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domingo, 25 de novembro de 2012

ZUMBIDO e a TERAPIA DE RETREINAMENTO

Terapia educa cérebro a descartar sinal do zumbido

Terapia de Retreinamento do Zumbido foi tema do encontro de novembro do GIPZ Curitiba.
Hoje (09/11), aconteceu mais um encontro do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba), formado por profissionais voluntários das áreas de otorrinolaringologia, odontologia, fisioterapia, psicologia e fonoaudiologia. A reunião foi realizada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e teve como palestrante Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista, otoneurologista e coordenadora do GIPZ. O tema abordado foi “Terapia de Retreinamento do Zumbido (TRT)”.
De acordo com Rita, o zumbido é um sintoma de algum distúrbio ou doença. Nove em cada 10 pacientes com zumbido tem como diagnóstico a perda de audição. “O zumbido é um estímulo interpretado pelo cérebro como um som e pode ser causado por fatores relacionados à audição, metabolismo, músculos, questões odontológicas e problemas psicológicos. Após a avaliação e o diagnóstico correto, é feita a correção dos fatores de risco, a reversão das doenças de base e pode haver indicação do uso do aparelho auditivo ou de outras estratégias como a TRT”, aponta.
A TRT é um tratamento que treina as áreas auditivas e não-auditivas do cérebro a filtrar o estímulo do zumbido. O sistema nervoso central é capaz de sofrer alterações funcionais, reorganizando as suas conexões neurais. Esta capacidade, chamada de neuroplasticidade, possibilita a aquisição de novos comportamentos e a reaprendizagem de funções perdidas. “Na TRT o primeiro objetivo é ensinar o cérebro a não reagir ao zumbido. Normalmente, os pacientes relacionam o sintoma com emoções negativas, intensificando a sua percepção, por isso esta fase é muito importante”, observa.
Na segunda fase da TRT, a meta é ensinar o cérebro a descartar o sinal do zumbido para que o paciente não o perceba mais. Rita explica que por meio da repetição de um estímulo inofensivo, o cérebro aprende a não respondê-lo e memoriza este comportamento. “Este é o princípio da TRT. É feito o enriquecimento sonoro com um som neutro, contínuo, monótono e em volume adequado para não mascarar o sintoma. Esta estimulação cerebral contínua resulta na habituação do sinal do zumbido e o monitoramento garante a memorização deste aprendizado”, esclarece.
O tratamento é considerado uma abordagem definitiva, ou seja, quando o cérebro aprende a descartar o estímulo sonoro e memoriza esta ação, o zumbido não será mais percebido. “Em 80% dos casos o resultado é positivo. O paciente recebe orientações sobre o zumbido para desativar a ligação negativa relacionada ao ruído – desta forma ele não é mais considerado uma ameaça – e o enriquecimento sonoro pode ser feito com aparelho auditivo, aparelho de som, implante de ouvido e até mesmo com fonte de água”, ressalta.
Um avanço da TRT é a Terapia Sonora Neuromonics, que atua com base nos mesmos princípios, porém, tem duração menor – de seis a oito meses -, e é uma terapia personalizada. “A estimulação sonora é feita com músicas e som neutro indicadas de acordo com o perfil auditivo do paciente. Os sons são gravados em um cartão de memória e o paciente deve usar os fones de ouvido especiais de duas a quatro horas por dia, somente nos momentos em que sentir incômodo com o zumbido. O paciente relaxa, sente maior controle sobre o sintoma e tira a sua atenção do ruído”, destaca.
GIPZ Curitiba desmistifica zumbido e traz esperança aos pacientes
Há quatro anos com zumbido, Jair Ribeiro Martins, 55 anos, participou pela primeira vez do encontro do GIPZ Curitiba. Ele conta que o ‘barulhinho estranho’ apareceu após uma viagem de moto até a Bahia. “Quando há um distúrbio ou algo diferente tem que ser investigado. Não nasci com isso, então não é normal. Eu já tinha sido convidado para participar do encontro, mas só vim hoje e agora sei o que perdi, pois a palestra é muito importante. Lamento que nem todos que precisam participem”, afirma.
Clóvis Aparecido dos Santos, 42 anos, também participou da reunião pela primeira vez. Com zumbido há alguns anos, ele já tinha procurado tratamento, mas não obteve sucesso. Em fevereiro, sofreu uma perda súbita de audição e outro zumbido surgiu. “É um chiado constante e resolvi buscar ajuda. O pai de um amigo me indicou o GIPZ e eu vim. Achei a palestra excelente, admiro a dedicação destes profissionais e vou continuar participando. As pessoas tem que conhecer este trabalho”, comenta.
FONTE: http://veronicapacheco.wordpress.com/category/zumbido-2/

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