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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

COMO O CÉREBRO LIDA COM O PRAZER

Esta imagem ilustra a dissociação entre recompensas primárias e secundárias no córtex órbito-frontal, uma região frontal do cérebro que é conhecida por desempenhar um papel na avaliação da gratificação. A região mais primitiva (no fundo, mostrada em amarelo) representa o valor das imagens eróticas mostradas aos participantes, enquanto a região mais recente (na frente, em azul) representa o valor dos prêmios em dinheiro ganhos pelos voluntários no experimento. [Imagem: Sescousse / Dreher]
Áreas do prazer
Uma equipe de pesquisadores liderada por Jean-Claude Dreher, do Centro de Neurociência Cognitiva, em Lyon, na França, descobriu os primeiros indícios de que o cérebro tem áreas distintas para lidar com prazeres diferentes.
O córtex órbito-frontal, localizado na parte anterior ventral do cérebro, contém regiões distintas que respondem às recompensas secundárias, como o dinheiro, e às recompensas primárias, como imagens eróticas.
Estes resultados, publicados no The Journal of Neuroscience, abrem novas perspectivas para a compreensão de determinadas patologias, tais como o vício do jogo, além de ajudar no estudo das redes neurais envolvidas na motivação e na aprendizagem.
Teorias do prazer e das recompensas
Em nossa vida cotidiana, é comum encontrarmos vários tipos de "recompensas": uma nota de 100 reais, uma barra de chocolate, um copo de vinho...
Além disso, muitas vezes temos que escolher entre eles, ou abrir mão de uma porção de um para ter outro.
Para fazer isso, devemos ser capazes de comparar o seu valor relativo em uma escala única e coerente, o que sugere que todos os tipos de recompensas são avaliados nas mesmas áreas do cérebro.
Por outro lado, é possível que, devido às suas características individuais, as recompensas possam ativar regiões cerebrais distintas.
Em particular, poderia haver uma dissociação entre as chamadas "gratificações primárias" - como alimentação e sexo, que satisfazem as necessidades vitais básicas e têm um valor inato - e "recompensas secundárias" - como dinheiro ou poder, que não são essenciais para a sobrevivência e cujo valor é avaliado pela associação com gratificações primárias.
Para testar essas hipóteses, Dreher e Guillaume Sescousse fizeram um experimento original na forma de um jogo, que premiava 18 voluntários com dinheiro ou imagens eróticas.
Durante o jogo, a atividade cerebral dos voluntários foi monitorada através de um exame de ressonância magnética funcional (fMRI).
Como o cérebro lida com o prazer
O experimento mostrou que as recompensas são realmente avaliados em regiões cerebrais parcialmente compartilhadas - estriato ventral, ínsula, mesencéfalo e córtex cingulado anterior.
Contudo, os pesquisadores também confirmaram que há uma dissociação entre recompensas primárias e secundárias no córtex orbitofrontal.
Sua região posterior (mais primitiva) é especificamente estimulada por imagens eróticas (uma recompensa primária), enquanto a sua região anterior (que é mais recente no homem) é ativada pelo ganho monetário (uma recompensa secundária).
Quanto mais abstratas e complexas forem as recompensas, mais a sua representação estimula a região anterior do córtex órbito-frontal.
Estes resultados fornecem os primeiros indícios de uma dissociação no cérebro entre os dois tipos de recompensa, sugerindo a existência de regiões distintas correspondentes a diferentes gratificações.
Segundo Dreher e Sescousse, a pesquisa pode levar a uma melhor compreensão de certos distúrbios psiquiátricos, incluindo o vício do jogo. (Fonte: diariodasaude.com.br)

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