesquisa e uma das diretora da Arco-Íris, Marcelle Esteves, diz que os profissionais "não reconhecem vida sexual entre duas mulheres.
- É assustador porque só se pode fazer a prevenção do vírus de HPV - sexualmente transmissível - a partir do exame .
Ela lembrou que mesmo sem se relacionar com homens, as lésbicas fazem sexo.
O levantamento constatou também que entre as lésbicas, as que têm identidade mais masculinizada são menos submetidas ao preventivo que as demais. 
 A estudante Fabiana Ormonde reclama. - Eles [os médicos] não pedem [o exame] e não sabem nos aconselhar sobre o risco de transmissão de DST [doenças sexualmente transmissíveis], como o HPV. É sempre a mesma coisa.
Diante do problema, o Fórum de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Estado do Rio quer que o foco das campanhas sobre DST e aids não seja apenas os travestis e homossexuais. Para as ativistas, é preciso divulgar mais informação sobre a transmissão de DST entre mulheres que fazem sexo com mulheres e aprofundar projetos de sensibilização com as secretarias de Saúde.
O fórum também defende a distribuição de preservativos específicos para sexo entre mulheres, mas que ainda não são produzidos em escala no Brasil.
- Em uma fábrica de São José de Campos (SP) desenvolvemos com dinheiro de uma fundação internacional um protótipo com base em modelos dos Estados Unidos e da Malásia. Vem sendo aprovado.
Com a capacitação de servidores em clínicas de Saúde da Família, a Coordenadoria da Diversidade Sexual da capital fluminense disse que precisa primeiro assegurar o atendimento à população de gays, lésbicas e travestis (LGBT) nos postos de saúde.
- Nesse primeiro momento, não pensamos nisso por uma questão de atribuições.
A Secretaria Municipal de Saúde reafirma que não existe motivo para os médicos não pedirem o preventivo às lésbicas. Gisele Israel, da Gerência do Programa de Aids, atribui o problema ao preconceito e ao desconhecimento.
- Como os profissionais não passam por uma proposta de qualificação com um olhar para o diferente, os serviços se constituem sem um olhar apurado.
O superientende de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, confirma que mesmo com capacitação não é fácil mudar a rotina do atendimento.
- Capacitamos os gestores municipais, a questão das lésbicas está inserida nos programas de saúde da mulher, mas precisamos romper paradigmas.
Segundo os gestores ouvidos pela Agência Brasil, a produção de preservativos para o sexo entre mulheres ainda é inviável porque o produto não tem as certificações necessárias.
(Fonte: http://noticias.r7.com/saude/noticias/ong-diz-que-medicos-ginecologistas-negligenciam-lesbicas-no-rio-20110910.html)

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