Pesquisar este blog

segunda-feira, 27 de maio de 2013

SERPENTE DO GABÃO: QUASE-INVISÍVEL

A ciência por trás da camuflagem perfeita da víbora do Gabão

Por  em 26.05.2013 as 11:00
205482_650523664962612_1917138357_n
Você poderia passar ao lado de uma víbora do Gabão, uma serpente que pode chegar a 1,5 metros de comprimento, e nem saber que ela está lá. Suas escamas de cor creme e castanho permitem que ela se misture perfeitamente com folhas mortas, enquanto suas escamas negras lembram lacunas no chão da floresta. Nenhuma luz parece atingir estas escamas negras, e elas parecem possuir uma profundidade que o resto das escamas de cobras não tem. Mas como as víboras de Gabão conseguem criar essa ilusão?
Uma nova pesquisa mostra esse truque é possível graças às nanoestruturas. Usando um microscópio eletrônico de varredura, pesquisadores alemães foram capazes de analisar as escamas da víbora de perto. As negras possuem microestruturas mais pronunciadas do que as escamas mais claras, e essas microestruturas têm sulcos mais complexos.
Marlene Spinner, da Universidade de Kiel, descobriu um dos segredos para camuflagem excepcional da víbora do Gabão. O negro em seu corpo é muito, muito preto. Não apenas preto, mas ultra-negro. “Essas manchas escuras também têm a textura de veludo, por isso são uniformemente negras em todas as direções possíveis. Não há brilho entre elas, o que cria uma ilusão de profundidade. Os emplastros não parecem fazer parte da mesma superfície que o resto da víbora. Isto, juntamente com as formas geométricas e cores fortemente contrastantes, quebra o contorno da cobra e ajuda na sua camuflagem”.
Quando a luz atinge as escamas negras, reflete e dispersa em torno destas cadeias e estruturas minúsculas e cada vez mais é absorvida pelo pigmento preto. Da luz que atinge essas escamas negras, menos de 11% é refletida para longe do corpo da cobra.
Esta é a primeira vez que uma cobra foi observada com tal camuflagem microestruturada, mas não é o primeiro animal que sabemos que a utiliza. Borboletas “Ulysses” usam o mesmo método nas áreas negras de suas asas. No futuro, a equipe pretende descobrir mais sobre como estas nanoestruturas trabalham, e suas descobertas podem ajudar os engenheiros a projetar materiais duráveis “ultra-negros”.
Spinner sugere que esses truques possam ser úteis para os engenheiros que trabalham com máquinas que querem manter tanta luz quanto possível, tais como painéis solares. Na verdade, já existem materiais negros que superam até mesmo as escamas da víbora. O recordista atual é uma superfície coberta de nanotubos de carbono, que reflete apenas 0,045% da luz que incide sobre ela. No entanto, é extremamente frágil.[Facebook Evolution]/[National Geographic]

Nenhum comentário:

Postar um comentário