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domingo, 4 de novembro de 2012

DOENÇA DE CROHN e LACTOBACILOS


Bactéria geneticamente modificada pode prevenir doenças inflamatórias do intestino.

Pesquisa francesa alterou o DNA de lactobacilos para torná-los agente protetores contra problemas como doença de Crohn e a colite ulcerativa.

Apendicite: a condição é causada pela inflamação da bolsa em forma de verme que sai da primeira porção do intestino grosso (à esq.)
Doença inflamatória do intestino: Pesquisa modifica DNA de bactérias para buscar novas formas de tratar o problema(Thinkstock)
Pesquisadores franceses descobriram uma forma de alterar o DNA dos lactobacilos, tipo de bactéria que faz bem ao intestino, de forma que eles possam proteger o intestino contra doenças inflamatórias, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa. O experimento, desenvolvido no Centro de Psicopatologia de Toulouse Purpan (CPTP), na França, foi relatado em um artigo publicado nesta semana na revista Science Translational Medicine.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Food-Grade Bacteria Expressing Elafin Protect Against Inflammation and Restore Colon Homeostasis

Onde foi divulgada: revista Science Translational Medicine

Quem fez: Jean-Paul Motta, Luis Bermúdez-Humarán, Céline Deraison, Laurence Martin, Corinne Rolland, Perrine Rousset, Jérôme Boue, Gilles Dietrich, Kevin Chapman, Pascale Kharrat, Jean-Pierre Vinel, Laurent Alric, Emmanuel Mas, Jean-Michel Sallenave, Philippe Langella e Nathalie Vergnolle

Instituição: Centro de Psicopatologia de Toulouse Purpan (CPTP)

Resultado: O lactobacilo geneticamente modificado de forma a passar a carregar um gene responsável por produzir determinada proteína pode ser a chave para tratar doenças do intestino
A equipe de pesquisadores, liderada por Jean-Paul Motta, modificou o material genético de duas cepas de lactobacilos, microrganismos considerados como probióticos pois, além de não fazer mal, contribuem para o bom funcionamento do intestino de uma pessoa. Ao DNA desses microrganismos, os autores acrescentaram um gene responsável por produzir o peptídeo inibidor gástrico, uma proteína que existe naturalmente no nosso organismo, mas que é deficiente em pessoas que apresentam doenças do intestino. Segundo a pesquisa, essa proteína inibe a ação da protease, enzima que possui um importante papel no processo de inflamação intestinal.
Os pesquisadores, após alimentarem camundongos com as bactérias, descobriram que os níveis de peptídeo inibidor gástrico aumentaram de forma significativa nos animais que receberam os microrganismos geneticamente modificados em comparação com animais que ingeriram bactérias do mesmo tipo, mas não modificadas. A equipe, então, induziu os camundongos a uma doença inflamatória do intestino. Os resultados mostraram que os animais alimentados com as bactérias geneticamente modificadas apresentaram maior resistência à doença e menos quadros de inflamação e danos às células.
Segundo os autores, o estudo sugere que essas bactérias modificadas podem se tornar um tratamento eficaz para pacientes com doenças do intestino, e que podem ser dadas por meio de pílulas ou então adicionadas a iogurtes.

Saiba mais

PROBIÓTICOS
São microrganismos 'do bem', bactérias (como os lactobacilos) que contribuem para o bom funcionamento do organismo. Nos intestinos grosso e delgado, ajudam a regular movimento peristáltico e síntese de vitaminas, por exemplo, além de auxiliar no equilíbrio entre as bactérias que habitam os intestinos.

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO
Acontecem quando há uma inflamação no intestino e o aparecimento de cólicas recorrentes e diarreia. As duas principais doenças são a Doença de Crohn e a colite ulcerativa. A primeira é uma inflamação crônica que atinge qualquer parte do aparelho digestivo, enquanto a segunda afeta principalmente o intestino grosso.

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